quarta-feira, fevereiro 27, 2013

"Ex-PIDES" em Maputo?


A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve ontem três jovens suspeitos de terem hasteado uma bandeira portuguesa na antiga sede da ex-PIDE/DGS em Maputo. A bandeira terá sido hasteada durante a manhã nas instalações devolutas e arruinadas da antiga polícia política portuguesa na zona alta da capital moçambicana, conhecidas como “Vila Algarve”. Ao início da tarde, a bandeira já tinha sido retirada, e testemunhas oculares disseram que os jovens poderão ter sido induzidos por terceiros a colocarem o que a polícia descreveu como “um plástico com as cores portuguesas”. Recentemente, o Ministério dos Combatentes de Moçambique anunciou que a “Vila Algarve” vai ser transformada em Museu da Resistência ao Colonialismo Português. Por aquela cadeia passaram inúmeros nacionalistas moçambicanos, na maioria membros da Frelimo que, entre 1962 e 1974, desencadeou uma guerra de libertação contra o colonialismo português. Entre os detidos mais famosos, contam-se o pintor Malangantana e o poeta José Craveirinha, ambos já falecidos.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Quando mal resolvido,vira "problemão"

 As Comunidades Islâmica e maometana de Moçambique encontram-se a juntar elementos para processar o Estado moçambicano em  tribunais internacionais, na sequência dos constantes raptos dos  empresários membros daquelas comunidades, segundo fontes internas dessas comunidades. O último sequestro ocorreu ao  princípio da noite da passada semana na baixa da cidade de Maputo, concretamente na Rua da Mesquita, em frente da porta da mesquita da baixa, em que a vítima foi o empresário moçambicano de origem asiática, Rachid Takdir, mais conhecido na sua comunidade pelo nome de “Galinheiro”.Fontes daquelas comunidades garantiram “à nossa Reportagem” que    preparação para processar o Estado moçambicano, devido à onda de sequestros de que têm vindo a ser vítimas, desde há cerca de dois anos, alegadamente pela ineficácia do Estado moçambicano em travar a onda dos raptos mas sobretudo pela incapacidade de esclarecer os casos.De acordo com as fontes, os membros daquelas comunidades estão agastados e indignados com o silêncio do presidente da República, Armando Guebuza, que em Agosto do ano passado, depois do encontro com os dirigentes do “Movimento Islâmico”, garantira que iria pessoalmente envolver-se para que se resolvesse a questão dos raptos.“Ele (Guebuza) continua no silêncio como se nada estivesse a acontecer. Acreditamos que alguém ao mais alto nível deve estar a beneficiar-se desses  raptos”, disseram as nossas fontes.“Há uma grande movimentação  para processar o Estado moçambicano nas instâncias judiciais internacionais. A nossa comunidade já  contratou advogados que estão a  reunir os documentos para accionar um processo contra o Estado.  Os muçulmanos pretendem também denunciar a cumplicidade do  Governo moçambicano nas Nações  Unidas”, disseram as nossas fontes. Na verdade, as Comunidades muçulmana, hindu e ismaelita de Moçambique ameaçaram em Agosto do  ano passado lançar uma campanha  de desobediência civil à escala nacional, por causa dos sequestros.  Foi dito na ocasião, que as comunidades iriam levar a cabo manifestações, uma greve geral do comércio  e indústrias e serviços sob controlo  de membros dessas comunidades,  uma marcha em direcção ao Ministério do Interior e uma campanha  de desobediência fiscal. Nada disso aconteceu na esperança do Governo agir. Mas até agora os raptos  continuam e o Governo não conseguiu esclarecer um único caso. Em apenas dois anos, mais de 30 membros da comunida de muçulmana foram sequestrados em Maputo e milhões de  dólares foram pagos de resgate. Quando as comunidades admitiam paralisar as suas actividades  económicas, para impedir que as  ameaças daquelas comunidades se  concretizasse, o presidente Armando  Guebuza, que na altura se encontrava na cidade municipal da Matola  a dirigir a reunião do Comité Central da Frelimo em preparação do X Congresso, na qualidade de presidente daquela formação politica,  abandonou o evento para se reunir  com os elementos das organizações muçulmanas de Moçambique. O encontro de alto nível surgira depois do anúncio de uma  onda de protesto da comunidade  que iria começar no dia seguinte. O presidente Armando Guebuza  recebeu a delegação da comunidade  muçulmana do país, cujos pontos da  agenda eram os protestos anunciados  por esta comunidade, tais como uma  greve do sector empresarial e manifestações nas 11 capitais provinciais  de Moçambique a 1 de Setembro. Na circunstância, Armando Guebuza oferecera garantias aos elementos presentes na reunião do seu  “comprometimento pessoal” para  resolver a problemática dos sequestros que têm vindo a assolar a comunidade muçulmana moçambicana. Depois do encontro com o chefe de Estado e presidente do partido Frelimo, as organizações muçulmanas decidiram suspender a greve do sector empresarial que estava prevista para o dia seguinte. Agora dizem estar indignados com “o silêncio cúmplice do presidente Armando Guebuza”, ameaçando processar o Estado moçambicano “por causa da incapacidade das instituições estatais”. Uma fonte do Ministério da Justiça disse que nos últimos dias os  sequestros não têm afectado as comunidades ismaelitas e hindus. Mas membros das comunidades muçulmanas continuam a ser raptados. Os muçulmanos ameaçam retirar do país todos os investimentos  aplicados por falta de segurança.  Segundo a mesma fonte, em Cabo Delgado, uma dessas comunidades  ordenou o encerramento de um banco seu em concretizando as ameaças. “Eles, inclusive, já foram marcar  audiência com o Presidente da República para lhe dizerem que vão  retirar os seus investimentos, caso  a situação dos raptos prevaleça.  Disseram que não estavam para  brincadeiras, por isso os raptos contra ismaelitas e hindus  reduziram”, concluiu a fonte. De recordar que em Moçambique  não existe uma lei contra raptos. Apenas existe uma lei que penaliza  o cárcere privado. (B.Álvaro)

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Achada na lixeira


Não é fácil de acreditar que uma anti-aérea tenha ido parar numa lixeira que se encontra a escassos quilómetros do centro da capital moçambicana. Como tal, a presença da anti-aérea na lixeira de Hulene não pode ser considerar obra do acaso, mas sim, consequência de um plano muito bem delineado por quem pretende, eventualmente, criar terrorismo em Moçambique, ou por quem pretende desviar as atenções gerais determinadas matérias que não devem, no seu entender, ser tratados como deviam. Estámos certos de que o assunto está a ser gerido da melhor maneira, por peritos nacionais. Ainda está presente na mente dos moçambicanos, o rebentamento do paiol de Malhazine e as consequências daí resultantes. Na altura, pensou-se que os russos tivessem tido uma mãozinha no assunto, por os mesmos terem estado à frente de um projecto da transferência daquele paiol para Moamba, a troco de muito dinheiro que o Executivo da altura indicou não possuir. A destruição e transferência do paiol acabaria por ser encarregue aos peritos militares nacionais que haviam trabalhado com os russos na antiga União Soviética. Os russos nao gostaram…
No caso da anti-aérea de Hulene, é preciso que as autoridades não menosprezem o acontecimento...

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

60.000 USD X 72 meses= R O U B O


O Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) está a investigar um rombo financeiro no Ministério moçambicano da Educação (MINED).O desfalque, cujo valor ainda não foi oficialmente anunciado, envolve funcionários desta instituição afectos ao departamento financeiro (DAF).  Uma carta denúncia fornecida aos Orgãos Públicos de Comunicação pelo porta-voz do MINED, Eurico Banze, indica que o caso envolve quatro funcionários da instituição, incluindo o chefe do DAF, Abílio Mate, ora suspenso das suas funções, e um financeiro-pagador, que se encontra em parte incerta desde Dezembro último.O esquema principal usado para roubar o dinheiro do Estado naquela instituição era o pagamento de salários a funcionários fictícios através duma folha paralela num valor total de dois milhões de meticais, o correspondente a cerca de 60 mil dólares americanos.
“Ainda não se conhece o valor total desviado, mas sabe-se que esta prática vinha decorrendo a vários anos”, indica a carta denúncia, anotando que o montante desviado só deverá ser determinado após as investigações em curso na instituição. Contudo, esse não era o único esquema usado para ´sacar´ o dinheiro do erário público naquela instituição. Os infractores também são acusados de pagamento de valores indevidos acima de salários de funcionários no activo e reformados para depois se beneficiarem dos valores roubados. Esse esquema envolvia até uma secretária do director nacional do Ensino Técnico Profissional, identificada apenas por Ilda, que, de acordo com a fonte, recebia 30 mil meticais, apesar do seu salário normal ser de seis mil.Segundo a carta denúncia, estes esquemas só foram descobertos depois da Secretária Permanente (SP) do MINED, Maria de Fátima Zacarias, ter procurado saber, em Novembro último, das razões dos sistemáticos atrasos no pagamento dos salários aos funcionários da instituição.O problema prendia-se com o facto de os funcionários receberem os seus salários até o dia 25 de cada mês, mas que ultimamente chegavam a ser pagos no dia 30 ou no início do mês seguinte.
“Estranhando os sistemáticos atrasos no pagamento de salários, a SP procurou saber do chefe Abílio Mate (ora suspenso) as razões dos salários serem pagos até o dia 30 ou início do outro mês, no lugar de o mesmo ocorrer ate o dia 25 de cada mês”, indica a fonte.Em resposta a pergunta da SP, Mate disse que não sabia das razões por detrás desse problema e atirou culpas ao banco responsável pelo pagamento dos salários, instituição que negou as acusações. Na sequência disso, a SP mandatou um inspector do MINED para colher esclarecimentos junto do banco.“Este (inspector) recebeu detalhes sobre o pagamento da folha salarial paralela, incremento de somas avultadas em contas de outros funcionários no activo e reformados e outras pessoas alheias ao MINED”, indica a carta.Quando a SP recebeu esta informação tratou de denunciar o caso ao GCCC e a Inspecção Geral das Finanças. Fonte do GCCC citada pelo jornal “Notícias” de hoje indica que as investigações já se encontram numa fase adiantada, o que resulta da boa colaboração que tem sido prestada pela Direcção do MINED.

Interdição do 25 de Junho

PORQUE NÃO JOGOS À PORTA FECHADA ?
Na penúltima jornada do Moçambola – 2012, o jogo que opôs o Ferroviário de Nampula ao Chibuto FC, disputado na capital do norte, no Estádio 25 de Junho, não chegou ao fim devido ao mau comportamento dos espectadores afectos à equipa da casa. Os simpatizantes dos locomotivas pediam a cabeça do árbitro do encontro, Arão Junior, pois consideraram que este estava a levar o Chibuto às “costas”.  Como é sabido, e os nampulenses estão mais do que avisados sobre as consequências deste comportamento, independentemente da má actuação do juiz da partida ou algo similar, este comportamento não leva a resolução de nenhuma situação, pois os regulamentos são claros sobre este tipo de acção.

NAMPULENSE JÁ ESTEVE SUSPENSO
Éverdade que o castigo aplicado foi justíssimo e, como afirmei anteriormente, os nampulenses já sabiam o que vinha a caminho pois a província já teve o se campeonato provincial da 1ª divisão, vulgo “Nampulense”, suspenso e o futebol da província corria o risco de ser paralisado por tempo indeterminado pelas estruturas desportivas governamentais, tantos foram os casos de maus comportamentos dos espectadores nos campos de futebol. Lembro que o vice-ministro da Juventude e Desportos, Dr. Cazé, esteve na cidade capital da província, com o seu staff, para perceber os porquês destas reacções das massas que afluem aos campos de futebol e duas conclusões saltaram a vista:
·         VENCER A QUALQUER CUSTO
·         DESCONHECIMENTO DAS REGRAS DE JOGO
Se o primeiro ponto pode ser considerado normal mesmo não justificando invasões aos campos e agressões aos árbitros, já o ponto seguinte deixa claro que temos muita gente metida no mesmo saco, leia-se futebol, e poucos conhecem as regras desse jogo, o que prova que há situações caricatas que deixam os experts em matéria de arbitragem de boca aberta.
Vou só deixar aqui um exemplo que prova este o desconhecimento das regras e já volto ao prato forte deste trabalho.   Para a grande maioria dos amantes do futebol de Nampula, sempre que o árbitro marca uma falta no interior da área de grande penalidade, a favorecer a equipa que ataca, só há uma saída para o juiz – MARCAR UMA GRANDE PENALIDADE. Se o juiz entende que há um pontapé livre indirecto e como tal não pode haver lugar a “penalty”, segue-se uma invasão se a equipa atacante é a que joga em casa. Podemos considerar que temos muitos amantes do futebol e mesmo praticantes que desconhecem as regras do jogo que dizem amar.

PUNIR OS PREVARICADORES
Voltando ao que me trás a este espaço, dai a razão desta pequena volta pelo comportamento quase “NORMAL” dos espectadores de futebol em Nampula, tenho para mim que a decisão do Conselho de Disciplina da LMF (CD) foi justíssima mas poderia ter usado outro peso no castigo para que fosse bem entendida a mensagem a transmitir e penso que esse estudo não foi devidamente feito. Mesmo a direcção do Clube Ferroviário de Nampula, não reagiu a tempo de minimizar os “estragos” desse mau comportamento dos seus sócios e simpatizantes, pois se tivesse recorrido, dentro dos prazos, hoje estariam certamente com um castigo menos pesado (para o clbe) pois estamos perante um acto que sucedeu pela uma primeira vez num jogo do “Moçambola” em Nampula.  Mas continuo a achar que o CD da LMF esteve bem ao aplicar os 4 jogos de interdição do 25 de Junho, mas como disse poderia ir por outro caminho e esse seria castiga os principais culpados deste acto vergonhoso pois estamos a falar de alta competição, o seja, castigar os sócios e simpatizantes presentes nas bancadas que tiveram um comportamento reprovável. Esta seria a primeira medida e depois viriam as multas para o clube por não ter tido o cuidado necessário no qe diz respeito à segurança vai dai ter solicitado o número insuficiente de agentes da PRM, embora a dita reunião técnica não tenha ajudado em nada neste particular, mas este pode ser um assunto para um outro comentário (REUNIÃO TÉCNICA ÀS 13 HORAS DO DIA DO JOGO E A SUA IMPORTÂNCIA).Assim sendo, como se poderia castigar os principais visados?
- Jogando o clube no seu estádio mas a porta fechada. Que castigo mais pesado pode ser aplicado aos que sendo culpados não poderão ver o clube que amam estando o mesmo a jogar do outro lado do muro? Penso que se ainda há espaço para a revisão deste castigo e tendo em consideração os aspectos aqui expostos, para além do facto de haver poucas alternativas em termos de campos, podemos penalizar os reais culpados desta situação.

PENA DE REALIZAÇÃO DE JOGOS À PORTA FECHADA
Esta pena prevê que o Clube sancionado tem a obrigatoriedade de realização os seus jogos à porta fechada que dispute na qualidade de visitado ou considerado como tal (um ou mais jogos).  Para efeito de cumprimento desta penalização não devem contar os jogos a realizar em campo neutro.  Nos  jogos a realizar à porta fechada apenas podem aceder ao estádio:
a)As pessoas autorizadas nos termos regulamentares a aceder e permanecer no recinto do jogo;
b)Dirigentes dos Clubes intervenientes;
c)Delegado da Liga, observador do árbitro e membros da Comissão de Assessoria e Apoio Técnico da Comissão de Arbitragem;
d)As entidades que nos termos do Regulamento de Competições têm direito a reserva de camarote;
e) Os representantes dos órgãos da comunicação social.
Deve ser  proibida a transmissão radiofónica e televisiva em directo ou em diferido dos jogos disputados à porta fechada.Portanto, fica este alerta a CD da LMF para que não aplique castigos sem antes estudar devidamente os casos pois neste, se ainda for possível, poder-se-á dar uma lambada de luva branca a quem merece e não a quem poucas culpas tem no cartório pois o clube perde o jogo, paga as multas e ainda tem de ir jogar num campo neutro, sendo esta a primeira vez que em Nampula um jogo não chega ao fim. Têm a palavra a LMF e os seus órgãos disciplinares.

ASSELAM KHAN
INSTRUTOR FIFA PARA ARBITRAGEM - FUTSAL

Sr.editor, desculpe, mas assim não!

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Onde há cólera, é perigoso identificar-se como jornalista!


HÁ dois anos havíamos apresentado um trabalho de reportagem sobre a desinformação que domina a sociedade de algumas regiões de Cabo Delgado, em tempos de epidemia, sobretudo de cólera. Era por causa da morte de um régulo, na aldeia Namarrecua, cerca de 30 quilómetros da cidade de Montepuez, sede do distrito do mesmo nome. Trazíamos as razões, que as achávamos próximas, do que teriam levado o líder tradicional a ser morto pelos seus próprios súbditos.
Encontramos o facto de ter sido legitimado (processo que o Governo usou para o reconhecimento de lideranças tradicionais). Sim, legitimado! E só se legitima o que não é legítimo, ou não? E há muita guerra silenciosa nas comunidades, entre os régulos legitimados e os legítimos, trazendo atrás de si, muitos seguidores.
Por causa da conveniência política que esteve por detrás da legitimação dos régulos, nasceu uma divisão com marcas profundas de índole político-partidária. É o mesmo que dizer, que é o facto de o Governo ter interferido no sistema de sucessões nas lideranças tradicionais. O denominador comum, em todas as regiões onde há recorrentemente a desinformação à volta da cólera e outras epidemias, é ser lá onde o poder tradicional foi durante muito tempo exercido com todos os adereços que tal implica, incluindo a feitiçaria.
Nos distritos do centro-sul da província, a administração tradicional foi muito forte e quando o Governo quis valorizá-la fá-lo procurando pessoas que, muitas vezes, não se identificam com os autóctones, tendo como bitola o facto de serem mais próximos do partido no poder. Desse jeito dividiu as pessoas, uma divisão que ficou mais nítida e profunda quando se decidiu distribuir fardamento aos líderes, mais tarde subsídios. Já ouvi que em algum lugar já começaram a receber, via banco…
Os não legítimos (legitimados) viraram mais importantes que os verdadeiros líderes, porque aborígenes. A guerra instalou-se, cuja arma principal usada tem sido a cólera ou as queimadas descontroladas, cujo efeito é tentar demonstrar que aqueles não têm nenhum poder sobre as comunidades que dizem dirigir. 
Tudo o que é dito pelo Governo, principalmente quando a sua disseminação é confiada aos líderes tradicionais, surge quem deve contradizer, ainda que tenha o conhecimento pleno de que se trata de medida razoável. Simplesmente para contrariar e demonstrar, desse modo, a fraqueza de quem sendo, não é líder nenhum.
A coisa vai crescendo, mas dando mostras que nos podem conduzir ao que acima tentamos dizer. Não é por acaso que as vítimas são sobretudo líderes fora do foro governamental: secretários, régulos ou outros responsáveis tradicionais. No dia em que alguém quiser saber como cada um deles chegou a ser o que é, vai colidir com a realidade crua de que foram impostos.
É na contradição e na razão que os levou ao poder, que deveria ser de facto tradicional, mas não é, porque usa uma roupagem político-partidária, que aparecem, por sua vez, os políticos. Não para dizer que a cólera é trazida pelo Governo, mas tomando uma posição dúbia, quase cúmplice, sem se pronunciarem, tendo em conta que na divisão conseguem reinar.
O outro problema é o próprio Ministério da Saúde. A cólera é uma doença que todos conhecem. Não é verdade que as pessoas confundem cloro com cólera, segundo as nossas investigações, porque mesmo sem cloro, sempre houve cólera. Portanto, o povo conhece a doença, de tal maneira que, quase sempre, é o primeiro, antes das autoridades sanitárias, a declarar a sua existência.
Durante estes anos (acima de 20) em trabalho para a comunicação social, as autoridades de saúde sempre foram as últimas a confirmar a existência da cólera, quando o povo já a identificou. Às vezes passam meses a chamar-se diarreias e vómitos, diarreias sanguinolentas, disenterias, diarreias agudas, etc., um secretismo dificilmente entendível.
O tempo que leva a saúde a falar de cólera, veste-se muitas vezes de qualquer coisa que soa a sonegação. Pessoas morrem, a saúde persiste em dizer que não morrem de cólera ou que se trata de mortes extra-hospitalares, por isso não entram nas contas. Mas as casas mortuárias, apesar de serem de outra gestão, quase todas localizam-se no mesmo recinto dos grandes hospitais.
Por causa disso, a informação passa de pessoa em pessoa sobre entes, vizinhos e outros que morrem, mas na comunicação social, aparecerá quem dirá que não há cólera, mas sim diarreias agudas, sanguinolentas, enfim, e que as pessoas que morrem de diarreias agudas, ou sei lá, fora do hospital, fazemos de contas que não morrem, mesmo sendo vizinhas de funcionários de saúde.
A inflexibilidade da saúde traz muitas leituras. E daí aparecerá, como quase sempre acontece, alguém do ministério para numa semana dizer, sim, é cólera! Este pequeno teatro presta-se a muitas interpretações. Ainda fica por perceber se com tanta evolução que estamos a experimentar, na medicina, estaremos de facto atrasados na detecção da cólera…
A seguir entra a imprensa, que é vista como a mais mentirosa, por estar todos os dias a reproduzir as palavras dos responsáveis da saúde que dizem que não há cólera, não há cólera, não há cólera, mesmo sabendo que no fim virá alguém a confirmar que é cólera, sim senhor. Essa posição patética da imprensa, em matéria de epidemias de cólera, leva-a a também ser mal vista pelas comunidades, vista como conivente na propalação de mentiras. Em zonas onde há cólera, já é perigoso identificar-se como jornalista.
É dentro deste quadro que todos devemos lutar, se bem que tudo é facilmente localizável: são os mesmos lugares onde a cólera é politizada, o comportamento da doença é do domínio de todos, a inflexibilidade da saúde é igual em todos os anos, para além das causas que são largamente conhecidas. Falta estudar o fenómeno com estes ou outros pressupostos e outra coisa, igualmente, importante: não falar dela só quando a epidemia eclode.(P.Nacuo)


História de sucesso!


O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse hoje que a universidade deve combater o espírito de mão-estendida e incutir nos estudantes a crença nas suas capacidades de transformar as suas vidas e as das suas comunidades.Falando durante a inauguração da última fase do campus da Universidade A Politécnica, a primeira instituição privada de ensino superior no país, criada em 1995, Guebuza desafiou as universidades moçambicanas a implementarem uma série de reformas com vista a adaptarem-se às necessidades do momento.Segundo o estadista moçambicano, o momento actual do país impõe uma maior articulação da formação com o reconhecimento e exploração das múltiplas oportunidades na sociedade e na economia nacional. “A educação em Moçambique deve forjar valores nobres, entre os quais a auto-estima, o sentido patriótico e de Unidade Nacional e estimular uma concepção mais activa da vida, aliando a formação do cidadão e com a formação para o exercício da cidadania, como testemunhámos na visita às instalações desta instituição de ensino superior”, disse ele. “Ela (a universidade) deve combater o espírito de mão-estendida e incutir nos estudantes a crença nas suas capacidades de transformar, para o melhor, as suas vidas e as vidas das suas comunidades, usando o conhecimento adquirido no campus”, acrescentou Guebuza. Igualmente, Guebuza disse que a educação do país deve ser capaz de continuar a alargar os horizontes do graduado, que veio para o campus já integrado num sector de actividade, para não se dar por satisfeito apenas com o novo salário, em razão do novo título que ostenta, mas em razão da sua produtividade ou com as melhorias que introduz no seu sector de actividade.No seu discurso, Armando Guebuza disse que Moçambique está a mudar para o melhor e isso impõe novos desafios também ao ensino superior. “Um destes (desafios), que é fundamental, prende-se com a necessidade de efectuar a transição nas nossas mentes, expectativas e currículos da formação virada exclusivamente para a função pública para uma formação virada para a sociedade e para a vida”, disse Guebuza.“Reconheçamos, ao mesmo tempo, que a formação para a vida e para a sociedade, ao dinamizar a nossa economia, robustece o próprio Estado que ganha maior pujança para aumentar a sua capacidade de absorver mais graduados para fortalecer as suas instituições”, acrescentou.
Para o Chefe de Estado, este é o ensino que vai melhor e adequadamente preparar os jovens de modo a vencerem a pobreza. “A nossa atenção sobre a expansão e a qualidade do ensino ganha maior consistência, relevância e coerência neste desafio”, disse ele.Criada em 1995 e com as aulas iniciadas no ano seguinte – sob a designação Instituto Superior Politécnico Universitário, A Politécnica é uma das várias instituições privadas do ensino superior em Moçambique e já com créditos firmados.Volvidos quase 18 anos após a criação desta instituição, A Politécnica conta agora com um espaçoso campus no centro da capital moçambicana e delegações em Quelimane, Tete, Nampula e Nacala, contando com mais de cinco mil estudantes.A fase final das instalações do campus - agora inaugurada  – inclui uma biblioteca central, a Escola Superior de Altos Estudos e Negócios e um pavilhão gimnodesportivo.Segundo o reitor da Universidade, Lourenço do Rosário, o investimento global aplicado em todo o campus (desde o início do projecto) foi de 12 milhões de dólares em créditos bancários, com excepção de financiamentos próprios aplicados pela instituição. Do Rosário disse que a meta da instituição para os próximos tempos é consolidar as suas conquistas e abranger o resto das províncias do país através do ensino a distância.

Solidariedade


A presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, entregou um cheque no valor de 150 mil meticais ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) para apoiar as vítimas das cheias na província da Zambézia. A ajuda surge depois de a dirigente ter visitado e testemunhado o sofrimento das mais de 55 mil famílias desalojadas em consequência das inundações.O referido valor é proveniente dos fundos da Assembleia da República e deverá ser aplicado para a compra de bens alimentares, vestuário, produtos de limpeza, entre outros. Nos centros de acomodação, o cenário é dramático, as famílias clamam por mais alimentos, bem como redes mosquiteiras, para fazer face ao “exército de mosquitos” que já causou números assustadores de casos de malária. As famílias disseram a Verónica Macamo ter perdido tudo o que tinham, desde casas, bens e até familiares seus. Por outro lado, as crianças ainda não começaram a frequentar a escola, pois a chuva destruiu as salas de aulas, levando consigo instrumentos de ensino e aprendizagem.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Rússia "atacada" por meteorito


Mais de 100 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira depois que um meteorito caiu na região de Tcheliabinsk, nos Montes Urais, informou o Ministério do Interior da Rússia. "Segundo dados preliminares, mais de 100 pessoas solicitaram assistência médica, na sua grande maioria por cortes com vidros. Não há pessoas gravemente feridas", disse um porta-voz dessa pasta à agência Interfax. O meteorito caiu a 80 km da cidade de Satki, no distrito de mesmo nome, por volta das 9h20 locais (6h20 de Maputo). As autoridades de Tcheliabinsk, capital da região homônima, reforçaram as medidas de segurança nas estruturas e instalações vitais da cidade. Alguns veículos da imprensa chegaram a informar que uma chuva de meteoritos teria caído sobre os Urais. "Não foi uma chuva de meteoritos, mas um meteorito que se desintegrou nas camadas baixas da atmosfera", disse à agência "Interfax" a porta-voz do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij. Elena acrescentou que a onda expansiva provocada pela queda do corpo celeste quebrou as vidraças de "algumas casas na região". A porta-voz ministerial também informou que a queda do meteorito não alterou os níveis de radiação, que se mantêm dentro dos parâmetros frequentes para a região.

"Ferro e carvão" fervilham


O caminho para levar o carvão de Tete aos mercados internacionais está fechado desde terça-feira finda, depois de, semana passada, ter sido condicionado devido ao descarrilamento de um comboio. A queda da locomotiva forçou a Vale e a Rio Tinto a interromperem a circulação.Não era para menos, tratava-se da terceira vez que um comboio saía da linha-férrea. Os primeiros descarrilamentos ocorreram nos dias 20 e 29 de Janeiro passado, e o mais recente foi na semana finda.Os prejuízos com acidentes e calamidades naturais já afectam a contabilidade e os compromissos das empresas, com contratos de compra e venda nos mercados indiano e chinês, apenas para citar alguns.A Vale e a Rio Tinto movimentam importantes volumes de mercadoria. Até Dezembro do ano passado, a mineradora brasileira fez passar pela linha de Sena mil comboios com mais de dois milhões de toneladas, enquanto a Rio Tinto escoou na sua primeira operação 35 mil toneladas.Só para se ter uma ideia, no terceiro trimestre de 2010, o preço médio de venda do carvão metalúrgico rondou os 200 dólares norte-americanos a tonelada métrica, sendo que o carvão térmico foi mais barato, com um custo de cerca de 100 dólares americanos.A Vale e a Rio Tinto, gigantes mundiais na exploração do carvão, estão com a calculadora na mão, a somar prejuízos. Neste momento, os maquinistas da Vale estão estacionados nas estações ferroviárias de Kambulatsitse, Necungas, Chazia, Doa, Caia e Savane, sem nada para fazer.Uma fonte da empresa adiantou que o défice de infra-estruturas e a ineficiência da linha de Sena são  que “serão tratadas ao mais alto nível em breve”. Disse ainda que funcionários de peso da sede da mineradora no Brasil estão em Moçambique há uma semana e deverão confrontar o Presidente da República durante a sua visita à província de Tete. Eles também foram enviados para monitorar o processo, no sentido de encontrar uma fórmula para abrir um caminho ao carvão.  ”Estão cá quadros brasileiros que vão manter encontros com o Chefe do Estado, para manifestarem o seu desagrado sobre como as coisas estão a ser conduzidas. Se se recordam, no ano passado, tivemos que rever em baixa as nossas previsões de escoamento do carvão de Moatize, e isto cria-nos grandes prejuízos financeiros”, disse a fonte.O descarrilamento da semana passada destruiu cerca de 10Km da linha-férrea.  Técnicos dos CFM foram despachados ao campo para repor a via. O administrador Operacional, Adelino Mesquita, também seguiu viagem a Tete, para serenar os ânimos das mineradoras e acompanhar os trabalhos de reabilitação de perto.

"Cwabos" iguais a sí mesmos

O município de Quelimane,  gerido pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), vai erguer um monumento ao “soldado desconhecido”, em homenagem aos “combatentes anónimos”.

Manuel de Araújo, presidente do município de Quelimane, disse haver no país muitos “soldados que amaram a pátria, no anonimato”, sem esperarem alguma recompensa, que deram a sua vida pela independência nacional e democracia e que a sua honra e bravura “não são reconhecidas” até agora.
“Normalmente, temos uma praça dos heróis e nós podemos os nomear em Moçambique, até porque há uma comissão de heróis. Mas há milhares de moçambicanos que perderam a vida para que tivéssemos a independência nacional e a democracia, que morreram em combate e ninguém se lembra deles”, disse Manuel de Araújo.
Para o autarca, a historiografia política de Moçambique ainda não reconhece nem exalta os jovens que deram as suas vidas pela causa nacional, particularmente da guerra de libertação de Moçambique do jugo colonial, e depois pela democracia.
“Acho que eles (soldados desconhecidos) merecem”, enfatizou Manuel de Araújo, assegurando que a praça será erguida nos próximos nove meses, ou seja, antes do fim do seu mandato de dois anos, que termina em outubro próximo.
Para os moçambicanos não inclusos no monumento, disse, foi criado um movimento que deverá rever a toponímia da cidade de Quelimane para reconhecer políticos, músicos, poetas ou futebolistas. “Criámos uma comissão que está fazer a revisão da toponímia da cidade, que inclui líderes religiosos, régulos, académicos e sociedade civil, para reconhecermos alguns nomes que merecem ter uma rua em sua homenagem”, explicou De Araújo.

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Mas 1 de Abril,no mundo, é o Dia da Mentira!


Maputo: tiros da polícia fazem vários feridosNÃO passa um mês que a classe médica decidiu paralisar as actividades nas unidades sanitárias públicas, entrando em greve contra grande oposição do Governo. Policias acabam de começar a agir e os professores estão a movimentar-se no mesmo sentido apontando para uma greve geral. A greve dos médicos, que durou cerca de dez dias e abalou seriamente o Sistema nacional de Saúde, parece que quebrou o medo que reina(va) na administração pública e despertou outros sectores a lutarem pelos seus direitos face ao cepticismo na autorização de greves aos funcionários do Estado. Agora, concrectamente, sabe-se ao certo que a Policia está a agir. Acaba de anunciar um greve para o dia 01 de Abril, caso as suas reivindicações apresentadas por escrito ao governo, PR, Assembleia da República e outros organismos, não venham a ser atendidas. Os agentes da Polícia da República de Moçambique ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 1 de Abril, como forma de pressionar o Governo a fazer um reajuste salarial significativo. Querem um salário mínimo na Polícia de oito mil meticais/mês. Os Policias dizem que depois de 01 de Abril só voltarão ao trabalho caso sejam satisfeitas as suas reivindicações. Através de uma carta endereçada ao Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, datada de 24 de Janeiro de 2013, que se  transcreve na íntegra, os agentes da PRM referem que desde o mandato do Presidente Guebuza a Polícia tem sido assolada por problemas de vária ordem, desde a falta de promoções, progressões e sem nunca terem conhecido um aumento salarial igual ou superior a 20%.“Esta situação tem criado amplo descontentamento no seio dos membros da corporação, tomando em conta o custo de vida que vem registando um agravamento ininterrupto, daí que tem sido frequente o envolvimento de alguns  agentes da corporação em actos criminais, desde o aluguer das armas aos bandidos, liderança de quadrilhas, subornos, extorsão e outros na tentativa de superar os míseros salários que o Estado lhes paga ainda com vários riscos sujeitos”. “Se não vejamos: o último elemento desta instituição (Guarda da Polícia) tem como vencimento base 3.366,49 meticais (1 dólar = 30.00 meticais), e líquido recebe: 4.102,86 meticais e, por sua vez, o rancho da família com três membros é de aproximadamente 2.000,00 meticais, mais 4.200,00 meticais das despesas diárias na compra de mata-bicho e verduras ou carapau para jantar já que está interdito de ter almoço (em casa),totalizando 6.200,00 meticais”, lê-se no documento. “Neste valor, de acordo com a carta, ainda não contabilizou o que deve pagar para as matrículas das crianças; não comprou material e uniforme escolar; não incluiu valor da renda de casa, de transporte do funcionário e dos filhos acrescidos das ligações sujeitas; não comprou sapatilhas e roupa ao menos para crianças e ainda ninguém da família ficou doente”. “Assim sendo, qual é a possibilidade deste membro sobreviver? Construir? Comprar electrodomésticos?”, questiona-se na carta dirigida ao Gabinete do Primeiro - Ministro. Os membros da corporação usam a carta para pedirem que “se faça um reajuste da tabela salarial na ordem de oito mil meticais como vencimento base para Guarda da Polícia e sucessivamente, que se resolva a questão das progressões estagnadas desde 2005, bem como o assunto das promoções que andam a passo de camaleão e destinados aos da família Tivane (conhecidos), passarem a ser abrangentes, que se atribua a subsídios de alimentação e de transporte bem como o pagamento das horas-extras para os que trabalham para além da hora normal estabelecida pela lei”. O comandante-geral da PRM, Jorge Khalau, diz que ainda não recebera nenhuma carta com o conteúdo desta natureza e nem sequer informação de ameaça da greve por parte dos membros da PRM. (R.Moiane)

terça-feira, fevereiro 12, 2013

Gorongosa Lodge & Safari


O Parque Nacional de Gorongosa (PNG), localizado na província de Sofala, centro  Moçambique, terá”, a partir de 01 de Julho próximo, um novo acampamento, denominado Kubatana Camp pertencente ao grupo Asila Africa. A abertura do acampamento ocorre no âmbito de uma parceria firmada recentemente entre o Projecto de Restauração da Gorongosa, representada por Greg Carr, e a Asilia Africa, através de Bas Hochstenbach, para a promoção do eco-turismo. Asilia Africa é uma companhia internacional de ecoturismo fundada em 2004 com a missão de conservar e expandir os habitats naturais e a vida selvagem que essas áreas suportam. Actualmente, opera nove acampamentos e lodges luxuosos em lugares bem localizados na Tanzânia e no Quénia. O acampamento vai oferecer seis barracas luxuosas com casa de banho privativa e terá uma “confortável” área de lazer para os hóspedes se descontraírem. Os gestores do parque garantem que o acampamento vai respeitar as credenciais ecológicas e de sustentabilidade, evitando danos ao meio ambiente. O acampamento vai proporcionar actividades diversas aos visitantes, entre as quais safaris de jipe e safaris a pé, bem como passeios de barco no lago Urema, visitas à floresta tropical húmida da Serra da Gorongosa para caminhadas e observação de pássaros e, ainda, acampamentos volantes. Este projecto será mais uma novidade que o PNG vai apresentar este ano, já que em Abril próximo, o parque vai reabrir as suas actividades com um novo hotel, o Girassol Gorongosa Lodge & Safari com capacidade para receber 100 hóspedes. Recentemente, esta unidade hoteleira beneficiou de obras de remodelação avaliadas em 1,8 milhões de dólares norte-americanos, um investimento do grupo português Visabeira Turismo, que detêm a gestão do mesmo por um período de 12 anos. Estes empreendimentos se enquadram no âmbito da restruturação do PNG, que desde 2008 está sob gestão conjunta do Governo de Moçambique e a Fundação Carr, dos Estados Unidos, por um período de 20 anos. A gestão conjunta do PNG tem em vista transformar esta área de conservação numa referência a nível da região da Africa Austral, tornando-se num forte concorrente dos grandes parques desta zona nos próximos anos.

Africano lidera na casa das apostas

O fotógrafo italiano Filippo Monteforte registou na noite desta segunda-feira (11), o momento em que um raio atingiu o tecto da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O flagrante foi feito justamente no dia em que o Papa Bento XVI anunciou sua renúncia para o próximo dia 28 de fevereiro.  Em um discurso pronunciado em latim no Vaticano, Bento XVI afirmou que deixará o cargo devido à “falta de forças”. O Papa destacou que "no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito". O Papa Bento 16 não sofre de nenhuma doença específica e sua decisão de renunciar foi tomada sem pressão externa, disse o porta-voz do Vaticano após o supreendente anúncio do pontífice de que deixaria o cargo no final deste mês. O Padre Federico Lombardi disse que a decisão do Papa, de 85 anos de idade, não foi devido a uma doença, mas a um declínio progressivo da sua força, o que é normal num homem com sua idade."Nos últimos meses ele tem observado um declínio no seu vigor tanto de corpo quanto de espírito", disse Lombardi aos repórteres. "Foi uma decisão pessoal dele, tomada com total liberdade, que merece total respeito", acrescentou.O único
precedente da renúncia de um Papa remonta ao ano de 1294, quando Celestino V abdicou antes de ser consagrado. Antes de ser designado Papa ele havia vivido como um ermitão e não se sentia preparado para assumir o comando da Igreja. O cardeal Peter Turkson, natural do Gana, é um dos nomes apontados como mais prováveis para suceder a Bento XVI no pontificado.Turkson lidera nas casas de apostas com uma margem de 9-4. Recorde-se que a nomeação de um novo Papa é responsabilidade de 118 cardeais, que vão eleger o sumo pontífice em conclave na Capela Sistina, no Vaticano.Uma eventual escolha de Turkson marcaria um momento histórico na Igreja Católica, uma vez que nunca um cidadão fora da Europa foi Papa. Estima-se que mais de metade (70%) da população católica no mundo seja oriunda da América Latina e de África. 

domingo, fevereiro 10, 2013

Quando se faz por respeitar!

O Presidente da República nas cerimónias oficiais por ocasião do Dia dos Heroís Moçambicanos.Os cidadãos que saudam  Armando Guebuza  são militantes da segunda força política da oposição.

Renuncia!


David Sibambo, um dos nove membros da Comissão Central de Ética Pública, acaba de renunciar ao cargo, por razões ainda não tornadas públicas.Sibambo, juiz-conselheiro do Tribunal Administrativo, fora designado pelo Conselho Superior de Magistratura Judicial Administrativa para aquela Comissão, empossada no mês passado pela Presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, no âmbito da Lei de Probidade Pública.A renúncia foi confirmada pelo Presidente da Comissão, Sinai Nhatitima.Sem avançar as razoes da renúncia, Nhatitima assegurou que “já foi designado novo membro que oportunamente vai tomar posse”.A Comissão Central de Ética Pública é composta por nove membros, dos quais três indicados pelo Governo, outro tantos pelo Parlamento e ainda igual número pelas magistraturas judiciais, do ministério público e administrativa.Este órgão tem como atribuições, administrar o sistema de conflitos estabelecido na lei, estabelecer regras, procedimentos e mecanismos que tenham em vista prevenir ou impedir eventuais conflitos de interesses, avaliar e fiscalizar a ocorrência de situações que configurem conflito de interesses e determinar medidas apropriadas para a sua prevenção e eliminação, incluindo a apresentação de queixas ou participação junto ao Ministério Público.Por outro lado, tem como missão orientar e dirimir dúvidas e controvérsias acerca da interpretação das normas que regulam os conflitos de interesse, sem prejuízo das competências próprias dos tribunais sobre a matéria, garantir a protecção dos denunciantes de conflitos de interesses, de acordo com o regime geral de protecção das testemunhas, vitimas, denunciantes e outros operadores necessários.A Comissão tem ainda a responsabilidade de elaborar um modelo de declaração de património prevista na lei de Probidade e que se aplica aos titulares de cargos políticos providos por eleições ou nomeação, juízes e magistrados do Ministério Público, gestores responsáveis da administração central e local do Estado, membros do Conselho de Administração do Banco de Moçambique.Quadros de direcção da Autoridade Tributária de Moçambique, gestores do património público afecto às Forças Armadas e à polícia, independentemente da sua qualidade, os gestores e responsáveis dos institutos públicos, fundos ou fundações públicas, das empresas públicas e os gestores das empresas participadas pelo Estado, bem como membro da Assembleia da Provinciais, deverão fazer igualmente a sua declaração.A lei de probidade pública (Lei número 15/2012 de 14 de Agosto), que entrou em vigor em Novembro do ano passado, se aplica a servidores públicos com vista a assegurar moralidade, transparência, imparcialidade e respeito na gestão do património do Estado.A lei abrange, igualmente, autoridades de entidade s não públicas, singulares ou colectivas, circunstancialmente investidas de poder público. A mesma entrou hoje em vigor, carecendo ainda de condições para a sua aplicação efectiva.

Esteira e cama, tudo está na água...


Daniel Macamo dorme hoje no interior do camião  da empresa para a qual trabalha à beira da estrada de Chehaquelane, principal  centro de refugiados no sul de Moçambique, depois de perder a casa com as  cheias que assolam o país. Enquanto não regressa ao trabalho, o camionista de profissão espera, num pequeno arbusto, pelo abrandamento da água de chuva que invadiu a sua propriedade na região de Chókwé, para retomar a sua vida normal. A situação "vai levar, pelo menos, dois meses", diz convicto, quando questionado sobre o tempo necessário para que o nível da água  baixe na sua zona de origem. Ao lado de uma tenda, onde uma mulher arruma bacias e roupas que sobraram das enxurradas, Daniel Macamo contempla o movimento de carros, mas parece estar mais atento aos seus dois veículos parados no meio da mata, um dos quais já avariado, na sequência da chuva de 15 de janeiro."Tinha duas carrinhas, mas todas entraram na água. Uma está a andar, mas outra não", conta Daniel Macamo, sentando numa cadeira plástica, um dos poucos bens que as cheias não arrastaram. A eventual queda de chuva também é que mais o preocupa, porque esta  pode estragar tudo resto. "Nem dá para dormir. Só se dorme no chão. Esteira e cama, tudo está na água. Todas as coisas que ficaram em casa estão estragadas", diz sobre a situação de milhares de pessoas que se encontram ao longo da estrada que  liga Chókwé a Lionde. Na região de Chihaquelane está montado o maior centro de refugiado das cheias, com 140 mil famílias, que diariamente têm de lutar por um novo tipo de vida que parece não ter fim à vista. E alguns já admitem voltar às suas antigas residências. "Para apanhar água é difícil. Há tanque de camião que passa com água para distribuir a população. Quando acaba fica-se dois ou três dias à espera do novo abastecimento. A água só dá para tomar banho uma vez por dia", refere Daniel Macamo. De resto, conseguir tendas, água e comida constitui agora principal luta de milhares de pessoas que estão lá albergadas, tal como Lázaro Filimão que se queixa de "dormir de qualquer maneira" e nem sabe quando terá uma tenda. Enquanto isso, vai dependendo da boa vontade das outras vítimas das cheias para partilhar tenda. "Porque a relação daqui é feita de conhecidos. Muitas pessoas nesta rua estão à rasca. Quando chove molham, principalmente as crianças, que também dormem fora, com mosquito. Dizem que vão dar tenda, mas são muitas pessoas. Durmo de qualquer maneira", refere Lázaro. O administrador do Chókwé, Alberto Libombo, afirma à Lusa que as autoridades reconhecem essa situação, mas, garante, "os responsáveis dos bairros ainda estão a fazer o levantamento do número de famílias sem tendas". "Hoje vamos iniciar a distribuição de cinco mil talhões", assegura Alberto Libombo. O governo de Chókwé iniciou um processo de parcelamento de novos lotes de terrenos numa zona alta. "Neste momento, o Conselho Municipal foi orientado no sentido de evitar mais parcelamento de talhões na zona da cidade baixa, porque não queremos  que se repita uma situação destas, para não se criarem mais centros de acomodação. Não é fácil gerir mais de 70 mil pessoas, que vivem em condições não muito boas", afirma o dirigente distrital. 




















quarta-feira, fevereiro 06, 2013

O tal Carnaval com paços de samba,daí que...


É, necessário lembrar, historicamente que o Carnaval com estilo brasileiro confunde-se com o comércio de escravos. Pois, foi aqui onde atracaram navios e desembarcaram tripulantes vindos do Brasil com o propósito de transporte de escravos. E, como se não bastasse, alguns se enraizaram criando um ambiente de festas e farras misturadas com as culturas lusitanas e indianas. “Quelimane é um dos lugares de Moçambique que forneceu escravos para Brasil. No entanto, assume em Quelimane, o tal Carnaval com paços de samba, enfrentou o desafio do pluralismo cultural e processo de empréstimo e de transculturação.”A manifestação proveniente de hábitos e costumes deste povo do Sul da actual Zambézia, particularmente de Quelimane, ligados ao canto e dança bem como instrumentos e indumentária transformou-se em Carnaval pelo que se sabe nos princípios do ano 60 do século passado (séc. XX), concretamente.

7 mil afectados e + 10 pessoas mortas! É pouco “mano Mané” ?

Como um político da nova geração, com o alto nível de instrução, exige-se que Manuel de Araújo seja portador de sinais de esperança. Que seja uma fonte de inspiração para que os mais jovens se interessem pela política e devolvam à política a nobreza que ela merece. Para que isso aconteça, o país precisa de políticos diferentes dos que temos hoje.  Causou indignação geral o facto da Presidência da República, o Governo e a família Guebuza terem tomado a triste decisão de oferecer o mega-almoço de celebração dos 70 anos de vida de Armando Guebuza, numa altura em que compatriotas nossos se afogavam em consequência das cheias que fustigam o país. Este acto condenável teve até direito a honras televisivas para que os moçambicanos, incluindo as vítimas da cheias, pudessem acompanhar este momento de celebração do Presidente Guebuza juntamente com os seus 1 000 convivas.A oposição, aproveitando-se deste facto, desdobrou-se em moralismos até certo ponto excessivos para condenar a atitude do Presidente Guebuza. Chamaram nomes ao Presidente da República e sua família. 
Não é que para o meu espanto, tomei conhecimento, através da STV, que Manuel de Araújo,(carinhosamente chamado Mano Mané) edil de Quelimane,
militante do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) está a gastar um milhão de meticais para realizar uma festa popular denominada “Carnaval Chuabo”.Não tenho nada contra as festas populares e acho de bom tom que os governantes apoiem as manifestações populares e o carnaval de Quelimane é uma marca indelével na cultura do povo de Quelimane. Entretanto, é do conhecimento de todos nós que o município de Quelimane e seus munícipes foram afectados pelas cheias e há, neste momento, pessoas que estão a atravessar momentos dramáticos, e não me parece razoável que Manuel de Araújo, na sua qualidade de edil, tire dos cofres municipais um milhão de meticais para promover festas.O mais sensato na minha opinião seria adiar o carnaval, em consequência das cheias na província da Zambézia, incluindo o município de Quelimane. Manuel de Araújo, na sua qualidade de governante, deve ser solidário com outros compatriotas seus em Gaza, Maputo e Sofala que perderam tudo. Mas não é o que está a acontecer. Só na Zambézia, há mais de sete mil pessoas afectadas e mais de 10 pessoas morreram em consequência das cheias! É pouco senhor presidente Manuel de Araújo?
Da mesma forma que a oposição e outros sectores de opinião habituados a criticar Armando Guebuza, a Frelimo e o Governo, espero que tenham a mesma coerência e denunciem este acto simplesmente escandaloso e vergonhoso. De uma figura como Manuel de Araújo, com reconhecido percurso académico e intelectual, era de esperar uma outra forma de estar na política. O recurso a camisetas, música, danças e bebedeiras não pode continuar a ser o expediente político mais apetecível para captar votos por parte de políticos moçambicanos. A política precisa de ser um espaço de trabalho e de debate de ideias e não um espaço para a promoção da bebedeira, do ócio e da estupidificação da sociedade e dos mais jovens em particular.   Como um político da nova geração, com o alto nível de instrução, exige-se que Manuel de Araújo seja portador de sinais de esperança. Que seja uma fonte de inspiração para que os mais jovens se interessem pela política e devolvam à política a nobreza que ela merece. Para que isso aconteça, o país precisa de políticos diferentes dos que temos hoje. Precisa de verdadeiros servidores públicos e não estes que hoje abundam no espaço público que usam o Estado e o povo para dele se servirem. Precisa de gente qualificada que faça uma gestão correcta dos bens públicos e faça a devida prestação de contas.
O país não suporta mais políticos que são avessos à prestação de contas e têm na desorganização organizada o seu modus operandi para pilhar cada vez mais ao povo moçambicano.  O país precisa de mais trabalho e menos festas e, já agora, menos feriados e pontes. Precisamos de políticos trabalhadores e não aqueles que ficam um dia inteiro a desfilar pelas ruas da cidade em nome de carnaval.   Precisa de políticos trabalhadores, mais sensíveis, e não estes que sobrevoam zonas inundadas de helicópteros e montam palanques para fazer comícios dizendo ao povo que há cheias no país porque somos pobres. Precisamos de sinais de esperança já!   Aos autarcas dos partidos da oposição, exige-se seriedade e mais rigor na gestão da coisa pública. Precisam de mostrar que são diferentes da actual governação da Frelimo, em que, em muitas ocasiões, escasseiam exemplos de moralidade e ética pública ao mais alto nível da Governação! (J.B.soico)

Puchaaaa...até são da mesma família política!


O Ministério da Defesa diz que os talhões em volta da base aérea pertencem-lhe e recuperou-os à força. O Gabinete de Zonas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), em representação do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, não concorda e afirma que o governo aprovou um dispositivo legal que estabelece a desactivação da base aérea de Nacala. O director-geral do GAZEDA, Danilo Nalá, explicou ontem que o governo, em sede de Conselho de Ministros, decidiu transferir as forças especiais e transformar a base militar em aeroporto civil. Esta resolução abre caminho para construção do futuro Aeroporto Internacional de Nacala. O responsável defendeu ainda a necessidade de reavaliação do conceito de servidão militar para o aproveitamento económico e social de zonas com forte potencial de crescimento. Entende o director do GAZEDA que é este o princípio que permitiu que várias infra-estruturas fossem construídas próximas do quartel-general, na cidade de Maputo, do Aeroporto Internacional da Beira e do de Nampula.    “Não somos os únicos a fazer isso. Em quase todo o mundo, incluindo Joanesburgo, há infra-estruturas em redor do aeroporto. Não podemos deixar zonas como Nacala sem aproveitamento. Aliás, o próprio Aeroporto Internacional de Nacala só é viável com os negócios em redor”.   A Zona Económica Especial de Nacala foi criada por resolução em Julho de 2007 pelo Conselho de Ministros, integrando os distritos de Nacala-Porto e Nacala-a-Velha. A reivindicação do Ministério da Defesa é levantada seis anos depois da decisão do governo, como se este Ministério não fizesse parte do Conselho de Ministros. Ou melhor, onde estava o Ministério da Defesa e as Forças Armadas de Defesa de Moçambique quando a implantação da Zona Económica Especial de Nacala se iniciou? 
Trata-se de uma posição que já afecta os proprietários dos projectos, que foram interditos de qualquer movimento no local.  Agentes económicos afectados dizem que as FADM travaram as obras e os projectos nos talhões próximos da base aérea de Nacala, colocando guardas armados em vários pontos para impedir qualquer movimento de pessoas e bens.
A situação chocou os proprietários dos projectos, na medida em que estes têm documentos de autorização para exploração, concedidos pelo Conselho Municipal de Nacala-Porto e pelo Gabinete das Zonas de Desenvolvimento Acelerado - GAZEDA.  Há  documentos chancelados pelas hierarquias das duas instituições, nomeadamente, Issufo Chale, edil de Nacala-Porto, e Danilo Nalá, director-geral do GAZEDA. O proprietário de um projecto de construção de um hotel diz que a decisão da paralisação prejudicou a calendarização do pagamento das dívidas e entrada em funcionamento da estância. O hotel deveria ser inaugurado este mês, mas a mão das Forças Armadas impediu. A paralisação levou à destruição e vandalização das obras. As chuvas destruíram um tanque de armazenamento de água, drenos e houve roubo de bens. O proprietário fala já em prejuízos e afirma que o projecto é financiado pela banca no valor de oito milhões de dólares. Mas há muitos outros projectos travados. Danilo Nalá apela ao diálogo e diz que em breve as partes encontrarão uma saída para desbloquear o desentendimento.(OPaís) (Na foto: Ministro do P.Desenvolvimento(de pé),Director do GAZEDA e Presidente C.Municipal de Nacala)

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Os seus detractores internos foram incompetentes!


“Primeiro temos que ter clareza sobre o que é a comunidade científica ou academia.O que é hoje a academia? Eu acho que há um grande equívoco em relação àquilo que consideramos como academia. Um indivíduo pode ter um grau de Doutor, PhD, e não ser académico. E muitas das vezes confundimos o grau de escolaridade com a essência académica. São coisas diferentes. Ser académico implica uma certa postura, uma certa prática profissional: a esta ideia de que nós temos que fazer um esforço colectivo e temos um projecto nacional e a ética dos dirigentes públicos estava em linha com isto. O presidente Chissano quando assumiu o poder, ele encontra uma esfera pública sem cultura reivindicativa, mas a isso junta-se também a sua forma de ser. O seu histórico de diplomata: mais pelo diálogo e negociação. As pessoas também amadureceram politicamente. Vemos hoje que há redução de estar envolvido em investigação, em ensino, produção científica e também ter uma postura profissional deontológica. O que acontece no nosso contexto é que temos muitas pessoas com curso superior e outras até a dar aulas na universidade, mas dar aulas na universidade não faz de ninguém um académico. E são essas pessoas que estão a ser confundidas como parte de uma certa comunidade académica. Enquanto são pessoas que chegam nas faculdades dão aulas e vão-se embora. E são essas pessoas que depois aparecem na esfera pública a defenderem posições de pouca cientificidade com o rótulo de académico. Uma pessoa não pode aparecer a defender coisas sem fundamentos e ainda querer ser chamado de académico. É isso que faz com que haja ideia de que a academia está ao serviço do regime.” Leia aqui, a entrevista concedida por Jaime Macuane, Prof. e ex-Director do curso de Mestrado em Governação e Administração Pública da Universidade Eduardo Mondlane.

Sofrimento Matequenha renova ameaça!


Durante uma reunião com os seus membros provenientes de todos os distritos da província de Manica, o delegado político provincial da Renamo em Manica, Sofrimento Matequenha, que chegou recentemente a chimoio vindo do quartel general do seu partido em Gorongosa, disse que o seu partido vai boicotar as eleições autárquicas, alegando falta de consenso entre o seu partido junto ao Governo moçambicano, depois da mesa redonda fracassada entre estas duas partes.Pelo facto de ter visto as suas intenções frustradas, a Renamo decidiu não participar nas eleições autárquicas deste ano e nem deixará outros partidos participarem.Sofrimento Matequenha disse  ser esta a orientação do seu presidente, Afonso Marceta Macacho Dhlakama, aquartelado em Gorongosa desde Outubro do ano passado.Matequenha afirmou que o seu partido pretende protagonizar uma manifestação pacífica em todo o país, chamando atenção para que, “em caso de o Governo da Frelimo pretender impedir as nossas manifestações com uso da Força de Intervenção Rápida, nós vamos responder à mesma medida e, nessa altura, o nosso fogo não parará antes de derrubarmos a Frelimo do poder”.As manifestações propaladas pela Renamo na reunião do nível provincial em Manica ainda não têm data marcada, mas Matequenha assegura que as eleições autárquicas marcadas para este ano não terão lugar porque o seu partido não vai deixar isso acontecer.