sábado, março 19, 2011

Mulheres ameaçam

O caso da aluna Fátima Califa que usa o véu islâmico (burca) durante as aulas na Escola Secundária Comunitária Fraternidade, na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, norte do país, continua a preocupar a direcção não havendo, até agora, nenhuma solução a vista.Trata-se de um assunto que despoletou há meses no estabelecimento de ensino localizado na cidade de Pemba, onde Fátima Califa frequenta a décima classe.As autoridades provinciais de Educação e da Cultura estabeleceram uma troca de correspondência com a África Muslim Agency, entidade proprietária da escola, não tendo havido até então um entendimento.Contudo, a aluna Fátima exige o que chama de seus direitos constitucionais que, na sua opinião, não podem ser postos em causa por uma decisão 'ilegal de um grupo de professores'.Assim, Fátima Califa continua a dirigir-se à sala de aulas coberta da burca, mas um número considerável de professores não coloca lá os pés, situação que acaba prejudicando o grosso da turma.Com esta medida, os docentes exigem que a aluna volte a vestir-se como o fazia nos últimos quatro anos que ela vem estudando naquele estabelecimento de ensino.'Os professores que não passam pela turma se defendem dizendo que, pedagogicamente, não lhes convêm dar aulas a alunos cujas caras não conseguem ver', disse o director daquela escola, Amisse Riussa.A fonte acrescentou que o processo de ensino-aprendizagem naquele nível fica afectado quando o professor não pode ver o aluno, mas há outros docentes que continuam a dar aulas.Por outro lado, Riussa disse que a Direcção Pedagógica da sua escola está a estudar um possível programa destino a recuperar as aulas perdidas.Segundo escreve o jornal 'Notícias' de hoje, está latente uma manifestação de mulheres de véu na cidade de Pemba, em protesto contra a atitude da direcção da Escola Fraternidade.Sabe-se que Fátima Califa escreveu para várias entidades, incluindo jornais, para denunciar alegada 'má fé por detrás de tudo isso', procurando-se dar entender que o Governo é pela descriminação social e religiosa.A constituição moçambicana considera o país como um Estado laico.

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