Primeiro, a pergunta que não quer calar: os Estados Unidos estão mesmo em declínio ou é sua posição relativa que parece menos importante pela ascensão de outros países? Não estamos em declínio. Ao contrário. Nossos melhores dias ainda estão por vir. Os fundamentos dos Estados Unidos permanecem sólidos — a produtividade do trabalhador americano, o espírito inovador dos nossos empreendedores e empresas, a excelência das nossas universidades, que atrai estudantes de todas as partes do mundo, e a missão dos nossos homens e mulheres de farda, que garantem a segurança e a estabilidade internacionais. Além disso, em um momento em que enfrentamos desafios comuns, como crescimento econômico, mudança climática e a não proliferação de armas nucleares, as relações entre as nações não precisam ser um jogo de soma zero. É do interesse americano que mais países venham a contribuir para a segurança e a prosperidade globais. Essa é a razão pela qual não apenas aceitamos a ascensão de países como o Brasil, mas achamos que é bem-vinda.
Nas últimas semanas, o arcabouço que sustentava os interesses dos Estados Unidos numa região vital como o Oriente Médio simplesmente se desmanchou. O governo americano acompanhou tudo com estridente silêncio. Foi estupor, prudência ou receio de piorar mais as coisas caso se pronunciasse? Os acontecimentos no Oriente Médio trazem desafios e oportunidades históricas para os Estados Unidos e, mais significativamente, para os povos da região. Desde o início, nosso comportamento se baseou num conjunto de valores fundamentais. Somos contra a violência e a repressão. Buscamos promover um conjunto de valores universais, que incluem liberdade de expressão, de reunião e de voto. Apoiamos mudanças políticas que promovam sociedades mais arejadas e governos mais permeáveis às aspirações dos seus povos. Desde o começo dos movimentos por mudança no Oriente Médio e no norte da África, temos defendido esses valores sem cessar e vamos continuar a fazê-lo. Mas é importante considerar que são movimentos nacionais, que surgiram de dentro. Não cabe aos Estados Unidos impor mudanças. Os povos da região é que estão lutando por seus direitos universais, e isso é positivo.
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