O Ministro da Educação, Zeferino Martins, estima em 100 milhões de dólares norte-americanos o valor mínimo necessário para implementar o Acordo Ortográfico, cuja proposta será levada a Assembleia da República (AR), o Parlamento moçambicano, no primeiro trimestre de 2012. O Acordo Ortográfico é um tratado internacional firmado entre os membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para instituir uma ortografia unificada da língua portuguesa. O mais recente foi assinado em 1990 na capital portuguesa, Lisboa.O acordo tem por objectivo, primeiro, instituir uma ortografia oficial da língua portuguesa em prol da defesa da unidade essencial, da disseminação do conhecimento, a universalização e prestígio da língua portuguesa e, por outro lado, eliminar a persistência histórica de duas ortografias, isto é, a brasileira e portuguesa.Ao abrigo do novo acordo, apenas dois por cento das palavras do vocabulário da língua portuguesa vão sofrer alteração que incide mais na supressão das consoantes mudas. A título de exemplo, será suprida letra “P” em baptismo, a letra “C” em vocábulos como acção, acto, exacto, só para ilustrar alguns das modificações que vão ocorrer na língua.Segundo Martins, o custo mínimo destina-se a modificar os livros de todo o sistema nacional de ensino, formar os professores à nova ortografia, capacitar os jornalistas, os funcionários públicos, programas de rádio e televisão, entre outros meios capazes de dar a conhecer a nova maneira de escrever a língua com base no novo acordo ortográfico. Para o efeito, segundo o titular da pasta da Educação, Moçambique vai revitalizar a Comissão Nacional para Instituo Internacional da Língua Portuguesa. O acordo ortográfico tem uma história muito longa e a primeira grande reforma foi em 1911, em Portugal. Em 1931, foi assinado o primeiro acordo entre Portugal e Brasil, mas não produziu o efeito desejado e em 1943 houve uma convenção para resolver as divergências a volta do primeiro acordo. Já em 1945, as academias de Portugal e Brasil estabelecem a convenção ortográfica luso-brasileira adoptada em Portugal.O Brasil em 1971 e Portugal em 1973 promulgaram leis que reduziram as divergências ortográficas entre os dois países e em 1975 a Academia de Letras do Brasil e a de Ciências de Portugal elaboraram um projecto de acordo que não foi aprovado por razoes politicas em Portugal.Até que em 1986, no Rio de Janeiro, Portugal, Brasil e os países nascidos após a descolonização, propõe novo acordo mas que foi inviabilizado pela polémica contra o instrumento em Portugal.
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