sexta-feira, março 31, 2017

Dívida? É ilegal , daí que.....

O Grupo Moçambicano da Dí­vida (GMD) defendeu, (29 de Março) que o Governo não deve pagar as dívidas, no valor de 1,4 mil milhões de dó­lares, que o anterior executivo avalizou secretamente, entre 2013 e 2014, considerando ile­gais os encargos. “O Governo não deve pagar as chamadas dívidas ocultas, porque são ile­gais, foram contraídas sem o conhecimento da Assembleia da República, como exigem as leis moçambicanas”, disse  Humberto Zaqueu, eco­nomista e oficial de Programas do GMD. Os credores dos refe­ridos empréstimos, prosseguiu Zaqueu, devem ser ressarcidos pelos bancos que intermedia­ram as transacções com as três empresas moçambicanas beneficiárias do dinheiro que receberam avales do Governo moçambicano. 
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“Os investido­res devem reaver o seu dinheiro junto dos bancos que interme­diaram a emissão de títulos a favor das empresas que tiveram a bênção do Governo”, afirmou o oficial de Programas do GMD. Humberto Zaqueu acusou o Governo, na altura chefiado por Armando Guebuza e os bancos russo VTB e suíço Credit Suisse de “terem ludibriado” o povo moçambicano e os investidores internacionais. “Estes emprés­timos foram feitos e avalizados nas costas dos moçambicanos e os bancos angariaram dinhei­ro dos investidores com base em expectativas irrealistas”, afirmou Zaqueu. Os bancos, prosseguiu, estão na mira dos investidores, pois estes já anun­ciaram que poderão levar o caso a tribunal, porque sentem­-se enganados. Na sexta-feira da semana passada, um grupo de organizações não-governa­mentais (ONG), incluindo o GMD, defendeu um conjunto de medidas que devem ser to­madas antes de o FMI retomar os empréstimos a Moçambi­que, argumentando que o país não pode ficar refém de uma dívida insustentável. “A única saída sustentável para a crise económica de Moçambique é aplicar uma muito maior transparência e responsabili­dade nos empréstimos, garan­tir que qualquer ajustamento recai sobre aqueles que têm capacidade para pagar e que Moçambique não fica apanha­do numa dívida insustentável”, lê-se num documento enviado à directora-executiva do Fun­do Monetário Internacional, Christine Lagarde. A missiva, impulsionada pela ONG britâ­nica “Campanha para o Jubi­leu da Dívida”, mas assinado por dezenas de organizações moçambicanas e internacio­nais, defende um “conjunto de medidas que devem ser todas executadas antes de o FMI re­tomar os empréstimos ao Go­verno de Moçambique” e que incluem, entre outras, a rea­lização de uma auditoria e de uma análise de viabilidade eco­nómica das empresas públicas Proindicus, Ematum e MAM. As instituições financeiras in­ternacionais e os principais países doadores do Orçamento do Estado moçambicano sus­penderam a ajuda financeira a Moçambique, após a descober­ta em Abril do ano passado de empréstimos contraídos por empresas públicas e avaliza­dos pelo Governo, entre 2013 e 2014, à revelia da Assembleia da República de Moçambique e da comunidade internacional. As chamadas dívidas ocultas fi­zeram disparar a dívida de Mo­çambique para 11,6 mil milhões de dólares e até Dezembro do ano passado o rácio da dívida pública era de 130% do Produto Interno Bruto.

segunda-feira, março 13, 2017

Eis-me aqui!

Imagem relacionadaQuando o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio assomou à sacada central da Basílica de S. Pedro, minutos depois de eleito Papa, eram elevadas as expectativas sobre o pontificado que Francisco inaugurava nessa noite de 13 de março de 2013 e as transformações e reformas que o líder religioso mais influente do Mundo viria a empreender.
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Encontrado "quase no fim do Mundo", nas palavras do primeiro Papa americano na sua primeira saudação, o novo chefe da Igreja foi saudado pelos progressistas, como o dominicano Frei Betto (Teologia da Libertação e dos movimentos sociais).Com a Igreja mergulhada em escândalos como a pedofilia, com a sucessão de denúncias de abuso de crianças por sacerdotes e o silenciamento dos crimes pela hierarquia, os desmandos do Instituto das Obras da Religião (IOR, vulgo "Banco do Vaticano") com investimentos em múltiplos negócios e até offshore, Francisco assumia tarefa pesada.
Resultado de imagem para PAPA FRANCISCOConcretizando a política de "tolerância zero" para com a pedofilia, o Papa assumiu que, "para a Igreja, neste domínio, não pode haver prescrição" - "temos de punir severamente os abusadores" - e estabeleceu normas para afastar e denunciar os autores.
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Na Cúria Romana, empreendeu a reestruturação dos órgãos de governo e administração e finanças, incluindo o IOR, e afirmou a sua autoridade junto de instituições como a poderosa Ordem de Malta.Reforçou também pontes com outras igrejas (esteve nas comemorações dos 500 anos de Martinho Lutero) e com as outras religiões monoteístas, em particular o mundo muçulmano, rejeitando a ideia de que as guerras - "a terceira guerra em pedaços" - são religiosas.
Resultado de imagem para PAPA FRANCISCOEntre as 29 viagens apostólicas, destacam-se as realizadas a Lampedusa para denunciar o drama dos refugiados, e a Cuba e aos EUA, pelo significado da sua mediação no restabelecimento das relações entre os dois países.Enquanto sobre a ordenação sacerdotal de mulheres mantém a posição da Igreja, apesar de valorizar o seu papel no novo dicastério para os leigos, a família e a vida, Francisco admite a ordenação de homens casados em casos excecionais, "por exemplo nas comunidades isoladas", apontou há dias ao diário alemão "Die Zeit".
Em matéria de moral sexual, mantém posições recuadas sobre contracetivos (na crise do vírus de Zica, recomendou a abstinência), mas os setores progressistas anotam avanços no domínio da moral católica, com o acolhimento dos homossexuais e divorciados recasados, na exortação apostólica "Amoris Laetitia" (Alegria no amor).Trata-se do tema que levou mais longe a oposição dos meios ultraconservadores, com quatro cardeais liderados por Raymond Burke a exigirem publicamente "esclarecimentos" de Francisco e o prelado norte-americano a insinuar que o Papa praticou uma heresia e acusá-lo de dividir a Igreja.
Resultado de imagem para PAPA FRANCISCOA imprensa católica dessa corrente minoritária não poupa o Papa a adjetivações agrestes, como "megalomania Bergogliana" e "pontificado destrutivo". "Só um transtorno delirante pode explicar como um homem que provoca discórdia, desordem e divisão na Igreja como nenhum outro papa na história pode dormir tranquilamente", escreveu no jornal "The Remnant" o presidente da Associação Americana de Advogados, Christopher 
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A. Ferrera.Até 10 de março, Francisco - nome que Jorge Mario Bergoglio adotou, como Papa, em homenagem a Francisco de Assis, "o homem da pobreza, o homem da paz, o homem que ama e preserva a criação" - proferiu 806 discursos, publicou 42 cartas apostólicas, duas encíclicas ("Laudato si", sobre questões ecológicas, e "Lumen Fidei", sobre questões da fé) e duas exortações apostólicas ("Evangelli Gaudium", sobre o anúncio do Evangelho, e "Amoris Laetitia", sobre o amor e a família).Desde 13 de março de 2013, o papa latino-americano realizou 29 viagens apostólicas (12 dentro de Itália e 17 fora) e tem já quatro previstas para este ano (Portugal, Índia e Bangladesh, Colômbia, Egipto).

quinta-feira, março 09, 2017

Ajudem-me!

Chamo-me  Etelvina Nhati de Tete, de 17 anos de idade .Há 8 anos passo por problemas de saúde como gastroduodenite crônicas (inflamação das paredes do esófago, estômago e duodeno) . Nos últimos 3 anos, os médicos descobriram Litíase, uma outra doença .Peço ajuda para  terminar com as  dores . É muito importante neste momento difícil da minha vida. A minha família precisa de 90,000,00 meticais para todo o processo de tratamento em Maputo.Os médicos dizem , que  preciso fazer tratamento desta última doença o mais rápido possível.Aceitamos  qualquer valor para fazer a  cirurgia. Pode depositar em  numerário na conta BIM 360815557, titular: Esmeralda Américo Lázaro (irmã). Antes pode  ligar para os números 82-9597972 (Adelaide Nhati) ou 84-5435233 (Fernanda Nhati). Muito grata por me compreender .

“lapsus linguae”

No dia em que a Assembleia da República abria-se para mais uma sessão, a bancada da Frelimo reuniu-se com o Presidente do partido e respectivos órgãos para mais um exercício de alinhamento concertação. Foi nesta reunião que se ouviram palavras de encorajamento daqueles deputados à liderança do Partido. 
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De entre as tantas, a que mais captou a atenção foi a “reentronização de Nyusi para mais um mandato; até 2024” feita por Eduardo Mulémbue, antigo Presidente da Assembleia da República. Nos dizeres de Mulémbue, o Presidente Nyusi “é e será o nosso Presidente até 2024” sugerindo que dentro da Frelimo, não haviam dúvidas de que o Presidente Nyusi era até hoje o melhor candidato para o partido e que, devido ao seu desempenho como Presidente da República, não restam dúvidas que vencerá as eleições presidenciais de 2019. Este sentimento não é novo nem foi Mulémbue o único a expressá-lo publicamente. Alberto Chipande, veterano da luta armada de libertação já teria afirmado isso na Beira em 2016; no último dia da última reunião do comité central, eu vi dísticos das províncias de Tete, Inhambane, Gaza e Cabo Delgado, sugerindo Nyusi como presidente da Frelimo e do país por “longos anos” – e por longos anos significam pelo menos dez.
Sucede que um dia depois, o Secretário-geral da Frelimo, Eliseu Machava afirmou perante as câmaras da televisão que “a Frelimo se distanciava das afirmações do Camarada Mulémbue”, inter-alia, que “o que ele disse não passava de opiniões pessoais”. EIS AQUI UM EQUÍVOCO REVELADO!
Filipe Jacinto Nyusi é Presidente do Partido Frelimo;
Eliseu Machava é secretário-geral da Frelimo;
Os deputados da Assembleia da República são membros do Partido Frelimo;
Quando Mulémbue afirmou que Nyusi seria o presidente da Frelimo e do país até 2024 a sala vibrou de alegria em sinal de unanimidade e consenso e apoio as falas de Mulémbue. E o Camarada Machava estava lá na sala. Vimos pela TV deputados aplaudindo e ovacionando as falas de Mulémbue!Não houve ninguém que de seguida tratou de corrigir em sede própria às falas do Eduardo Mulémbue muito menos o Cda Machava.
Vi um abraço efusivo entre o Presidente Nyusi e Mulémbue!
Resultado de imagem para nyusi e mulembweEntendo que, querendo interpretar as palavras do Secretário-geral da melhor forma, ele queria dizer o seguinte:
“Apesar de o país e a Frelimo estarem contentes com o desempenho do Presidente Nyusi; apesar de este ser o sentimento dos membros da Frelimo, não devemos tirar o gostinho de esta confirmação ser carimbada pelos órgãos próprios. Eu também estou convicto que o Presidente Nyusi será o nosso presidente até 2024, porém isso fica entre nós”.Essa seria uma forma menos cáustica de dizer a mesma coisa. Da forma como afirmou, reavivou muitos fantasmas, incertezas e confusão no seio dos membros.
Mas dizer que “o que o Cda Mulémbue afirmou é da sua inteira responsabilidade; que a Frelimo distancia-se dele” revela não só incompetência no domínio da retórica política; o Cda Machava revela também que está “amarrado” à várias agendas e várias correntes de luta pelo poder ao ponto de não conseguir geri-las da melhor forma. Ou seja, não quer se comprometer com ninguém: nem com o actual Presidente, que é seu chefe muito menos com qualquer grupo de interesse que eventualmente esteja a preparar-se para impedir o segundo mandato do PR. E isso é mau, principalmente quando no dia-a-dia está ao serviço de uma visão e orientação de um presidente que é seu chefe: Filipe Jacinto Nyusi. Não existe melhor demonstração da traição como essa.
Resultado de imagem para eliseu machavaA referência ao Partido Frelimo que “se distancia das falas de Eduardo Mulémbué” é também reveladora de um mal-estar assombroso. Revela que ele anda conversar com correntes anti-Nyusi, que ele as considera como “verdadeira Frelimo”. Mas eu ainda preciso de conhecer essa “verdadeira Frelimo”, pois os grupos de pressão mais fortes e dominantes foram os mesmos que garantiram a transição tranquila de poder desde a independência e são os mesmos que endossaram Nyusi desta vez. Ora, com quem o Cda Machava conversou na noite anterior a ontem (01-03-207) para chegar a conclusão de que a FRELIMO não se revela nas falas de Mulémbue? Certamente com ninguém ou com alguns; porém, com nenhum órgão da Frelimo. Qual é a directiva que deliberou a não recandidatura de Nyusi? Nenhuma; até porque isso irá acontecer nos próximos meses. O que impede ao Presidente Nyusi renovar o mandato? Nada, até porque isso será confirmado nos órgãos apropriados. As pessoas são proibidas de apoiar um candidato? Não. 
Ora, o que leva ao Cda Machava afirmar EM NOME DA FRELIMO que “se distancia das falas de Mulémbue”, que se revelou apoiante da ideia e obteve a ovação da sala? A resposta é simples: só pode ter alguém em mente, se não tiver sido mera incompetência linguística.
E a minha conclusão é que o Senhor Eliseu Machava equivocou-se duplamente: primeiro, devido a sua incompetência linguística e segundo, pelos maus cálculos que fez. O certo é que não se trata de um verdadeiro “lapsus linguae” (erro que se comete por distracção, falando). Esta é uma revelação atávica; um exprimir inconsciente do que sempre pensou!

(Dr.Egídio Vaz Raposo in facebook)