quinta-feira, novembro 24, 2011

Clonagem de cartões em Maputo

Está confirmado! O sistema bancário moçambicano está a ser tomado por “gangs” de criminosos que andam a clonar cartões de crédito e de débito. Os utentes dos bancos não estão avisados dos perigos que correm e até aqui os bancos comerciais, mas sobretudo o Banco de Moçambique, ainda não quiseram aparecer em público para darem esclarecimentos sobre o assunto. O perigo que correm os utentes dos cartões – ou seja o perigo dos utentes do também chamado “dinheiro de plástico” virem a ser prejudicados e até que ponto os bancos assegurarão a devolução dos valores que eventualmente venham a ser subtraídos das suas contas fruto de uma eventual acção de clonagem dos seus cartões de crédito e/ou débito nas ATM´s, os bancos ainda não esclareceram.O Standard Bank, o BCI, o Barclays e o Millennium bim, todos tentaram desvalorizar este perigo eminente para os utentes das ATM’s. Foi encontrado um segundo dispositivo de clonagem de cartões em uma ATM de um banco comercial do país, isso no dia 19 de Novembro de 2011. Há apenas cinco dias.Um e-mail está a circular no sector interbancário a informar detalhadamente sobre este dispositivo de clonagem de cartões que foi encontrado numa ATM em Maputo. Leia o e-mail:

No dia 19/Novembro/2011, foi detectado por um elemento da nossa equipe, um dispositivo de Skimmimg (o segundo em território nacional, que seja de nosso conhecimento) numa ATM Diebold de um dos nossos clientes.Elaborámos o presente documento, no sentido de alertar para situações idênticas que possam surgir em outros equipamentos da rede.Estamos já em contacto com o departamento técnico da Diebold, a fim de tentar perceber quais as acções tomadas em outros Países, de modo a minimizar os riscos deste tipo de dispositivos.Estamos igualmente em contacto com um fabricante internacional de protectores de teclado, que permitirão maior privacidade na inserção de pins, bem como impossibilitam a sua gravação por câmaras ocultas.Daremos mais detalhes, assim que obtivermos informações mais concretas dos fabricantes.De modo a que igualmente possamos participar na tentativa de melhoria das condições de segurança, solicitamos que nos sejam de imediato reportados quaisquer casos de dispositivos idênticos que sejam encontrados no País.Aqui, podem perceber-se alguns pormenores que irão ajudar numa análise visual a efectuar pelos supervisores das ATM e pelos nossos técnicos no momento das intervenções na máquina:O primeiro pormenor é a ausência da luz verde que é habitual em redor da ranhura de inserção de cartões. Não existe esta luz… Neste dispositivo, especificamente, não existe, mas alguns outros mais sofisticados reproduzem essa mesma luz.O segundo pormenor, é a existência de um objecto no interior, visível a olho nu, e assinalado a vermelho na foto. Trata-se de um dispositivo de leitura da pista magnética dos cartões, que não existe num “face” legítimo.O terceiro pormenor, neste dispositivo em particular, é o facto de este ser mais saliente que o “face” normal.Um quarto pormenor é que se pode observar um pequeno orifício lateral que parece um defeito de fabrico, mas que oculta uma micro-câmera que filma a operação de digitação dos códigos pelo utilizador.Assim, na primeira foto é capturada a informação da Banda Magnética, e na segunda foto é capturado o PIN do respectivo cartão.Quaisquer destes pormenores serão muito difíceis de detectar pelos utilizadores comuns de ATMs.Após a remoção do dispositivo, são visíveis alguns dos seus componentes: cabeça de leitura dos cartões a clonar [imagem 1], micro-câmera para filmagem da inserção dos códigos PIN [imagem 2] e dispositivo de memória [imagem 3] onde é armazenada a informação para posterior recolha.Neste caso específico, ao que parece e apenas com uma observação muito superficial do dispositivo encontrado, a recolha dos dados capturados obrigaria a que o “dono” do equipamento regressasse posteriormente para efectuar a remoção do mesmo e descarregar para computador os dados armazenados em memória.Não é muito visível na foto, mas existe uma ficha mini-USB no local assinalado com uma flecha.Normalmente, estes dispositivos têm uma bateria interna que lhes permite uma autonomia de cerca de 4 dias e 3 a 4 mil recolhas de informação, pelo que entre a instalação e a remoção dos mesmos não devem passar mais do que três dias. É necessária uma verificação visual diária, mais que uma vez por dia, se possível. Deve ser também verificado o teclado PIN, pois alguns dos dispositivos não possuem a micro-câmera para filmar a introdução do PIN, sendo esta substituída por um falso teclado PIN colocado sobre o verdadeiro, que captura a digitação do código pelo cliente.Deve ser também tomada especial atenção a vestígios de cola nos “faces” legítimos. Os dispositivos de clonagem são habitualmente colados sobre o original com recurso a fita auto-adesiva de ambos os lados, que quase sempre deixam resíduos após a sua remoção. A existência destes vestígios pode denunciar a anterior aplicação de um dispositivo estranho ao equipamento.Existem dispositivos idênticos ainda mais sofisticados, que após cada captura de dados da banda magnética e imagem do PIN enviam uma mensagem SMS com esses dados para um número pré-configurado ou mesmo com ligação via Bluetooth para um notebook colocado nas proximidades. Com estes tipos de dispositivos, se o mesmo for recolhido pelo Banco ou pela Polícia, apenas vai perder o investimento inicial (o custo do aparelho em si, de $500 a $1500), pois já está na posse de dados, em tempo real, que lhe permitem facilmente recuperar e superar grandemente esse valor.Em equipamentos mais recentes, a Diebold alterou já a configuração do “face” dos leitores de cartões (para impedir ou pelo menos dificultar a aplicação deste tipo de aparelhos), de que estamos neste momento a tentar obter detalhes; contudo, até lá, devem ser tomadas medidas rigorosas em todo o parque de máquinas instaladas, de forma a evitar e detectar possíveis casos idênticos.Mas os clientes continuam a ser ignorados. Os bancos continuam sem alertar os utentes. Sobretudo o Banco de Moçambique, entidade com responsabilidades acrescidas por se tratar do banco central – a entidade reguladora do sistema bancário – este também continua a fugir de dar esclarecimentos ao público através da imprensa. Nem mesmo através de panfletos-aviso está a esclarecer os cidadãos utentes de cartões de crédito e débito. (Borges Nhamirre)

terça-feira, novembro 22, 2011

Intercalares

Um total de 266170 eleitores estão inscritos para eleger os três edis no dia sete de Dezembro próximo, nas autarquias de Pemba, Cuamba, no Niassa e Quelimane, respectivamente. Estes dados foram actualizados e ontem revelados pela Comissão Nacional de Eleições ao Canalmoz.Desse total de eleitores escritos, 88.011 estão registados no Município de Pemba.Na capital de Cabo Delgado, no dia 07 de Dezembro, segundo a CNE vão funcionar 95 mesas de assembleia para que os eleitores possam escolher o novo edil.Ainda segundo disse ontem a CNE ao Canalmoz em Maputo, em Quelimane estão registados 134.545 eleitores.Na capital da Zambézia funcionarão 141 mesas de voto nas “intercalares”.No Município de Cuamba, na província do Niassa estão registados 43.614 eleitores. Vão poder votar em 53 mesas de voto.Quanto às queixas que têm sido feitas dando conta que o Movimento Democrático de Moçambique, MDM, liderado pelo Daviz Simango, recrutou citadinos da Beira para se recensearem em Quelimane de modo a votar no dia 07 de Dezembro, a CNE diz estar a investigar o caso através de uma comissão de inquérito criada para o efeito. Mas alegou que não existem provas concretas.“Nós já criamos uma comissão do inquérito para investigar o caso, apesar de as pessoas que nos reportaram o assunto terem feito através de mensagens via telemóvel anónimas”, explicou o presidente da CNE, João Leopoldo da Costa. O presidente da CNE acrescentaria que “apesar das irregularidades que foram ocorrendo ao longo da actualização dos dados, consideramos o balanço positivo, pois nenhum caso irá pôr em causa o escrutínio”. A Comissão Nacional de Eleições, CNE, exortou os candidatos, partidos políticos e munícipes de Quelimane, Pemba e Cuamba, respectivamente, e todos moçambicanos em geral, para observarem o maior civismo e espírito de tolerância durante a campanha eleitoral que vai decorrer a partir de hoje, dia 22 de Novembro, até 4 de Dezembro próximo.Nestas eleições intercalares apenas se elegerão os presidentes dos municípios referidos, a sete de Dezembro.A exortação foi feita em Maputo pelo respectivo presidente da CNE, João Leopoldo da Costa. Fê-la numa conferência de imprensa convocada para o efeito e que teve lugar ontem na sede da CNE.João Leopoldo da Costa explicou que a campanha eleitoral deve servir para os candidatos e os partidos divulgarem os seus programas de governação nos três municípios.De referir que os edis que serão eleitos a 07 de Dezembro terminam os seus mandatos quando se realizarem as próximas eleições autárquicas em simultâneo em todas as autarquias do País.A “intercalares”de 07 de Dezembro são apenas para se elegerem os edis que renunciaram aos seus mandatos por ordens da direcção da Frelimo.A Frelimo receava as consequências da gestão desastrosa a que aqueles municípios têm estado sujeitos por alegada falta de meios postos à disposição dos edis que cessaram funções e tentou, ao obrigá-los a renunciarem, transferir para eles o ónus da desordem e descalabro que reina nos municípios de Pemba, Cuamba e Quelimane.Para o presidente da CNE, fazer democracia não é criar desordem e vandalismo, mas, sim, um momento de reflexão e festa, daí o apelo ao respeito ao próximo, deontologia e ética ao longo dos próximos dias.O presidente da CNE referiu na conferência de Imprensa que os candidatos não podem usar bens públicos, como viaturas ou instalações do Estado, para fins de campanha eleitoral.O presidente da CNE avisou ainda que não vai tolerar qualquer acto de sabotagem durante a campanha. As próximas autárquicas serão em 2014. Nessa altura serão também eleitas as respectivas assembleias municipais. Nestas “intercalares” só serão eleitos os presidente dos conselhos municipais. (Raimundo Moiane)





quinta-feira, novembro 17, 2011

Ya-qub recebido por Guebuza

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, recebeu em audiência o líder da Oposição Construtiva, Ya-qub Sibindy, que entre os dias 23 a 31 de Outubro último esteve no Egipto em visita de trabalho, com o propósito de atrair investimentos para o país.Na audiência havida na Presidência da República, em Maputo, Sibindy apresentou o saldo da sua visita àquele país do norte de África, onde manteve vários encontros com as lideranças de instituições como a Consultoria Internacional Limitada (ICL) e do “International Investment Bank-Beltower”.Sibindy, que é também é líder do Partido Independente de Moçambique (PIMO), força política da oposição ( sem acentos no parlamento), revelou que o presidente do ICL, órgão de consultoria internacional ligada ao Banco Islâmico, estará em Moçambique, no final do mês, onde vai anunciar a disponibilidade de financiar o projecto de uma linha férrea eléctrica ligando o norte ao sul do país.Aliás, segundo Sibindy, os projectos entregues a ICL para investimentos estão avaliados em pouco mais de 17 biliões de dólares americanos e durante a visita do presidente do ICL serão discutidos os mecanismos técnicos para garantir a capacidade financeira naquele projecto.No pacote de iniciativas apresentados a ICL consta, segundo o líder do PIMO, o projecto de construção de uma indústria de transformação de carvão mineral em diesel, gasolina e outros combustíveis líquidos derivados deste recurso energético para aliviar a alta de preços no país.“Quanto as grandes reservas de carvão, uma das áreas de interesse, eles querem instalar uma indústria transformadora para converter o minério em combustível líquido, a semelhança dos derivados do petróleo, para minimizar os custos no mercado moçambicano”, explicou Sibindy.A construção do novo aeroporto internacional de Pemba, província de Cabo Delgado, norte do país, que vai aumentar o fluxo do turismo, bem como o projecto arco norte são iniciativas na manga do banco.Sibindy disse aos jornalistas que Moçambique ao tornar-se membro do grupo ICL ganha o estatuto de representante exclusivo da África e Médio Oriente em relação aos projectos financiados pelo grupo.

É pá!!!

Uma campanha publicitária lançada pela marca Benetton está a causar polêmica ao exibir outdoors com fotomontagens de líderes políticos e religiosos se beijando. O objectivo da campanha, baptizada “Unhate”, é se opor à "cultura do ódio".Entre os líderes retratados estão o papa Bento 16, que aparece aos beijos com Ahmed Mohamed el Tayeb, imã da mesquita de Al Azhar no Cairo. O Vaticano protestou contra a campanha.O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) também aparece beijando o primeiro ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Numa outra fotomontagem, a chanceler alemã, Angela Merkel, é vista beijando o presidente francês, Nicolas Sarkozy.Já o presidente norte-americano, Barack Obama, aparece em duas situações; em uma beijando o líder chinês, Hu Jintao, em outra, Obama é visto dando um beijo no presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cortou (16) o cabelo e a barba, mantendo apenas o bigode, alterando uma imagem de décadas. A ex-primeira-dama Marisa Letícia foi quem raspou a barba e o cabelo de Lula, que se submete a sessões de quimioterapia em um tratamento contra um câncer na laringe.Em nota, o Instituto Lula informa que o ex-presidente se antecipou à queda de cabelo decorrente do tratamento. A equipe médica do petista previa que, a partir desta semana, ele começaria a perder tanto a barba como o cabelo. O ex-presidente permaneceu nesta quarta-feira no seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP), onde foi submetido a um exame de sangue pela manhã. Na próxima semana, o ex-presidente realizará a segunda sessão de quimioterapia no combate contra o câncer.(Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

quarta-feira, novembro 16, 2011

Telhados de vidro

Membros dos secretariados dos comités locais do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) sediados na cidade da Beira afirmaram de forma unânime que o secretário-geral da agremiação, Eduardo Constantino, impôs uma mão ditatorial ao dissolver unilateralmente em Sofala, o secretariado provincial eleito em 2006, composto por Maria Celeste Mac-Arthur e Amad Sadique (Diário de Moçambique) e António Janeiro (Notícias). Consideram que a referida decisão, sem prévia consulta aos membros dos secretariados dos comités locais do SNJ desta parcela do país, mostra claramente uma mão ditatorial em “casa alheia”.António Chimundo, membro do comité local da sede do “Diário de Moçambique”, foi um dos entrevistados, tendo iniciado a sua intervenção lamentando a atitude do secretário-geral do SNJ. Afirmou que o visado agiu de má-fé, pois um órgão eleito em princípio só é dissolvido em assembleia que o elegeu por meio de votação dos respectivos associados. A fonte do “DM” afirmou que na eventualidade de existirem irregularidades, a pessoa seria convocada a uma assembleia extraordinária para analisar tais problemas para, em seguida, proceder-se à devida deliberação.“Não foi feita nenhuma consulta. Os comités locais do SNJ não foram convocados para em assembleia subscreverem tal decisão. Portanto, o secretário-geral saiu de Maputo e veio ditar suas regras na Beira, daí que digo que ele é ditador” – referiu António Chimundo, acrescentando que Eduardo Constantino nem sequer se fez presente na eleição do referido secretariado provincial.O interlocutor afirmou ainda que a pessoa do secretário-geral do SNJ está igualmente repleta de irregularidades, pois em nenhuma ocasião apresentou o relatório e contas mesmo recebendo dinheiro do Governo.António Chimundo frisou que a guerra instalada em Sofala visa, entre outros objectivos, “arrancar” a gestão do restaurante e das bombas de abastecimento de combustível para entregar a um “yes man” do secretário-geral na cidade da Beira. “Nós já conhecemos quem é essa pessoa”, disse Chimundo.Horácio João, do comité local do SNJ, jornal Notícias, delegação da Beira, afirmou, por seu turno, que o problema do fundo em relação à demissão do secretariado provincial de Sofala, tem a ver com a interferência, na medida em que todos pretendem tirar dividendos das instalações da agremiação nesta parcela do país.“Não conheço a realidade de outros sindicatos do país, mas me parece que não têm património, razão pela qual não há barulho similar ao vivido na Beira. Acontece que exceptuando Sofala, outras províncias do país já realizaram as suas conferências” – disse Horácio João, para quem a pessoa do secretário-geral está na mesma situação de irregularidades, pois há vários meses que não realiza a conferência nacional.“As coisas estão tão desorganizadas de tal forma que originam o não pagamento de quotas por parte de muitos jornalistas, pois estes não vêem o benefício de suas contribuições” – afirmou Horácio João, para quem a culpa é do secretário-geral e do secretariado provincial de Sofala, na medida em que o primeiro organismo “atropelou” os estatutos ao dissolver um órgão, que pecou por ter adiado sucessivamente a conferência sem uma justificação plausível.Horácio João aproveitou a ocasião para falar de outros assuntos, afirmando que um dos problemas graves que desmoraliza a camada jornalística em Sofala prende-se com a invasão dos editores e outros responsáveis da comunicação social, no SNJ, situação que dificulta a liberdade de expressão dos membros dos comités locais da agremiação.“Quem irá resolver os nossos litígios, uma vez que os nossos chefes são ao mesmo tempo juízes e árbitros” – questionou Horácio João.Enquanto isso, Constantino André, do comité local do SNJ da Rádio Pax, lamentou a atitude do secretário-geral do organismo, na medida em que aquele não tem competência para destituir qualquer secretariado provincial no país.“Era necessário que os comités locais do SNJ em Sofala fossem convocados para debater os problemas do secretariado provincial de Sofala e encontrar uma saída, mas o que aconteceu foi uma tomada de decisão unilateral, ou seja, o secretário-geral veio lavar roupa em casa do outro, isso não se faz” – afirmou o nosso interlocutor.

...estarem a limitar os espaços de recreação da juventude

Os membros da Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola, JMPLA, ameaçam realizar uma manifestação violenta contra a falta de liberdade de expressão no seio do partido no poder, noticiou rádio oficial da Casa Branca (Voz da América) , num despacho de António Capalandanda. Em carta ao primeiro secretário provincial do MPLA em Benguela, Armando da Cruz Neto, os protestantes avisam que irão sair às ruas no próximo dia 10 de Dezembro, data da fundação do MPLA, acompanhados de instrumentos perigosos para se defenderem contra uma eventual repressão policial.Na missiva a que radio oficial da Casa Branca teve acesso, os jovens avisam que irão boicotar as eleições no município da Catumbela e acusam alguns dirigentes daquela formação partidária de estarem a limitar os espaços de recreação da juventude da municipalidade. Ameaçam ainda esfaquear e espancar todo jovem que exibir “t-shirts” ou qualquer outro material de propaganda da JMPLA durante os protestos na Catumbela, caso a direcção do partido não resolva o conflito que opõe aquela organização juvenil e o próprio MPLA.A marcha de protesto, segundo a fonte citada pela VOA, irá terminar com um acto político onde os jovens, dizem que irão fazer uma declaração de abandono das fileiras daquela força política.Refira-se que inicialmente os protestos estavam planeados para o passado dia 11 de Novembro a partir das 24 horas mas por razoes ainda desconhecidas elas não aconteceram na data planeada.Contudo, os reivindicadores mostram-se dispostos em se manifestarem no próximo mês. “JMPLA Esperança Para Um Futuro Pior” é um dos slogans que os manifestantes pretendem usar durante os protestos.

terça-feira, novembro 15, 2011

Carros a gás, uma aposta para ganhar

O Governo moçambicano vai abrir 15 novos postos de abastecimento de viaturas movidas a gás natural até 2014.Os novos postos de abastecimento deste combustível serão construídos em diversos pontos, num plano que se enquadra na maximização do uso daquele tipo de combustível que se revela abundante em Moçambique.Fonte do Ministério da Energia é citada pela edição do jornal “Noticias” a revelar que já foram identificados parceiros do Governo, para a implementação deste projecto, como é o caso da Empresa Pública Petróleos de Moçambique (Petromoc) e a Autogás.Estudos recentes indicam que os carros que usam gás são altamente económicos, sendo que as suas despesas são quase um terço dos custos dos veículos que funcionam a gasolina. Com base neste projecto, prevê-se a construção de dois novos postos de abastecimento de gás natural na cidade de Maputo, a capital moçambicana. Em 2012 serão erguidas cinco bombas na Matola, Maputo, Manhiça, Vilankulo e Massinga e, em 2013, estas infra-estruturas serão expandidas para Macia, Chókwè, Xai-Xai e Inhassoro, todas estas zonas localizam-se na região Sul do país.Ainda de acordo com as previsões da Direcção Nacional de Energia, em 2014 outras quatro bombas serão construídas nos distritos da Maxixe, Funhaloro, Zavala (Quissico) e cidade de Inhambane, também no Sul de Moçambique.A iniciativa, segundo a fonte, será materializada através de um contrato de co-financiamento a fundo perdido, com as empresas Petromoc e Autogás a custearem as despesas de construção em 50 por cento por cada bomba, e os restantes 50 por cento suportados pela entidade gestora dos fundos de desenvolvimento do gás veicular.A fonte explicou que a decisão de co-financiamento foi tomada tendo em conta a onerosidade da construção de postos do género, cujos custos chegam a atingir cerca de 500 mil dólares norte-americanos por cada unidade, tomando-se também em consideração a debilidade financeira das empresas que vão implementar o projecto.Espera-se que nos primeiros quatro anos de implementação deste projecto, maior atenção estará centrada na cidade de Maputo por ser o local que concentra o maior parque automóvel do país (cerca de 250 mil veículos).Um dos grandes constrangimentos no uso de gás natural veicular em Moçambique está relacionado com a carestia dos custos de conversão das viaturas que chegam a atingir mais de 30 mil meticais por carro.Actualmente, a rede de canalização de gás natural, produzido nos campos de Temane, em Inhambane, apenas cobre as áreas da Matola e a parte norte da província de Inhambane, estando prevista a sua extensão para a cidade do Maputo e distrito de Marracuene

Água para um milhão de moçambicanos

Cerca de 42,8 milhões de dólares norte-americanos estão a ser aplicados em Moçambique para potenciar o acesso a água potável nas zonas rurais, construção de infra-estruturas de saneamento, e promoção de hábitos de higiene melhorados.Segundo um comunicado de imprensa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estas actividades estão a ser levadas a cabo em 18 distritos das províncias de Sofala, Manica e Tete, região Centro, no âmbito da “Iniciativa Um Milhão em Moçambique”O programa é parte de uma parceria global entre o Governo dos Países Baixos e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no domínio de água, saneamento e higiene em sete países da África Oriental e Austral (Comores, Etiópia, Quénia, Malawi, Moçambique, Ruanda e Zâmbia), que visa proporcionar acesso sustentável a água potável e saneamento seguro a cerca de cinco milhões de pessoas até 2013.A Iniciativa ‘Um Milhão’ apoia duas principais componentes nomeadamente a de acesso a água e saneamento para as populações pobres e vulneráveis que residem em áreas rurais e a de capacitação e desenvolvimento de instituições do Estado e da sociedade civil aos níveis distrital e provincial para cumprirem os seus papéis e responsabilidades de forma mais eficaz. Um enfoque fundamental é dado ao acesso a água potável e saneamento adequado, ao mesmo tempo que se reforça o conhecimento e as habilidades das comunidades e dos alunos a adoptarem práticas sanitárias adequadas. O sector privado e a sociedade estão empenhados na criação de um ambiente que propicie e promova uma participação activa das comunidades e indivíduos neste processo. O programa combina uma abordagem baseada em direitos humanos e multi-sectorial com um enfoque nos aspectos de equidade. Como resultado, as comunidades, através de um processo de resposta à procura, assumem a liderança na planificação, implementação e manutenção, e gestão das suas instalações de água e saneamento. A Iniciativa Um Milhão é implementada pelo Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), Direcção Nacional de Águas e suas direcções provinciais e Governos distritais, com o apoio técnico do UNICEF e envolvimento activo do sector privado, organizações da sociedade civil e comunidades. Entre esses parceiros estão ONGs nacionais e internacionais (como o SNV a Visão Mundial, a CoWater). Esta forte colaboração e conjugação de esforços é fundamental para que se consigam alcançar resultados e garantir a sustentabilidade dos serviços.

segunda-feira, novembro 14, 2011

"Nem do Sporting de lá gosto, quanto mais este"

O ex-futebolista luso moçambicano Eusébio da Silva Ferreira fala um pouco do seu passado criticando o clube português Sporting. “Não gosto do Sporting. No meu bairro (Mafalala, arredores de Maputo), era um clube de elite, da polícia, que não gostava das pessoas de cor (pretos), era racista”. É desta forma taxativa que Eusébio descreve a visão que tem do clube de Alvalade, numa entrevista à revista ‘Única’, publicada este sábado, em Lisboa.A antiga glória do Benfica revela que o Sporting não quis pagar a mesma verba que o clube encarnado e que não respeitou a sua família. “Assinei contrato com o Benfica, não assinei nada com o Sporting. É tudo mentira”, afirmou a antiga glória do futebol internacional.Eusébio conta que o clube encarnado pagou 250 contos à sua mãe e ao irmão mais velho, um valor que o presidente do Sporting da altura, Braz Medeiros, não pensou em cobrir.Eusébio explica que apenas jogou no Sporting de Lourenço Marques (hoje Maxaquene de Maputo), quando vivia em Moçambique, porque o treinador do Desportivo nunca o “deixou treinar” e porque a “mãe não percebia nada de futebol”. Sobre o alegado rapto, Eusébio é peremptório: “Então se o Benfica me tivesse raptado, eu iria gostar de uma equipa que me tinha feito isso? Não gosto é do Sporting”. Para o ex-jogador, a história foi inventada porque, após três meses da sua chegada a Portugal, o clube de Alvalade percebeu o seu valor. “Eu nem do Sporting de lá gosto, quanto mais do de cá. Tudo o que hoje sou é graças a mim, aos meus colegas e ao Benfica”, diz o homem nascido no bairro da Mafalala. Na mesma entrevista, o ex-internacional português diz ainda que só não jogou em Itália porque o António Oliveira Salazar, o “padrinho” como lhe chama e com quem se encontrou oito vezes na Assembleia da República, nunca o deixou sair de Portugal. António Oliveira Salazar é o político fascista português.

Contra o pneumococo

O Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, disse que Moçambique introduzirá, em 2012, a vacina contra o pneumococo e, em 2013, uma outra contra o rotavírus, com vista a reduzir ainda mais a mortalidade infantil e colocar o país perto da meta preconizada no 4/o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM).O 4/o ODM estabelece que os países em desenvolvimento devem aumentar os esforços para reduzir, até 2015, a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos de idade.O pneumococo é uma doença cuja característica fundamental reside nas infecções respiratórias e mata anualmente cerca de um milhão de crianças em todo o mundo, 90 por cento das quais nos países em desenvolvimento. O rotavírus manifesta-se por vómitos e febres altas.'Comprometo-me a atribuir a máxima prioridade a este assunto', disse o Ministro, enaltecendo o facto de o CoPI ter incluído o ponto de agenda a ser tónica dominante no encontro de dois dias.Em relação ao tema 'Novos Paradigmas para a Avaliação e Promoção de Vacinas', o titular da pasta da saúde disse que a discussão ocorre num momento oportuno, porque a maioria das pessoas estava habituada a vacinas com taxas de eficácia próximas de 100 por cento, quando administradas em boas condições.'Até aqui nós podíamos dizer às mães e pais que tragam as vossas crianças à vacinação e os vossos filhos serão livres das doenças para as quais foram imunizados', explicou o ministro.Porém, a partir de agora, segundo o ministro, passar-se-á a dispor de vacinas que permitirão reduzir o peso das respectivas doenças, mas que não terão o mesmo grau de eficácia das vacinas até então utilizadas.Desta feita, indciou, é necessária uma reprogramação, visando habituar a se conviver com esta realidade bem como encontrar novas fórmulas de promoção de vacinas.O titular da pasta da saúde disse, por outro lado, que a África em geral e Moçambique, em particular, têm estado a registar, no decurso da última década, enormes progressos na luta contra o sarampo que já não é um dos elementos determinantes da mortalidade infantil.Todavia, não se pode repousar sobre os louros, porquanto baseado nestes sucessos, a comunidade internacional em geral e a África, em particular, fixaram a ambiciosa meta de eliminar o sarampo até 2020.O CoPI é um órgão de análise científica das questões ligadas a imunização e doenças preveníveis por vacinas, para produzir recomendações cientificamente fundamentadas, auxiliando, desse modo, ao ministro e seus colaboradores a tomarem decisões correctas.

Avisamos que está proibido alinhar com....

Assustado com as várias hipóteses que poderão eventualmente suscitar rebeliões, sobretudo a ameaça dos desmobilizados de guerra liderados por Hermínio dos Santos, o Governo começou a usar chefes dos quarteirões para passar a ameaça de que não tolerará pessoas agrupadas, e grupos de pessoas a desfilar. Por outras palavras, contrariando a Constituição o Governo usou o os chefes de quarteirões para anunciar que não vai permitir que cidadãos de Maputo saiam às ruas para protestarem por qualquer que seja o motivo.Objectivamente, segundo informações , “o senhor Macamo, chefe do quarteirão 17 do bairro de Ferroviário e os chefes dos quarteirões 32, 37 e 38, dos bairros da Polana Caniço, reuniram com pessoas desses bairros para anunciarem que está proibido qualquer manifestaçãopopular”.“Queremos avisar que está proibido alinhar com todos os grupos que aparecerem em protesto contra o governo” disse um responsável do bairro da Polana-Caniço citado por uma das fontes que nos procurou. Vários populares dos bairros confirmaram-nos que a ameaça está a ser difundida.“Está proibido qualquer sinal de manifestação” foi a frase que mais ouvimos. Os chefes dos quarteirões acima referidos terão dito aos populares que o governo não quer ver filas de pessoas em protesto. Ninguém deve seguir “um aglomerado de pessoas agitadas, porque desestabilizam a ordem e tranquilidade públicas”. Foi com estas palavras que os chefes dos quarteirões andaram ontem a tentar desmobilizar as pessoas em alguns bairros periféricos de Maputo.O Fórum dos Desmobilizados de Guerra, a organização que congrega pouco mais de 13 mil ex-militares provenientes das fileiras das extintas Forças Armadas de Moçambique/Forças Populares de Libertação de Moçambique (FAM/FPLM), mais os da então guerrilha da Renamo, ex-milicianos, ex-Naparamas, ex-Grupos de Vigilância, viúvas, etc. tem estado a acusar o governo moçambicano de estar a tentar aldrabar e dividir os desmobilizados para estes não continuarem a reivindicar os seus direitos.O Governo liderado pela dupla do presidente Armando Guebuza e do primeiro-ministro Aires Ali, para além de estarem em confronto com os desmobilizados de guerra vêm lidando, há vários anos, com uma manifestação semanal dos “magermanes” [ex-trabalhadores da ex-RDA - Alemanha) que não param de dizer que as suas pensões de reforma entregues pela Alemanha ao Governo de Moçambique foram-lhes roubadas. (Bernardo Álvaro)

sexta-feira, novembro 11, 2011

Assim, não!

Ao principio do mês, a Polícia da República de Moçambique (PRM) deu conta da fuga, em circunstâncias estranhas, de seis perigosos cadastrados das celas do Comando da corporação ao nível da cidade de Maputo. Curiosamente, as autoridades policiais só se deram conta dessa situação nas primeiras horas da manhã de terça-feira, quando, na verdade, as fugas começaram na noite de domingo com a evasão de três dos criminosos em causa.À semelhança do que aconteceu em ocasiões anteriores, o Comando Geral da PRM criou uma comissão para investigar o assunto e apurar as responsabilidades. Contudo, até ao momento foram detidos dois agentes policiais que se pensa que tenham facilitado a fuga.Da forma como as coisas aconteceram, até o Aníbal dos Santos Júnior, vulgo Anibalzinho, poderia ter fugido se assim o quisesse. Só não o fez provavelmente porque ele não tenha onde ir e joga contra si o facto de poder ser facilmente identificado, uma vez que é sobejamente conhecido no seio da sociedade, mesmo por crianças. O assunto em si não constitui surpresa, pois não passa da reedição de episódios de fugas de Anibalzinho, envolvido no assassinato do jornalista Carlos Cardoso, em Novembro de 2000, quer da cadeia de máxima segurança, por duas vezes, quer das celas do Comando da PRM.Na sequência de esquemas envolvendo alguns agentes desonestos, fugiram, em 2008, dessa vez juntamente com o Anibalzinho, os criminosos “Todinho”, indiciado na morte do director da Cadeia Central de Maputo, e “Samito”, acusado da prática de uma dezena de homicídios, entre os quais o assassínio de quatro agentes da PRM e de um cidadão de origem paquistanesa.Tanto estas como outras situações de fuga de reclusos das celas, quer do Comando da PRM, em Maputo, quer da cadeia de máxima segurança, vulgo BO, quer ainda da cadeia central, têm uma explicação: alguns agentes estão comprometidos com os criminosos e a corrupção tomou de assalto a corporação.Mais do que isso, estamos perante um problema estrutural, do sistema que está corrompido. Não se trata aqui da fragilidade das infra-estruturas prisionais. Todas as fugas de reclusos que temos estado a acompanhar têm a ver com facilidades oferecidas por polícias subornados. Esta situação leva-nos a crer que a Polícia continua a albergar agentes ao serviço de criminosos, está infiltrada de corruptos que mais se preocupam em encher os seus bolsos do que propriamente cumprir com as suas responsabilidades como protectores dos cidadãos.Por isso, não devemos continuar a pactuar com agentes da Polícia comprometidos com gangs. Não devemos admitir que sejam membros da PRM indivíduos corruptos e capazes de pôr em causa a vida da maioria, só para satisfazerem os seus interesses mesquinhos.

quarta-feira, novembro 09, 2011

A Beira de Simango

O Conselho Municipal da Beira (CMB) acaba de lançar a primeira pedra para asfaltagem de mais uma via, totalizando cinco construídas em pavés na capital de Sofala. Trata-se da rua que parte de Matacuane, ligando os bairros da Munhava e Chota, passado pela Praça dos Heróis até à rua Carlos Pereira. Avaliada em 67 milhões de meticais, 30 milhões dos quais serão disponibilizados pelo CMB e os restantes pelos parceiros de cooperação, a infra-estrutura foi confiada a CMC e deverá durar aproximadamente doze meses, findos os quais a obra deverá ser entregue à edilidade.Com um troço de cerca de cinco quilómetros, a rodovia enfrenta, nos últimos tempos, problemas sérios de transitabilidade para viaturas ligeiras com tracção à quatro rodas principalmente nos dias de muita chuva, devido a buracos causados pelo desgaste dos solos. O lançamento ontem da primeira pedra para a colocação de pavés abre uma nova esperança aos utilizadores da via, sejam eles peões assim como automobilistas, os quais se viam privados de encurtar as distâncias devido ao estado em que a rua se encontra hoje.Intervindo, em separado, momentos depois do lançamento da primeira pedra, os moradores tanto do bairro de Matacuane assim como da Munhava e Chota mostraram-se satisfeitos pelo facto de o CMB ter contemplado aquela via no plano de reabilitação.O presidente do CMB, Daviz Simango, disse que com a reabilitação daquele troço vão-se minimizar os custos de combustível aos potenciais utilizadores da via.“A população que sai do Chiveve em direcção ao Aeroporto Internacional da Beira, usando vias alternativas, poderá respirar de alívio. Queremos pedir a compreensão de todos porque de hoje em diante poderão encontrar dificuldades de circulação devido às obras de reabilitação que estarão em curso”, disse.Segundo Daviz, é necessário que os cidadãos residentes nas cercanias da rua, que dentro de dias estará em reabilitação, estejam vigilantes de modo a controlar possíveis casos de roubo do material, principalmente dos pavés, que serão usados na pavimentação. “Alguns oportunistas vão tentar roubar este material, daí que é necessário que os cidadãos nos ajudem a denunciar estas pessoas. Queremos agradecer aos nossos parceiros do Programa do Desenvolvimento Autárquico pelo facto de nos terem concedido o montante necessário para a reabilitação deste troço de pelo menos cinco quilómetros”, disse.

terça-feira, novembro 08, 2011

Este país é um colosso!

O Ministro britânico para África, Hery Bellingham, disse que o potencial que Moçambique detém na área da agricultura coloca o país em posição privilegiada para a atracção de mais investimentos daquele país europeu para o crescimento da actividade fundamental ao desenvolvimento socio-económico.Bellingham falava no distrito de Chókwè, província meridional de Gaza, no fim de uma visita que efectuou as instalações da fábrica “Mozfoods”, fruto do investimento britânico, cuja actividade consiste no fomento da cultura do arroz através da compra, processamento e armazenamento, para de seguida colocar o produto no mercado. O milho é também uma aposta da mesma.No distrito de Chókwè, a fonte visitou também os campos de cultivo da 'Envest', companhia do ramo da agricultura que se dedica ao cultivo horticulturas diversas, numa área calculada em 1000 hectares de terra no regadio de Chókwè.“Fiquei satisfeito com o vi e esta visita. Mostrou-me que o país tem um forte potencial para investimento na agricultura, sentimento que tanto eu quanto as empresas que aqui estão a investir partilham”, disse o ministro britânico, apontando que dos milhões de hectares de terra arável em Moçambique, apenas uma fracção reduzida é aproveitada.Os milhões de hectares que o país possui abrem, segundo Bellingham, a possibilidade de o país se tornar um grande exportador do arroz e milho produzidos no Chókwè, tanto para o mercado nacional, regional e de outras latitudes.A fonte disse, por outro lado, ter ficado satisfeita por ver especialistas britânicos a formar técnicos locais nas duas áreas (agricultura e horticultura), desde a produção, processamento e armazenamento, porque a medida que o tempo for passando haverá mais moçambicanos empregues e a assegurar os destinos do crescimento da produção.O administrador do distrito de Chókwè, Alberto Libombo, disse, por seu turno, que os dois projectos estão a gerar um valor acrescentado no desenvolvimento do distrito, sobretudo nas comunidades que estão mais próximas das empresas.Libombo disse, por exemplo, que antes da reabilitação da fábrica, todo o arroz produzido no Chókwè era processado em Palmeiras, distrito da Manhiça, província meridional de Maputo, mas com a mudança de paradigma (processamento no Chókwè) está a criar um impacto positivo para o distrito, a província e as populações em geral. A Envest, segundo o administrador, é uma empresa nova cuja produção começou este ano, mas pelas provas até aqui dadas promete ser uma grande empresa que, por sinal, ainda não começou a explorar na totalidade os 1000 hectares concedidos pela população.Libombo acrescentou que a Envest está a explorar actualmente apenas um quarto da sua capacidade e emprega trabalhadores locais. Também abriu furos de água para a população, assim como para o abeberamento do gado e, para além destas iniciativas, tem ainda a componente electrificação traduzido na montagem de posto de transformação para que a população da zona onde actua possa se beneficiar da energia.“As populações locais já têm a luz eléctrica em casa e quem tem este bem pode fazer mais alguma coisa para melhorar a sua própria vida”, disse Libombo, acrescentando que a Envest pretende construir uma clínica que vai assistir também as comunidades.O Reino Unido é um dos maiores doadores bilaterais de Moçambique, desembolsando por ano mais de 80 milhões de libras (cerca de 120 milhões de dólares). Cerca de 70 por cento do montante é destinado ao Apoio ao Orçamento, enquanto o remanescente 30 por cento vai para áreas como a saúde e HIV/SIDA, educação e infra-estruturas.

Waziri mashambulizi Makwa Millionaire kundi

A Ministra moçambicana do Trabalho, Maria Helena Taípo, ordenou o encerramento imediato e por tempo indeterminado da “GSHolding Lda”, na cidade portuária de Nacala-Porto, uma empresa constituída por cinco unidades fabris vocacionadas à produção e processamento de diversos produtos, incluindo sabão, óleo vegetal, farinha de trigo, rebuçados e chapas de zinco.Segundo noticiam os diários privados “O Pais” e “Wamphulafax”, a suspensão das actividades daquele complexo industrial pertencente ao Grupo Gulamo surge na sequência de visitas-surpresa efectuadas por Taipo durante dois dias a diversas empresas da província de Nampula, incluindo à GSHolding, onde constatou violações sistemáticas da Lei do Trabalho. Entre as violações constam o emprego de mão-de-obra infantil e de estrangeiros sem respeito à legislação específica, desrespeito aos trabalhadores, insegurança no trabalho, expulsões arbitrárias, ausência de assistência médica e medicamentosa, inobservância do horário de trabalho, fuga de responsabilidade em acidentes laborais, falta de condições sanitárias mínimas para o exercício de actividade, falta de equipamentos de trabalho, entre outras.Taipo manifestou o seu desagrado com as irregularidades detectadas e, na ocasião, observou que não faz sentido a existência, em pleno século XXI, de empregadores que continuam a humilhar os seus trabalhadores com práticas desumanas e de “autêntica” escravatura.A titular do pelouro do Trabalho referiu que não faz sentido que os empregadores se preocupem apenas em amealhar lucros e não tenham a mínima sensibilidade pelo bem-estar das pessoas. Prometeu que o governo vai continuar atento e a manter um “combate sem tréguas” contra os empregadores que não respeitam a dignidade dos trabalhadores.Na ocasião, Taipo referiu que o empreendimento será reaberto depois de sanadas todas as irregularidades e devidamente provada num relatório da equipa de inspectores constituída para supervisionar a instituição.Ainda no decurso da sua visita de trabalho, Helena Taipo demitiu o director distrital do Trabalho, Mário Camilo, afecto naquela região costeira desde 2007, por negligência, incompetência no acompanhamento das actividades laborais, bem como na falta de tomada de decisões contra os infractores da legislação laboral moçambicana, sobretudo em relação à GSHolding.O director, ora exonerado, alegou, em sua defesa, que sempre que tentou inspeccionar aquele complexo fabril os gestores o impediram de entrar nas suas instalações.Entretanto, a ministra considera que esta desculpa não tem fundamento, pois esta questão nunca foi participada ao Ministério do Trabalho.Ademais, em todos os relatórios apresentados por Camilo, ele “deixou claro que estava tudo a andar muito bem” segundo a ministra.Rafik Gulamo, encarregado da GSHolding Lda, e’ citado como tendo reconhecido os erros cometidos pela empresa e prometeu corrigir as irregularidades ao longo da semana corrente, embora lamente a decisão da ministra, pois a mesma acarreta prejuízos avultados. A GSHolding, Lda. emprega cerca de 900 trabalhadores.

"Zedú pede desculpas a Guebas"

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, através do Ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, apresentou um pedido formal de desculpas a Moçambique pelo facto de as autoridades de migração de Angola terem recambiado, em Agosto ultimo, dois jornalistas moçambicanos sem justa causa. Chikoti, que foi recebido em audiência pelo Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, disse ter apresentado ao Presidente Guebuza uma mensagem contendo uma explicação detalhada sobre as circunstâncias em que os jornalistas Joana Macie, do jornal 'Noticias', e Manuel Cossa, do Magazine Independente, foram recambiados.Os jornalistas em referencia haviam se deslocado àquele país para participar numa conferência organizada pelo centro local de Formação de Jornalistas.“Foi um incidente infeliz que não pode assombrar as nossas relações com Moçambique. Portanto, a mensagem reitera as boas relações de cooperação existentes entre os dois países que e preciso preservar. Lamentamos o facto e a forma como estes jornalistas foram tratados”, disse o chefe da diplomacia angolano.'O oficial de migração que tratou deste assunto tem o direito de julgar o caso de acordo com a lei, podendo autorizar ou não a entrada', referiu Chikoti, reconhecendo que o incidente deu-se com outras pessoas mas que, no caso dos dois moçambicanos, houve excesso de zelo por parte do funcionário ao rasgar os vistos.O incidente, segundo o governante angolano, ocorreu numa altura em que Angola tinha o seu sistema de segurança bastante apertado por causa da cimeira dos Chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), que estava a decorrer em Luanda, e que, apesar disso, nada justifica que os jornalistas tenham sido tratados daquela maneira.“Nos como políticos temos que trabalhar para manter as boas relações de cooperação entre os dois países. Queremos que haja uma melhor preparação dos oficiais de migração porque quando se trabalha num ambiente de segurança redobrada tem que haver sempre a necessária coordenação”, explicou.O desafio que se coloca a Angola, que segundo Chokoti recebe actualmente cerca de mil pedidos de vistos por dia de países como Africa do Sul, Moçambique, Brasil e Portugal, e' modernizar os procedimentos, reduzir a burocracia e o tempo de espera, sem descurar a componente segurança.“Estamos agora a facilitar a emissão de vistos para algumas categorias sócio-profissionais e a emitir o visto on-line entre Maputo e Luanda para permitir a fácil circulação de pessoas, não só no espaço da SADC, como também no mundo em geral, tendo em conta a dinâmica actual das sociedades”, adiantou Chikoti.Angola, que saiu de uma guerra ha cerca de nove anos, não pode, segundo o Ministro, resolver todos os problemas de uma única vez, precisa de tempo, e esta agora a avançar na área de formação de pessoas com vista a melhorar a prestação de serviços.

Primavera Árabe afecta costa de Maputo

A revolução no Magreb ditou o atraso no arranque do projecto de protecção costeira da Cidade de Maputo, que conta com 22.5 milhões de dólares norte-americanos, disponibilizados pelo Fundo Saudita para o Desenvolvimento, pelo Banco Árabe para o Desenvolvimento de África – BADEA e pelo Governo de Moçambique.O Presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, disse que uma empresa moçambicana, associada a uma outra egípcia, ganhou o concurso lançado pelo município, para a elaboração do projecto de reabilitação costeira, que, entretanto, não chegou a iniciar o trabalho no período previsto, por causa das manifestações populares no Egipto.“A empresa devia ter começado o trabalho em Janeiro deste ano (2011), mas como sabe, houve manifestações no Egipto, que fizeram com que essa empresa egípcia não tivesse tempo e nem condições para realizar o trabalho no período indicado”, frisou o edil de Maputo. Referiu que a empresa, cuja identidade não foi revelada, fez um pedido ao Conselho Municipal, “e como a causa alegada era justa, o município, nos termos do contrato, aceitou essa justificação, dilatando o prazo para a actualização do projecto”.“Devo dizer que esse prazo já expirou e, na semana passada, a empresa apresentou ao Conselho Municipal o projecto actualizado, em termos de infra-estruturas a construir e/ou reabilitar e em termos de estimativas de custos”, realçou David Simango.Esclareceu que, tratando-se de um projecto feito há bastante tempo, tornou-se necessária a sua actualização, tendo a empresa vencedora do concurso entregue também às autoridades municipais o respectivo Caderno de Encargos para o lançamento do concurso da empreitada.Simango afirmou que neste momento estão em curso os preparativos para o lançamento do concurso público, sublinhando que, “se tudo correr bem, o concurso para o projecto de protecção costeira, será lançado ainda no decurso do presente mês de Novembro”.O governante enalteceu como fundamental o projecto de protecção costeira nos esforços para mitigar os efeitos da erosão e para a garantia da segurança de infra-estruturas públicas e privadas, bem como contribuir para a melhoria das condições ambientais, promoção do turismo, com vista ao desenvolvimento económico e social da cidade.

Ajudem-nos,estamos com fome!

Os 250 trabalhadores da ECMEP-Centro, delegação de Sofala, incluindo os reformados, ameaçam paralisar a circulação nas estradas nacionais 1 e 2 ( EN1 e EN6), caso não seja resolvido com urgência o problema de 13 meses de salários em atraso. Numa carta dirigida no passado mês de Setembro ao Primiro-Ministro, eles manifestam o seu descontentamento junto ao Governo pela morosidade na tomada de decisões em relação aos seus problemas. Referem que fizeram já muitas cartas no sentido de saber sobre o futuro da empresa, sem que tenham surtido o efeito desejado. “Queremos saber o futuro da empresa e da nossa vida em particular porque recentemente o IGEPE (Instituto de Gestão das Participações do Estado) enviou cartas para algumas instituições, nomeadamente BIM, Autoridade Tributária e INSS sem referenciar a situação dos trabalhadores. Cabe ao Governo encontrar soluções definitivas, porque neste momento, a empresa por si só, já não possui capacidade em continuar a trabalhar visto que não tem equipamento nem acesso ao crédito bancário”, pode ler-se na missiva em citação. No seguimento das suas lamentações os trabalhadores dizem que enquanto o Governo retarda a tomada de decisão, as dívidas estão se multiplicando, o que contribui negativamente para o agravamento da sua pobreza, pondo em causa a sua vida e seus familiares. “Estamos a falar dos filhos dos trabalhadores, que já não estudam, de divórcios constantes, desalojamentos e outras situações bem desagradáveis”.A carta dirigida ao Primeiro-Ministro termina dizendo que enquanto o IGEPE faz o estudo de viabilidade sobre o futuro da empresa, os trabalhadores exigem ao Governo o pagamento de 13 meses de salários em atraso, que é do conhecimento do IGEPE, no prazo de 15 dias, findo o qual serão forçados a recorrer ao bloqueio das estradas EN1 e EN6.Entretanto, o secretário do comité sindical da ECMEP-Centro, delegação de Sofala, entrevistado , confirmou a existência da greve iniciada na passada sexta-feira. Reiterou os 13 meses de salários em atraso, explicando que as receitas das poucas obras que a empresa tem conseguido não são suficientes para resolver os problemas da empresa. “Para agravar a situação, recentemente fomos arrancados uma obra no distrito de Marromeu por falta de fundos para compra de combustível para funcionamento das máquinas e viaturas”, lamentou.Quanto ao movimento reivindicativo, a fonte informou terem sido seguidos todos os passos legais exigidos para aviso prévio à entidade patronal, “depois de falhadas as tentativas de diálogo com a direcção que nos disse que a solução do problema está com sede da empresa na cidade de Chimoio. Esta por sua vez atira com a bola para o IGEPE, entidade tida como responsável de decidir sobre o futuro da mesma, uma vez que a ECMEP é 100 por cento do Estado”.Os trabalhadores acusam a direcção da empresa de venda de equipamento com conhecimento do Governo, tendo dado o exemplo da venda recente de uma moto-niveladora sem que se saiba o destino dado ao valor resultante do negócio, que não beneficiou os trabalhadores.Importa referir que a ECMEP-Centro, SARL (Empresa de Construção e Manuntenção de Estradas e Pontes-Centro), foi criada pelo Decreto nº 13/99, de 27 de Abril, com um capital social inicia fixado em 36.168.000.000,00 meticais (trinta e seis biliões, cento e sessenta e oito milhões de meticais) da antiga família, tendo sido subscrito pelo Estado e por gestores, técnicos e trabalhadores elegíveis para o efeito nos termos e limites legais, na proporção de 80 por cento e 20 por cento, respectivamente, encontrando-se integralmente realizada a participação do Estado.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Presidente, ajude-nos por favor!

Os desmobilizados de guerra filiados no Fórum dos Desmobilizados, que há dias se manifestaram próximo do gabinete do primeiro-ministro, como forma de pressionar o governo a considerar as suas reivindicações, disseram inicialmente que esperariam por uma resposta do governo até há última quarta-feira. O PR estava então ausente do país. Dizem agora os “desmobilizados” que esperarão por uma resposta até à próxima quarta-feira. Decidiram assim a pedido do executivo, dizem.O Governo pediu-lhes tolerância até quarta-feira. Prometeu-lhes que o presidente da República, Armando Guebuza, os vai os receber em audiência.Herminio dos Santos, líder do Fórum dos desmobilizados, declarou na noite de ontem, domingo, ao Canalmoz, que o ministro dos Combatentes, coronel na reserva Mateus Kida, o havia contactado para lhes pedir que tolerassem até quarta-feira. Nesse dia prometeu que nos darão a resposta, quando o chefe de Estado estará disponivel para receber os desmobilizados.“O ministro dos Combatentes veio nos pedir para esperarmos até quarta-feira, porque o presidente da República não estava no país e voltou na última sexta-feira” disse Hermínio dos Santos.Hermínio dos Santos garantiu que até lá, os desmobilizados não vão se manifestar. Contudo afirmou que caso na quarta-feira a resposta não seja satisfatória, vão voltar a sair às ruas em nova acção de protesto.Os desmobilizados exigem, entre outras coisas, uma “reforma condign”. Querem, designadamente uma pensão mensal de 12.500 meticais.Os mobilizados alegam que foram “usados” em diversas guerras e por isso querem ser compensados pelo governo pelos anos que passaram a combater.Os “desmobilizados” aglutinados no Fórum dirigido por Hermínio dos Santos alegam que “o Estatuto do Combatente aprovado pelo Partido Frelimo é discriminatório e favorece os combatentes de libertação nacional com vínculo historico ao regime do partido Frelimo”.Do grupo liderado por Hermínio dos Santos, que tem estado nas ruas a demonstrar a sua indignação e a lutar pela aprovação do seu pacote reivindicativo, fazem parte 13 mil desmobilizados provenientes de unidades da Frelimo e Renamo, ex-milicianos, antigos membros de grupos de Vigilância, Naparamas, viuvas e órfãos de combatentes de guerra falecidos durante e depois da guerra.Os desmobilizados já descataram qualquer diálogo que não seja com o presidente da República, Armando Guebuza ou o primeiro-ministro Aires Ali.(Bernardo Álvaro)

sábado, novembro 05, 2011

Sul em risco de desertificação

Imagens tiradas em Moçambique por satélite indicam que a parte interior do Sul do país corre sérios riscos de desertificação no futuro.Essas imagens foram tiradas no âmbito do projecto Desert Watch sobre a sustentabilidade de desertificação em Moçambique, Brasil e Portugal, que é implementado pela Agência Espacial Europeia (AEE), no âmbito da Convenção das Nações Unidas para o Combate a Desertificação (UNCCD).“As conclusões iniciais são de que existe uma probabilidade de desertificação no Sul interior no futuro e que existe informação de degradação da terra no interior Norte e no Norte de Moçambique, isso em relação ao passado”, disse Nuno Duro, da Critical Software, empresa gestora do projecto Desert Watch.Falando durante um seminário sobre as vantagens económicas das tecnologias de observação da terra, Duro apresentou mapas em que se aponta a província de Gaza (Sul do país) e determinadas áreas da província de Tete como sendo os locais com maiores probabilidades de desertificação no futuro. Segundo a fonte, esta pesquisa considerou os indicadores relacionados com a informação histórica e meteorológica, índices de solo, índices de vegetação, cartas de ocupação e uso de solo. As análises das regiões foram realizadas usando a ferramenta do projecto Desert Watch e com base nas imagens do ENVISAT MERIS, um satélite de observação da terra.Contudo, esta pesquisa ainda carece da validação do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), devendo depois seguir a sua apresentação.Espera-se que com este estudo o Governo possa identificar possíveis medidas a tomar para combater o fenómeno da desertificação, tendo em conta a informação disponível.Refira-se que ao organizar o seminário de hoje, a Critical Software, uma empresa portuguesa que opera em Moçambique há já 10 anos, pretendia divulgar as vantagens das tecnologias de observação da terra em diversos sectores de actividade em Moçambique.“A Critical Software Moçambique desenvolve sistemas críticos de negócios, telecomunicações, energia, e indústrias, bem como militares como a aeronáutica e defesa. Nós desenvolvemos tecnologias de duplo uso (militar e civil)”, explicou Rui Melo, administrador executivo da empresa.“Por exemplo, trazemos capacidade de observação da terra a partir do espaço e explicamos a importância destas tecnologias em relação as técnicas manuais, tendo em conta a dimensão do solo moçambicano”, acrescentou.Durante o seminário, a Critical Software falou das vantagens de uso de tecnologias de observação da terra em diversas áreas, como na gestão de bacias hidrográficas, florestas, bem como na agricultura, planeamento urbano, controlo DE desertificação, erosão, entre outras.

Os "medos"de uma eleição

O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) anunciou que recenseou 9.888 novos eleitores, contra os 10 mil que estavam previstos na cidade de Quelimane, um dos municípios que vai realizar eleições intercalares a 07 de Dezembro próximo.Segundo os dados do STAE na Zambézia, em Quelimane, no total actualizaram a sua condição de eleitores 25.258 (vinte e cinco mil e duzentos cinquenta e oito) cidadãos. 11.335 obtiveram a segunda via do cartão de eleitor, isto é já eram antes eleitores neste município. Outros 4.035 (quatro mil e trinta e cinco) trata-se de transferidos de outros pontos para aquela urbe. E 9.888 são novos inscritos, novos eleitores.A 7 de Dezembro de 2011 vão sujeitar-se à escolha do eleitorado o candidato proposto pela Frelimo, Lourenço Abu Bacar Bico, comerciante, e o Professor Doutor Manuel de Araújo, proposto pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Um deles será o próximo presidente do Conselho Municipal.Entretanto, a Polícia da República de Moçambique (PRM) foi chamada a intervir no último dia do recenseamento em Quelimane. Algumas pessoas que se achavam ter sido impedidas de se inscreverem para votar no dia 7 de Dezembro próximo, estavam a protestar contra a morosidade nos postos de recenseamento e a Polícia foi chamada a intervir para os impedir de protestarem contra o encerramento do processo em que se viram excluídos.A revolta popular nalgumas assembleias de voto, onde a Polícia foi obrigada a reforçar os seus efectivos, surgiu quando a directora provincial do STAE na Zambézia, Joice Matsinhe, ordenou o encerramento das mesas, por volta das 17 horas sem dar nenhuma satisfação, alegando que o período tinha expirado.Na altura em que a directora deu essas informações, em algumas dessas assembleias, no caso concreto da Escola Primária de Quelimane, havia bichas de pouco mais de 50 pessoas, todas com senhas para se inscreverem. Foram impedidas de adquirir o seu direito de se tornarem eleitores. Chegaram antes de terminar o prazo, tinham senhas na mão mas foram escorraçadas e impedidas dessa do seu direito de cidadania.Na circunstância, os que se achavam interditos de se recensear, acusaram um oficial do STAE afecto no local de ter recebido suborno do partido Frelimo para fechar as mesas. Daí começaram a se rebelar, obrigando a Polícia a pedir reforço de efectivos.Segundo o calendário, a campanha eleitoral arranca no dia 22 de Novembro em curso e termina a 4 de Dezembro de 2011, ou seja, 48 horas antes da votação.De 22 de Novembro a 22 de Dezembro, ou seja, no espaço de um mês será proibida a divulgação de sondagens referentes às mesmas eleições.No dia 12 de Novembro, está previsto que a CNE divulgue os locais das Assembleias e mesas de Votação.De 18 de Novembro a 04 de Dezembro será o período de credenciação dos delegados de mesa e partidos políticos. (Bernardo Álvaro)

Vizinho de sub-inspector foge da cadeia

A Polícia da República de Moçambique (PRM) criou uma comissão de inquérito para esclarecer as circunstâncias em torno da evasão de seis perigosos cadastrados das celas do Comando da corporação na cidade de Maputo. A referida comissão é constituída por alguns quadros seniores do Comando da PRM na cidade de Maputo, incluindo o porta-voz desta instituição, Orlando Mudumane.Citado pelo jornal “Notícias”, Mudumane disse que a comissão também irá procurar apurar o grau de envolvimento de dois agentes da PRM, ora detidos, em conexão com o caso, particularmente o sub-inspector José Filipe Maoze, chefe-adjunto daquela cadeia, considerada a mais segura de todo o país.José Maoze, mais conhecido por “chefe José” é vizinho de um dos reclusos fugitivos. Ele reside no bairro de Malhazine e, aparentemente, servia de elo de ligação entre os meliantes foragidos e os respectivos familiares.Mudumane disse que caso se prove o envolvimento de “Chefe José” na evasão dos seis reclusos, ser-lhe-á instaurado um processo disciplinar e criminal. Até agora ainda não são conhecidas as circunstâncias da fuga dos seis bandidos. Contudo, a Polícia diz que, para lograrem os seus intentos, os meliantes serraram as grades de protecção da janela da cela, localizada no primeiro andar de um dos edifícios do Comando.Depois de abrir o buraco, os fugitivos usaram capulanas e mantas para fazer nós de ligação através dos quais desceram até ao andar térreo. Quatro dos reclusos fugiram no Domingo e os restantes dois no dia seguinte.Um sétimo cadastrado foi neutralizado ainda a tentar fugir na Segunda-feira.Dentre os cadastrados encontram-se Orlando Litsuri e Alcides Ndeve, condenados a 18 e 16 anos de prisão, respectivamente. Os outros quatro são Pedro Mulungue, Gilberto Mavie, Moisés Tivane e Clopaz Dimande, ainda não julgados, mas com a sua prisão já legalizada. A Polícia divulgou as imagens dos reclusos foragidos, com a excepção da Clopaz Dimande. Esta medida visa permitir o reconhecimento dos bandidos pelo público a quem é exortado denunciar as autoridades competentes.

Equipamento moderno para novo hospital

O Hospital Provincial de Tete, localizado na cidade que ostenta o mesmo nome, no centro de Moçambique, conta com novas infra-estruturas e serviços especializados para melhorar o atendimento dos utentes.Trata-se dos serviços de imageologia (raio X e ecografia), tomografia facial computarizada (TAC), mamografia, bloco operatório, cuidados intensivos, com alta tecnologia, bem como novas enfermarias.Esta informação foi revelada pelo director do hospital, Baltazar Domingos a jornalistas que visitavam o hospital que se encontra em fase de reabilitação. As obras de reabilitação e ampliação do hospital estão na sua recta final, prevendo-se a sua conclusão durante o primeiro trimestre de 2012. Assim, o hospital passa a contar com um bloco operatório com quatro salas de cirurgia, contra apenas uma que tinha antes, e vai passar a contar com 420 camas para doentes, o que representa um aumento de 100 por cento.“As obras estão 90 por cento realizadas. Estas obras permitem que o hospital tenha novas infra-estruturas e serviços, criando mais capacidade de referência e de resposta para os utentes do hospital o que constitui uma mais-valia. Podemos dizer que temos uma infra-estrutura em condições de responder a toda a demanda da província” disse. Segundo Baltazar, as novas infra-estruturas colocam novos desafios aos profissionais de saúde. Actualmente, o hospital conta com oito médicos especialistas, entre os quais um pediatra, gineco-obstetra, cirurgião, dois ortopedistas, um internista, anestesiologista, urologista e oncologista.O oncologista chegou ao hospital há cerca de duas semanas, colmatando a lacuna existente, que obrigava a transferir todos os casos de cancro para as cidades da Beira, Nampula e Maputo. A mesma situação afectava os serviços de urologia.“Já estamos em condições de trabalhar, mas precisamos de mais especialistas porque não estamos completamente satisfeitos. Com as novas infra-estruturas estamos em condições de acolher mais especialidades “ disse.O director revelou que o hospital precisa de um intensivista para a sala de reanimação, imageologista para exames de Raio X, ecografias e outros serviços, médico legista e um neurocirurgião.“O hospital não tem um intensivista para a sala de reanimação. Temos um serviço de imageologia com alta tecnologia, mas que será utilizado para serviços básicos operados por médicos, porque não temos um imageologista. Já temos condições para acomodar um médico legista. Também precisamos de um neurocirurgião e quando nos aparece um caso que requer este atendimento e’ transferido para Maputo, Beira e/ou Nampula”, explicou. Algumas especialidades solicitadas pelo Hospital província de Tete não existem em Moçambique. Outras existem em número reduzido, como são os casos de médicos legistas, neurocirurgiões.O Hospital Província de Tete conta com um efectivo de 420 trabalhadores entre pessoal de saúde e administrativo.

122 milhões de meticais em infra-estruturas

A Universidade do Zambeze (UNIZAMBEZE), com sede na cidade da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique está a investir na construção de infra-estruturas próprias para reduzir os encargos de arrendamento de instalações para o seu funcionamento.Assim, a UNIZAMBEZE vai arrancar o ano lectivo 2012 com novas infra-estruturas nas faculdades que funcionam na província de Tete e na cidade da Beira, a excepção da faculdade de direito que ocupa as antigas instalações da faculdade de direito da Universidade Eduardo Mondlane.Para o efeito, a UNIZAMBEZE está a investir 122 milhões de meticais (cerca de 4,5 milhões de dólares ao câmbio corrente) na construção de um campus universitário localizado nas instalações de um antigo quartel das Forças Armadas de Defesa De Moçambique, no bairro Matacuane, na cidade da Beira, ocupando uma área de cerca de cinco hectares.O responsável das obras da UNIZAMBEZE, o arquitecto Cláudio Guambe, disse que as novas infra-estruturas, construídas de raiz contemplam sete áreas devidamente enumeradas, pelas quais serão distribuídas as diversas faculdades que funcionam naquela urbe, assim como a reitoria e os serviços administrativos.Assim, a área um é reservada a reitoria e serviços administrativos diversos da instituição, área dois é para um projecto futuro não revelado, área três será destinada à faculdade de ciências e tecnologias, com um total de 18 salas, das quais quatro laboratórios de engenharia civil e electrónica, bem como um centro de informática e as restantes para salas de aulas. As obras incluem um anfiteatro com capacidade para acolher 300 pessoas.A área quatro está reservada ao desporto, com campos de jogos. A área cinco destina-se à faculdade de ciências sociais e humanidades, com quatro salas, das quais duas de informática e as restantes para aulas.
Na área seis haverá dois anfiteatros, um com capacidade para 200 pessoas e outro para 100, uma sala magna para reuniões, e a área sete está reservada a residências para os estudantes, com oito casas. De referir que este constitui um projecto futuro.“Aqui no campus teremos a Reitoria e todos os serviços administrativos da universidade que neste momento funciona num edifício dos Caminhos de Ferro de Moçambique. Os cursos de contabilidade, gestão e economia, que são ministrados na faculdade de direito, bem como a faculdade de ciências e tecnologias que funcionam em instalações alugadas serão também transferidos para o campus” disse.As obras do campus deveriam já ter sido concluídas, mas devido ao atrazo no desembolso de recursos, apenas a parte relativa às faculdades será entregue até ao fim de Janeiro próximo.As obras, que iniciaram a 2 de Setembro de 2010 e já se encontram no estado avançado.Nas outras províncias, onde a faculdade possui faculdades a funcionar, estão igualmente em curso obras de raiz.Em Tete, estão a ser construídos dentro do Hospital Provincial, a faculdade de Ciências de Saúde, e na vila de Ulongè, a faculdade de ciências agrárias.Segundo Guambe, as obras da faculdade de ciências de saúde, contemplam a reabilitação de um edifício já existente, que possui três salas de aula, quatro laboratórios e dois sanitários. Por outro lado, está em construção de raiz um edifício com sete salas, dois anfiteatros com capacidade para 200 estudantes cada, quatro laboratórios e um bloco administrativo.As obras, avaliadas em 45 milhões de meticais, deverão estar concluídas até Dezembro deste ano.Na faculdade de ciências agrárias de Ulonguè, está a ser concluído um edifício de dois pisos que contempla 10 salas de aulas, uma sala de informática e dois anfiteatros com capacidade de 300 lugares cada um, bem como o gabinete do director e outros serviços administrativos.A primeira fase que abarca as salas de aula e bloco administrativo será concluída em Janeiro próximo.Entretanto, as obras no global, estão avaliadas em 49 milhões de meticais, financiados pelo Orçamento do Estado, a semelhança do que acontece com os restantes empreendimentos.Enquanto isso, a faculdade de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais, localizada em Chimoio, província de Manica, funciona num recinto do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) do Ministério para Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), enquanto decorrem preparativos para o arranque das obras de construção de infra-estruturas de raiz.De referir que a faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal localizada em Mocuba, na Zambézia, foi a primeira a beneficiar de obras de reabilitação e ampliação entre 2008 e 2009.Todas as obras da UNIZAMBEZE estão a ser executadas pela empresa chinesa Nantong Construções.A UNIZAMBEZE é uma instituição pública de ensino superior, criada pelo Conselho de Ministros, através do decreto 77/2007 de 18 de Dezembro, para disponibilizar a formação superior na zona centro do país.A sede da UNIZAMBEZE está na cidade da Beira, província de Sofala, mas possui, igualmente várias faculdades com vários cursos em todas as províncias do centro do país.A universidade conta actualmente com um total de 3.351 estudantes distribuídos em 21 cursos e um efectivo de 188 docentes.