sexta-feira, abril 30, 2021

Invejarmos os mortos, por estarem em paz

O ser humano tornou-se tão mau e egoísta.Tão mau que um dia olhará para um cemitério e sentirá inveja dos  defuntos,  por  alegadamente  estarem em paz do que ele, em vida.Já basta de tanto sofrimento vivido em   alguns   distritos   da   província   de Cabo Delgado.

Foi assim que o Sheik  Aminuddin,  claro  e  directo,  avaliou  a  situação  latente  naquela província,  que  culminou  com  cerca  de  dezenas  de  mortos  e  mais  de  670 mil deslocados, afirmando que as  autoridades  moçambicanas  foram  avisadas  a  tempo  sobre  a  movimentação   de   pessoas   estranhas   nas mesquitas e amiúde o Governo fez  ouvidos  de  mercador  aos  apelos  dos  líderes  religiosos,  que  já reportavam  ataques  a  mesquitas  e desrespeito  aos  princípios  do  Islão.

O Sheik Aminuddin lembra que quando os líderes religiosos notaram a  presença  de  indivíduos  estranhos  idos de países como Somália, Tanzânia  e  Congo  trataram  de  comunicar  às autoridades. Mas, porque sempre fomos um povo pacífico nada foi feito e hoje a situação está lamentável, colocando os nativos em debandada. “Aquele  povo,  muito  embora esteja a viver em condições de extrema  pobreza,  sempre  foi  humilde  e  nunca  terrorista.  Mesmo  entre  os  muçulmanos  nativos  daqueles  locais  que  hoje  são  arrasados  pelos conflitos  sempre  houve  harmonia  com  todos”,  explicou  o  líder  religioso,  para  quem  o  Islão  não fomenta   terrorismo,   mas   o   bem--estar de todas as criaturas de Deus.

“O mundo foi criado para os seres humanos. Contudo, o inimigo do ser humano é o próprio ser humano”, anota o Sheik, apelando a necessid-de  de  se  acabar  com  o  terrorismo  e  suas causas.

Que causas?

As motivações que levam os terroristas a atacar populações inocentes, ou seja, desde que se anunciou o projecto de exploração de gás na Bacia do Rovuma a vida  das  populações  tornouse  num  inferno,  o  que  leva  a  crer  que  as causas  do  terrorismo  não  são  de  índole  religiosa,  mas  sim  económica.Segundo  ele,  antes  do  anúncio  dos projectos aquele povo vivia em paz e são milhares de anos, sem falar da guerra dos 16 anos. “Quanto a  essa  fuga  de  seres  humanos  por  conta das atrocidades qual é o interesse?”˗ questiona o líder religioso, para quem expulsar as pessoas daqueles distritos não faz sentido, pois  os  recursos  naturais  são  para  o  benefício  dos  seres  humanos,  e  faz um comentário: “Não há dúvidas de que o ser humano enfrenta coisas piores, e por causa do sofrimento um dia olharemos os cemitérios e invejarmos os mortos lá depositados, por estarem em paz”.“Cabo  Delgado  está  a  ser vítima     de     grandes     conspirações   e   as   motivações   não   são   religiosas”,  alude  o  Sheik  Aminuddin,  que  repudia  todas  as acções  dos  terroristas  que  até então  não  dizem  as  suas  motivações,  muito  menos  mostrar  rosto.“Não  tem  nada  a  ver  com  a  religião.  Quem  quiser  entender deve  estudar  o  Islão  e  não  o  muçulmano, para não misturar as coi-sas, porque o ser humano pode ser mau  em  função  dos  seus  interesses  obscuros, daí que podemos encontrar  um  cristão  mau,  assim  como  um muçulmano”, afiançou o Sheik.

(Elton da Graça)

segunda-feira, abril 26, 2021

Total regressa logo que restabelecida a segurança

A petrolífera francesa Total anunciou hoje motivos de "força maior" para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento das ações terroristas, com o ataque a Palma, junto ao projeto de gás. Avaliado em 20 mil milhões de euros, trata-se do maior investimento privado em curso em África.

"Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior", lê-se num comunicado desta segunda-feira (26.04) da multinacional francesa.

"A Total expressa a sua solidariedade para com o Governo e povo de Moçambique e deseja que as ações desenvolvidas" pelo país e parceiros "permitam o restabelecimento da segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma sustentada", conclui, sem mais esclarecimentos. É a primeira vez que a petrolífera recorre ao conceito de 'force majeure', em português força maior, usado em direito para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com fatores externos. Uma semana depois do ataque de 24 de março contra a sede de distrito de Palma, a petrolífera retirou todo o pessoal e abandonou por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás na península de Afungi, seis quilómetros a sul da vila.  Declarar motivos de força maior implica uma suspensão mais pesada e
permite que a Total cancele os contratos.


Força maior era "a única maneira de proteger melhor o projecto até que o trabalho possa ser retomado ", acrescentou um porta-voz da multinacional.

 

O projecto tinha até agora início de produção previsto para 2024 e é nele que estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década. Os ataques afetaram os planos da Total e do rival Exxon Mobil, que também tem um projeto de LNG em Moçambique, de transformar o país num grande produtor. (DW)


quarta-feira, abril 21, 2021

Papá !

Isabel dos Santos partilha foto com o pai, José Eduardo dos Santos

Na legenda (facebook) escreveu:

.. dois homens muito especiais fazem parte da minha vida, meu Pai e meu Marido. Agradeço muito ter tido a sorte de no meu destino ter estas pessoas extraordinárias para me inspirarem .

O ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, mudou-se em permanência para uma mansão no exclusivo e caro bairro de Pedralbes, em Barcelona, em 2019, ano em que se viu pressionado a sair do país africano na sequência da eleição de João Lourenço para a presidência angolana. Na casa, para além da mulher, Ana Paula dos Santos, o ex-presidente Angolano rodeia-se de uma comitiva que inclui governanta, mordomo e ainda vários guarda-costas que asseguram a segurança da vistosa moradia. A casa conta com um complexo sistema de videovigilância e sensores que impedem a entrada de qualquer intruso.

O CM sabe que José Eduardo dos Santos já terá alugado a mesma habitação durante 10 meses em 2013. Na altura, o aluguer custou mais de 10 mil euros por mês. A estadia facilmente ultrapassou os 100 mil euros. Na altura, o pai de Isabel dos Santos era ainda presidente de Angola e deslocava-se frequentemente a Barcelona para fazer tratamentos oncológicos numa prestigiada clínica da cidade.

José Eduardo dos Santos já terá alugado esta habitação durante 10 meses em 2013. Na altura, o aluguer custou mais de 10 mil euros por mês. A estadia facilmente ultrapassou os 100 mil euros. Na altura, Eduardo dos Santos era ainda presidente de Angola e deslocava-se frequentemente a Barcelona para fazer tratamentos oncológicos numa prestigiada clínica da cidade localizada junto ao bairro onde acabaria por comprar a mansão.