

“Quando percebi que o meu negócio tinha e
stabilizado, decidi juntar-me a um grupo de mulheres de ajuda mútua conhecido como Kaasya Production Group – que faz parte da Associação de agricultoras de Mbiuni”, disse Mbithe. A associação é composta por 16 mulheres com um total de 750 pequenas agricultoras da semi-árida região de Ukambani, no leste do país. O grupo colabora com uma ONG conhecida como a Formação Inades – uma ONG pan-africana que encoraja grupos a poupar colectivamente para apoiar membros individuais com empréstimos. Mbithe ainda não pediu o seu primeiro empréstimo. “Tenho acumulado as minhas contribuições e muito em breve poderei pedir um empréstimo para expandir o meu projecto”.O exemplo de Mbithe apoia as conclusões de um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) que sugere que se as mulheres tivessem acesso a alguns recursos como os homens têm, os seus rendimentos na agricultura poderiam aumentar em 20 ou 30 por cento. “Mbithe é uma das mulheres que saíram de um estado de pobreza para se tornarem o sustentáculo das suas famílias através de agricultura de pequena escala”, disse Jane Biashara, perita em desenvolvimento comunitário que trabalhou com mais de 60 grupos de agricultoras de pequena escala no Quénia.De acordo com Biashara, a melhor maneira de empoderar as mulheres pobres é mobilizá-las em grupos, onde elas podem angariar fundos e empréstimos a partir das suas contribuições. “Da minha experiência, aprendi que mulheres pobres sentem-se melhor p[egando empréstimo
s de fundos seus do que de outras organizações. Os juros voltam ao mesmo fundo, evitando perdas”.Ela realça o exemplo da associação à qual Mbithe pertence. O grupo acumulou mais de 70 mil dólares americanos em capital em cinco anos simplesmente pela compra de acções pelos membros no valor de cerca de 6,25 dólares cada.Segundo Judith Musau Mwikali, a tesoureira de Mbiuni, os membros têm o direito de pedir empréstimo à associação, pagando com juros. “Os juros tornam-se um dividendo para o beneficio dos membros do grupo”. Sem um título formal da posse de terra, um obstáculo comum para mulheres que procuram crédito, a associação resolve este problema procurando três avalistas, também membros do grupo a que pertencem. O montante do empréstimo que os membros podem pedir é também limitado pelo número de acções que ela tem na associação.“Nós usamos os membros como garantia simplesmente porque na maioria dos casos as mulheres não têm propriedades que podem dar como garantia para um empréstimo. Isto significa que se alguém não consegue reembolsar um empréstimo recorremos às suas acções”, disse Musau.


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