Devemos reflectir profundamente sobre a situação que vivemos, o que fizemos, o que apresentamos, o que aprendemos durante todo este tempo; quem são os que nos influenciaram, etc. Será que relativamente ao período antes do sagrado mês de Ramadhaan, estamos mais próximos a Deus ou não?
Muitas destas questões podem até ser comuns, mas são importantes na sua essência e precisam de uma resposta.Neste mês, devemos fazer uma pausa e pensar numa mudança construtiva de nós mesmos e fazermos uma intenção definitiva a partir deste Ramadhaan, de nunca mais perdermos o nosso valioso tempo em coisas fúteis, em coisas cujo objectivo é de apenas perdermos a nossa vida sem que dela tiremos qualquer proveito real, isto porque a vida está a passar com bastante rapidez, e cada um de nós decerto ter-se-á apercebido da forma como as semanas se sucedem sem que demos conta. Aliás, os meses e os anos, um após outro também se vão sucedendo, e comentamos em espanto dizendo: “quão rápido estão a passar os dias, os meses e os anos”!
Portanto, tirar o máximo proveito das oportunidades que se nos oferecem na vida, e apressarmo-nos em fazer tudo o que é importante, antes que a morte nos surpreenda e tenhamos que deixar este mundo, deve ser a nossa prioridade.
O Profeta Muhammad S.A.W. diz: “Aproveite cinco coisas antes das outras cinco:
— A tua vida antes de morreres;
— A tua saúde antes de adoeceres;
— O teu tempo livre antes de te ocupares;
— A tua juventude antes de envelheceres; e
— A tua riqueza antes de empobreceres.
Portanto, nisto temos orientações para aproveitarmos o tempo livre, a vida, a saúde, a juventude e a riqueza. De facto, a tendência de se adiarem sempre as coisas está no instinto humano, o que está por detrás do atraso e fracasso no nosso desenvolvimento. E isso leva a que nos sobrecarreguemos com coisas que estão fora da nossa capacidade. Por exemplo, o alfaiate que nos promete entregar o fato nos meados de Ramadhaan, mas fica adiando até que chega o dia de Eid e o fato ainda não está pronto, isto porque o alfaiate se sobrecarregou a si próprio com trabalhos que estão acima das suas capacidades, ou com trabalho acumulado.Portanto, é necessário que planeemos o nosso percurso para o futuro, tomemos em conta as bases para a mudança, dando a devida prioridade, em especial a tudo aquilo em que notemos algumas falhas durante o ano, a fim de evitarmos que os mesmos erros se repitam, e para que o próximo ano não seja tão oco como foi o ano passado, ficando arrependidos e com remorsos pelo tempo perdido.É tempo de despertarmos, pois a prossecução das poucas conquistas alcançadas depende disso se quisermos atingir os píncaros da vida. O ignorante gosta de sonhar acordado, de viver no desleixo, na preguiça e na entrega às paixões. Temos de olhar mais além, e não nos devemos nunca contentar com coisas insignificantes, olhando apenas para este mundo passageiro. Temos que definir as nossas metas na vida e começarmos a aplicá-las de acordo com as prioridades. Saibamos que quatro coisas endurecem o coração:
— Comer demais;
— Dormir demais;
— Falar demais; e
— O convívio (passatempo) em excesso.
Da mesma maneira que a comida e a bebida não são benéficas a um corpo adoentado, o coração também, se estiver afectado de vícios e paixões, nenhum conselho ou sermão lhe pode ser benéfico.Decorridas quase três semanas de Ramadhaan, cada um de nós deve colocar a si mesmo estas e muitas outras perguntas. Será que:
— Já temo mais a Deus?
— Já deposito mais confiança em Deus?
— Já sou mais honesto?
— Já cumpro com as promessas?
— Já perdoo aos outros?
— Já falo verdade?
— Já tento ajudar o necessitado?
— Já tento socorrer o oprimido?
— Já cumpro com os direitos dos outros?
Se a resposta for positiva, então é porque o Ramadhaan deixou marcas em si, pelo que deve agradecer à Deus por estes sinais de aceitação. E se a resposta for negativa, então chore a sua morte, pois algo está mal entre si e o Ramadhaan. Todavia, enquanto estiver vivo, ainda vai tempo de mudar e recuperar o que perdeu. Saiba que duas coisas nunca são eternas: a força da pessoa e a sua juventude. Duas coisas nunca mudam na pessoa: a sua natureza e o seu instinto. E duas coisas crescem com a pessoa: o seu juízo e as suas acções.
segunda-feira, agosto 29, 2011
"vou dormir, esta semana foi pesada”
Telexmoz
VOLTA A VOAR-A companhia aérea moçambicana Kaya Airlines regressou às operações de voos domésticos após quatro meses de interrupção das suas actividades. O voo inaugural partiu de Maputo, capital mocambicana, com destindo à cidade da Beira, provincia central de Sofala.No seu regresso às operações, a Kaya Airlines conta com duas aeronaves embraer 120, de 30 lugares, com as quais deverá operar nas rotas que partem de Maputo para Vilanckulo, Beira, Tete e Nampula. “Ligar todas as capitais provinciais e zonas turísticas do país, assim como voar para alguns países da região, está entre os objectivos futuros da companhia”, indica o comunicado. A Kaya Airlines é uma empresa de capital 100 por cento moçambicano, virado essencialmente ao mercado interno. Recordar que, à semelhança das restantes companhias que operam no país, A Kaya Airlines tinha sido interdita de sobrevoar o espaço europeu por razões de segurança.
AMERICANOS APOIAM-O Ministério da Defesa Nacional conta com quatro novas viaturas destinadas a apoiar as actividades de desminagem em curso nas regiões centro e sul de Moçambique, densamente afectadas pelos engenhos explosivos que ainda causam vítimas humanas. Segundo o Ministro da Defesa Nacional, Filipe Nyussi, será feito através de missões, isto é, onde as FADM têm homens a trabalhar na desminagem será feita uma orientação dos meios materiais ora entregues para conferir outro ímpeto ao processo em curso, que Moçambique se predispõe a concluir até 2014, ao abrigo da Convenção de Ottawa.A Embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA) acreditada no país, Leslie Rowe, que entregou formalmente as quatro novas viaturas, disse que Moçambique tem efectuado progressos na área da desminagem desde a assinatura do Tratado de Banimento de Minas Terrestres e esta entrega ajudará a fomentar o processo.
CAÇA FURTIVA-Um indivíduo foi morto e seis outros, incluíndo moçambicanos, foram detidos pela polícia sul-africana numa operação desencadeada, contra caçadores furtivos na região fronteiriça de Limpopo, a oeste da província de Gaza, sul de Moçambique. Não se sabe ao certo o número de moçambicanos envolvidos na operação, que também se saldou no ferimento de uma pessoa.Aqueles indivíduos estavam a tentar abater dois rinocerontes, de acordo com o porta-voz policial, Brigadeiro Hangwani Mulaudzi.Na operação, a polícia confiscou uma arma de fogo do tipo “R5” e 34 muniçoes , um silenciador, uma viatura de marca “Toyota” e dois machados.
MOÇAMBICANOS DEFENDEM-SE-A Presidente da Assembleia da República (AR), o parlamento, Verónica Macamo, afirmou que as autoridades moçambicanas poderão, ‘a breve trecho’, passar a emitir declarações que garantam a cidadãos singulares nacionais o acesso ao Tribunal africano dos Direitos do Homem e dos Povos.Um comunicado de imprensa da AR, refere que Gerald Niyungeko manifestou, por seu turno, preocupação com a lentidão que se observa na ratificação do Protocolo em questão. Quase metade dos países membros da UA é que já ratificaram o instrumento.Niyungeko está, igualmente, preocupado com a fraca divulgação do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos, tendo frisado que a sua visita a Moçambique tem também em vista procurar contrariar este cenário.
DESTILARIA BRASILEIRA- As empresas brasileiras Tereos Internacional e a Petrobras Biocombustível deverão definir, até o início de 2012, o investimento necessário para a construção de uma destilaria de etanol em Moçambique.De acordo com o Presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, citado pela Rádio Moçambique, estação pública, o único entrave para a definição do investimento é a criação do marco regulatório para a mistura do etanol à gasolina por parte do governo moçambicano.Por seu turno, o Presidente da Guarani S/A, Jacyr Costa Filho, afirmou que, além do marco regulatório, o governo moçambicano precisa detalhar como serão as regras para a mistura do combustível. O executivo ressaltou que o sector de petróleo em Moçambique é controlado por uma estatal, a Petromoc, e que qualquer decisão terá de passar pelo crivo da companhia.
RITOS DE INICIAÇÃO- Um número considerável de alunos que se matricularam na Escola Primaria Completa (EPC) de Mitava, localizada nos arredores da cidade de Lichinga, a capital da província nortenha do Niassa, abandonaram as aulas para serem submetidos aos ritos de iniciação.“Tentamos persuadir os pais e encarregados da educação para realizarem essas cerimónias no período de férias, mas não estamos a conseguir. Até porque outros nos perguntam se com a ausência dos seus filhos os professores não terão os seus salários em dia”, explicou director daquele estabelecimento de ensino,Romano Amado. Precisou que naquela escola, as crianças só vão às aulas até ao dia 1 de Junho, para celebrarem a sua data, depois desta data as salas ficam quase vazias, porque os alunos dedicam-se à prática de batota com recurso a cartas onde apostam com feijão.Outro factor que está por detrás das desistências tem a ver com o facto de os pais e encarregados de educação levarem seus filhos para as machambas durante a época de sementeiras, regressando a casa após as colheitas.Segundo Romano, no primeiro semestre do presente ano, desistiram pelo menos 52 alunos, com destaque para os das classes iniciais até a 4ª classe.No presente ano lectivo, a EPC de Mitava tinha matriculado 494 alunos da primeira a 7ª classe, 216 dos quais são do sexo feminino.
quinta-feira, agosto 25, 2011
Desde da renovação da frota que ........
Para a companhia, a política que funciona — e que contrasta com o seu lema “um cliente, um amigo” — é simplesmente a de que o passageiro que se vire à sua maneira!
Naquelas situações em que os voos não sofrem alterações de maior, os horários, ainda assim, não são cumpridos à tabela: verificam-se atrasos de meia hora, uma hora... E na LAM, meia hora de atraso em relação ao tabelado é cumprimento de horário, tanto é que a empresa vangloria-se de ter um índice de pontualidade superior a 90 por cento.Francamente, não vemos de onde é que surgem estes 90 por cento de pontualidade com situações de atrasos e cancelamentos que se tornaram frequentes nos últimos meses!Virou moda nos voos da LAM ouvir as aeromoças dizerem a esfarrapada expressão “apresentamos as nossas sinceras desculpas pelo atraso registado na hora de partida do nosso voo, que se deveu a problemas operacionais”...Julgamos que a LAM precisa de avaliar mais seriamente a questão dos seus “problemas operacionais”, que acabam por afectar as centenas de passageiros que se fazem transportar diariamente nos aviões da empresa. Lembramos que se trata de problemas operacionais que acontecem numa companhia que adquiriu nos últimos três anos novas aeronaves.Ao Governo e à Assembleia da República, apelamos que se pense numa regulamentação que proteja os direitos dos passageiros, como a que existe em muitos outros países. O facto de em Moçambique a LAM quase deter o monopólio do transporte aéreo doméstico não pode isentar a companhia das suas responsabilidades para com os passageiros nos casos de atrasos e cancelamentos de voos!Na renovação da frota, um dos dois Embraer190 e um dos dois Q400 em terra...são os dois velhinhos Boeing 737-200 que vão safando....
Não é só aí....também aquí neste lado do Índico
2. Mudança do BI
3. Mudança da carta de condução
4. Inspecção de viaturas
Como se pode deduzir, esta vasta gama de mudanças coloca os cidadãos numa situação de grande pressão financeira, se tomarmos em conta que estes são na sua maioria carenciados, do ponto de vista dos seus rendimentos/salários que mal chegam para garantir uma segurança alimentar aceitável, por forma a levarem uma vida activa e saudável.
Talvez seja um dos motivos que fazem com que muitos moçambicanos adiem tudo para última hora, pois, na verdade, sentem um peso enorme, devido ao elevado custo de vida que se faz sentir nos últimos tempos. Quero acreditar que este fenómeno, associado a outros, torna cada vez infeliz a vida dos cidadãos. Refiro-me, nomeadamente, aos impostos que não deveriam constituir problema estivessem ao nível das capacidades dos cidadãos. É que, nos tempos que correm, já não são sustentáveis, uma vez que um cidadão honesto em Moçambique paga, no mínimo, oito (8) impostos, a saber:
1. O imposto de reconstrução nacional
2. O imposto sobre o rendimento de pessoas singulares
3. O imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas
4. O imposto predial
5. O imposto de radiodifusão
6. O imposto autárquico
7. O imposto sobre valor acrescentado
8. Taxa de lixo... por aí em diante.
Com efeito, sou da opinião que as autoridades competentes olhem para as quatro mudanças e oito impostos como um verdadeiro fardo para o cidadão comum, encontrando formas de aliviar a vida do cidadão honesto no país, rumo à promoção do desenvolvimento de Moçambique. “Isch, Yówê!”
Estrondos no Matadouro
O chefe do posto do antigo Paiol do Matadouro, Pedro Candua, das Forças de Defesa de Moçambique, ostentando a patente de sargento, prontamente explicou que houve necessidade de destruir aquele material no local, para evitar incidentes durante o seu transporte para a região de Savane, onde tem decorrido a destruição do armamento obsoleto, que ficou soterrado quando das explosões ocorridas em 2003.Segundo Candua, ontem foi o último dia do trabalho de destruição, que vinha sendo feito durante cinco dias, de um total de 14 autorizados para o efeito pela Polícia da República de Moçambique.“Fizemos o trabalho em tempo útil, pois temos vindo a destruir os obuses de B-10 e espoletes de morteiros de 82 milímetros. Era material armado, que temos vindo a destruir em Savane, zona desabitada, para não criar pânico” — explicou.
A fonte disse que ontem foram provocadas sete explosões. Garantiu que ninguém ficou ferido, visto que o trabalho ocorreu bem, o qual envolveu um grupo de 13 especialistas de engenharia militar.Pedro Candua reconheceu que o perigo ainda existe naquele paiol, porque, aquando das explosões de 2003, muito armamento ficou soterrado e que vai sendo desenterrado para a sua desactivação total na região de Savane.Desde que aquele paiol ficou desactivado, nunca cessaram as explosões, chegando até a causar vítimas mortais, conforme noticiamos nas nossas edições anteriores, como, por exemplo, em 2006 morreram pelo menos três pessoas, quando uma mina explodiu na altura em que as vítimas procuraram ferro velho, vulgarmente conhecido por sucata.O incidente ocorreu em Novembro de 2006, em que duas pessoas morreram no local e a outra viria a perder a vida logo à entrada do Centro de Saúde Chingussura, bairro adjacente ao de Matadouro.
Embaixada em Maputo muda de bandeira
Director assalta cofre do Estado
Saiba que...
ROUBO DE SEMENTE - As autoridades moçambicanas abortaram Quarta-feira última, na província de Cabo Delgado, Norte do país, uma tentativa de exportação ilegal de 37 contentores de semente de algodão.Trata-se de uma mercadoria da concessionária Plexus, Lda, empresa com sede no distrito de Montepuez, que estava prestes a embarcar do Porto de Pemba num navio baptizado com o nome de Athens.
CAMARÃO-A Direcção Provincial das Pescas da Zambézia, centro de Moçambique, alcançou 51 por cento da meta planificada para o ano de 2010, que era de 41 mil toneladas de pescado capturado nas suas águas, não obstante a persistência de dificuldades na recolha de informação exacta.
CADEIA PARA O BANDIDO- O Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Jorge Khalau, promete que será implacável contra os membros da corporação que se envolverem em casos de extorsão de pessoas durante os X Jogos Africanos, a ter lugar em Maputo no próximo mês.“Queremos apelar a população para denunciar qualquer agente da Polícia que pretender denegrir a instituição durante este período, extorquindo estrangeiros e nacionais”, disse Khalau, acrescentando que “Seremos implacáveis contra esses policias. Nós queremos proporcionar ao povo moçambicano uma festa linda, como tem sido a nossa tradição”.
Fingem que pagam,nós fingimos que lecionamos
O Chefe do Departamento de Estatísticas do MINED, Ilidio Buduia, disse que a progressão automática na sexta classe é motivo de apreensão porque há uma queda sistemática do aproveitamento na sétima classe.“O desperdício escolar é muito alto em Moçambique e os investimentos que o Estado faz no sector de educação não estão a ter retorno desejado”, disse.
Ao nível do ensino secundário, a tendência de queda do aproveitamento mantém-se.Dados apresentados pelo Chefe do Departamento de Estatísticas, no ano passado, apenas 49,5 por cento dos alunos da 12/a classe e 51 por cento da 11/a classe tiveram bom aproveitamento.A Directora do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), Albertina Moreno, enfatizou os dados apresentados por Buduia.Segundo Moreno, vários estudos feitos sobre a situação da educação em Moçambique indicam que está a crescer o número de alunos que chegam a Sexta-classe sem atingir as competências básicas de leitura e escrita.Uma outra avaliação efectuada pelo INDE verificou que 30 por cento dos alunos do terceiro e quarto anos de escolaridade não atingem os objectivos do primeiro ciclo.De acordo com Moreno, esta situação é provocada por problemas de língua, gestão da escola e ausência dos alunos e professores.A interlocutora explicou que muitos alunos falam a sua língua materna em casa e quando chegam a escola aprendem na língua portuguesa, a qual não dominam.A Directora do INDE queixou-se do facto de muitas vezes os resultados dos estudos de monitoria realizados no país sobre o ensino e aprendizagem não serem utilizados para melhorar a qualidade de ensino.Os directores provinciais de educação culpam os professores e aos directores de escolas, que não estão a cumprir cabalmente com a sua missão de formar homens capacitados.De acordo com o Director Adjunto da Educação da cidade de Maputo muitos professores iniciam arbitrariamente a sua formação superior, dedicando pouco tempo as aulas e quando terminam o curso já não querem voltar a leccionar no ensino primário.“Esta situação é muito frequente em Maputo. Os professores ingressam na universidade, não informam a ninguém e quando terminam querem ser integrados no ensino secundário” disse.Outros professores abandonam os seus alunos para irem à um distrito que possua uma agência bancária para receber o seu salário e ao invés de voltar no mesmo dia ficam por lá.Esta situação é comum em Niassa e outras províncias do país, uma situação provocada pela fraca expansão da rede bancária no país, quando os salários dos professores são pagos via banco.O Director Provincial de Educação em Inhambane, Pedro Baptista, considera que a qualidade do ensino depende do gestor da escola, porém muitos deles são transferidos para outros sectores para ocuparem outros cargos.De acordo com Pedro Baptista, “antes do director da escola cumprir um ano de serviço eles são indicados secretários permanentes ou administradores distritais e não há tempo para se consolidar o ensino. Isto é muito complicado porque as direcções estão sempre a mudar”.Para o Director Provincial de Educação da Zambézia, Luís Pereira, não basta olhar para os aspectos negativos do desempenho dos professores, é preciso também analisar o que estará por detrás desta situação.“Temos que começar a pensar na supervisão pedagógica, olhar para a desmotivação dos professores por causa do pagamento de horas extras, e ainda incentivá-los ao gosto pelo trabalho” defendeu.As primeiras classes de ensino são as mais complexas e exigem muito profissionalismo e experiência dos professores porque é nelas que os alunos aprendem as bases educativas.Um estudo de diagnóstico dos professores do ensino primário e secundário mostra que apesar de se reconhecer a complexidade do ensino no nível básico, os alunos das primeiras classes são orientados por professores estagiários.O membro do Conselho Nacional da Organização de Professores (ONP), António Armando, defende que a responsabilidade relativa a qualidade de ensino é partilhada entre professores, fazedores de políticas e os gestores da educação.Segundo Armando, os professores estão desmotivados devido a sua condição salarial e de trabalho.“Há uma questão que não estamos a dar atenção: o professor está desmotivado. Temos que ter atenção nisso e não podemos desprezar. Devemos ver a questão da motivação porque os professores dizem: enquanto eles fingem que estão a pagar, nós fingimos que estamos a trabalhar”, revelou a fonte.
Por outro lado, o interlocutor considera que o país está a colher os frutos dos modelos de formação de professores adoptados.“Nós alertamos que o modelo de formação 10+1 traria maus resultados e não nos deram ouvidos e estes são os resultados que temos”, frisou ele.O modelo de formação “10+1” abrange pessoas com a 10/a classe que são submetidas a formação de um ano, tempo considerado insuficiente para o professor desenvolver competências e habilidades pedagógicas.Armando sublinhou que os curricula têm a sua quota-parte no baixo aproveitamento.Ele defendeu que “há várias políticas que são elaboradas e não se faz o acompanhamento da sua aplicação. As políticas são elaboradas, aprovadas e antes de se consolidarem são substituídas, o mesmo acontece com os curricula”.A fonte acrescentou que “um bom aproveitamento depende da mão de um bom gestor que deve acompanhar o que se faz na sala de aula, que modelo de formação se usa”.Por sua vez, o Ministro da Educação, Zeferino Martins, considera urgente acelerar a supervisão a todos os níveis, retomar as jornadas pedagógicas e capacitação dos professores nos distritos mais problemáticos.Outra medida que o ministro considera ser premente é o recambiamento dos professores para o seu nível de ensino.
“Os professores que estão a leccionar no ensino secundário do primeiro ciclo sem formação e que não estão preparados devem voltar para o seu nível. Um professor do ensino primário do segundo grau não está preparado para dar aulas a 10/a classe. Ele está preparado para o ensino primário, tem habilidades para isso e deve estar neste nível. Esta é uma oportunidade para a educação se organizar”, frisou o governante.Zeferino Martins disse que o Governo tem estado a alocar recursos para a contratação de novos professores de forma a reduzir a sobrecarga sobre os actuais. Por outro lado, estão a ser colocados livros nas escolas para que os professores possam preparar as suas aulas e recomendar aos alunos.Ainda, no sentido de melhorar o desempenho escolar, o MINED está a apetrechar os laboratórios das escolas secundárias.À ONP, Zeferino Martins instou a trabalhar para que os professores sejam profissionais tal como ocorre noutros sectores de actividade.“A ONP deve dar um contributo importante para que os professores cumpram com os acordos firmados para que pautem pelo profissionalismo, tenham brio e assiduidade. Os professores devem assistir as aulas dos seus colegas e aceitar ser assistidos”, defendeu Zeferino Martins.Ele acrescentou que ainda na formação, os professores devem desenvolver hábitos de preparação, estudo em grupo, trabalho árduo e entrega, componentes importantes na educação.Entretanto, análises técnicas indicam que contribuem para o fraco aproveitamento a falta de planificação individual das lições diárias pelos docentes, deficiente exploração das imagens dos livros do aluno para o desenvolvimento da oralidade, falta de exercitação suficiente dos alunos na introdução de vogais e consoante, bem como de realização de exercícios de ditado, copia e de redacção para o aperfeiçoamento da leitura e escrita no ensino primário.Turmas numerosas, fraca assiduidade de alunos e professores, falta de assistência mútua, inexistência e/ou fraco funcionamento das bibliotecas escolares no ensino secundário, engrossam os problemas que estão por detrás do fraco aproveitamento escolar em Moçambique.
Lagosta e Tubarão têm gaz
quarta-feira, agosto 24, 2011
"Moçambicanos não devem melindrar-se com investimento estrangeiro "
Moçambique prepara "Soja mulata"
Com a oferta do governo moçambicano, a fronteira agrícola brasileira tem a perspectiva de atravessar o oceano Atlântico rumo à savana africana. Para o geógrafo Eli Alves Penha, autor do livro “Relações Brasil-África e Geopolítica do Atlântico”, as “similaridades ecológicas e culturais” levam a um “encaixe ecológico” entre Brasil e o continente. Em entrevista para a Editora da Universidade Federal da Bahia, Penha comenta, entre outros assuntos, a afirmação do especialista em agricultura do Quénia, Calistou Juma, que “para cada problema africano existe uma solução brasileira. “Eu diria que a recíproca também é verdadeira”, completa Penha. O agronegócio brasileiro, baseado no esgotamento dos recursos naturais, agora vislumbra exportar o modelo insustentável de sementes geneticamente modificadas, manejo degradante do solo e latifúndios explorados às custas de um modelo falido de reforma agrária. Ainda em 2006, o site Repórter Brasil já apontava um novo caminho para a fronteira agrícola brasileira: a rápida degradação do solo é um exemplo (de perdas irreversíveis à região). De acordo relatório da Conservação Internacional, o plantio tradicional da soja, como é feito no Cerrado, causa a perda de cerca de 25 toneladas de solo por hectare ao ano. Caso fossem aplicadas técnicas de conservação, como a aragem mínima, o número poderia ser reduzido a 3 toneladas por ano. Para Rosane Bastos (bióloga integrante da Rede Cerrado), a improdutividade pode impulsionar a destruição de outros ecossistemas: “se os grandes produtores ficarem sem solo, vão subir para a Amazónia”, prevê. Não é de hoje que o governo do Moçambique espreita acordos para aumentar a produtividade agrícola, como reportou o “Global Voices” nos meses de janeiro e julho de 2010. Na ocasião, o site Repórter Brasil já anunciava a preocupação com as comunidades tradicionais de Moçambique: um dos requisitos do governo de Moçambique para a concessão das terras é o emprego de 90% de mão-de-obra nacional nas lavouras. Em pelo menos metade da área ofertada pelo governo aos brasileiros vivem camponeses em pequenas propriedades. Moçambique é um dos 49 países mais empobrecidos do mundo, com 70% da população abaixo da linha da pobreza, e onde os agricultores têm grande dificuldade em aceder a crédito para a produção de comida. A estrutura fundiária e as aquisições de terras por corporações estrangeiras em países africanos foi alvo de estudo da Organização das Nações Unidas, de acordo com texto da Fundação Verde. O documento pontualiza que as aquisições (de modo geral feitas na África mediante contratos de aluguer de meio século ou um século inteiro pelo que nada se paga) podem constituir um benefício ao supor investimentos estrangeiros. Também pode acarrear atracção tecnológica, incremento da produtividade agrária e criação de emprego e de infra-estrutura. Mas, assim como estão sendo levados a cabo, com precárias consultas à população local, falta de transparência e sem garantir nos contratos os compromissos de investimento, emprego ou desenvolvimento de infra-estruturas, supõe colocar em risco o modo de vida de milhares de pequenos agricultores ou pastores, cuja existência depende da terra.
O neocolonialismo brasileiro em Moçambique certamente não contribuirá com o desenvolvimento socialmente justo deste país. Se, por um lado, o Brasil pode oferecer conhecimento técnico para o cultivo de sementes na savana africana, por outro o país tem a oferecer um modelo insustentável de agronegócio, baseado na monocultura, na degradação ambiental e na concentração de terras nas mãos de poucos.
O governo de Moçambique está oferecendo grandes extensões de terras baratas a agricultores brasileiros para o plantio de soja, milho e algodão, informou neste domingo uma fonte oficial do país africano citada pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
“Os agricultores brasileiros têm experiência acumulada que é muito bem-vinda. Queremos repetir em Moçambique o que fizeram no cerrado há 30 anos”, disse o ministro da Agricultura moçambicano, José Pacheco, em declarações ao jornal paulista.
Moçambique colocou à disposição do Brasil 6 milhões de hectares em quatro províncias do país, para explorá-las em regime de concessão por 50 anos, mediante o pagamento de imposto de R$ 21 ao ano por hectare, detalhou Pacheco. As terras, cuja dimensão o jornal compara a “três estados do Sergipe” e afirma ser “a nova fronteira agrícola do Brasil”, situam-se nas províncias do Niassa, Cabo Delgado, Nampula (no norte) e da Zambézia (no centro) e destinam-se à produção de soja, milho e algodão.
Como contrapartida para uma concessão de 50 anos, renovável por igual período de tempo, os agricultores pagarão um imposto anual de cerca de 9,00 euros por hectare e deverão beneficiar de isenções de taxas na importação de maquinaria agrícola.
A condição imposta pelo governo moçambicano para oferecer as terras baratas é que seja contratada no país africano ao menos 90% da mão-de-obra. Moçambique também vai dar outras facilidades aos brasileiros, como isenção de impostos para a importação de máquinas e equipamentos agrícolas. O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, Carlos Ernesto Augustin, explicou à “Folha” que as terras moçambicanas são muito semelhantes às do interior do Brasil, com a vantagem do preço e da facilidade de obter licenças ambientais. “Moçambique é um Mato Grosso no meio da África, com terras de graça, sem tantos impedimentos ambientais, com o (custo) do frete à China muito mais barato (...) Hoje, além de terra estar caríssima no Mato Grosso, é impossível obter licença de desmatamento e limpeza de área”, declarou Augustin ao jornal. A China é o principal cliente mundial da soja procedente do Brasil e um importante comprador de outros produtos agrícolas do país sul-americano. Segundo a “Folha”, a primeira leva de 40 agricultores brasileiros vai viajar em setembro a Moçambique para implantar em terras das províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia. (Adelson Rafael) Leia aqui e aqui
"filho de tripeiro" empurrado do poder
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MAIS COMIDA - A produção agrícola na província de Manica, Centro de Moçambique, totalizou, durante o primeiro semestre do presente ano, pouco mais de 1,6 milhão de toneladas de culturas diversas.Este feito constitui um incremento de 28,3 por cento sobre a meta planificada que é de 1.523.000 toneladas.Todavia, reconhece-se a prevalência do défice alimentar decorrente da fraca produção agrícola que, ciclicamente, afecta os distritos de Macossa, Tambara e Machaze, mas evidencia os esforços que estão a ser empreendidos para minimizar a situação.
SOBEM RECEITAS - O Conselho Municipal de Maputo arrecadou receitas estimadas em 747.715,8 mil meticais durante o primeiro semestre de 2011 (um dólar norte-americano vale 27.30 meticais), representando um crescimento de 28.25 porcento face a igual período do ano anterior, em que foram arrecadados 582.993,2 mil meticais.O vereador de Finanças do Conselho Municipal de Maputo, Rogério Nkomo, disse que este crescimento se deveu à implementação do regulamento do Imposto Predial Autárquico- IPRA, que introduz novos mecanismos de determinação do valor patrimonial dos imóveis e à cobrança do Imposto Autárquico de Veículos pelo município, do Imposto Autárquico de SISA e da Taxa por Actividade Económica -TAE.
É PARA CONTINUAR - O Presidente da República, Armando Guebuza, discursando no encerramento do Conselho de Ministros, disse que os participantes daquele encontro continuam a encontrar nas presidências abertas e inclusivas um paradigma de excelência para a promoção da auto-estima, consolidação da unidade nacional e aprofundamento da boa governação.“Foi aqui reafirmada a centralidade da Presidência Aberta e Inclusiva como mecanismo indispensável para estarmos sempre em contacto com o nosso maravilhoso povo, acompanhar as suas realizações e galvanizá-los para mais vitórias. A Presidência Aberta e Inclusiva integra a cultura política, o segredo para as nossas muitas vitórias que temos estado a registar desde 1962”, disse.
PIRATARIA DIGITAL - A Polícia da República de Moçambique (PRM) intensificou a sua ofensiva contra a pirataria digital, tendo recolhido e destruído mais de dois mil discos compactos e DVDs em três províncias do país, nos últimos dias.Segundo o porta-voz do Comando-Geral da PRM, este material foi recolhido nas províncias de Gaza e Maputo, no Sul, bem como em Tete, Centro do país, em acções levadas a cabo na via pública e em estabelecimentos comerciais.Parte deste material, como é o caso de cerca de 600 discos há dias recolhidos na província de Maputo, já foi incinerado.A pirataria digital em Moçambique é um problema antigo, particularmente nas cidades onde até existe produtoras piratas cuja actividade diária é produzir discos falsos de música e filmes, de artistas nacionais e estrangeiros.
MORRE-SE MUITO NAS ESTRADAS- A Polícia da República de Moçambique (PRM) considera que os casos de acidentes de viação aumentaram na última semana, período em que este tipo de sinistros provocou a morte imediata de 46 pessoas em todo o país.Falando em Maputo,o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Raúl Freia, disse que o número de mortes por acidentes de viação aumentou em cinco casos, considerando os 41 óbitos registados em igual período do ano passado.Outra questão que a PRM considera preocupante é o facto de mais de metade de acidentes de viação registados no país serem atropelamentos, sendo as crianças parte considerável das vítimas.No âmbito das medidas de prevenção e combate a acidentes de viação, as autoridades fiscalizaram mais de 22,1 mil viaturas, trabalho que culminou com a aplicação de 3,3 mil multas a diversos condutores prevaricadores.Igualmente, a Polícia apreendeu um total de 541 cartas de condução, 491 das quais porque os seus titulares foram surpreendidos a conduzir a alta velocidade. Os portadores das outras 50 cartas de condução foram apanhados a conduzir sob o efeito de álcool.
MULHERES MATAM MARIDOS-Pelo menos três mulheres estão a contas com a polícia moçambicana (PRM) no distrito da Namaacha, extremo Sul do país, indiciadas de terem assassinado os próprios maridos, durante o primeiro semestre do presente ano.O fenómeno, pouco comum na região, já começa a inquietar as autoridades policiais e não só naquela região fronteiriça.Informações divulgadas hoje pela Rádio Moçambique (RM) indicam que uma das mulheres terá morto o seu marido com recurso a um objecto contundente, a segunda puxou os órgãos genitais do esposo, e a terceira é acusada de ter atirado o seu marido da varanda da casa onde moravam.Perante este quadro, a comandante distrital da PRM em Namaacha, Susana Chilaúle, disse estar se já a trabalhar com as comunidades para se desencorajar tais atitudes e evitar que mais mulheres se destaquem na prática de actos de violência doméstica.
sexta-feira, agosto 19, 2011
Turismo "tá a dar "
Os vistos angolanos
quarta-feira, agosto 17, 2011
Camarada Marcelino com saudades do socialismo
Sobre a Renamo – até aqui maior partido de oposição em Moçambique, Marcelino dos Santos não comentou os últimos pronunciamentos de seu presidente Afonso Dhlakama, mas preferiu voltar ao velho debate sobre a designação “correcta” a dar ao conflito armado que durou 16 anos. “Gostaria de corrigir uma coisa que andar no ar: não existiu guerra civil em Moçambique, pois a Renamo foi um movimento criada fora do país para servir interesses externos”, disse. E fez um pedido aos estudantes e docentes da UP: “gostaria que cessassem de dizer que aquilo foi guerra civil”. Esta designação serve de meio termo para evitar designações com cunho partidário, como “guerra de desestabilização” para a Frelimo e “luta pela democracia” para a Renamo. Porém, nas disputas políticas os dois partidos sempre recorrem às designações por si cunhadas para descrever os 16 anos de conflitos armado.
Para além da designação, Marcelino dos Santos ainda se interroga por que razão o exército governamental não foi capaz de vencer a guerrilha da Renamo. “Porque é que nunca fomos capazes de vencer militarmente a Remano, se vencemos militarmente e politicamente o colonialismo português”, questionou. Sem mesmo querer, Dos Santos deixou escapar que a Renamo saiu militarmente vitoriosa do último conflito, embora a Frelimo tenha vencido na estratégia de captura do Estado. “Onde é que falhamos?”, voltou a questionar, indicando que não é possível saber “onde é que erramos” porque ao nível do Comité Central da Frelimo já não se faz a crítica. “Nunca fomos capazes de nos auto-criticarmos ao nível do Comité Central, não fazemos uma análise crítica do passado”, admitiu. Por falta de crítica interna, Marcelino dos Santos lamentou que alguns administradores são publicamente questionados quando usam os fundos de investimento local (os sete milhões) para reabilitar estradas. Citou como exemplo um caso que ocorreu em Cabo Delgado, onde dois administradores juntaram parte do valor alocado para reabilitarem 15 quilómetros de estrada. “Quando o camarada Presidente foi até lá, perguntou aos dois porque é que tinham usado o dinheiro para abrir uma estrada. Os administradores responderam com uma pergunta: Camarada Presidente, se produzimos como é que iríamos escoar a nossa produção sem vias de acesso”.