As autoridades moçambicanas usaram um total de quatro aviões, três dos quais fretados, para evacuar mais de 400 imigrantes estrangeiros que se encontravam no país em situação ilegal.O porta-voz do Comando-geral da Polícia moçambicana (PRM), Pedro Cossa, não precisou o custo financeiro desta operação, mas sublinhou que “isso não é barato”.O referido grupo, constituído por paquistaneses, indianos, bengalis e chineses, foi devolvido no princípio do mês passado pelas autoridades sul-africanas para Moçambique, país donde eles partiram para entrar nas terras do rand de forma ilegal.Na sequência disso, o grupo ficou cerca de um mês alojado num centro de trânsito improvisado na Escola da Autoridade Tributária de Moçambique em Boane, província de Maputo, enquanto aguardava pelo seu repatriamento para os respectivos países de origem.“Todos os imigrantes ilegais que se encontravam em Boane já foram repatriados. O último grupo saiu no último fim-de-semana”, disse Cossa, falando durante o habitual briefing policial com a imprensa.Segundo Cossa, para o repatriamento do grosso destes indivíduos, o Estado fretou, a partir da vizinha Africa do Sul, três aviões, sendo um para Bangladesh, outro para Índia e o terceiro para Paquistão.Outra parte dos imigrantes foi evacuada pela Ethiopian Airways, companhia aérea que aparentemente terá transportado alguns desses imigrantes para Moçambique.Nos últimos meses, Moçambique tornou-se num destino ou ponto de trânsito preferido por imigrantes ilegais, na sua maioria somalis e etíopes que fogem das crises nos seus países de origem.As províncias de Cabo Delgado e Nampula têm sido os principais pontos de entrada, sobretudo a partir das suas fronteiras marítimas. Só na semana passada, a Polícia deteve cerca de cem imigrantes ilegais em diversos pontos do país, entre eles cidadãos bengalis, burundeses, etíopes, quenianos e tanzanianos. Destes indivíduos, 62 foram apanhados na Sexta-feira passada na travessia do Rio Ligonha, Centro do país, quando eram transportados em quatro camiões que seguiam em direcção Sul do país.O porta-voz da PRM disse que, após a sua detenção, alguns deles tentaram subornar os agentes da lei e ordem com um valor monetário 20 mil meticais (645 dólares) em troca da sua soltura, mas a tentativa veio a agravar as medidas punitivas.Em Nampula, nas mesmas circunstâncias e com as mesmas intenções, um burundês tentou subornar a Polícia com cinco mil meticais.Face a este recrudescer da imigração ilegal no país, as autoridades lançam um apelo a todos moçambicanos para se manterem vigilantes a este fenómeno, uma vez constituir uma ameaça a soberania nacional e um grande encargo financeiro para o Estado.“Desaconselhamos todos os moçambicanos que de há alguns dias para cá têm acolhido cidadãos estrangeiros ilegais nas suas residências sob o pretexto de arrendamento dos quartos”, disse Cossa, sublinhando que “isto não se pode tornar moda, sobretudo nas cidades”. “Queremos aconselhar todos os moçambicanos que se dedicam a este tipo de negócios para desistirem”, disse o porta-voz da Polícia.Segundo ele, há semanas, a Polícia deteve alguns proprietários de residências onde se encontravam hospedados alguns imigrantes ilegais.
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