O chefe do posto administrativo de Chiconono, província do Niassa, norte de Moçambique, Hermínio Macocola, é acusado pelas comunidades de Chiuanjota e Ligogolo de ter desviado um tractor com a respectiva charrua e um atrelado, que se destinavam a apoiá-las na execução das suas actividades agrícolas.A acusação foi feita, há dias, num comício popular realizado em Chiuanjota pelo governador David Malizane, no âmbito da preparação da visita presidencial, que terá lugar dentro dos próximos dias, tendo os populares adiantado que o tractor destinava-se a apoiar as comunidades na lavoura e escoamento dos excedentes.Baptista Malema, residente em Chiuanjota, que denunciou o facto ao governador David Malizane, disse que tinha sido atribuído um tractor às duas comunidades em 2007, pelo então governador da província, Arnaldo Bimbe, e que estaria sob gestão dos líderes comunitários locais.O objectivo da atribuição do tractor, segundo Malema citado pelo “Diário de Moçambique”, era ajudar as comunidades a aumentar as suas áreas de produção e, consequentemente, a produtividade para a melhoria das suas vidas. “Mas, desde então, Hermínio Macocola apoderou-se daquele meio para transportar lenha, excedentes agrícolas, material de construção, entre outras actividades em benefício pessoal”, disse Malema, adiantando que os líderes comunitários não vêem as receitas, todo o dinheiro vai para o bolso do chefe do posto.“Com o dinheiro arrecadado atraves do aluguer do tractor que Macocola adquiriu uma viatura, mas que tem enganado as pessoas alegando que está a alugar. Mas quantos meticais o chefe do posto recebe mensalmente para ter em sua casa uma viatura alugada?”, questionou Malema.A fonte disse ainda estar preocupada com a situação, uma vez que, segundo as suas palavras, o chefe do posto administrativo de Chiconono um dia poderá ser transferido e com ele irá todo o dinheiro que arrecadou com o aluguer do tractor que é pertença das comunidades.Malema disse ainda que em Chiuanjota, quando os beneficiários do fundo de desenvolvimento local elaboram projectos com valores elevados, a maior parte do dinheiro fica no posto administrativo e pouco vai para o beneficiário, por isso os mutuários não conseguem cumprir os prazos para a implementação de seus projectos.Como agravante e’ o facto de ser cobrado o valor de 250 meticais a cada proponente de projecto, quando vai remeter os pedidos ao conselho consultivo, independentemente de o empreendimento ser aprovado ou não. “Para onde vão esses valores que nos cobram antecipadamente?”, questionou.
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