segunda-feira, junho 27, 2022

Libertar a Frente !

Quando se criou a Frente de Libertação de Moçambique, em 1962, contava eu 9 anos e 6 meses. Um ano antes, porém, tivera uma ténue sensação de que algo fora do comum estaria em marcha, nomeadamente com a visita de Eduardo Mondlane a Cambine, onde estudara agronomia nos anos 40. Naquele dia, o meu avô, o Rev. Jossefa Nhatitima, em casa do qual eu vivia e medrava, acordara cedo e cedo partira, de burro, para a vila missionária da Igreja Metodista Episcopal de Moçambique. Regressou no mesmo dia, à noite, e só no dia seguinte tivemos alguns sinais do que fora fazer em Cambine: receber Mondlane e dele ouvir das suas intenções. Recorreu a imagens, a mitos, sem porém nos explicar em termos substantivos o que realmente se passara. Estava radiante e falava mais do que o normal sobre a necessidade de nos concentrarmos nos estudos. Para a nossa idade, acho que teremos percebido o que se projectava para o futuro, provando-o o facto de já na fase adulta nada se ter alterado em termos factuais: a luta pela Independência. Um ano depois fundava-se a Frente de Libertação de Moçambique - FRELIMO.

E ficava-se por aqui?

Como se viu, não.

Para nós, afiliados à Igreja Metodista, o sinal maior foi quando em Junho/Julho de 1964 é indigitado o primeiro bispo negro para a congregação: Anglaze Zunguze. Com efeito, dois meses depois desencadeava-se a luta armada. Tudo quanto se nos deu a perceber era que Mondlane lutava por congregar todas as vontades, ou pelo menos um número alargado de vontades. E tinha-o conseguido. Os anos, e sobretudo depois da implementação do liberalismo, o que se viu foi um sedimentar de uma FRELIMO feita de interesses em detrimento das vontades. Para ser sincero, acho que há muito se devia ter considerado a hipótese de acabar com a associação da FRELIMO a um partido, e fundamentalmente para manter a aura de uma FRELIMO que foi de todos, de quase todos. É que hoje por hoje, a FRELIMO é partido onde pontificam interesses, servindo de âncora a tudo quanto não é recomendável a uma sociedade http://xn--s-yfa.com/ futuro promissor para os nossos filhos e netos, mesmo que a ela se filiem. Era a melhor forma de celebrar Mondlane e sobretudo os 60 anos da fundação da Frente de Libertação de Moçambique. A gente vê "brigadas centrais" calcorreando o país e dizendo a mesma coisa que dizem há anos, sem substância e sem que eles próprios acreditem no que dizem e apregoam. Só querem estar presentes na hora do corte do bolo, para receberem a sua fatia!

(L.Loforte in facebook)

Angola....sondagem eleitoral (Junho)

Sem surpresas, os números pouco oscilam neste 5º exercício mensal. A UNITA/FPU mantém a liderança na intenção de voto, com margem confortável (19%) sobre o seu rival directo, o MPLA. (imagem 1)

Também não constitui novidade (tem sido assim desde fevereiro) que o MPLA leva vantagem entre o eleitorado que nunca frequentou uma escola. Este mês essa vantagem aumentou e a UNITA/FPU ficou abaixo do agrupamento "outros partidos" (APN, CASA-CE, FNLA, PRS, Outros). (imagem 2)

No quesito "género" não há alterações assinaláveis desde o último inquérito há um mês atrás. (imagem 3)

Em municípios considerados rurais a UNITA/FPU perdeu 8 pontos percentuais desde o inqúerito anterior, nivelando-se com o MPLA em redor dos 41%. Nos municípios urbanos a grande discrepância entre os dois concorrentes principais mantém-se. (imagem 4)

Finalmente, para os eleitores entre 18-22 anos, que pela primeira vez terão a ocasião de votar, a história repete-se e a vantagem da UNITA/FPU é inequívoca. (imagem 5)

Registámos 934 inquéritos válidos, em 103 municípios de 18 províncias.

Margem de erro = 3,3%

Intervalo de Confiança = 95%

Metodologia disponível na nossa página web: https://jikuangola.org/inqueritos/index.html#

Sigam a página do Movimento Cívico Mudei para mais informações sobre assuntos eleitorais.