quinta-feira, janeiro 31, 2013

Esposa "rouba" ao marido Coronel


Um oficial superior das Forças Armadas de Moçambique (FADM) suicidou-se na última segunda-feira depois de alvejar mortalmente a sua esposa e enteado, alegadamente por estes terem vendido bens patrimoniais sem o seu consentimento.Trata-se de Ruben Comé, 55 anos, comandante da Base Área de Mavalane, na Cidade de Maputo. O crime, segundo escreve hoje o jornal “Noticias” ocorreu um dia depois de o coronel regressar da China, onde esteve a frequentar um curso desde Agosto do ano findo. O oficial havia deixado a esposa, Olívia Muchanga, de 45 anos, para prosseguir com os seus estudos na China. O seu regresso estava previsto para Julho próximo, mas acabou chegando de surpresa no domingo à tarde.Citada pelo diário, a sobrinha do oficial, Nareia Paulo Comé, explicou que o coronel Comé ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Maputo terá pedido ao seu primo que o esperava naquele local para o acompanhar até à casa do irmão, algures no bairro de Boquiço, no município da Matola. Não tendo encontrado o irmão, o finado pediu à cunhada que fizesse uma oração, após o que se despediu.     “Já na segunda-feira, ele foi à casa da minha tia (irmã dele) a quem disse que tudo havia acabado, fazendo crer que estivesse a se referir ao fim do curso que frequentava na China. Depois soubemos que levou a esposa e o enteado, Dormen Matimbe, com quem vivia até à Base Aérea”, revelou a sobrinha do coronel.Chegado à base aérea, manteve a mulher e o filho na viatura que ele próprio conduzia e dirigiu-se ao seu gabinete, alegadamente para se apresentar aos colegas. Ao sair do gabinete, o coronel arrancou uma arma, cujo calibre não foi especificado, a um dos três sargentos que ali se encontravam, tendo disparado dois tiros para o ar, depois contra a esposa, o enteado e no fim suicidou-se com a mesma arma. Todos morreram no local.   Ruben Come deixa seis filhos, fruto do anterior casamento e o jovem baleado deixa esposa de 20 anos de idade.  Entretanto, a polícia suspeita que a venda de uma vivenda localizada em Nampula, Norte de Moçambique, e outros bens pela esposa do Comandante, com recurso à Procuração concedida pelo marido, terá estado por detrás do crime de segunda-feira.“O finado deixou uma Procuração concedendo plenos poderes à sua esposa, Olívia Muchanga, para gerir o seu património, antes de partir para a China, num processo que não foi bem encaminhado pela senhora em cumplicidade com o filho”, disse o porta-voz da Polícia no Comando Geral, Pedro Cossa, também citado pelo jornal.O coronel, segundo Cossa, terá mais tarde recebido denúncias de familiares de que a esposa vendera todo o seu património, o que o levou a regressar de surpresa, para esclarecer o caso e recuperar os bens, caso fosse possível.O porta-voz afastou a possibilidade de o crime ter sido motivado por questões passionais, mas sim o desentendimento do casal sobre o destino dado aos bens do comandante.

Movimento Solidário do Facebook!


Um grupo de jovens moçambicanos ofereceu em Maputo, artigos diversos, incluindo produtos alimentares, ao Centro de Acomodação da Costa do Sol, no distrito municipal ka Mavota para apoiar as vítimas das enxurradas recentemente registadas na capital e arredores. As imagens que todos os dias passam nos órgãos de comunicação social acabaram comovendo este grupo de jovens membros daquela rede social, que decidiram mobilizar produtos essenciais e ajudar as pessoas mais necessitadas. Numa primeira fase, os membros daquela rede social vão apoiar as vítimas das inundações na cidade de Maputo. A oferta inclui arroz, farinha de milho, bolachas, massas alimentícias, feijão, sabonetes, sabão, óleo, vestuário, papel higiénico, açúcar, sardinhas, entre outros.O Centro de Acomodação da Costa do Sol alberga neste momento pouco mais de 15 pessoas vítimas das enxurradas.Falando durante o evento, o Coordenador do Comité Local de Gestão de Risco e Calamidade no distrito Municipal Ka Mavota, Vasco Muchanga, manifestou a sua gratidão afirmando “estamos muito satisfeitos pela oferta, porque estes produtos vão minimizar as dificuldades de alimentação. ““Agora a única dificuldade é a falta de água, assistência médica e de tendas para abrigar mais pessoas", acrescentou. Por seu turno, o representante do movimento Solidário do Facebook, Dino Foi, disse que o movimento está empenhado em minimizar o sofrimento das vítimas das inundações, a  das quais perdeu quase todos os seus haveres. "Procuramos realizar um trabalho sério, e que traga benefícios reais aos milhares de moçambicanos, principalmente da cidade de Maputo, que perderam os seus haveres em consequência das chuvas ", disse. O Movimento Facebook apela para que as pessoas sejam solidárias para com as vítimas das cheias, oferecendo aquilo que for possível, pois existem muitas famílias que perderam tudo e ainda estão a procura de um tecto para dormir. 

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Sindicalista tem complexo do Sr."Escurinho"!

Usando a metáfora dos reis magos para se referir à troika, Arménio Carlos referiu-se, no seu discurso no final da manifestação dos professores, a Abebe Selassie como "o mais escurinho, o do FMI". Esta forma de falar do etíope representante do Fundo Monetário Internacional na troika causou natural incómodo a muita gente. A mim também. E por isso escrevi que "esta crise anda a fazer quase toda a gente perder o norte e o sul e coisas extraordinárias vêm de quem menos se espera". Outros foram os que, com mais ou menos veemência, se indignaram.
Em defesa de Arménio Carlos vieram muitas outras pessoas, mais e menos anónimas. Com argumentos variados. Uns, que nem deveriam merecer grandes comentários: criticar Arménio Carlos para defender o representante do FMI, nas circunstâncias em que o País vive, é dividir a oposição à troika e ajudar o inimigo. A ver se nos entendemos: considero a troika inimiga dos interesses do País e da justiça social. Mas isso não permite tudo. E não me permitirá a mim, com toda a certeza, esquecer outros valores e outros combates tão essenciais como os que agora se travam. O facto de ser dito pelo líder da CGTP, organização em que muitas vezes me revejo, torna a coisa mais grave para mim. Se não criticamos os nossos nunca teremos autoridade para criticar os outros.
Outro argumento foi um pouco mais sonso: então ele não é mesmo mais escurinho? Qual é o problema? A não ser que passe a ser normal responsáveis políticos referirem-se a adversários desta forma, tudo bem. Será, assim, natural ouvir em intervenções públicas falar do ministro das finanças alemão como o "aleijadinho" (ele, de facto, anda de cadeira de rodas, não anda?), a António Costa como o "monhé" (ele, de facto, tem origem indiana, não tem?), a Jaime Gama como o "badocha" (ele, de facto, tem uns quilos a mais, não tem?), a Ana Drago como a "pequenota" (ela, de facto, é baixa, não é?), a Mário Soares como o "velhadas" (ele, de facto, já não é jovem, pois não?), a Miguel Vale de Almeida como "larilas" (ele, de facto, assume publicamente a sua homossexualidade e faz da luta pelos direitos LGBT uma parte fundamental do seu combate político, não faz?). Espera-se, no entanto, que o debate público mantenha algumas regras de civilidade. E, sobretudo, que não alimente alguns preconceitos importantes. Arménio Carlos não disse o que disse num café, onde a conversa se pode aligeirar sem problemas. Disse o que disse numa intervenção pública oficial.
Por fim, porque não há oportunidade em que a expressão não seja usada a propósito ou a despropósito, veio a costumeira acusação do "politicamente correto". A ver se nos entendemos: o politicamente correto tem um sentido. E esse sentido resume-se assim: as palavras não são neutras e carregam consigo história, cultura e política. Por isso, devemos usá-las com correção. Não quer isto dizer que devemos ser bem comportados ou que devamos fazer de cada frase um manifesto político. Quer dizer que não devemos usar as palavras ao calhas. Pelo menos quando estamos a falar ou a escrever na arena pública e não conhecemos as convicções mais profundas dos nossos interlocutores. Há, claro, excessos de purismo no politicamente correto. Que me irritam, como me irritam todos os purismos. Mas o princípio está certo e não é preciso ser especialmente adepto dele para não gostar de ouvir falar de um responsável público como "escurinho".
Portugal é um país racista. Tem uma longa história de racismo. E uma longa história de negação desse racismo. É um racismo suave, sorrateiro, com diminuitivo (como "escurinho"), que não se exibe de forma descarada na praça pública. É, talvez, das formas mais insidiosas de racismo. E um homem que se enquadra numa corrente política com provas na luta contra o racismo e a discriminação, como Arménio Carlos, tem obrigação de saber isto. É por isso que o incómodo com esta afirmação deve ser maior por vir da sua boca. Não duvido, no entanto, que se a expressão tivesse sido dita por um homem de direita a indignação seria muito mais violenta. E mal. A direita tem, nesta matéria, menos responsabilidades. Não porque a direita seja, em geral, racista, mas porque acredita, em geral, que os portugueses não o são. É, por isso, menos vigilante consigo própria.
Se repararmos, Abebe Selassie é o primeiro negro com algum poder real em Portugal. Ou seja, num país razoavelmente multiétnico, o primeiro negro com algum poder só o consegue ter porque esse poder não resultou da vontade dos portugueses. Há, que me lembre, apenas um deputado negro no parlamento - e é do CDS. Não há nenhum presidente de Câmara,
nenhum ministro, nenhum secretário de Estado. Isto tem de querer dizer qualquer coisa. Ou quer dizer que os portugueses não votam em negros ou quer dizer que a generalidade dos negros não consegue ascender socialmente no nosso país para chegar a cargos públicos relevantes. Porque são geralmente discriminados ainda antes de chegarem à fase de poder ascender a estes cargos. São discriminados na distribuição do rendimento, dos empregos, das oportunidades. E é neste contexto, e não numa sociedade que dá a todos, independentemente da sua etnia, as mesmas oportunidades, que Arménio Carlos falou de um "escurinho".
Arménio Carlos não se referiu aos outros dois representantes da troika como "o carequinha" e o "loirinho". E é normal. Carecas e loiros há em muitos cargos semelhantes. Não chega a ser um elemento distintivo. "Escurinhos" é que há poucos. Ou melhor, não há nenhum. Só que essa característica física não é comparável a outras que aqui referi. Ela é causa de uma discriminação muitíssimo mais profunda. E foi isso que Arménio Carlos, sem o querer, acentuou: em vez do nome e do cargo, sobrou a Selassie (que eu aqui já critiquei violentamente sem me ocorrer falar da sua cor de pele) o facto de ser "escurinho".
Selassie não foi identificado como etíope, que é, como técnico do FMI, que também é, como alguém que usa óculos, que usa, que é careca, que também é, ou que é politicamente incompetente, que parece ser. É negro. Não pretendo que sejamos cegos perante a negritude. O que fica claro é que, mal surge um pessoa com algum poder no nosso país que seja negra passa a ser essa a forma mais evidente de a identificar. Com direito a dimunitivo. Que isso aconteça num café ou entre amigos não me choca. Que seja essa a forma como o secretário-geral da CGTP se refere a um adversário político - e o facto de ser um adversário político e da frase ter sido dita no contexto de um ataque político só torna a coisa mais grave - numa iniciativa pública é relevante.
Arménio Carlos é racista? Não me parece. Mas a indignação não resulta de uma qualquer avaliação do carácter ou das características políticas de Arménio Carlos. Resulta do que a frase que proferiu num contexto oficial acrescenta ao discurso político em Portugal. Mais grave: o que ela acrescenta ao combate a uma intervenção externa que está a deixar as pessoas desesperadas. A intervenção externa é condenável, mas nunca se pode passar a ideia que ela é condenável porque envolve um "boche" ou um "escurinho". Porque, mesmo que não seja essa a intenção de quem assim falou, isso transforma uma resistência em defesa da soberania democrática num ataque xenófobo. Repito: mesmo que não seja, e estou seguro de que não era, a vontade de Arménio Carlos. É que o sentido das palavras ditas na arena pública não depende da vontade de quem as diz. Dirigindo-se indistintamente a todos - e também a quem seja, e são muitos, racista -, é apropriável por todos. Por isso somos obrigados a especiais cuidados quando as dizemos no espaço público.
Arménio Carlos já veio dizer que não sabe de ninguém que tenha ficado pessoalmente incomodado. E que se alguém ficou, transmite as suas desculpas. Arménio Carlos é um político e tem obrigação de saber que a questão não é o incómodo pessoal de cada um. O confronto político permite o incómodo dos outros. Ele até poderia insultar Selassie. Mas deve pensar bem se o insulto que escolhe corresponde aos valores políticos que defende. A questão é o que a expressão, ainda mais com o diminutivo paternalista, revela. E se há coisa que um político tem de saber é que as palavras, sendo parte fundamental do seu ofício, são importantes. Um trabalhador pode ser um "colaborador"? Pode. Um despedimento colectivo pode ser uma "reestruturação" de uma empresa? Pode. E, como tão bem sabe Arménio Carlos, não é indiferente se usa umas ou outras expressões. Mesmo que ninguém fique pessoalmente incomodado por ser chamado de "colaborador". Porque, como gritava Nanni Moretti, "as palavras são importantes". E em política elas são muito importantes. Mesmo quando não se quer ofender ninguém.(D.Oliveira)

segunda-feira, janeiro 28, 2013

Hermenêutica da fome!

Não me  é característico debater pessoas, principalmente quando são  de uma monumental insignificância que só um País “interessante”  como este lhes pode ainda dar  crédito. E mais grave: crédito e  um cargo numa empresa pública. Vem isto muito a propósito do  senhor Gustavo Mavie que por  acaso, explicado só pelo contexto decadente em que vivemos, é
antieticamente director da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e propagandista do  Governo da Frelimo fazendo uso  de uma instituição do Estado. Vamos aos factos: Gustavo Mavie,  um PhD em Culambismo ao regime,  escreveu no boletim da AIM que o  texto que eu próprio escrevi e que  fez capa no semanário Canal de Moçambique (onde trabalho com muito orgulho) está prenhe de demagogia porque o framing textual por mim dado leva à interpretação de  que houve insensibilidade por parte do chefe de Estado e seus assessores ao festejarem o aniversário do Senhor Armando Guebuza com direito a oito horas de transmissão em director pela TV pública, enquanto famílias choravam, a poucos quilómetros, a desgraça de que foram vítimas, causada pelas enxurradas.Não tenho medo de repetir aqui que houve insensibilidade, sim, e muita hipocrisia. E tenho elementos  que me fazem chegar a esta asserção. Enquanto o senhor comia e bebia de borla (arte em que de resto mostrou ser perito), eu liderava uma equipa de Reportagem no terreno  (na água), nas zonas da Costa do Sol, Inhagoia e Laulane, testemunhávamos o sofrimento das pessoas. Insensibilidade porque o direito privado de uma figura como a do PR não lhe abre o leque para poder dar festas pomposas, enquanto o povo, a quem jurou servir, está  no auge da miséria, ainda que seja momentânea como é o caso destas  enxurradas. Mais grave: o banquete enquanto durou foi transmitido com pompa e circunstância, oito horas seguidas, enquanto a população afectada enterrava os seus  mortos ou chorava as outras consequências mergulhada no sofrimento: sem água, sem comida, sem cobertores. Hipocrisia porque enquanto bebiam e comiam, liam
discursos de combate à pobreza para elogiar o chefe rumo à caça de mais um tacho nesses cargos, cujo critério passa por quem leva mais tempo ajoelhado aos pés de Guebuza, outros estavam a serpura e simplesmente ignorados.Qual é o combate à pobreza de que falam, enquanto se embebedam com vinhos e comem vários acepipes quando em contracena está o povo desesperado? Precisamos de ler mais manuais de governação e desenvolvimento
para entender o que encerra o vosso conceito de luta contra a pobreza. Não há demagogias da nossa parte, senhor Mavie. Pelo contrário, há demagogias do lado de quem fala  da pobreza com uma taça de vinho e rissóis na mão, tal como o senhor. Enquanto a televisão pública transmitia em directo os “Mavie” a dançar e a comer na festa do chefe de Estado, eu estava na Polana Caniço em casa da família Mulhovo, que chorava a perda do pequeno  Jorge que em vida nas conversas de sonho com os amigos dizia querer ser juiz. E o senhor Mavie sabe por acaso como morreu o pequeno Jorge? – Foi soterrado. A precária casa  em que viviam desabou o lado do quarto onde Jorge estava e foi tudo parar à cratera que se abrira por causa da chuva. Saberá por que desabou o quarto do pequeno Jorge e não a casa do senhor Mavie?
– Porque a casa do senhor Mavie foi bem construída. A do pequeno Jorge era de construção precária muito por culpa de um Estado que nem sequer tem um ante-projecto sério de política de habitação e vive alimentando “Maviísmos”. Na mesma altura que os muitos
“Mavie” comiam, duas senhoras lutavam no “Acolhimento Força do Povo” por causa de arroz sem caril que era distribuído lá. Era uma única refeição que cobria: matabicho,almoço e jantar. Diga-me agora o que é demagogia entre um Mavie falar de sucessos de uma luta contra a pobreza, enquanto está na fila de um buffet, e milhares de pessoas se espancam por arroz sem caril, porque perderam tudo com as enxurradas? O senhor Mavie tanto tem um tal de dicionário quanto não sabe ler o que lá está escrito…
Fala também do texto de Elísio Macamo publicado no “Notícias” que sustenta a tal demagogia que o senhor nos atribui. Ao escrever sobre a tal “demagogia”, Elísio Macamo fala da introspecção ética e moral (relativos à padrões individuais e colectivos comummente aceites), exercício que cada um devia fazer logo que recebeu o convite da festa. Esta introspecção de que fala Macamo seria para decidir se era moralmente aceite comemorar faustosamente e exibir em TV, enquanto outros estão na miséria. Isso, o bom de Mavie não percebeu. Mas também como perceber se o que importa é só escovar? A interpretação do texto que nos traz Mavie é típica daquilo que para efeitos deste texto, vou chamar de Hermenêutica da fome! Consiste em interpretar factos ou textos com pendor para o lado que nos vai garantir gás, combustível, pão e um convite para próxima festa do chefe! É disso de que padeceu Mavie na sua leitura!
Na forma como faz a descrição fiel dos pratos que foram servidos na festa, mostra, não só que o senhor comeu tudo quanto esteve lá, revelando a sua categoria de faminto, como mostra que é, como já todo o mundo sabe, a comida que o move para ser mercenário. O senhor fala tanto de Guebuza como o dono da independência. Não duvidamos que Guebuza seja “herói”. Mas porque não fala de Paulo Samuel Kankomba, de Urias  Simango, com o mesmo ânimo e efervescência? Não será porque  morreram ou porque lutaram menos, certamente. É porque não podem dar-lhe dinheiro agora. Porque o senhor é um vendilhão! Há muitos heróis vivos que lutaram pela independência e só não recebem hossanas nas suas delirantes crónicas porque não têm dinheiro para lhe  pagar a consciência, nem estão na posição de lhe poder convidar para viajar ao exterior para ter ajudas de custo. Portanto, não venha aqui nos enganar, senhor Mavie! Conhecemo-lo da letra e consciência! Vá vender o País por outra freguesia!!...Fala de convite presidencial como  se fosse aquilo fosse o auge do jornalismo. Quanta miséria, meu Deus!!  Saiba que também recebi o tal convite para ir a tal festa. Só não fui porque preferi ir trabalhar (arte de que certamente o senhor tem pavor). Diz no seu ensaio escovista que alguém nos manda escrever as reportagens. Saiba, senhor Mavie, que contrariamente ao senhor que  é mandado escrever textos para “deixar claro que o Governo está a trabalhar”, eu não sou mandado escrever. Eu escrevo! Porque tenho capacidade suficientemente intelectual para tal. Não sou da sua estirpe. Não sou mercenário. Não estou à venda, muito menos por migalhas. Não faço parte da sua facção de contrabando de consciência e de valores. Tenho dignidade  e valores, coisas que certamente na sua legião é considerado heresia.Ninguém me manda escrever nada. Temos uma pauta noticiosa semanal, que é feita e executada por uma equipa de jovens liderada actualmente por mim. Não recebo chamadas para difamar médicos  que cuidam dos nossos compatriotas. Não recebo garrafas de vinho e convites para o exterior para falar mal da oposição nem do Governo. Não pense o senhor Mavie que não tenho lido os seus delírios que só a mais afeiçoada tendência para a “escova” pode confeccionar. Temos lido os insultos e ofensas que o senhor tem dirigido contra este jornal e seus profissionais. Temos lido as suas desgraças textuais de cunho racista contra o director deste jornal e contra muitos outros cidadãos moçambicanos de raça branca. Aliás, a raça é, a par do anti-criticismo, o único expediente que o senhor sabe tramitar. Longe de ver críticas e pessoas que com seu conhecimento contribuem para fazer deste País um lugar normal, Mavie vê primeiro a cor dos críticos. Anda aos rodopios com a raça do director deste jornal e contra  outros cidadãos moçambicanos de raça branca, mostrando que infelizmente estamos perante um primata sebastianista. Quer que os brancos e negros voltem a se estranharem? Quanta irresponsabilidade!
Saiba, senhor Mavie, que só não respondemos porque não nos queremos sujar com tamanha porcalhada intelectual. Saiba que o nosso silêncio perante as suas basbaquices textuais é o nosso tributo à sua imponente insignificância, que tal como diria Barbosa du Bocage: “tem
o estatuto da
quinquagésima potência, que o vulgo denomina NADA!”
Tem mais: nunca me dei tempo de responder a um Mavie que é acusado pelos seus próprios subordinados de gerir de forma danosa a AIM, um bem público. Lemos em muitos  jornais (que nem são da propriedade do Canal de Moçambique, nem de “brancos”) que o senhor está metido em muitos esquemas que levaram a AIM à falência técnica. São  os trabalhadores da AIM que são citados nessas notícias que o denunciam. O senhor nunca desmentiu isso. Certamente que sabe em que esgoto repousa a sua consciência.  Ou seja: fazendo fé naquilo que está publicado sobre a sua gestão da AIM, não chegamos a outra conclusão se não a de que: só a almofada cúmplice do regime é que ainda o mantém fora das grades. Mas tenho pena de ter que o recordar que a Justiça tarda mas não falha.  Brevemente a legalidade vai baterlhe à porta e a justiça vai de forma exemplar o colocar no lugar propício para pessoas de instinto calamitoso como o senhor! Ainda bem  que o senhor prefere-se acobardar no conforto dos seus decadentes textos. Lamba como quiser, até as partes mais desaconselháveis do regime, mas não o faça à custa do  nosso trabalho honesto. Continue a delirar na sua prostituição intelectual, mas não cometa o erro de usar o meu trabalho para trepar as escadas do regime. Faça-o com os que ainda  não sabem o hino à fraude jornalística que o senhor é! (Matias Guente)

Presidente merece uma festa do tamanho da sua obra!


Quando junto as críticas que ouvi em todo o lado e de outras que li em alguns jornais em torno da festa do Presidente moçambicano, Armando Guebuza, para assinalar o seu 70º aniversário natalício, sou tentado a concordar com o académico moçambicano, Elísio Macamo, de que tal criticismo não passa de demagogia.Mas antes de sustentar porque é que concordo com Macamo, nesta sua conclusão plasmada num artigo publicado na edição de quarta-feira do jornal “Notícias”, faço questão de recorrer ao Dicionário Verbo, para explicar o que é DEMAGOGIA àqueles que ainda não sabem o significado exacto desta palavra.O Verbo define Demagogia como sendo um “Exercício de retórica fácil, com vista à obtenção ou tentativa de obter o poder político, que faz apelo às emoções da população, em detrimento do uso da lógica e da racionalidade...a demagogia é uma prática que acaba por se virar contra o povo”.A excepção dos indivíduos que possam estar a criticar aquela festa porque estão mal informados, também acredito que há efectivamente os que fazem essas críticas por mera e deliberada demagogia, convencidos que, com isso, irão ganhar o poder político, ou então ajudar os partidos que defendem a conquistar o poder que há 38 anos está nas mãos da Frelimo de Guebuza.É de facto demagogia quando alguns jornais chegam ao cúmulo de escrever artigos do tipo “O Banquete dos Insensíveis!!!, para tentar levar as pessoas a acreditarem que Guebuza esbanjou fundos públicos para a aquisição de comida e bebidas, numa altura em que milhares de pessoas passam fome vítimas das cheias que nos últimos dias assolam o nosso país.Na verdade, muito do que se diz sobre a faustosidade daquela festa não passa de um exagero, porque não foi faustosa e muito menos esbanjadora. A mesma decorreu numa tenda tão comum como as que se podem encontrar em muitas explanadas que há por aí, e em que se fazem festas de muitos de nós.Eu por acaso fui uma das pessoas que, juntamente com alguns colegas jornalistas participamos no evento, e não me pareceu uma festa cara quando comparada com aquilo que o aniversariante fez para nós seus compatriotas.Guebuza foi um dos moçambicanos que durante 10 anos lutou pela independência do nosso país, bem como aceitou deixar tudo, incluindo a sua família, para se fixar em Roma e negociar durante mais de dois longos anos a paz que hoje desfrutamos há 20 anos.A festa do aniversário de Guebuza foi na essência um simples almoço. Os pratos consistiam na sua maioria de arroz, feijoada, matapa, cacana, chiguinha, mukapata, nhangana, carril de amendoim, algum camarão, carne de vaca, de porco e de galinha e algumas saladas e frutas da terra, ou seja aquilo que nos como cidadãos comuns comemos todos os dias.Por aquilo que tive a oportunidade de apurar, parte considerável dos produtos com que se confeccionaram os pratos foram doados. Nos casos em que foi necessário adquirir no mercado, o seu custo naturalmente não foi além do normal para a dimensão do aniversariante, cuja trajectória política e humana mostram que ele fez muito pelo nosso país. O evento foi apenas uma ocasião para Guebuza celebrar os seus 70 anos de vida com aquelas pessoas que ele considera como sendo o sinónimo da sua própria vida, ou indivíduos que ele acredita serem representantes de outros moçambicanos de que ele também é seu Presidente.Até os músicos que emprestaram um ambiente festivo ao aniversário eram quase todos da geração do próprio Guebuza, nomeadamente Gabriel Chihau, Xidiminguane e Dilon Djindji.
A sua brilhante actuação acabou reactivando as energias adormecidas pela idade de outros “velhotes” da geração de Guebuza, inspirando alguns a saltar das suas cadeiras e improvisar alguns passos, num palco também improvisado.Foi bonito ver o antigo Primeiro-Ministro, Pascoal Mocumbi, que foi quem tomou a iniciativa de “abrir a sala”, não obstante a sua idade e que acabou por contagiar o antigo presidente Joaquim Chissano.Ambos acabaram contagiando outros convidados, algo que acabou fazendo daquele almoço ser uma verdadeira festa que agora é demagogicamente rotulado de faustoso.Curiosamente, Guebuza resistiu ao contágio e não dançou, uma decisão acertada, porque os seus detractores poderiam pegar isso e catalisar e acusá-lo de insensível, embora passe parte considerável do seu tempo nas zonas rurais a tentar ajudar os camponeses, que constituem a maioria da população moçambicana, a saírem da pobreza.É curioso ainda que os seus detractores o acusam mesmo assim de estar a esbanjar o erário público com as suas presidências abertas. Mas se o Presidente ficasse confinado no seu Palácio, certamente que também haveriam de acusá-lo de insensibilidade aos gravíssimos problemas que ainda afectam a maioria dos moçambicanos que vivem nessas zonas rurais.
Quer dizer, ele é morto por ter e por não ter cão.
Ainda na semana passada, li o artigo de um dos colunistas que é um verdadeiro arauto de todos os que são contra Guebuza e a Frelimo, que com as cheias, iriamos assistir a um verdadeiro turismo dos frelimistas que se vão deslocar às zonas alagadas, alegando que querem se inteirar das destruições causadas pelas cheias.Mas se cancelarem as visitas também serão acusados de insensíveis.Isto prova que quando determinadas pessoas detestam alguém, mesmo que nos casos em que nada de mal faz, acabam inventando sempre um crime para se atribuir a essas pessoas. 
Quanto a mim, Guebuza, bem como todos os vivos e mortos que nos resgataram da trágica noite colonial e racista, merecem de nós mais e abundantes festas e homenagens, porque são uma das formas de os agradecermos.Merecem porque sem eles, poderíamos estar ainda na cova da morte comum em que os nossos multiplicados inimigos nos tinham atirado passavam 500 longos anos.Para mim, se fosse possível, deveríamos erguer uma estátua em cada local onde seja sepultado um antigo combatente pela nossa independência, do mesmo modo que se devia fazer o mesmo pelos compatriotas que defenderam de armas na mão, a nossa Pátria da agressão do regime do apartheid que tinha como sua mão a Renamo.Guebuza e todos os que com ele celebraram os seus 70 anos, não são insensíveis. O que se fez foi celebrar o aniversário de um dos seus companheiros de luta de ontem e da luta de hoje.É demagogia considerar Guebuza de insensível, quando a sua sensibilidade ficou mais do que comprovada ainda muito jovem, quando deixou tudo e enfrentou todos os riscos e até prisões, e caminhou muitas vezes a pé, até conseguir ir juntar-se à Frelimo em Dar-es-Salaam em 1963, para lutar contra o colonialismo.Guebuza só regressou em 1974 quando ele e os outros companheiros, como Joaquim Chissano, Jacinto Veloso, Pascoal Mocumbi, Óscar Monteiro e muitos e muitos outros, derrotaram o colonialismo português que nos oprimia. É demagogia acusar Guebuza e todos os que celebraram com ele o seu aniversário natalício como sendo insensíveis ao sofrimento do povo.Aliás, muitos dos que lá estiveram, como Chissano, Mocumbi, Gundana, Jacinto Veloso deram inúmeras provas do seu amor por esta Pátria e seu povo.Basta dizer que fazem parte de um grupo de moçambicanos que de armas em punho lutaram para erradicar o colonialismo português.Na verdade, aqueles que agora apregoam a insensibilidade de Guebuza e de seus camaradas, comiam animadamente nas faustosas festas dos colonialistas, incluindo alguns dos donos dos jornais em que se publicam artigos que fazem essas acusações de insensibilidade.A única coisa que se publica nesses jornais, ou que eles próprios escrevem ou mandam escrever, é sistematicamente contra o governo, e a única coisa que para eles é bom, é a oposição. O resto é ruim, não obstante o nosso País seja um dos 10 que neste Mundo que está a braços com uma grave crise financeira, está mesmo assim a registar um excelente crescimento económico que o faz estar nas primeiras páginas dos maiores jornais do mundo pelas coisas boas e não pelas más.Os jornais referidos falam de Moçambique como sendo um dos que integra esse grupinho de 10 nações que registam o crescimento mais rápido do mundo inteiro, não obstante tenha saído de uma devastadora guerra há apenas 20 anos. Mas para os donos desses certos jornais que se publicam aqui no nosso Pais, todos os que ousam falar dessa verdade aqui no nosso País, e que não falam mal do governo, são lambe-botas, são frelimistas, são arautos do governo, são defensores ferrenhos do regime ... são e são sempre ruins e nunca boas pessoas.Não será isto mesmo uma revelação de que estamos perante novos potenciais colonialistas que estão contra o nosso governo?
A isto chama-se força do ramerrão, que reage sempre a todas as inovações ou mudanças que ponham em causa aquilo que só beneficiava a eles só e não a nós todos.É demagogia acusar Guebuza quando foi ele que uma vez mais, viria a aceitar, 16 anos após voltar da luta pela independência, deixou de novo tudo e ir fixar-se em Roma, onde negociou com a sua sabedoria, durante mais de dois anos, a Paz de que desfrutamos agora há mais de 20 anos.(Gustavo Mavie)

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Crianças matam criança


Um menor de apenas nove anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Ito Eduardo, foi, no passado dia 16 de Janeiro em curso, na cidade de Nampula, província com o mesmo nome, Norte de Moçambique, espancado e esfaqueado ate à morte por outras duas crianças de 10 anos de idade.O incidente chocou os moradores da zona da Rex, bairro de Muchinha, arredores daquela cidade. Os assassinos são Zinho Varique e Edgar William.Naquele dia, eles amordaçaram o petiz e, para além de o espancarem, desferiram golpes contra ele com recurso a uma faca. Na sequência do acto atiraram o seu corpo num dique conhecido por “Represa do Ford”. A vítima só foi localizada no dia seguinte.
Ito, Zinho e William encontravam-se a tomar banho naquela represa e começaram uma briga que gerou uma aposição de dois contra um. A vítima havia saído de casa por volta das 13 horas do dia 16 e demorou regressar.Por volta das 18 horas, os familiares ficaram preocupados e encetaram buscas. Houve várias consultas a parentes, amigos e vizinhos na tentativa de saber se alguém teria ou não visto Ito. Outro menor, que por sinal assistiu à briga, informou que a pessoa que estava a ser procurada teria estado na "Represa da Ford".
Os familiares do finado foram até ao local. A primeira coisa com que se depararam foi a roupa do Ito. Na mesma noite houve busca, porém, sem sucesso. No dia seguinte, os parentes do menor voltaram para a represa e encontraram o corpo sem vida nas margens daquele lugar usado pela comunidade para o banho e para a beberagem do gado bovino.Depois de investigações, os familiares do finado concluíram que o seu ente querido havia sido assassinado barbaramente por outros dois menores, por sinal amigos e residentes no mesmo bairro e rua.Anida não se sabe o que teria originado a briga que provocou a fúria daqueles dois menores a ponto de tirarem a vida do amigo. Um dos petizes mudou de cidade.
Ana Afonso, de 30 anos de idade, é hoje uma mulher agastada e com o semblante entristecido. Não esconde a dor de ter perdido o único filho em circunstâncias estranhas.Segundo as suas palavras, no dia 16 de Janeiro quando deu pela falta do filho, às 18 horas, ficou confusa. Pressentiu que algo errado teria acontecido. Quando soube que Ito foi para a represa, pensou no pior: rapto. Naquela noite não conseguiu dormir. A sua maior dor foi ver o filho estatelado no chão, sem vida.A família de Ito Eduardo lamenta o afastamento dos parentes de Edgar William e Zinho Varique. Ainda não foram prestar condolência. Condena a atitude dos agentes da Polícia da República de Moçambique afectos ao Posto Maior da Zona do Clube Cinco, pertencente à terceira esquadra, por não terem ajudado nas buscas do malogrado.A outra preocupação da mesma família tem a ver com o facto de ter sido obrigada a assinar uma declaração, segundo a qual não vai mover nenhum processo-crime contra as “crianças assassinas” nem contra os seus parentes.Entretanto, o avô e o pai do malogrado exigem justiça como forma de evitar que haja conflitos entre as três famílias.Zinho Varique é considerado uma criança tranquila e dedicada à escola pelos vizinhos. Já Edgar William, órfão de mãe, tem uma vida conturbada. “É um rapaz insatisfeito”, segundo nos disse Filismina Inácio, sua prima.

quarta-feira, janeiro 23, 2013

Água derruba torres de energia de Cabora Bassa !


O Governo moçambicano, por meio do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), decretou ontem o alerta vermelho institucional para as zonas sul e centro do país, na sequência do agravamento das chuvas, que nalguns casos estão a inundar as terras ribeirinhas e, por conseguinte, a destruir infra-estruturas sociais e económicas, bem como culturas diversas.O anúncio foi feito em Caia pelo director-geral do INGC, João Ribeiro, o qual explicou a jornalistas, depois do conselho coordenador de Gestão de Calamidades, havido neste distrito e presidido pelo Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, que o alerta vermelho institucional decretado implicou ontem a activação total do Centro Nacional Cooperativo de Emergência (CENOE). “Em outras palavras, significa que todas as instituições do Governo, sociedade civil e população em geral estarão com as atenções viradas para evitar perdas de vidas humanas”, explicou.O director-geral do INGC afirmou que neste momento estão a entrar “grandes volumes de água nos rios Incomáti e Limpopo, enquanto no Zambeze se regista uma situação oscilatória. As previsões de chuvas que caem a montante dos países vizinhos poderão agravar a situação do Zambeze, Púnguè, Save e Búzi”. Referiu na mesma ocasião que a zona sul do país está a ser assolada por chuvas intermitentes, que chegam a atingir 200 milímetros por dia, situação que está a exigir uma intervenção governametal, sociedade civil, comités de gestão de calamidades e a população para a salvaguarda de vidas humanas.Questionado sobre a capacidade institucional existente, o director-geral do INGC, João Ribeiro, afirmou estarem a ser accionados todos os recursos possíveis para se poder enfrentar a situação de cheias.Convidado a pronunciar-se sobre a situação por regiões, João Ribeiro explicou que na bacia do Chókwè poderão estar ameaçadas cerca de 55 mil pessoas.“O rio Limpopo, na área do Chókwè, pode atingir nos próximos dias, seis a oito metros,  e poderá inundar algumas povoações e bairros. O nível de alerta do rio Limpopo é de cinco metros” – disse João Ribeiro.Sobre quantas pessoas estarão em risco na bacia do Zambeze, o director-geral do INGC disse: “Olhando para os tempos anteriores, por estas alturas em que o nivel do rio está a atingir os cinco metros de altitude, estaríamos a fazer buscas e salvamento. Quando o rio atingir o nível de sete metros, já começará a nos preocupar. Por isso declaramos o alerta vermelho institucional para podermos responder imediatamente. Caso haja necessidade de retirada compulsiva de pessoas, esta acção nos é permitida neste momento”.

quarta-feira, janeiro 09, 2013

5 de igual Nr. de partidos pode formar bancada

A Assembleia da República (AR) poderá ter mais de três bancadas a partir das eleições gerais de 2014. o novo Regimento da Casa Magna passa a criar facilidades na formação de bancadas parlamentares ao introduzir o conceito de bancada parlamentar mista.Trata-se de um dispositivo contido no artigo 58 do projecto de revisão do Regimento da AR (lei n.º 17/2007 de 18 de Julho) que vai a debate na próxima sessão ordinária - Março de 2013 - e que promove as bancadas de coligação e dispensa o mínimo exigido a cada bancada.Na verdade, a próxima lei vai exigir apenas cinco deputados (com os oito actuais) como o mínimo para qualquer partido formar uma bancada. Entretanto, mesmo que um partido eleja apenas um deputado pode formar bancada com outras bancadas interessadas. Por exemplo, havendo cinco partidos que tenham eleito, cada um, apenas um deputado, podem, querendo, juntarem-se e formar uma bancada parlamentar.Diz o artigo 58 da proposta: Os deputados representantes de dois ou mais partidos políticos ou coligação de partidos, resultantes de eleições gerais, que não possam constituir-se bancada  parlamentar, nos termos do regimento, podem, entretanto, constituir uma bancada mista. No que toca aos procedimentos para esse fim, diz o projecto da revisão do regimento que, para o efeito, será preciso fazer uma declaração ao presidente da Assembleia da República, após a constituição da Assembleia da República e a adoptar uma denominação comum.
Ora, a ser aprovado este projecto nestes termos, vai permitir que haja, no Parlamento, mais diversidade de opiniões políticas e visões democráticas diferentes. Por outro lado, a bipolarização que existia até à entrada do MDM no Parlamento e que, de certa forma, continua, poderá diminuir cada vez mais com a criação de várias outras bancadas na Casa Magna.

Na lei vigente, o mínimo é de oito, mercê duma revisão pontual havida em 20

10 para dar espaço à criação da bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Inicialmente, o número mínimo para formar uma bancada no Parlamento moçambicano era de 11 deputados e esta lei foi usada até à sexta Legislatura, até que foi revista na sétima.

O índice de emprego em Moçambique.........


...........reduziu em 0,4 por cento em Outubro último, comparativamente ao mês anterior, afirma o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) no seu Índice de Actividades Económicas (IAE) – Outubro 2012.Para o INE, esta redução dos índices de emprego deve-se a estabilidade verificada em quase todos os sectores da economia em Outubro, tendo apenas havido diminuição de 1,7 por cento no sector da indústria e 0,1 por cento nos transportes em relação ao mês anterior.“Os sectores do turismo e do comércio mantiveram-se estáveis, não registando alguma variação. O sector de outros serviços é o único que registou um aumento, em 0,1 por cento, em relação ao mês anterior”, refere a pesquisa.Até Outubro do ano passado, a variação dos índices de emprego em Moçambique teve comportamentos negativos nos meses de Janeiro (0,2 por cento), Abril (0,2 por cento), Junho (0,2 por cento), Julho (0,4 por cento) e igual percentagem em Outubro.Contudo, a pesquisa do INE indica que comparativamente ao mês homólogo de 2011, o índice global de emprego em Outubro último registou um aumento de 0,4 por cento.Além da questão de emprego, o IAE do INE também analisa as variáveis de volume de negócios e de remunerações. Para estas variáveis, a pesquisa refere ter havido um aumento do nível geral do volume de negócios em 2,7 por cento e das remunerações em 0,1 por cento.Comparando com o mês de Outubro de 2011, os índices globais de Outubro de 2012 para essas variáveis também registaram um aumento, tendo sido de 14,1 por cento para o volume de negócios e de 10,5 para as remunerações.O IAE refere que o aumento do índice geral do volume de negócios em Outubro último foi resultado dum grande aumento registado no sector da indústria (em 11,7 por cento) e dos ligeiros aumentos dos sectores da energia (0,6 por cento), do comércio (em 0,2 por cento) e de outros serviços (em 2,0 por cento).A manutenção do índice do sector do turismo em relação ao mês anterior e a queda verificada no sector dos transportes (em 0,1) não foram suficientes para alterar a tendência crescente do índice geral do volume de negócios.No que concerne as remunerações, quando comparadas ao mês de Setembro, registaram um aumento de 0,1 por cento em Outubro, aumento resultante dos níveis de variações verificadas em todos os sectores.“Os índices dos sectores da indústria e do comércio registaram um aumento em 0,2 por cento cada, enquanto os sectores dos transportes e de outros serviços registaram 0,1 por cento. O sector do turismo não registou variação alguma no índice de remunerações de Outubro, comparativamente ao mês de Setembro”, indica o IAE.

Não existem livros em braille


A Associação de Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO) reclama a fraca disponibilidade de livros em “braille” no país, e alerta o Governo para a necessidade de adquirir mais material escolar para os alunos com cegueira.O reforço com mais meios didácticos visa fundamentalmente garantir não apenas a integração social dos alunos com cegueira, mas também melhor aproveitamento pedagógico.A afirmação foi feita pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral daquela agremiação a nível da Cidade e província de Maputo, Sérgio da Conceição, durante as celebrações do Dia Mundial do Braille.A celebração da efeméride decorreu sob o lema “O Braille é o Único Caminho para a Inclusão Social da Pessoa Cega” e para materializar o princípio, a ACAMO pretende contribuir à formação de uma sociedade sem discriminação, onde é cada vez mais possível a integração dos cegos.Sérgio da Conceição apontou, a título de exemplo, o facto de existirem no país inteiro apenas 40 exemplares da Constituição da República, lei fundamental moçambicana, em braille como sinal claro da escassa disponibilidade de material livresco, facto que reduz a possibilidade de os cegos conhecerem os seus direitos e deveres.“Queremos alertar às autoridades para que preparem atempadamente os livros apropriados. Lamentamos o facto de o uso do alfabeto para os cegos no país ser ainda bastante reduzido. Não existem livros em braille, no País”, indicou a fonte.O método de Braille constituiu um forte mecanismo de apoio as pessoas com deficiência visual, pois permite desenvolver várias actividades como leitura, integração profissional, música, laser entre outras.O sistema de escrita foi inventado pelo francês Louis Braille, que ficou cego logo aos três anos de vida e veio a falecer, em Paris, em 1852, quando tinha 43 anos de idade.

Dispara o...


   número de contribuintes registados em Moçambique quintuplicou no período compreendido entre 2006 e 2012, revelam estatísticas da Autoridade Tributária de Moçambique (AT).Os mesmos dados indicam a existência de pouco mais de dois milhões de cidadãos portadores do Número Únicos de Identificação Tributária (NUIT).Em 2006, contribuintes cadastrados no sistema tributário nacional perfazia cerca de 500 mil.Segundo o Presidente da AT, Rosário Fernandes, em 2012 o país registou uma atribuição recorde de NUITs.“No total, até dia 16 de Dezembro, foram atribuídos 484,611 NUITs, que incluem 477,055 contribuintes em sede de pessoas singulares e os restantes são contribuintes do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes. Este número equivale a 34,61 por cento a mais do que a meta de cadastramento para 2012”, disse.Apesar do número crescente de contribuintes, a situação ainda está muito aquém do que seria de desejar tendo em conta que o país possui uma população economicamente activa estimada em 10 milhões de habitantes.Aliás, o próprio presidente da AT admite que nem todos os contribuintes cadastrados exercem o seu dever de contribuir para as receitas do Estado.O aumento do número de contribuintes cadastrados deve-se ao trabalho realizado por disseminadores do sistema tributário. Neste momento, o país possui mais de 15 mil disseminadores entres os quais constam, professores, estudantes, estagiários, confissões religiosas e sociedade civil em geral.

Sempre a subir


A companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) registou um crescimento na ordem de nove por cento no ano passado ao transportar 612.765 passageiros, refere um comunicado de imprensa.“Comemoramos este recorde porque reflecte o nosso empenho na resposta à crescente necessidade do mercado pelos serviços de transporte aéreo. É um resultado que demonstra a forma afincada e eficiente como trabalhamos na nossa companhia”, disse a administradora delegada da empresa, Marlene Manave. A nota refere que com o aumento da frota registada nos últimos dois meses de 2012 e a aquisição de duas novas aeronaves a jacto, do tipo Embraer 145 no primeiro trimestre de 2013 “a companhia estima aumentar a oferta de lugares na ordem dos 22 por cento para este ano”.As duas novas aeronaves a jacto serão operadas pela sua subsidiária MEX - Moçambique Expresso e estarão baseadas em Tete e Nampula, de modo a permitir uma resposta integrada aos vários pólos de desenvolvimento em Moçambique.A LAM recebeu recentemente duas aeronaves uma do tipo Embraer 190 e outra do tipo Boeing 737-500.

Informáticos burlam patrão


A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, na cidade e província de Maputo, seis cidadãos de nacionalidade moçambicana indiciados pelos crimes de falsificação de moeda, recargas de telemóveis e passaportes. Um comunicado do Comando Geral da Polícia, destaca que na cidade de Maputo, foram detidos dois engenheiros informáticos, em serviço na empresa de telefonia móvel Vodacom, indiciados no crime de falsificação de recargas de telemóveis.Na cidade da Matola foi detido um individuo indiciado no crime de falsificação de moeda e, em seu poder, a polícia apreendeu o computador que usava para as suas actividades ilícitas, incluindo uma respectiva impressora. O suspeito dedicava-se a falsificação de notas com o valor facial de 1.000,00MT; 500,00MT e 200,00MT. No prosseguimento das suas acções a PRM na província de Maputo deteve ainda dois indivíduos na posse de 42 passaportes falsos. Ambos foram indiciados pelo crime de falsificação de documentos.  Fazendo o balanço da semana de 29 de Dezembro a 4 de Janeiro corrente, a PRM revela que foram registadas 126 ocorrências criminais das quais 108 foram esclarecidos.Durante o período em análise a polícia deteve 115 indivíduos indiciados no cometimento de delito comum sendo, 41 contra a propriedade, 61 contra pessoas e 13 contra a ordem, segurança e tranquilidade públicas.Foram igualmente detidos 1.211 violadores de fronteira, dos quais 798 moçambicanos, a maioria dos quais atravessou ilegalmente a fronteira com a República da África do Sul e Malawi, 113 malawianos, 160 zimbabweanos, 108 tanzanianos e 32 zambianos.Na linha de fronteira com a República da África de Sul, foi detido um imigrante ilegal de nacionalidade nigeriana.Da República da África do Sul foram repatriados 30 cidadãos moçambicanos, dos quais 28 homens e duas mulheres que seguiram os seus destinos, concluído o processo de triagem. Num outro desenvolvimento a PRM, revela a detenção de seis indivíduos em diferentes partes do território nacional indiciados de crimes de ameaça com recursos a arma de fogo, posse ilegal de uniforme policial, posse ilegal de arma de fogo, assalto a mão armada. Num dos assaltos a PRM deteve dois cidadãos malawianos.As autoridades também anunciam a detenção de cinco indivíduos em conexão com crimes de homicídio voluntário, dos quais dois na vila da Macia em Gaza, um na Matola, um em Mossurize, na província de Manica e outro na província de Tete.Todos estes homicídios foram cometidos por membros da mesma família.

A mais baixa inflação da história


Moçambique registou durante o ano passado uma variação média anual de preços na ordem de 2,60 por cento, um resultado que representa cerca de metade da meta estabelecida pelo Governo para 2012 e a mais baixa dos últimos três anos.Dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), tomando como referência o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), indicam que em termos cumulativos o país registou uma inflação anual na ordem de 2,02 por cento.A meta de inflação média para 2012 estabelecida pelo Governo era de 5,6 por cento. Nos anos 2010 e 2011, o país registou inflação de dois dígitos, na ordem de 12,43 e 11,17 por cento respectivamente.Segundo dados do INE, a cidade de Nampula foi a que registou a inflação média anual mais alta, situada nos 3,14 por cento, seguida das cidades da Beira e Maputo, com 3,07 e 2,09 por cento, respectivamente.A inflação média anual registada em Nampula foi determinada pelo aumento dos preços dos produtos da divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas, bem como habitação, água e electricidade.Na Beira, a inflação foi influenciada pelos aumentos dos preços das divisões de alimentação e bebidas alcoólicas, educação e transportes, enquanto em Maputo, tal deveu-se ao incremento dos preços das divisões de restaurantes, hotéis, cafés e similares, bem como educação.No que refere a variação mensal, o INE diz que os preços registaram um agravamento de 1,06 por cento em Dezembro.Este aumento foi determinado essencialmente pelos preços dos alimentos e bebidas, bem como dos transportes.A cidade da Beira foi a que registou a maior inflação mensal (1,29), seguida de Nampula, com 1,03 por cento, e por fim Maputo, com 1,01 por cento.Na Beira a inflação foi determinada pela subida dos preços do peixe fresco, refrigerado ou congelado, peixe seco, tomate, coco, capulanas, arroz e dos artigos de vestuário para crianças.Em Nampula a situação deve-se ao aumento dos preços do peixe seco, da farinha de milho, farinha de mandioca, do tomate, das motorizadas, do arroz e do sal refinado para cozinha.Enquanto isso, em Maputo, o aumento dos preços dos transportes semi-colectivos urbanos e suburbanos de passageiros, coco, cebola, couve, frango vivo, ovos frescos de galinha e frango morto, influenciaram a inflação mensal.O INE recolhe dados para o cálculo do IPC em 885 estabelecimentos nas cidades de Maputo Beira e Nampula.

terça-feira, janeiro 08, 2013

Que pobreza de comunicado!

“Colegas. A situação é o seguinte: Existem várias ameaças que estão a decorrer aos MédicosIsto é, a ilegalidade que eles não se referem! Anotem cada ameaça, pois, a continuar iremos entrar com um processo judicial sobre os ameaçadores! Como pré-requisito para voltar-se a negociar foi definido a retirada de todas as ameaças! Estrategicamente foi aprovado os seguintes meios de difusão de informação da AMM: Facebook grupo AMM, Página do facebook da AMM, Correio electrónico do Gabinete de Informação da AMM. Como sugerido e aprovado, partilhem também a informação nos vossos murais. Em relação ao dia de amanhã (08.01.2013), em Maputo, todos os Médicos deve se dirigir a PRAIA do COSTA DO SOL, as 7:30h, com concentração no CALÇADÃO de fronte da porta principal do Centro de Conferências Joaquim Chissano. Os Médicos devem vir de camisetes brancas. Em outras Províncias, os Delegados provinciais e equipas de avanço, devem coordenar com os Médicos o local, podendo ser: praia, perto do rio, almadia em Tete, Lagoa Azul em Quelimane, praça da juventude, ou em algum local estratégico para efectuar actividades de carácter humanitário ou outro tipo de actividade: retirar o lixo da praia, conversar, ler poesia, jogar futebol de praia, futebol salão, entre outras actividades.
A GREVE MANTÉM-SE, COM A MESMA OU SUPERIOR ADESÃO QUE A DE HOJE. FORÇA COLEGAS. UNIDOS VENCEREMOS.
 “Se queremos constituir uma Classe respeitada, temos de estar prontos a abdicar dos nossos interesses individuais, aqueles que vão contra o bem comum. Temos de deixar de procurar safarmo-nos individualmente à custa de outros colegas ou em detrimento das sociedades em que participamos. Temos que parar de nos agredir e, antes,solidarizarmo-nos.”
Dr. Jorge A. H. Arroz (MD, MPHc)
Presidente da Associação Médica de Moçambique
President of Mozambican Medical Association
cel: 00258 - 82 6849338
Skype: jorge.arroz1
Blogue: http://jorgearroz.bloguepessoal.com