quarta-feira, março 23, 2011

Queda de Sócrates preocupa Guebuza

A diplomacia moçambicana está a acompanhar até que ponto esta situação pode influenciar a política e economia do 'nosso parceiro', numa altura em que Portugal enfrenta grandes desafios, segundo a mesma fonte.'Naturalmente, estamos atentos. Temos relações privilegiadas com Portugal. O que está a acontecer neste momento é uma situação que tem de ser seguida atentamente', sublinhou Miguel Mkaima, embaixador de Moçambique,em Portugal.Segundo o diplomata, as relações económica entre os dois países dependem do comportamento da crise económica e financeira mundial que traz consequências negativas tanto para Moçambique como para Portugal.Independentemente do que vier a acontecer em Portugal, Mkaima defende o reforço da cooperação como uma das alternativas para o crescimento da economia, não só com Moçambique mas também com outros países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).'Espero que a crise política não constitua um transtorno na dinâmica das nossas economias’, sublinhou o embaixador de Moçambique em Portugal. José Sócrates já reafirmou que se demitirá se as medidas de austeridade forem chumbadas, acusando o PSD, maior partido da oposição, de ser responsável pela actual crise política.

ALGUNS DADOS CONTIDOS NO PEC

Petróleo mais caro, economia a recuar e desemprego a subir. O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC 4), entregue pelo Governo na Assembleia da República, traça um cenário propício à austeridade e revê para pior as previsões do Orçamento do Estado para 2011.O PEC 4 aponta para uma taxa de desemprego de 11,2 por cento, um valor recorde. O Governo também recuou significativamente nas previsões para a economia: no Orçamento do Estado (OE) para 2011, falava em crescimento de 0,2 por cento; no PEC 4, fala em recuo de 0,9 por cento.Outro dado saliente do PEC tem que ver com o preço do petróleo. O Governo prevê agora que o barril de 'brent' ronde os 107,2 dólares em 2011, quando no Orçamento do Estado apontava para um valor abaixo dos 80 dólares.A previsão para as exportações aponta para um crescimento de 5,6 por cento, mas apenas 4 por cento em 2014 (o crescimento em 2010 foi 8,7 por cento). Já as importações devem cair 1,1 por cento.Prevê-se também uma alteração das políticas do BCE (Banco Comercial Europeu), com a subida das taxas de referência e a existência de condições de financiamento mais restritivas da economia portuguesa.Nas previsões macroeconómicas do Governo, está previsto um aumento da inflação, quebra da produtividade e quebra do consumo privado, que só deve começar a recuperar em 2014. Já o desemprego prevê-se que comece a diminuir já no próximo ano.Para os próximos três anos, o Governo prevê um aumento da receita fiscal em 1,4 pontos, graças à redução das deduções e benefícios fiscais e às alterações as taxas reduzida e intermédia do IVA. Prevê também uma redução da despesa no mesmo valor, fruto sobretudo dos cortes nas despesas com pessoal e com as prestações sociais. O Executivo compromete-se ainda a suprimir 15 por cento dos cargos de chefia na Função Pública este ano, ou seja, 991 cargos dirigentes.

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