sexta-feira, março 30, 2012

Pobreza urbana

A pobreza urbana dispara a cada dia que passa. Isso mesmo foi constatado durante a visita efectuada na passada sexta-feira no bairro Patrice Lumumba, Município da Matola. Àquela hora da tarde, o vai-vem das pessoas era constante. Muita gente a desembarcar dos transportes semi-colectivos de passageiros, outras tantas pessoas em busca de espaço para os vários pontos de Maputo e Matola. O movimento de pessoas é intenso. O jogo de empurra intensifica, em busca do assento no primeiro mini-bus que aparece e com destino visado. Numa das principais artérias do bairro, uma enorme fila de vendedoras de produtos diversos, desde hortícolas, passando por vestuários e produtos hiegénicos. A esta hora (para lá das 17), não há atrapalhice da polícia camarária. O negócio vai fluindo, fluindo, fluindo… Não distante desta enorme malta de vendedores, o lixo amontoado. Um jovem decide imitar um indivíduo de idade avançada e liberta mo xixi, ignorando a presença de mulheres que vão passando por perto, outras concentradas nos seus negócios. No mesmo instante, uma mulher desabafa: “isto é inadmissível; passa dos limites”. Todos fingem não ouvir os comentários desta mulher. Mas por que é que só são os homens a mijar em lugares impróprios e não as mulheres? A esta pergunta, a Pobreza urbana à vista desarmada resposta imediata. Uma mulher, levando uma criança no n colo, posiciona-se num dos cantos da lixeira e liberta o xixi. A diferença é que uma outra mulher a protege atravez da capulana, numa espécie de muralha. Volvidos minutos, dois idosos vasculham, no mesmo local do xixi, alguma coisa que os possa aliviar da fome. Interpelamos o casal. À pergunta, o homem justifica a iniciativa com a necessidade de se alimentarem, pois são pobres desgraçados, sem ninguém no mundo. Contam que, sendo sexta- feira, percorreram os estabelecimentos comerciais do bairro, na tentativa de conseguirem alguma esmola, mas o que tiveram não é suficiente para matar a fome por uma semana. A solução é fazerem-se à lixeira, onde julgam poderem encontrar algumas migalhas de pão ou outro alimento qualquer. A mulher lamenta, volvidos minutos de vasculha sem sucesso: “hoje em dia disputamos o espaço com cães e gatos. De certeza que eles foram primeiros que nós e tiraram-nos tudo que provavelmente havia”. De um dos mini-bus desembarca, entre muitos passageiros, um estudante do ensino superior que nos conta a situação do bairro Patrice Lumumba. Valdemar diznos que nos últimos anos o bairro tem sido caracterizado por uma acentuada degradação, situação que se deve ao aumento de pessoas que vivem ou frequentam, com alguma assiduidade, o bairro Patrice Lumumba. Muitas das pessoas “que têm estado a fazer desman- dos, aquí ou acolá, nem sequer são residentes daquí. São pessoas que têm as suas casas fora de Patrice Lumumba” mas porque, nos seus bairros, ainda não existem infra-estruturas básicas onde possam desenvolver as suas actividades quotidianas, “correm todos para aqui. E isto já não está em condições de suportar mais gente”, afirma Valdemar. O mesmo sentimento é contado por Moisés, residente em S. Damanso. “Lá não temos posto policial, farmácia, posto sanitário, estabelecimentos comerciais, nem mercados, por isso é que, diariamente, aparecemos por aquí a fazer as nossas compras e depois rumamos para casa”, explica Moisés. Este jovem acrescenta que para lá de S. Damanso, há gente que está em pior situação, visto que nem sequer tem acesso à energia eléctrica, “um bem essencial para o desenvolvimento de qualquer negócio”, recorda. Por ser sexta-feira, Moisés afirma que muitos jovens preparam-se para “invadir” as barracas do bairro, onde só abandonam nas primeiras horas de sábado, “São pontos de diversão que nos seus bairros não possuem, daí que preferem vir para aquí divertirem-se”, sublinha o nosso interlocutor. Para além de um posto policial, que tem como Esquadra de referência a existente no bairro de Infulene, Patrice Lumumba possue farmácias de serviço, postos sanitários (privados), estabelecimentos comerciais, postos de abastecimento de combustíveis, uma dependência bancária, e uma enorme fila de estabelecimentos comerciais que complementam o mercado municipal, ainda um armazém de produtos alimentares recentemente inaugurado. Por tudo isso, o bairro tem sido frequentemente visitado pelos residentes de outros bairros das proximidades, designadamente Bedene, Baião, Damanso, Incomane, Unidade D, entre outros. Assim, a pobreza acaba agudizando, devido à enchente de pessoas diariamente. (S. Tembe )

quinta-feira, março 29, 2012

Impõe-se!

O ministério moçambicano da Educação (MEC) reitera que o ensino primário de sete classes continuará a ser prioridade, no quadro do Plano Estratégico do sector para o período 2012-2016. Neste contexto, segundo o titular da pasta de Educação, Zeferino Martins, impõe-se continuar a trabalhar para que todas as crianças tenham oportunidades de frequentar e concluir a escola primária de sete classes e de qualidade.“As crianças devem adquirir habilidades básicas nas áreas de comunicação, ciências matemáticas, ciências naturais e sociais, assim como na área de ofícios, educação física, patriótica e cultural”, disse o Ministro discursando Terça-feira, em Maputo, durante a 13ª Reunião Anual de Revisão do Plano Estratégico da Educação.O evento, que envolveu o governo e os Parceiros de Cooperação, serviu para avaliar os progressos alcançados pelo sector de educação durante o ano de 2011, em vários domínios.Martins garantiu igualmente que, na perspectiva do direito de educação básica, o sector que dirige continuará a desenvolver esforços tendentes à expansão de programas de alfabetização, contando com os diferentes parceiros.“Considerando que a qualidade da aprendizagem, sobretudo no ensino primário, está directamente ligada ao desenvolvimento físico e cognitivo das crianças no momento de ingresso na escola, devemos dar uma maior atenção ao desenvolvimento da primeira infância, na perspectiva de integrar o ensino pré-primário no Sistema Nacional de Educação”, disse o Ministro.No âmbito do ensino pós-primário, Martins destacou a necessidade de se continuar a trabalhar na melhoria da qualidade e relevância do mesmo, com o intuito de reforçar o seu papel no desenvolvimento económico, social e político de Moçambique. O Ministro elogiou o trabalho conjunto que o seu sector tem vindo a realizar com os Parceiros, pois permitiu minimizar as dificuldades e, deste modo, alcançar sucessos, através do incremento do acesso, da melhoria da qualidade de ensino e do reforço da capacidade institucional.Um dos problemas que preocupa o sector e a sociedade em geral é a qualidade de ensino no país. Para a solução deste problema, o Ministro defende que especial atenção deve ser dada às reformas curriculares, provisão de livros escolares e outros materiais didácticos, afectação de recursos às escolas, formação de professores e gestores escolares, bem como a monitoria e supervisão pedagógica.Falando a margem da reunião, o porta-voz do Ministério da Educação, Manuel Rego, revelou que está assegurado o orçamento para as actividades previstas no Plano Estratégico pelo menos até 2014, de pouco mais de 120 milhões de dólares norte-americanos.O montante resulta das contribuições de parceiros no âmbito do programa de apoio ao Sector de Educação.No entanto, segundo Rego, o nível de execução baixou, influenciado por vários factores como é caso da área de construções que, normalmente, transitam de um ano para outro.“Existe uma complexidade do processo de procurement, a lei foi actualizada e os funcionários ainda não os dominam”, disse Rego.

Não dá para continuar assim...

O Governo moçambicano diz que o agravamento das tarifas do transporte semi-colectivo de passageiros é uma questão 'delicada e sensível'.Este pronunciamento é da vice - Ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, falando em Maputo, à margem do encontro sobre esta materia promovido pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) em parceria com o Governo. Para a Ministra, um possível aumento das tarifas requer um “estudo aprofundado dos prós e contras, para se poder determinar como e em que momento as tarifas podem ser alteradas”.“O transporte semi-colectivo de passageiros é o garante da maioria dos moçambicanos. Recomendamos à Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) que apresente as propostas sobre as tarifas com base em zonas, para que elas não sejam iguais em todos os locais”, indicou Manuela Rebelo.Relativamente ao encontro, a fonte referiu que “a nossa preocupação era ouvir os operadores do sector dos transportes marítimo, aéreo e rodoviário, pois a real intenção é fazer com que este sector mostre a sua mais-valia, sabido que sem esta área quase que nada acontece na sociedade”.“Sentimos que eles têm questões reais que preocupam a todos nós e achamos que grande parte delas têm possibilidade de serem resolvidas sem grandes transtornos, como é o caso das concessões, cujo processo já foi aprovado, estando-se, agora, na fase de lançamento do concurso público, o que evitaria, a prior, situações de excesso de velocidade e encurtamento de rotas, porque uma determinada empresa ou número de transportadores terá uma única rota para explorá-la”, explicou a Ministra.Por seu turno, Rogério Manuel, Presidente da CTA, disse, a propósito, tratar-se do primeiro encontro com o Ministério dos Transportes e Comunicações. “Acredito que estamos no bom caminho e conforme a orientação dada pela Ministra, temos que fazer encontros sectoriais e não misturar todos os diferentes ramos dos transportes na mesma sala”, apontou Rogério Manuel.No que concerne à subida das tarifas do transporte semi-colectivo de passageiros, o Presidente da CTA referiu que o Ministério dos Transportes “ainda não respondeu às propostas apresentadas pela FEMATRO para os transportes urbano e inter-provincial”.Contudo, segundo Manuel, “a Ministra garantiu que teremos, em breve, a resposta sobre tais propostas, embora a demora esteja a trazer prejuízos para os transportadores, motivo pelo qual vocês vêem na rua carrinhas de caixa aberta a circular na cidade transportando pessoas”.Nos últimos tempos, os meios do transporte semi-colectivos de passageiros estão a reduzir, pelo menos na capital do país e arredores, um facto confirmado pelas autoridades municipais.O encontro em questão tinha como objectivo auscultar as preocupações dos operadores privados do sector dos transportes, nomeadamente marítimo, aéreo e rodoviário.

A factura do serviço prestado ao diabo?

Perto de cem antigos agentes da Casa Militar, do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), entre outros serviços secretos e de protecção do Estado, estão agastados com o Governo.Em causa está a alegada falta de seriedade do executivo que recrutou os antigos agentes e os treinou em Matalane, prometendo-lhes reitegração na corporação. Porém, desde Janeiro que regressaram a Maputo, foram deixados à sua sorte, ou seja, ainda não foram reintegrados e nem recebem salário, o que está a causar indignação no seio do grupo.Os referidos agentes decidiram dar a cara, marcharam e amotinaram-se defronte do Gabinete do Primeiro-Ministro (PM) para expressar a sua indignação por, alegadamente, se sentirem abandonados pelo Estado.Ao todo são 600 ex-agentes de diferentes serviços secretos que foram chamados e reciclados na Escola de Condução Militar.“Estamos aqui porque estamos cansados com esta situação. Somos 624 agentes, estávamos nas nossas casas, cada um a fazer das suas para sobreviver. E, eles tiraram-nos das nossas casas, aquartelaram-nos, com a promessa de reintegração, mas até hoje nem água vem nem água vai”, disse um dos agentes, acrescentando que “voltámos de lá desgraçados, não temos nada, não temos dinheiro. prometeram-nos emprego mas até hoje estamos a morrer de fome e não sabemos o que fazer. por isso, viemos ao chefe dos ministros para saber dele se sabe da nossa formação em matalane, e se sabe por que nos deixa assim”.Os referidos agentes dizem estar a passar momentos difíceis e, por isso, já tentaram, sem sucesso, falar com os ministros do Interior, da Defesa e dos Combatentes. Tentativas de manter um encontro com o primeiro-ministro também estão a fracassar.“Desde que voltámos, em Janeiro, não nos dizem nada. Fomos falar com o ministro do Interior, não conseguimos; da Defesa, também não; dos Combatentes, idem. Metemos uma carta a pedir audiência, há mais de um mês, mas o primeiro-ministro não nos atende. Hoje, olhou para nós e ficou admirado como se nunca nos tivesse visto”, explicou um outro agente, outrora do SISE.Para estes, a situação revela falta de seriedade para assuntos sensíveis por parte do Governo.“Não sabemos o que eles pensam ao deixarem-nos aqui. Nós trabalhamos com eles, conhecê-los bem e eles a nós, e não estamos a perceber o porquê deste tipo de tratamento”, disse outro ex-agente da Casa Militar, acrescentando que “nós não estamos a receber nada. As nossas famílias estão a passar mal, as nossas mulheres estão a abandonar-nos por causa da fome; os nossos filhos não estão a estudar por falta de quase tudo”.(O PAÍS)

terça-feira, março 27, 2012

Aló Moçambique!!!

PENITENCIARIA INDUSTRIAL - O Ministério moçambicano da Justiça vai construir um complexo prisional com capacidade de albergar um universo de 3000 reclusos, no quadro de esforços visando descongestionar os estabelecimentos prisionais. O complexo prisional, avaliado em 48 milhões de meticais (1,8 milhões de dólares americanos), cujas obras arrancam ainda no decurso do corrente ano em parte ainda por identificar na região Sul do país, vai integrar todos os níveis de cumprimento de penas entre eles a máxima segurança, menores, femininos, penas regulares, entre outros niveis. Serão desenvolvidas na nova penitenciaria várias actividades como é o caso da agrícola e industrial. Os reclusos serão também formados em áreas técnicas como serralharia, carpintaria e avicultura.

A Policia moçambicana (PRM) confirmou que a cidadã japonesa que perdeu a vida na semana passada no distrito de Maganja da Costa, província central da Zambézia, foi vítima de suicídio. Akiko Okimura, 41 anos de idade, suicidou-se na Quinta-feira última com recurso a uma corda.O corpo da vítima foi encontrado no seu escritório, no dia seguinte da ocorrência. Em vida, Akiko Okimura trabalhava como coordenadora da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) na província da Zambézia, onde esta instituição nipónica está a desenvolver um projecto agrícola no distrito de Maganja da Costa, concrectamente no baixo Licungo Nante.

MORRE-SE MUITO AO VOLANTE - Pelo menos 19 pessoas morreram semana passada em Moçambique vítimas de 50 acidentes de viação registados durante esse período. Além deste número de vítimas, os sinistros feriram 49 pessoas, 26 das quais em estado grave.O porta-voz do Comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, disse que 14 dos acidentes aconteceram devido ao excesso de velocidade. Outros quatro foram corte de prioridade, três ultrapassagens irregulares, entre outras causas. Assim, essas formas de condução resultaram em 34 atropelamentos, seis despistes e capotamentos, 10 casos de choques entre carros, entre outros tipos de acidentes. Igualmente, a Polícia confiscou mais de 350 cartas de condução, 70 das quais pertencentes a titulares encontrados a conduzir sob o efeito do álcool.

OURO E RUBI ROUBADOS - As autoridades governamentais do Niassa, no norte de Moçambique, apreenderam, no ano passado, nove quilogramas de ouro extraídos na localidade da Nova Madeira, distrito de Sanga. Segundo Sertório de Azevedo, director provincial dos Recursos Minerais e Energia, citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, aquela quantidade de ouro foi apreendida na posse de 20 cidadãos estrangeiros, todos de nacionalidade tanzaniana, 14 dos quais puseram-se em fuga quando interpelados pelas autoridades.No mesmo período, foram ainda apreendidos na localidade de Mzawize, distrito de Mavago, 13 quilogramas de rubi, na posse de moçambicanos e tanzanianos, bem como 836 quilogramas de granada nas minas de Cuamba. Todos os minérios apreendidos reverteram a favor do Fundo do Fomento Mineiro.

JANELA ELECTRÓNICA - Operadores de diversas áreas de actividade de comércio externo baseados na província de Sofala, no centro de Moçambique, estão a ser formados no âmbito da implementação e operacionalização do sistema da Janela Única Electrónica no Porto da Beira, de modo a fazerem uso da nova tecnologia de desembaraço célere de mercadorias. Assim, a referida formação vai beneficiar funcionários aduaneiros das Alfândegas, despachantes aduaneiros, agentes de navegação e operadores de navios, agentes transitários, operadores de terminal de carga, importadores e exportadores, autoridade portuária e bancos comerciais. Refira-se que vários Bancos nacionais estão a conduzir testes de sincronização dos seus sistemas informáticos, com a Janela Única Electrónica para o registo e validação dos pagamentos de imposições aduaneiras efectuados nas suas agências. O projecto da Janela Única Electrónica terá um impacto substancial na melhoria do ambiente de negócios em Moçambique, prevendo-se uma redução substancial no tempo necessário para o desembaraço de mercadoria no país.

CRÉDITO SALVADOR- O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, disse que o financiamento do apoio directo ao orçamento do Estado para 2012, no valor de 110 milhões de dólares norte-americanos, contribuirá para materializar os esforços consagrados no quadro da condução da política macroeconómica.O oitavo crédito de apoio para a redução da pobreza vai, segundo Cuereneia, apoiar também na gestão macroeconómica e o aprofundamento das reformas na gestão das finanças públicas. “Vamos melhorar em quantidade e qualidade os serviços públicos de educação, saúde, água e saneamento, estradas e energia; prosseguir com a consolidação de umaadministração local do Estado e Austárquica ao serviço do cidadão”, disse o Ministro.

TRILIÕES DE GAZ - A companhia italiana ENI East África Moçambique anunciou, a descoberta de mais um significativo reservatório de gás natural na bacia sedimentar do Rovuma, na sequência da abertura de mais um furo denominado Mamba Norte Leste-1.Com esta descoberta, segundo um comunicado do instituto Nacional de Petróleo (INP), sobem para 40 triliões de pés cúbicos (Tcf) as reservas de gás natural descobertas na área 4 concessionada à ENI East África Moçambique. Durante o presente ano, a ENI East África Moçambique vai proceder à abertura de mais quatro furos para avaliar o potencial adicional do Complexo Mamba em prospectos vizinhos.Em Moçambique, a bacia sedimentar do Rovuma é neste momento a mais activa em termos de pesquisas de hidrocarbonetos. Somando as descobertas das duas companhias, ENI e Anadarko, conclui-se que até aqui podem ter sido descobertos nos últimos dois anos, só no bloco do Rovuma, pouco mais de 70 triliões de pés cúbicos de gás. Recorde-se que mais a Sul, na bacia sedimentar de Moçambique, a petroquímica sul-africana Sasol está a explorar gás natural os campos de Pande e Temane, donde está a ser exportado para a vizinha África do Sul.

quarta-feira, março 21, 2012

Só em 2011 foram exportados mais de...

.......... 2,6 biliões de dólares , segundo disse o ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, em Maputo, durante a abertura da 11ª sessão plenária do Observatório de Desenvolvimento. Cuereneia afirmou que este valor corresponde a 111,6 por cento de realização das metas planificadas pelo Governo moçambicano. Segundo o governante, apesar das adversidades da economia mundial e das mudanças climáticas, Moçambique conseguiu lograr um crescimento de 7,2 por cento e a inflação média registou um agravamento de 10,4 por cento, o que se encontra a apenas 0.84 pontos percentuais acima do nível planificado.“Merece destaque a realização em 102,5 por cento da meta estabelecida para as Receitas do Estado, onde foram arrecadados 81,1 biliões de meticais, o que é animador tendo em conta que uma parte significativa dos países que nos prestam assistência estão a se ressentir da crise económica e financeira”, disse o ministro.Igualmente, o governante disse haver progressos no domínio do desenvolvimento do capital humano, onde foi privilegiada a expansão do acesso e a melhoria da qualidade do ensino, a formação de profissionais de saúde, o alargamento da rede sanitária e a consequente elevação da qualidade dos serviços de saúde.Entretanto, presente no encontro, o G20, a Plataforma Nacional da Sociedade Civil Moçambicana para a participação nos Observatórios de Desenvolvimento, considera que a informação apresentada pelo Governo está aquém do desejável devido a falta de coerência entre os planos económicos e sociais (PES) de cada ano e o Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP).“A informação não sustenta devidamente os indicadores definidos, ora não há dados, e onde haja dados, com frequência, é informação muito geral; alguns documentos que suportam os níveis de realização indicados não são do domínio público”, disse Eufregina dos Reis, coordenadora do Grupo Moçambicano da Dívida (GMD), organização coordenadora do G20.Reis disse que a estrutura do balanço do PES 2011 é significativamente diferente da do balanço do PES 2010 e dos anos anteriores. “Pode ter havido melhorias (dos indicadores), mas a comparação requer um esforço adicional”, disse ela. Apesar disso, o G20 diz ter constatado que, no terreno, ainda persistem muitos constrangimentos ao desenvolvimento em praticamente todos os sectores de actividade.Na agricultura, por exemplo, a organização diz haver ainda constrangimentos consideráveis para a melhoria da produção no sector familiar, como, por exemplo, a falta de financiamento e apoio técnico.Igualmente, a sociedade apontou problemas relacionados com a precariedade de infra-estruturas diversas, abandono das obras, persistência do emprego precário, fraca qualidade do ensino e da saúde, elevadas taxas de mortalidade infantil, acesso limitado aos sistemas de abastecimento de água, entre outros.

Há confusão!

Estão a ser ainda registados, na província da Zambézia, casos de indivíduos que reivindicam direito a pensão de combatente, superando, assim, as previsões da faixa da população com direito a essa renda vitalícia estabelecida pelo Estado moçambicano. As mais recentes dúvidas foram levantadas semana passado no distrito de Morrumbala, na Zambézia, onde os resultados do registo revelam números incomportáveis de indivíduos que frequentemente submetem documentos solicitando acesso aos benefícios destinados aos antigos combatentes. Globalmente, a Zambézia inscreveu 382 antigos combatentes que aguardam a fixação da pensão, havendo um universo de mais de seis mil combatentes na província.Todavia, na visita que o governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, efectuou semana passada a Morrumbala, surpreendeu-se com dados que superam o número assumido actualmente como total na província.O informe apresentado pelo secretário permanente do distrito, Rajabo Ismael, refere-se a mais de 565 indivíduos que, só em Morrumbala, estão a tratar o processo para fixação de benefícios atribuídos aos antigos combatentes.Enquanto isso, as autoridades distritais reportam um total de 856 combatentes inscritos em Morrumbala, 291 dos quais já regularizou o processo de acesso à pensão.Também foram registados 468 desmobilizados de guerra, 44 dos quais auferem a pensão.Suspeitando existência de documentos forjados ou manipulação para “extorsão” do dinheiro ao Estado, Francisco Itai Meque teve encontro com ex-combatentes, no qual fez uma abordagem sobre o assunto.Nas várias intervenções, descobriu-se que há pessoas que se julgam combatentes por não compreenderem bem o estatuto, como, por exemplo, a reivindicação dessa renda por pessoas que acompanharam ou prestaram assistência a combatentes durante a luta contra o colonialismo português.Khemo Tocida, por exemplo, reportou ao governador que, durante um ano, acompanhou os guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique, carregando material de guerra. Com efeito, a mulher que está convencida que tem estatuto de antiga combatente, queixou-se de não auferir pensão.Na sequência desta intervenção, o governador percebeu que os excessos nos números podiam estar relacionados com a confusão que as pessoas têm sobre quem realmente é combatente. “Há confusão. É preciso explicar bem quem deve de receber a pensão, porque se todos os que carregaram material de guerra ou acompanharam os combatentes tiverem que receber pensão, será muita gente a exigir o dinheiro porque tem muitas senhoras na condição dela”, comentou. Ele aproveitou explicar aos combatentes sobre os benefícios que o Estado moçambicano decidiu atribuir ao grupo e as respectivas famílias, especialmente filhos, que, para além de assistência médica gratuita, também são privilegiados no acesso ao ensino escolar.

Não vamos matar Dhlakama

A Frelimo considera infundadas as acusações proferidas pelo secretário-geral da Renamo, Ossufo Momade, alegando que a formação política no poder, estaria a preparar um plano para assassinar o líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama. O porta-voz da Frelimo, Edson Macuácua, reagindo a estas declarações, disse que o seu partido desvaloriza estas acusações, sobretudo pela forma como foram apresentadas completamente vazias e destituídas de qualquer substância.O facto e’ que o secretário-geral da Renamo, mesmo sem apresentar provas e nem fontes, afirmou que “temos informações segundo as quais a Frelimo está a preparar um grupo de seus simpatizantes para marcharem na Rua das Flores em Nampula, exigindo a retirada do presidente Dhlakama”.No grupo, segundo Momade, estarão infiltrados agentes dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) usando vestes muçulmanas, dissimulando armas para assassinar o líder da Renamo.“Quanto a nós na Frelimo Dhlakama não representa nenhuma ameaça e, aliás, nunca fez parte da intenção de Frelimo liquidar quem quer que seja. O maior inimigo deste líder e’ a própria Renamo, e se alguém quer o matar será de dentro do seu próprio partido”, disse Edson Macuácua citado pelo jornal “O Pais”.Neste momento, o grande adversário do líder e’ a própria Renamo, insistiu Macuácua, classificando as acusações de graves, mas, apesar disso, a Frelimo não tenciona processar o partido de Dhlakama.
“Nós continuaremos a ser um partido guiado pelo espírito de paz, a privilegiar o Estado de Direito Democrático e vivência entre os partidos políticos”, destacou Macuácua.Por isso, Edson Macuacua apelou a sociedade moçambicana para não levar a peito estas declarações por não serem sérias, adiantando que para a Frelimo esse tipo de oportunismo e protagonismo esta fora de hipótese.

Comercialização de carvão

A empresa suíça Vitol Coal vai comercializar anualmente dois milhões de toneladas de carvão extraído em Moçambique pela empresa Beacon Hill Resources Plc em Moatize, na província central de Tete, nos termos de uma parceria estratégica anunciada na última segunda-feira em Genebra.Ao abrigo do acordo, segundo a agência noticiosa “Macauhub”, a Beacon Hill Resources utilizará a rede mundial de comercialização de carvão do grupo Vitol que anualmente coloca nos seus clientes mais de 25 milhões de toneladas de carvão de coque e térmico.O grupo Vitol, por seu turno, concederá uma facilidade de dívida até 20 milhões de dólares em duas fatias de 10 milhões de dólares que a Beacon Hill poderá utilizar para despesas de capital e de outro género.
Ficou ainda acordado que a Beacon Hill poderá continuar a vender carvão através da empresa indiana Global Coke, que continuará a receber até 600 mil toneladas por ano do carvão de coque extraído em Moatize. Refira-se que a empresa britânica Beacon Hill Resources iniciou a extracção de carvão de coque para exportação na sua mina a céu aberto em Moatize no ano passado.A exploração de carvão centrou-se inicialmente numa mina subterrânea que produzia pequenas quantidades de carvão para utilização doméstica e para comercialização nos países vizinhos, nomeadamente no Malawi.Porém, desde que a Beacon Hill Resources adquiriu a Minas de Moatize, a empresa redimensionou a sua actividade na exploração de uma grande mina a céu aberto, prevendo-se que venha a produzir 2,35 milhões de toneladas de carvão por ano, das quais 900 mil toneladas são de carvão de coque.Embora as primeiras exportações de carvão para a Beira sejam por via terrestre, a empresa pretende vir a utilizar a linha de caminho-de-ferro do Sena para movimentar, 18 milhões de toneladas por ano.A empresa não quer ficar totalmente dependente da linha de caminho-de-ferro pelo que organizou um sistema de transporte terrestre capaz de movimentar 500 mil toneladas de carvão por ano.

terça-feira, março 20, 2012

Renamo lubrifica armas

A antiga base principal da Renamo, no distrito de Chiúta, na província central de Tete, ainda possui armas de fogo utilizadas durante a guerra dos 16 anos em Moçambique escondidas em cavernas, junto as montanhas, que cercam o posto administrativo de Kazula. Os esconderijos são guarnecidos por ex-guerrilheiros de Afonso Dhlakama, que fazem de tudo para que ninguém se possa aproximar do local, segundo denúncias feitas por cidadãos entrevistados pelo “Diário de Moçambique”, à margem da visita do governador de Tete, Alberto Vaquina, ao distrito de Chiúta.No extremo norte, das montanhas, onde ficavam os ex-guerrilheiros existiam armas da Renamo escondidas mas hoje os “homens” de Dhlakama já se encontram na região sul de Matenje, onde guarnecem o armamento, disseram os entrevistados.Ginve Chiquando disse que“existem armas nas cavernas. A sua permanência preocupa-nos, porque a guerra terminou há muito tempo e não sabemos o objectivo da sua existência. Aliás, as armas de fogo não podem continuar cá, porque tememos que um dia possa novamente eclodir a guerra”.Por seu turno, Aisse Grevies afirmou “se as armas continuarem nas matas, corremos o risco de um dia voltarmos a ver o derramamento de sangue. As coisas podem começar como aconteceu recentemente em Nampula, em que houve troca de tiros. Temos esse medo. Já não queremos mais guerra. Queremos produzir a nossa comida e viver em paz”.No seu discurso durante o comício que orientou no local, o governador de Tete, Alberto Vaquina, insistiu sobre a necessidade de se preservar a paz, porque ela permite o desenvolvimento do posto administrativo de Kazula, bem como de toda a província. Vaquina apontou a unidade sanitária, instalada naquela região há cerca de cinco anos, como fruto da paz, tendo apontado também a edificação de uma escola e a instalação de moagem na localidade como fruto do calar das armas, acontecido em 1992, com a assinatura Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, na Itália.Vaquina visitou Matenje pela primeira vez desde que há três anos exerce o cargo de governador da província de Tete.
Terá duas faixas de rodagem ao longo de todos os seus 74 quilómetros de extensão, com capacidade estimada de 3 600 viaturas por hora em cada faixa. A sua construção vai empregar até 2 500 moçambicanos e durará dois anos e meio. Arranca em Junho próximo a construção dos 74 quilómetros de estrada que vão reforçar a ligação entre a cidade de Maputo, Matola e a vila de Marracuene, como alternativa para o crescente congestionamento do trânsito no acesso à capital do país. O Projecto, que é também denominado “Estrada Circular”, foi apresentado esta quarta-feira pelo Município de Maputo e deverá custar 315 milhões de dólares americanos, dos quais 300 milhões disponibilizados pelo governo da China.O presidente do Município de Maputo, David Simango, assegura que os fundos já estão disponíveis. Disse ainda que 52 quilómetros de estrada correspondem à construção de raiz e 22 quilómetros à reabilitação ou melhoramento de vias já existentes, embora em estado precário.O projecto indica que a rodovia terá duas faixas de rodagem em toda a sua extensão, devendo compreender seis secções, sendo a primeira a que parte da avenida da marginal, mais concretamente no hotel Rodisson até Costa do Sol, numa extensão de 6.3 quilómetros, e daqui até Chihango, a 19.9 quilómetros de extensão, naquela que compreenderá a segunda secção; A terceira secção da rodovia vai de Chihango até à N1 e terá 10.5 quilómetros; a quarta secção é a zona de Marracuene, mais concretamente no cruzamento do Grande Maputo até à zona do Estádio Nacional do Zimpeto, com 15.5 quilómetros; a quinta secção com 16.3 quilómetros de extensão, vai partir da N1 até cruzar a N4 no Bairro de Tchumene, na Matola; a última secção partirá do nó da Machava até à praça 16 de Junho, com 5.5 quilómetros.A construção da estrada circular será executada pela empresa China Road And Ridge e deve durar 30 meses (dois anos e meio), empregando entre 1 000 e 2 500 moçambicanos e cerca de 115 estrangeiros.

quinta-feira, março 15, 2012

"Tenham muito a perder antes da instabilidade ”

A ex-primeira-ministra, Luísa Diogo, disse, última sexta-feira, em Maputo, que o problema do crescimento económico não inclusivo é muito é sério, sendo necessário tomar medidas urgentes para que as pessoas se sintam parte deste crescimento económico e evitar-se que recorram a actos de violência em reclamação de uma melhor redistribuição da riqueza nacional. “Este é um problema sério em Moçambique. Nós iniciámos o processo em 1996 e em 2002 tivemos um resultado (positivo), depois do primeiro Plano de Acção para Redução de Pobreza Absoluta (PARPA). Em 2004, tivemos um segundo resultado (positivo), depois do segundo PARPA, e de repente começamos a cair. Isto quer dizer que alguma coisa está a acontecer no país, porque estamos a crescer nos indicadores macroeconómicos, mas estamos a ter problemas de distribuição”, explicou a antiga governante. Luísa Diogo, que é também economista, alertou ainda que os problemas de distribuição não se resolvem administrativamente, por isso, “não vale a pena acusarmo-nos administrativamente”, sendo necessário evitar expressões como “você está a levar mais que eu”, pois “macroeconomicamente não se resolve assim”. Recorde-se que o plano do Governo era reduzir a pobreza até 45%, em 2009. No entanto, os dados o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) apontam que a mesma agravou 0.6%, entre 2002/2003 e 2008/2009, passando para 54,7%. Para Diogo, que falava no Fórum de Crescimento Económico de Moçambique-2012 (um evento promovido pelo Centro de Crescimento Internacional), este problema (pobreza) resolve-se através de políticas que são aplicadas para que haja distribuição de riqueza e inclusão social. “E isto é urgentíssimo, num momento em que estamos a ter recursos naturais disponíveis para o país. Isto toca a questão da pobreza urbana, assim como da pobreza rural e a questão das políticas que já existem, devendo a sua aplicação ser célere”, realçou. “O grande desafio sério que Moçambique tem para os próximos anos já não é apenas a maior produção na área de recursos minerais, é, sim, um crescimento económico abrangente e inclusivo, para permitir que os moçambicanos se sintam todos parte deste crescimento económico e que não haja um sentimento de exclusão, de modo a que os moçambicanos, quando chegar a hora da verdade, tenham muito a perder antes e embarcarem para qualquer instabilidade social”, aconselhou Luísa Diogo, primeira-ministra da República de Moçambique, entre Fevereiro de 2004 e Janeiro de 2010.

Mais acidentes :entre os 18 3 45 anos

Mais de oito mil pessoas perderam a vida, nos últimos cinco anos, em todo o país, e outras 16.181 contraíram ferimentos graves, em consequência de 23.823 acidentes de viação. Estes números foram tornados públicos no decurso da reunião nacional de escolas de condução promovido pelo Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER).O encontro, de um dia, que contou com a participação de pouco mais de 300 pessoas, tinha por objectivo não a identificação dos culpados pelo elevado índice de sinistralidade nas estradas moçambicanas, mas a busca de possíveis soluções, em conjunto, para a redução de casos de acidentes. Segundo os dados em Moçambique ocorrem anualmente, em média, cinco mil sinistros, resultando na morte de 1.700 pessoas, o que é considerado pelo INATTER como sendo grave. No ano passado, os gráficos baixaram ligeiramente, mas a situação continua preocupante. Durante 2011 registaram-se 3.461 acidentes, contra 4.547 de 2010, o que significa uma redução de 1.180 casos.Em termos de mortes, foram 1.726, no ano transacto, menos 237 em comparação com o período anterior. As províncias com mais acidentes, no período de 2010/11, são cidade de Maputo (871), Maputo província (719), Sofala em terceiro com 373 e Nampula, em quarto, com 274 casos. No que se refere às mortes por acidentes de viação, Nampula figura em primeiro lugar com 235, contra 228 de Sofala, em segundo, e 210 da província de Maputo. Nas estatísticas do INATTER, os acidentes mais frequentes são do tipo atropelamento, representando cerca de metade do total dos que ocorrem nas estradas moçambicanas; choques entre carros e despistes. Em geral, a faixa etária entre 18 e 45 anos é a que mais se envolve em acidentes. “O acidente ocorre quando se verifica uma ruptura entre os diversos componentes do trânsito, nomeadamente o utente (condutor, passageiro ou peão), o veículo, a via e o ambiente”, lê-se no documento.No quadro de fiscalização rodoviária, a polícia passou, no ano passado, 421 485 multas correspondentes a 287 milhões de meticais, sendo 62.883, equivalentes a 80 milhões (32 por cento), pagas e 71.650 por executar, no valor de 175 milhões (68 por cento). Na tentativa de busca de possíveis soluções para a redução dos acidentes de viação, alguns dos presentes deram algumas sugestões. Luís Munguambe, vice-presidente da FEMATRO, lamentou o mau comportamento de alguns automobilistas na via pública e chamou a atenção no sentido de mudarem de atitude.Outras sugestões foram de que as escolas de condução devem fazer esforço no sentido de melhorar a qualidade do ensino de condução, o que passa pela fiscalização apertada, colocando alguns inspectores a acompanhar as aulas, quer teóricas, quer práticas.O director-geral do INATTER, chamou a atenção para a necessidade daqueles estabelecimentos de ensino acabarem com cenas de corrupção envolvendo instrutores, examinadores e outros.Disse que a maior parte das escolas está a fazer um bom trabalho, mas que o mesmo fica manchado pela conduta da minoria.Na ocasião, a polícia de trânsito foi severamente criticada por aceitar subornos, em troca de impunidades. Um participante disse na ocasião que os agentes da PT devem aceitar os subornos, mas que não devem deixar de actuar, posicionamento que foi muito saudado pelos presentes.A outra questão que foi levantada e que é tida como estando por detrás dos acidentes de viação é o facto de a maior parte dos condutores afectos ao serviço semi-colectivo de passageiros não possuir qualificações para o efeito.De acordo com a lei em vigor, os motoristas dos vulgos chapa cem deviam ter a carta de condução de serviço público, o que não acontece.Deu-se o exemplo do recente acidente de viação que matou nove pessoas e feriu 11 na zona de Vulcano, no bairro do Aeroporto, na capital, em que o motorista do “chapa” envolvido no sinistro tirou a carta de condução em Outubro do ano passado e que, por isso, está a conduzir há cinco meses.A propósito, os gestores das escolas de condução chamaram atenção à polícia de trânsito no sentido de assumir as suas responsabilidades no âmbito da fiscalização rodoviária, não permitindo situações destas que acabam em acidentes graves.

terça-feira, março 13, 2012

Nova aldeia de Maputo

Uma parte do bairro da Malhangalene, arredores da cidade de Maputo, a capital moçambicana, poderá beneficiar de ordenamento e renovação, com a implementação de um novo projecto imobiliário. Trata-se de uma iniciativa privada que visa construir edifícios verticais multifuncionais numa área de três hectares localizada no quarteirão 44 ao longo da Avenida Joaquim Chissano, do lado esquerdo para quem se desloca da Praça da OMM para a avenida Acordos de Lusaka (sentido Este/Oeste), e entre as avenidas da Malhangalene e Milagre Mabote. A área em questão se desenvolveu informalmente, sem estrutura definida e com condições relativamente precárias. O projecto, denominado “Cidade Nova”, esta dependente da anuência das populações que ocupam a área visada. De acordo com Mutxine Ngwenya, Representante do projecto, cuja empresa implementadora ainda é desconhecida, já estão em curso negociações com a população no sentido de haver cedência do espaço. “Pretende-se com o projecto renovar a área de implementação e as áreas adjacentes, criando-se um centro que agregue várias funções e que imprima uma dinâmica social, económica e urbanística”, disse. O interlocutor garantiu que já existe dinheiro para a execução do projecto. Entretanto, a fonte não revelou os montantes envolvidos, assim como escusou-se de avançar detalhes do projecto, nomeadamente o número de edifícios previstos, os respectivos andares, entre outros. “O projecto será constituído por vários edifícios, cujo número de andares se enquadra nas directrizes do município, os quais serão ocupados por áreas destinadas a comércio, serviços e habitação, consoante as necessidades do mercado”, detalhou Mutxine. O Conselho Municipal de Maputo, um dos parceiros do projecto, autorizou apenas que os donos do mesmo negociassem com os moradores da área de modo a chegarem a um consenso quanto a cedência do espaço, segundo frisou Ngwenya. A zona é habitada por pouco mais de 120 famílias, para além de possuir infra-estruturas diversas. “Iniciamos uma fase de prospecção e identificamos aquela área. O Município aprovou que iniciássemos o diálogo com os residentes do quarteirão 44 e já realizamos dois encontros para sabermos quais são os seus anseios. Dentro de pouco tempo vamos iniciar as conversações directas com cada família”, explicou ele. Ngwenya acrescentou que “a execução depende da decisão dos moradores. Se a resposta for favorável, esperamos dentro de seis meses arrancar com o projecto”. Sobre os termos de transferência para retiradas das populações em caso de cedência, Ngwenya referiu que tudo vai depender do consenso que se chegar com a população. No entanto, a população exige que a sua retirada seja digna, segundo revelou António Chaluco, representante dos residentes da área num encontro com jornalistas. De salientar que quando se trata de transferência das populações de qualquer região da cidade de Maputo, a edilidade solicita espaço ao Município da Matola. Entretanto, há informações de que nos últimos tempos o Conselho Municipal da Matola tem dificuldades de responder favoravelmente às solicitações da sua congénere de Maputo, dada a pressão que está a sofrer devido a novos projectos privado e públicos a serem implementados.

quinta-feira, março 08, 2012

Obama passa?

Deputado republicano de origem suíça, Wally Herger co-preside o grupo parlamentar "Amigos da Suíça". Na corrida para a Casa Branca, ele apoia o candidato republicano Mitt Romney. Mas estima que, apesar dos enormes problemas nos Estados Unidos, Barack Obama poderá ser reeleito à presidência.Neto de imigrantes suíços originários do cantão de Uri, Wally Herger é deputado de uma circunscrição rural no norte da Califórnia desde 1987.

Como o senhor qualificaria as relações entre os Estados Unidos e a Suíça?

Wally Herger: Elas são muito importantes. Eu tenho orgulho das minhas raízes, pois a Suíça sempre foi líder em termos de democracia. Neste momento, a economia suíça é uma das raras a ser sólida. Os suíços equilibram seu orçamento e nós teríamos muito para aprender com eles em matéria de gestão.E ao longo da história, a Suíça sempre foi um grande amigo dos Estados Unidos. Por seu lado, os Estados Unidos são o maior investidor estrangeiro na Suíça e o segundo maior comprador de produtos suíços. Portanto, temos relações muito boas e intensas.

O senhor é membro da comissão de finanças públicas da Câmara dos Deputados, encarregada de redigir as leis sobre a tributação no país. O escândalo da evasão fiscal que atinge certos bancos suíços não teria abalado as relações bilaterais?

W.H.: Certamente. Aqui as pessoas acreditam que todos devem pagar seus impostos e que ninguém deveria violar a lei, pois isso aumenta a pressão sobre aqueles que pagam em dia seus impostos. Dito isso, temos feito progressos consideráveis para resolver esse problema e poder continuar a honrar a tradição bancária secular dos suíços de maneira a responder às suas necessidades como também às nossas. Nós mostramos que somos capazes de falar e encontrar soluções. Isso reflete a força dos laços que unem nossas duas nações.

Os Estados Unidos têm uma dívida que ultrapassa 15 trilhões de dólares. A responsabilidade desse enorme fardo não é compartilhada entre os presidentes Bush e Obama, entre os republicanos e democratas?

W.H.: Absolutamente! É preciso considerar o problema através desse ângulo. Estamos todos no mesmo barco e precisamos examinar conjuntamente o problema. No momento atual temos divergências muito importantes sobre a maneira de tratar o problema, mas é certo que esses grandes déficits foram acumulados tanto nas presidências republicanas como democratas. Ninguém escapa às críticas. Agora é necessário superar isso e descobrir como solucionar o problema.

A dívida e a economia, em geral, vão dominar a campanha para as eleições presidenciais e legislativas em novembro de 2012?

W.H.: Correto! Nós vivemos a mais longa crise econômica desde a grande depressão. Se a população não deve viver além dos seus recursos, por que o governo deve fazê-lo? As pesquisas de opinião mostram que esse problema preocupa os americanos e, no que diz respeito ao meu partido, nosso grande objetivo é de falar dele.

O "Tea Party" teve um papel determinante na reconquista da Câmara dos Deputados pelos republicanos em 2010. Ora, o apoio popular a esse movimento ultraconservador caiu. O "Tea Party" terá um papel importante nas eleições de 2012"?

W.H.: Todo o grupo ativo e implicado na seleção e eleição de representantes terá um papel importante. O Tea Party se preocupa em ter um governo responsável, capaz de controlar as despesas. Ele não será um fator decisivo, mas será um dos grupos que contribuirão a decidir quem será eleito.

E o movimento "Occupy Wall Street"?

W.H.: Eu preferiria que eles propusessem mais soluções. Eu gostaria de vê-los trazer mais coisas positivas.

Qual é o candidato republicano à Casa Branca que o senhor apoia?

W.H.: Eu gosto de todos os candidatos republicanos, mas daria meu apoio a Mitt Romney. Frente à sua experiência no desenvolvimento e na reestruturação de empresas de baixo desempenho, frente à maneira como ele conseguiu transformar os Jogos Olímpicos de Salt Lake City (endividados) em um sucesso financeiro, é o tipo de pessoa que nós precisamos.

O senhor é mórmon como Mitt Romney. Segundo as pesquisas de opinião, inúmeros americanos, incluindo também republicanos, consideram a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias como uma seita e dizem que não votariam em M. Romney, pois ele é mórmon. Ele será capaz de superar esse obstáculo?

W.H.: Sim, eu creio. Lembro-me que quando John Kennedy se apresentou, havia preocupações pelo fato dele ser católico. Alguns pensavam que não seria possível confiar nele e, portanto, ele ganhou. Penso que, no final das contas, os americanos serão justos e julgarão cada candidato, questionando se ele será um bom presidente ou não.

Barack Obama herdou problemas muito difíceis e sua popularidade está, hoje em dia, tão baixa como a de Jimmy Carter no mesmo estágio do seu primeiro e último mandato. O presidente poderá ganhar as eleições?

W.H.: Absolutamente. O candidato à reeleição sempre é o favorito, forçosamente. Penso que se ele for reeleito, será um desastre para nós. Seus três primeiros anos no poder resultaram em um colapso total no plano econômico. Ele chegou afirmando que iria impedir que o desemprego chegasse à marca de 8%. Hoje já temos 9% durante praticamente toda a sua presidência.Quanto à dívida, ela aumentou de 3 a 4 trilhões de dólares desde a sua chegada ao poder. Mas temos também a sua política de forma geral. Falando disso, não há dúvidas que ele ainda conta com muito apoio da opinião pública e o fato de ser um candidato à reeleição o favorece.

Marie-Christine Bonzom, swissinfo.ch
Washington
Adaptação: Alexander Thoele

Renamo perde primeira batalha

A Polícia da República de Moçambique (PRM), desalojou e capturou, na manhã de hoje, 22 antigos guerrilheiros da Renamo (o maior partido da oposição), parte integrante de um contingente de cerca de 300 homens armados acampados na delegação provincial deste partido na cidade de Nampula, no norte do país. Segundo o porta-voz da PRM em Nampula, tudo começou cerca das 5:30 horas de hoje, quando os homens da Renamo dispararam contra um carro da polícia que procedia a rendição dos seus efectivos posicionados naquela cidade. A polícia tratou de ripostar imediatamente.Informações divulgadas, pela Rádio Moçambique (RM), citam a existência de pelo menos dois feridos, entre os quais um membro da PRM e a captura de cinco armas de fogo do tipo AK47.Os homens da Renamo, que se encontravam concentrados na delegação do seu partido, localizada na Rua dos Sem Medo, desde Dezembro passado, fugiram em debandada refugiando-se na residência do seu líder Afonso Dhlakama, localizada a 600 metros do local em que se encontravam concentrados.A polícia que promete fazer mais detenções, explica que os 20 capturados fazem parte da guarda armada do líder da Renamo Afonso Dhlakama, que se tinham infiltrado em casa de populares em diferentes bairros. “A captura está a acontecer de forma esporádica. Apelamos a população para se manter calma e atenta para denunciar a presença de estranhos porque alguns deles que fugiram e meteram-se pelo bairro a adentro estão a paisana o que pode criar alguma confusão”, diz a policia. Enquanto isso, a polícia esclarece que vai manter a vigilância redobrada nas imediações da delegação deste partido e no interior do bairro, havendo informações dando conta de que já foi reposta a normalidade no local e que a população pode circular livremente.Esta acção da polícia já era esperada, após terem circulado informações que davam conta que a PRM teria destacado a Força de Operações Especiais para reforçar o efectivo policial que se encontra a vigiar os ex-guerilheiros da Renamo aquartelados na sua delegação na cidade de Nampula.Esta unidade juntou-se à Força de Intervenção Rápida com a missão de resgatar um cidadão, Hemane Bandau, 65 anos, que foi feito refém em princípios de Fevereiro passado por ex-guerilheiros da Renamo, quando alegadamente estava a tentar recolher informações junto do grupo para fornecer aos serviços do partido no poder nesta parte do país.Contudo, a sua família nega que o Hemane Bandau tenha ido à delegação Renamo para espiar a favor da Frelimo, e afirma que ele e’ motorista de profissão e funcionário de uma empresa privada.

segunda-feira, março 05, 2012

Outra guerra? Os mesmos actores?

A Renamo é acusada de manter sob cativeiro um indivíduo, por alegada espionagem. O Partido responde com uma contradição, a que confirma e a que desmente tal ocorrência. Em qualquer dos casos, o rosto desta contradição não é visível. Nos corredores, alimenta-se a especulação, com base em informações avulsas e não oficiais que vão escapando por entre a forte cortina de ferro montada pela Renamo. A Polícia também alimenta alguma contradição. Enquanto em Nampula a corporação garante estar a tentar negociar com a Renamo para que o homem volte ao convívio familiar, a nível central a ideia que existe é de que a Polícia não está para negociar nada. Os militares é que, desde logo, atiram o “capote” para a Polícia. Não há motivo para guerra, tanto mais que Afonso Dhlakama é livre de manter os seus homens (armados) seja na sede da Renamo, seja na sua residência, desde que no quadro da legislação. O Acordo Geral de Roma, em 1992, pôs fim à guerra civil, mas deu lugar a uma incessante troca de palavras (azedas) entre a Frelimo e a Renamo. Em muitos casos, tais conflitos – com tendências belicistas – só páram com a intervenção das lideranças da Frelimo da Renamo. Mas logo depois reacendem quase ao mesmo rítmo. Assim, parece claro que o retorno à guerra não interessa, nem à Frelimo, nem à Renamo, embora por vezes tudo indique que a paz esteja por apenas um fio… Apesar disso, a comunidade internacional continua a acreditar num país comprometido com a paz, diferentemente de “ene” nações africanas onde o conflito armado leva mais tempo que a observância do sossego social. Esta casa acha que devia ser instaurada uma espécie de comissão bilaterial (Frelimo e Renamo) encarregue de analisar questões pontuais susceptíveis de gerar polémica, como é o caso do eventual cárcere. A Renamo já defendeu uma iniciativa semelhante, mas rapidamente respondida com a ideia de que, para isso, existe a Assembleia da República e que todos os partidos políticos devem merecer o mesmo tipo de tratamento. Só que a história, em África, mostra que os partidos com um passadobelicista têm uma larga vantagem sobre os restantes, que nunca conheceram o cheiro à pólvora. .Dialogar, dialogar sempre deve ser a arma para acabar com cárceres privados.

"Dentes que riem não são os que mastigam"-

O Secretario Geral da Organização da Juventude moçambicana (OJM), Basílio Muhate, queixou-se do facto de os presidentes dos municípios só conhecerem a juventude em tempos de campanha eleitoral, onde tudo prometem mas que depois nada cumprem.“Estão a porta as eleições, já veremos alguns dentes! Mas basta!”, afirmou Muhate, discursando na III Sessão Ordinária do Comité Central da OJM, terminada Sábado último, na cidade da Matola, Sul do país, e cuja sessão de abertura foi dirigida, Sexta-feira, pelo Presidente da Frelimo, o partido no poder em Moçambique, Armando Guebuza. Muhate, que não avançou nenhum caso especifico, sublinhou que “a Juventude queixa-se de que os nossos presidentes dos municípios só nos conhecem em tempos de campanha, onde tudo prometem e no fim se refugiam na burocracia e na falta de tempo e quando a pressão aumenta não hesitam em mostrar actos intimidatórios e de desprezo”. Naquela ocasião, disse que a juventude não está alheia à governação. “Por um lado estamos satisfeitos com os esforços do governo no combate à pobreza, mas também inquieta-nos a má execução de certas políticas, como a da habitação, em que na prática são negados aos jovens a concessão de Direitos de Uso e Aproveitamento de Terras”, afirmou o Secretario Geral daquela organização de massas do partido Frelimo. De acordo com Muhate, “apesar de vermos com bons olhos os ventos de empreendedorismo, assistimos a uma estranha tendência de exclusão dos nossos jovens quadros, nacionais, em áreas do seu domínio por cidadãos estrangeiros”.Para aquele líder juvenil, começa a ficar grave o cenário pois “vemos cozinheiros, caixas e canalizadores importados do estrangeiro”.“Será que não os temos cá?”, questionou, explicando que “não somos xenófobos ou racistas porque acreditamos que na vivência dos seres se trocam experiências, mas também acreditamos que não devemos ser preteridos no que sabemos e podemos fazer”.Muhate alertou, por outro lado, contra o facto de certas questões poderem trazer constrangimentos futuros e de dimensões imprevisíveis, tal como o “boom” energético e mineiro que o país está a conhecer nos últimos tempos.“Assistimos nos últimos tempos a um crescimento de entusiasmo por força do boom energético e mineiro que o país conhece, o que traz uma natural alegria para todos nós, porque cremos que poderá ser um tónico para o nosso desenvolvimento e um estímulo para o aumento da produção. Contudo, sabemos que esse advento cria expectativas justas e nalguns casos injustas e desmedidas de pessoas que vêm no petróleo, gás e diversos minérios, um garante de uma vida exorbitante e que preterem o trabalho”, disse Basílio Muhate. Ele pediu para que a informação sobre esse ‘boom’ seja difundida de modo massivo para acabar com as ‘desmedidas’ expectativas e para que a legislação e as negociações atinentes a sua exploração sejam bem pensadas e ponderadas de modo a se ganhar uma exploração sustentável e que propicie reais ganhos para o laborioso povo moçambicano.O Secretario Geral da OJM manifestou ainda preocupação pela crescente ocorrência de casos de nepotismo. “ Somos contra o nepotismo e as suas variáveis formas de manifestação, exortamos assim para que as diversas oportunidades sejam distribuídas sempre na busca do equilíbrio e da justiça social no seio do povo de modo a que não minemos e periguemos aquela que é uma das nossas riquezas: a unidade nacional”, frisou Basílio Muhate.

sexta-feira, março 02, 2012

Chapa voa e mata

Um acidente de viação ocorrido na noite desta quinta-feira na capital moçambicana, envolvendo um autocarro pequeno de transporte semi colectivo de passageiros, vulgo "chapa", que caiu de uma ponte na zona da drenagem causou seis mortos, oito feridos, alguns dos quais em estado grave, e danos materiais avultados.Segundo testemunhas o "chapa" transitava na chamada ponte do Vulcano, que passa sobre a avenida Joaquim Chissano, tendo embatido numa viatura ligeira projectando-se em seguida para a vala de drenagem, numa queda de cerca de cinco metros com os passageiros que transportava a bordo.Três dos feridos são da mesma família, uma mãe e dois filhos que se faziam transportar no chapa, estando uma das crianças em estado grave.

Irene Ravache em Moçambique

Vai participar num filme de produção portuguesa, dirigido por Margarida Cardozo. A actriz brasileira Irene Ravache está em Moçambique. A Clô da novela “Passione”, em exibição na STV, foi recebida hoje pela primeira-dama, Maria da Luz Guebuza, no seu gabinete.Irene Ravache está em Moçambique para participar num filme de produção portuguesa, dirigido por Margarida Cardozo. Durante a conversa que manteve com a primeira-dama, falaram sobre projectos moçambicanos que envolvem a mulher e a criança. “Falei com a primeira-dama, ela falou dos seus projectos que envolvem mulheres e crianças, só tenho a aplaudir. Se os projectos forem concretizados, será muito bom. A força da mulher não pode ser esquecida e colocada de lado, a mulher tem grande importância na sociedade”, salientou.Na longa-metragem que a traz a Moçambique, Irene vai desempenhar o papel de uma mulher que vive em Moçambique, mas não moçambicana. essa mulher chama-se Sara, teve dois filhos, só que os mesmos encontram-se a estudar fora de Moçambique. Sara faz o papel de uma médica e durante o seu trabalho acaba envolvendo-se de corpo e alma com a população”, disse.

quinta-feira, março 01, 2012

Jovens "forçam poder "a passar o testemunho

O director-geral do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naife, depois de vários dias a protelar e a permitir uma prática que suscitou os mais veementes protestos em Inhambane-céu – sobretudo dos jovens – classificou de “excesso de zelo” o conjunto de ilegalidades que vinham sendo praticadas pelo STAE provincial de Inhambane no acto de recenseamento eleitoral com vista às eleições intercalares de 18 de Abril próximo, em que concorrerão apenas dois candidatos: um do partido Frelimo e outro da oposição, mais concretamente do MDM movimento liderado pelo edil da Beira, engenheiro Daviz Simango. O STAE provincial, violando flagrantemente a Lei Eleitoral, esteve, durante vários dias – cerca de metade do tempo do período de actualização do recenseamento em Inhambane, a exigir cartões de estudantes aos jovens que pretendiam recensear-se. O STAE começou por alegar que adoptara tal prática porque suspeitava que algumas pessoas que estavam a querer recensear-se vinham de outros distritos para votarem nas “intercalares” de Inhambane em que se votará para eleição do novo edil da capital desta província devido ao falecimento em Dezembro de Lourenço Macul, do partido Frelimo. Os brigadistas nos postos de recenseamento estavam a perguntar ao jovens, mas não só, se conheciam o nome do secretário do bairro em que residiam, como forma de se certificarem se o cidadão éresidente na área do Município de Inhambane.Todos os secretários dos bairros são do Partido Frelimo. Caso o cidadão que se pretendia recensear não conhecesse o nome do tal secretário, era-lhe vedado o direito de se recensear. Aos que aparentavam ser estudantes os brigadistas do STAE estavam também a exigir o restectivo cartão de estudante. O STAE também estava a exigir aos jovens atestados de residência, documentos que são emitidos pelos secretários dos bairros, todos eles do partido Frelimo. A Lei Eleitoral é bem explicita quanto a exigências para efeito de recenseamento e nada do que o STAE estava a exigir consta como exigência legal. As exigências que o STAE estava a fazer criaram um amplo movimento de protesto na cidade de Inhambane onde o Partido Frelimo receia que oeleitorado – sobretudo os jovens – venha a frustrar as suas intenções de se manter na direcção do Município. O director-geral do STAE, depois dos protestos acabou por aparecer a alegar que não tinha “conhecimento” de que se estava a exigir o nome do secretário da Frelimo disse que o STAE provincial encontrou jovens a quererem recensear--se que apenas diziam que eram estudantes e nem sequer sabiam dizer em que escola estudavam. Não apontou um único caso concreto. “Houve situações em que os jovens diziam que eram estudantes e não conseguiam dizer aonde estudavam e isso criou suspeita e obrigou o STAE provincial a tomar cautelas”, disse o director-geral do STAE depois dos protestos se acentuarem. Felisberto Naife garantiu, no entanto, que as tais exigências ilegais já não estão em vigor desde a semana passada. “O assunto já está resolvido. O STAE central já articulou com o STAE provincial e nos apercebemos do que se estava a passar, mas o assunto já está resolvido e o processo decorre normalmente”. O director-geral do STAE garantiu que tudo está a fazer para evitar mais ilegalidades e irregularidades que possam vir a manchar o processo, mas o processo já foi claramente manchado pelo que foi considerado um acto induzido pelo partido Frelimo que está no poder em Moçambique e receia ser derrotado pelo MDM em Inhambane, tal como aconteceu em Quelimane em Dezembro último e a cidade da Beira.(M.Guente)

- Dos eleitores recenseados na cidade de Inhambane , 70% são originários de outros pontos do país.