segunda-feira, outubro 26, 2020

Subsídios à pesca prejudicial vem da China

As redes de pesca puxadas a bordo de uma traineira chinesa encheram-se de sardinela, um pequeno peixe prateado que é fonte de alimento e renda em Gana.Parte da captura estava morta e jogada ao mar, e grande parte foi transferida da traineira para uma grande canoa capaz de transportar cerca de 450 vezes mais peixes do que uma canoa de pesca artesanal. A traineira chinesa estava pescando em uma área destinada a pescadores artesanais. O transbordo de peixes no mar, conhecido como “saiko”, é ilegal em Gana. Em 2017, saiko tirou 100.000 toneladas de peixes das águas de Gana, custando ao país milhões de dólares em receitas e ameaçando a segurança alimentar e os empregos, de acordo com a Fundação para a Justiça Ambiental.

 “A certa altura, não haverá peixes suficientes para sustentar aqueles que dependem da pesca para sua subsistência ou principal meio de vida, e essa parte da população não está bem posicionada para se deslocar para o exterior em busca de novas oportunidades”, Tabitha Mallory , um professor afiliado de relações internacionais da Universidade de Washington e diretor executivo do China Ocean Institute, disse ao ADF por e-mail.“Portanto, países anfitriões como Gana podem querer considerar cuidadosamente se eles querem frotas estrangeiras em suas águas - não apenas os chineses, mas outros países também”, acrescentou Mallory.Mais de 200 aldeias costeiras em Gana dependem da pesca como sua principal fonte de renda. Houve uma queda na renda média anual de até 40% por canoa artesanal nos últimos 15 anos ou mais, segundo a fundação.

“Um grupo de trabalho científico e técnico nos fez entender que a saiko, como está sendo praticada agora, é a forma mais destrutiva de [pesca] e está na verdade levando ao colapso da indústria”, Nana Pager, 38, cuja família pescou nas águas de Gana por gerações, disse Joy News de Gana.“Uma análise de uma placa de saiko pelo Departamento de Pesca e Ciências Aquáticas revelou que mais de 90% da captura [era] juvenil”, disse Pager. A captura de grandes quantidades de peixes juvenis esgotou rapidamente as populações de peixes de Gana.“Os peixes são capturados antes que possam se reproduzir”, disse Mallory ao ADF . “As capturas de Gana têm diminuído nas últimas duas décadas e a tendência se correlaciona com o aumento do saiko no mesmo período.”

Nana Anobil, um pescador em Abandze, disse ao Joy News que arrastões chineses muito maiores costumam invadir águas designadas para pescadores artesanais e fazer grandes arrastões com redes proibidas projetadas para varrer grandes cargas de peixes pequenos. Ele disse que os arrastões chineses costumam operar com licenças vencidas.“Essas pessoas estão realmente nos preocupando e [nosso] governo deveria fazer algo a respeito por nós”, disse Anobil. Mallory disse que a China está ciente dos efeitos de suas frotas pesqueiras em águas distantes na indústria pesqueira de Gana, já que Pequim proibiu a pesca comercial doméstica em muitas áreas. Ela disse que não é provável que o governo da China retire suas traineiras de águas distantes das águas de Gana tão cedo.

Um grande problema são os bolsos fundos do governo chinês”, disse Mallory. “Eles fornecem a maioria dos subsídios à pesca do mundo para suas frotas; Estima-se que um quarto do total global de subsídios à pesca prejudicial vem da China. Então, enquanto o dinheiro estiver lá, você provavelmente verá empresas chinesas procurando peixes. ”

No leste do Gana

Uma insurgência na região do Volta, no Gana, começou no início de Setembro com a declaração de soberania e uma caça ao homem, pela polícia regional, a qualquer pessoa que erguesse sinalizações precárias com a escrita “Bem-vindo à Togolândia Ocidental.” Desde então, a situação piorou e passou a incluir ameaças de confrontações violentas e de rebelião aberta. Pelo menos dois grupos estão a exigir a independência das terras disputadas ao longo da fronteira leste do Gana com o Togo. O governo do Gana minimizou o assunto, considerando-o como uma questão policial.

“A região que hoje chamam de Togolândia Ocidental deve ser um produto da sua imaginação,” disse o Vice-Presidente do Gana, Mahamudu Bawumia, na rádio Asempa, na capital, Acra. “Não existe. Não há uma base legal para as suas reivindicações. Não há negociações! Com aqueles criminosos?”

A história da região remonta desde a Primeira Guerra Mundial, quando o então território alemão foi conquistado e recebeu o novo nome de Togolândia Britânica. Os seus residentes votaram em 1956 para que aquele território fosse incorporado no Gana, mas várias tentativas de separação fracassaram esse objectivo. Os comentários de Bawumia vieram em finais de Setembro depois de os separatistas terem estabelecido pontos de controlo armados ao longo das rotas da região. Membros do grupo secessionista Frente de Restauração da Togolândia Ocidental (WTRF) atacaram dois postos policiais no Volta, roubaram 15 espingardas de assalto AK-47 e outras armas, libertaram prisioneiros e feriram agentes da polícia.Outros três agentes foram mantidos reféns antes de a polícia e os soldados os terem libertado. A equipa de segurança prendeu 31 membros da WTRF depois de um tiroteio em que um separatista foi morto e três ficaram feridos. A WTRF emitiu uma declaração à imprensa regional, impondo soberania. O grupo deu ordens às forças de segurança do Gana para abandonarem o território, deixando armas e munição. A declaração também exigia que o Gana negociasse a independência da Togolândia Ocidental com ajuda de mediadores das Nações Unidas. Toda a actividade política no novo Estado é proibida com efeitos imediatos,” lê-se na declaração. 

“Certas estações de rádio estão temporariamente designadas de Rádio Estatal da Togolândia Ocidental (WTL), até novas ordens, e todos os órgãos de comunicação social dentro da WTL devem focalizar a sua programação predominantemente em questões relacionadas com a WTL, até novas ordens.”Pelo menos uma dezena de insurgentes armados atacaram, no dia 29 de Setembro, a empresa estatal de transportes, State Transportation Corp. (STC), na cidade de Ho, no Volta, incendiando um machimbombo e danificando um outro, enquanto agrediam os motoristas, com armas apontadas. Mais tarde, a polícia prendeu 30 separatistas depois de um tiroteio ter deixado uma vítima mortal. Um outro grupo dissidente, a Fundação Grupo de Estudo da Terra Natal (HSGF), publicou um comunicado no Facebook, distanciando-se do sucedido.

“A HSGF e todos os seus vários capítulos e ramificações não tiveram qualquer envolvimento no ataque aos veículos da STC, em Ho, ontem à noite,” lê-se no documento. “A campanha pelos nossos direitos de cidadania, que estão a ser continuamente postos em causa por alguns grupos de ganeses, será sem recurso à violência.” Os líderes da HSGF planeiam declarar a independência da Togolândia Ocidental desde 2017, quando sete membros foram presos e acusados de traição. A polícia regional do Volta, em 2019, prendeu outros 81 membros da HSGF por preparar um protesto. A maior parte das acusações foi eventualmente retirada. 

A Togolândia Ocidental é membro da Organização das Nações e Povos Não Representados, que emitiu um comunicado em finais de Setembro, pedindo que o Gana retomasse as conversações com a HSGF. “Embora o direito à autodeterminação não garanta um direito automático de um estado de independência a qualquer povo que o procura, o direito de acreditar em e de buscar o estado de independência através de meios não violentos e de lei está protegido nos termos da lei internacional dos direitos humanos,” lê-se no comunicado. “Perseguir esta crença livre não serve a qualquer propósito prático e apenas pode levar ao aumento de ressentimento e instabilidade, como aparentemente testemunhamos na Togolândia Ocidental hoje.”

The Voice

 RM de luto: Morreu jornalista e locutor reformado João de Sousa

 Morreu, na manhã desta segunda-feira, 26, em Maputo, o jornalista João de Sousa, uma referência incontornável da radiodifusão moçambicana.

João de Sousa (The Voice), reformado da Rádio Moçambique, morreu de paragem cardíaca. Deixa esposa e um filho.

Nascido em 1947, em Maputo, ele iniciara a carreira, no início da década de 1960, na Produções Golo, tendo-se revelado como relator desportivo e apresentador de programas recreativos.

Após a independência de Moçambique, em 1975, João de Sousa manteve-se no desporto e explorou, entre outras áreas, política e artes. Com Leite de Vasconcelos e outros profissionais, apresentou os sucedidos programas "Sabadar" e "Volta a Moçambique", respectivamente na Rádio Moçambique e TVM.Na estação pública moçambicana, onde passou grande parte dos seus mais de 50 anos de carreira, João de Sousa ocupou cargos de gestão, incluindo o de administrador de produção. 

João de Sousa preparava o lançamento do livro “Os meus tempos de rádio, cronicas e outros escritos”.

sexta-feira, outubro 23, 2020

Terceira idade à caminho da Casa Branca

Barack Obama fez esta quarta-feira a primeira aparição pública na campanha de Joe Biden às eleições presidenciais norte-americanas, que decorrem no próximo dia 3 de novembro. O antigo presidente dos Estados Unidos, que teve Biden como vice-presidente, aproveitou o discurso proferido na cidade de Filadélfia para atacar Donald Trump. Começando por apelar ao voto nos candidatos do Partido Democrata, Joe Biden para presidente e Kamala Harris para vice-presidente, Barack Obama falou nestas eleições como "as mais importantes" para os Estados Unidos, aproveitando para apelar ao voto e relembrar que não é preciso esperar para votar, uma vez que é possível fazê-lo através de correspondência ou online.

TÊM DE LER AS INSTRUÇÕES COM CUIDADO PARA GARANTIR QUE O VOSSO VOTO CONTA. SE JÁ VOTARAM, TÊM DE AJUDAR OS VOSSOS AMIGOS E FAMILIARES A VOTAR. O QUE FIZERMOS NOS PRÓXIMOS 13 DIAS VAI CONTAR PARA AS PRÓXIMAS DÉCADAS", disse.

O antecessor de Donald Trump afirmou que não esperava uma continuação das suas políticas, mas que "esperava, pelo bem do país, que ele mostrasse algum interesse em levar o cargo a sério, mas isso não aconteceu".

NÃO MOSTROU NENHUM INTERESSE EM FAZER O SEU TRABALHO OU EM AJUDAR ALGUÉM ALÉM DE SI PRÓPRIO OU DOS SEUS AMIGOS", acrescentou.

Barack Obama referiu que o atual presidente dos Estados Unidos vive o cargo como um "reality show", mas que o cenário é bem real, relembrando as mais de 200 mil vítimas mortais provocadas pela covid-19 no país.

PERDERAM-SE MILHÕES DE EMPREGOS, A NOSSA ORGULHOSA REPUTAÇÃO MUNDIAL ESTÁ EM FARRAPOS", referiu.

Voltando a falar nas políticas de Donald Trump, Barack Obama afirmou que as únicas pessoas que melhoraram a condição de vida foram os amigos do atual presidente, aludindo às milhares de pessoas que passam por dificuldades económicas para pagar contas como a renda de casa. Outra das críticas foi para os "negócios que Trump mantém com a China", com Obama a recordar os casos de alegadas fugas aos impostos do presidente.

Dirigindo-se aos eleitores, Barack Obama pediu um voto no "amigo Joe Biden", como forma de mudar o rumo dos acontecimentos. Voltando ao ataque a Trump, Obama disse que o povo norte-americano enfrenta um novo aumento de casos diários de covid-19, apontando que não é o atual presidente dos Estados Unidos que vai defender eficazmente o povo.

DONALD TRUMP NEM CONSEGUE DAR OS PASSOS BÁSICOS PARA SE PROTEGER A ELE PRÓPRIO", atirou.

Ainda sobre a pandemia, Barack Obama voltou a mencionar uma má gestão da situação, dando exemplos de países como Canadá ou Coreia do Sul, que tiveram, segundo o próprio, uma melhor reação. A resposta à crise sanitária vem, de acordo com o antigo presidente, de Joe Biden, que tem a solução para ajudar os norte-americanos a protegerem a saúde e a reavivarem a economia. No ponto da saúde, Obama relembrou o seu programa Obamacare, uma espécie de sistema nacional de saúde, que "os republicanos tentaram rejeitar mais de 60 vezes, prometendo uma substituição".

ELES TÊM DITO QUE CHEGA NAS PRÓXIMAS SEMANAS DURANTE DEZ ANOS. ONDE ESTÁ ESTE PLANO? NÃO EXISTE, NUNCA TIVERAM UM", cifrou, acrescentando que essa má gestão continuou durante a pandemia.

Barack Obama foi presidente dos Estados Unidos entre 2008 e 2016, altura em que Donald Trump o sucedeu no cargo.

"NÓS CUMPRIMOS!!!

Na Cidade da Beira, mesmo contra todos os apelos das autoridades locais a vários níveis, para a ponderação e abandono desta opção, empresários agrupados no "movimento empresarial anti-raptos" anunciaram em conferência de impressa na manhã desta Quinta-feira (22) a decisão de "encerrar os seus estabelecimentos comerciais por três dias consecutivos, nomeadamente amanhã Sexta-feira, Sábado e Domingo (23, 24 e 24), como medida passiva de protesto contra esta situação criminal que parece estar fora de qualquer controle", conforme fizeram alusão.

Com esta decisão, numa cerimónia pública deveras concorrida, aclaram que "Não se trata, de modo algum, de uma medida para paralisar a economia local, tanto mais que temos consciência plena que isso não acontecerá e nem deve acontecer. Trata-se de, desta forma simbólica, manifestarmos de forma pacífica e determinada o nosso envolvimento no objectivo comum de exigir que o Estado cumpra a sua parte e faça-o com resultados imediatos, consistentes e palpáveis". Entendem que a situação (dos raptos), "tal como está, é insustentável e inaceitável". Acrescentam,  "Como cidadãos não podemos permanecer eternamente calados, amedrontados e espezinhados perante situações tão graves e inconcebíveis, sem levantarmo-nos para fazer soar bem alto o nosso grito, a revolta. Esta é uma manifestação dos indignados, mas ao mesmo tempo é um apelo colectivo para que o Estado moçambicano, de uma vez por todas, apresente resultados concretos, consistentes e palpáveis na luta contra este mal".

 Ao tamarem este posicionamento, o "movimento de empresários da cidade da Beira em manifestação contra os raptos" alerta "a todas as autoridades públicas que reajam a esta manifestação pública e ordeira de forma correcta na acção e nos propósitos, não reagindo contra os manifestantes, mas contra os criminosos. Que concentrem o seu esforço, meios e energia a perseguir os raptores pelos crimes que cometeram e não as vítimas por terem-se manifestado contra o crime e contra a ineficácia no seu combate". Conforme aflorado, "Os empresários que aderiram as estas manifestações entenderam que, por enquanto, estas medidas são suficientes e proporcionais para persuadir o Estado e o Governo de Moçambique a obterem resultados concretos na prevenção e combate aos raptos".

Contudo, não havendo resultados, o grupo deixa claro que "se os raptos persistirem impunemente, como agora acontece, reservam-se ao direito de se reunirem novamente para decidir novas formas colectivas de manifestação" e, ressalvam, "estes empresários que se manifestam não exigem apenas que os raptos sejam combatidos eficazmente na cidade da Beira', mas no país no seu todo. Desta forma, o grupo de empresários da Cidade da Beira manifesta-se contra a situação de "aumento dos raptos e com a falta de resultados na sua prevenção e combate" e exige nesta manifestação pública "que o nosso Estado cumpra com as suas obrigações essenciais: maior segurança pública para a protecção de direitos sagrados como o direito à vida, o direito à integridade física e psicológica, o direito ao bem-estar".

Na conferência de imprensa aproveitou-se "esclarecer uma inverdade que tem sido propalada pelas nossas autoridades policiais. A nossa polícia tem dito que as vítimas e os seus familiares não colaboram e não prestam informações que ajudem a investigar essa criminalidade. Não é verdadeiro. Pelo menos aqui na cidade da Beira, certificamos que a maior parte das vítimas de raptos colaboraram com a polícia fornecendo elementos que julgaram importantes para ajudar na investigação, mesmo com todos os riscos que isso implica na situação actual. Mas os resultados teima em não aparecer. Vários empresários contribuíram com meios económicos para ajudar a Polícia a combater este mal; mas também dai não avieram resultados palpáveis. Por isso, queremos assegurar aqui que fizemos a nossa parte e estamos dispostos a continuar a fazer, mas até agora essa colaboração tem sido em vão".

Ainda defendendo o posicionamento, os empresários advertiram que "Nós cumprimos com as nossas obrigações, mas o nosso Estado não está a cumprir com as suas. Está a falhar: não 1 vez, não 2 e nem 3 vezes... está a falhar de forma sistemática em cumprir com a sua parte. Pior do que isso, essa omissão por parte do Estado moçambicano está a fortificar a indústria dos raptos. Somos cidadãos contribuintes do Estado, mas em paralelo acabamos por ser, de forma involuntária e violenta, contribuintes para a indústria de raptos. Pagamos impostos ao Estado, mas também somos obrigados a pagar vultuosos montantes financeiros em resgates às redes dos raptos e respectivos encobridores". Numa outra passagem da comunicação com sala cheia - transmitida ao vivo, - o grupo chamou atenção dizendo que "Nós não somos carne para canhão, somos cidadãos e contribuintes! Nós não somos cobaias, somos seres humanos!"