quinta-feira, dezembro 31, 2015
250 milhões de meticais em moeda estrangeira
Continuam as investigações para se apurar a proveniência e o real destino
dos sacos de dinheiro apreendidos por volta das 5 horas da última sexta-feira,
25 de Dezembro, no posto fronteiriço dos Lebombos, na província sul-africana de
Mphumalanga.Uma das grandes suspeitas que se lança em torno das enormes
quantidades de dinheiro apreendido é que o mesmo poderia estar a caminho e
destinado ao financiamento das actividades terroristas do autoproclamado Estado
Islâmico.A suspeita, baseado em evidências e cenários anteriores já detectados
na África do Sul, não vem de uma fonte qualquer. É o porta-voz da Hawks, um
ramo do Serviço da Polícia sul-africana (SAPS) especializado em acções de
combate ao crime organizado, crimes económicos e corrupção.O brigadeiro Hangwani
Mulaudzi disse que, neste momento em que se aguarda ainda o decurso de uma
investigação detalhada, todas as hipóteses devem ser colocadas.“Eles podem usá-lo para atividades terroristas” – avançou Mulaudzi,
colocando, igualmente outras hipóteses.
“Onde e como eles conseguiram isso é uma daquelas (coisas) que estamos a
tentar determinar”, disse Mulaudzi, citado pela imprensa sul-africana.
O dinheiro poderia ser usado em território sul-africano, por exemplo, para
acções de recrutamento de novos membros para as frentes de combate em vários
países, particularmente do Golfo Pérsico e Ásia.
O dinheiro, recorde-se, estava a ser ilegalmente transportado por dois
cidadãos de nacionalidade moçambicana (com origem asiática) numa Toyota Hilux.Concretamente, estava escondida e disfarçada no fundo falso do canopy da
viatura.Em relação à proveniência, Mulaudzi disse também que, nesta fase, não
estava claro de onde veio o dinheiro, mas eles estavam a investigar para se
aferir se os homens estavam envolvidos em atividades criminosas graves,
sindicatos, assaltos a caixa de transporte de valores ou não.Os dois homens
deviam ter sido presentes em tribunal nesta segunda-feira, mas a sessão de
audição foi adiada para o dia 4 de Janeiro próximo.Em Agosto último, recorde-se,
um grupo de homens que estava viajando do Aeroporto Internacional OR Tambo, de
Joanesburgo para Dubai, tinha escondido 23 milhões de randes e 3.77 milhões de
dólares em 12 peças de bagagem, incluindo quatro mochilas.Relatos da época sugeriram que o dinheiro estava a caminho do Paquistão e
boa parte do valor para financiar as actividades naquele país e noutras partes
do mundo.O embaixador do Iraque para a África do Sul, Hisham al-Alawi, disse na
época que ele não ficaria surpreso se as investigações confirmassem que o
dinheiro confiscado estava mesmo a caminho das finanças do EI.“Tem havido um
aumento da actividade na África do Sul com relação ao recrutamento e angariação
de fundos para a IS”- disse o embaixador do Iraque a propósito do assunto. (MEDIA
FAX – 30.12.2015)
segunda-feira, dezembro 28, 2015
Colonização
Em 1951 a Líbia
era o país mais pobre do mundo. Kadafi pegou no país e transformou-o no mais
rico de África. Antes de Kadafi apenas 20% do povo era alfebetizado, hoje são
83%. Antes da invasão da Nato, os líbios desfrutavam o mais alto padrão de vida
de África, à frente da Russia, Brazil e Arábia Saudita. Na Líbia a habitação é
considerada um direito humano. Os recém-casados recebem 50.000$00 dólares para
comprar casa própria, e a energia eléctrica é gratuita para todas as pessoas.
Não, eu não estou a inventar. O Kadafi prometeu providenciar habitação para
todos os líbios antes dos seus próprios pais, ele manteve a promessa e o pai
dele morreu sem uma habitação. A educação e saúde na Líbia são gratuitas e de
altíssima qualidade, e se um líbio não consegue encontrar a educação ou serviço
de saúde que necessita na Líbia, então o governo líbio financia-o para ir ao
estrangeiro receber esses serviços. Todos os empréstimos são livres de juros,
0% por lei. Se um líbio comprar um carro o governo paga 50% do preço. Se um
cidadão líbio quiser ser agricultor, o governo providência, terra, casa,
equipamentos, animais e sementes tudo gratuitamente. Em 01-07-2011, 1.700.000
pessoas reuniram-se na praça verde de Trípoli para se manifestar contra o
bombardeamento da Nato à Líbia, isso representa 95% da população de Trípoli e
cerca de um terço de toda a população da Líbia.
O Banco Central líbio é estatal
e ao contrário de todos os Bancos no Ocidente não é propriedade dos Rothschilds
e emite dinheiro livre de dívida. Na década de 90 a Líbia foi acusada de ser a
responsável pelo atentado de Lokerbie da PanAm 103 mas foi denunciado que os
EUA pagaram 4 milhões de dólares a cada testemunha no julgamento para
testemunharem contra os homens líbios acusados. Sim eles foram pagos para
mentir, e as provas já foram desmentidas. O Kadafi também estava a trabalhar
para não usar o dólar como moeda de pagamento pelo petróleo da Líbia usando em
troca o Dínar Africano baseado em ouro. Esta jogada levou Sarkosy a chamar a
Líbia de "uma ameaça para a segurança financeira da Humanidade". Um
dos primeiros actos dos "rebeldes" líbios foi criar um novo Banco
Central propriedade dos Rothschilds como são os nossos do Ocidente. Estima-se
que as familias Rothchilds possuam mais de metade da riqueza mundial. Os Bancos
Rothschils criam dinheiro a partir do nada e vendem-no ao povo com juros. Isto
significa que nunca temos dinheiro suficiente para pagar a dívida de volta.
Portanto nós e os nossos filhos ainda não nascidos tornamo-nos escravos da
dívida pelos juros dos Bancos Rothschilds. Ao contrário dos nossos líderes
Cameron, Obama, Sarkozy, Barroso e companhia, Kadafi recusou vender o seu povo.
A Líbia estava livre de dívida! Estás a perceber porque é que o Kadafi tinha o
apoio do seu povo? Já percebes quem está por de trás do bombardeamento da NATO
a um povo livre e soberano? Os Líbios tinham mais do que nós temos em Portugal,
EUA e União Europeia, eles tinham um líder com integridade e coragem, que
trabalhou em prol dos interesses do povo Líbio e não nos interesses dos
Rothschilds. Sem a tirania dos Bancos Centrais no controle da emissão do
dinheiro, todos nós poderiamos viver como pessoas ricas. Fomos e continuamos a
ser roubados em triliões pelos banqueiros Rothschilds e seus politicos
prostitutas. Temos sido violados e escravizados. Assim como a Líbia vai ser
violada e escravizada se não acabarmos com este crime contra a humanidade.
quarta-feira, dezembro 23, 2015
segunda-feira, dezembro 14, 2015
Servidores públicos teimosos
Um total de 2.028 servidores
públicos, em Moçambique, ainda não apresentou as suas declarações de bens,
facto que incorrem em sanções por parte da Procuradoria-geral da República, por
violação da Lei de Probidade Pública.Dados avançados pela Procuradoria-geral da
República (PGR) indicam que em todo o país foram apurados 6.211 declarantes,
dos quais 3.583 procederam ao depósito das suas declarações de bens e 2.028 se
encontram em falta. Os dados referem igualmente que 2.732 gestores públicos
apresentaram as suas declarações dentro dos prazos previstos por lei e 951 o
fizeram fora do prazo. Nos termos da Lei de Probidade Pública, os gestores
públicos devem fazer a apresentação das declarações dos seus bens, 45 dias
seguintes à investidura no cargo ou função para o qual foi eleito ou nomeado. O
dia 31 de Março de cada ano foi fixado como limite para a actualização dos
dados da declaração inicial dos visados, assim como quando ocorra recondução,
reeleição ou renovação do vínculo que obriga a declaração. Lúcia Maximiliano,
Procuradora-geral Adjunta, segundo escreve hoje o “Notícias”, deu a conhecer
esta informação na quinta-feira em Maputo, na abertura do seminário de balanço
das actividades desenvolvidas pelas comissões de recepção e verificação das
declarações de bens e a acção de formação dos membros destas comissões.Explicou
que, uma vez efectuado o registo e a actualização das declarações, as comissões
iniciam, de imediato, a sua verificação, analisando o seu conteúdo e notificando
os declarantes para sanar, esclarecer as diversas irregularidades e situações
detectadas, encontrando-se grande parte dos processos ainda em análise.“O
grande desafio que se coloca a cada uma das comissões, é o de aumentar o número
de declarantes, através de meios de disseminação da Lei da Probidade Pública,
sensibilizando os declarantes a cumprir os prazos legais, criando-se, desta
feita, uma cultura de respeito pela legalidade por todos os servidores do
Estado” – sublinhou.Ajuntou que está, neste momento, a ser revista a base de
dados dos servidores públicos sujeitos à declaração de bens, em colaboração com
outras entidades do Estado, designadamente com o Ministério da Economia e
Finanças e o Ministério da Administração Estatal e Função Pública, de modo a
permitir um maior controlo do sistema de declaração de bens e celeridade na
tramitação dos processos organizados. A Procuradora-geral Adjunta sublinhou
ainda estarem criadas condições para as entidades públicas poderem, sempre que
considerarem necessário, requerer à PGR ou Procuradorias Provinciais, conforme
o caso, a fiscalização ou avaliação específica relativamente à declaração de
património e rendimentos de qualquer servidor público do respectivo sector ou
área de jurisdição, devendo, sempre que considerarem existir indícios bastantes
de crime ou de violação da Lei de Probidade Pública, instaurar o competente
processo.Por seu turno, a Procuradora-geral da República, Beatriz Buchili,
deixou uma mensagem de encorajamento a todos para que continuem firmes na
honrosa e prestigiada missão incumbida pela sociedade, em prol de uma
Administração Pública isenta de práticas nocivas à boa gestão pública.“Conforta-nos
a convicção de que a correcta implementação da Lei de Probidade Pública e de outros
instrumentos legais sobre a matéria constitui um gigantesco passo na prevenção
e combate à corrupção e outros males que, infelizmente, continuam a afectar a
nossa Administração Pública” – disse.A Assembleia da República aprovou, no dia
11 de Maio de 2012, a Lei de Probidade Pública. Observado o período da vacatio
legis de 90 dias fixado na própria Lei, ela veio a entrar em vigor no dia 13 de
Novembro de 2012, passando a obrigar todo o servidor público e as autoridades
de entidades não públicas, singulares ou colectivas, circunstancialmente
investidas de poderes públicos.
quinta-feira, dezembro 10, 2015
Porquê esta catástrofe?
No Brasil a operação Lava Jato já conduziu à cadeia dois PCA de super
empresas um outro dum Banco, o senador chefe da bancada do partido no poder e
mais se espera.À volta do Presidente Lula, lutador pelos direitos dos trabalhadores e da
Presidente Dilma, antiga guerrilheira antifascista, estabeleceu-se um círculo
para a pilhagem do Estado e das empresas.As personalidades de Lula e de Dilma não se coadunam com as infâmias. Mas…
O olho do dono guarda a vaca, boa- fé, falta de vigilância, o tempo nos dirá e
talvez a Justiça se faça.Duplicou o preço do arroz na minha terra e no país, como o do pão, do óleo
e o que adiante se verá, sem esquecer que o transporte no chapa vai cedo ou tarde
seguir.Haverá os que podem apertar o cinto e diminuir no café, cerveja ou whisky,
no bacalhau e salmão, porém quem vive no limiar do salário mínimo se apertar o
cinto e criar novos furos corta a coluna! Vêm as festas, o início do ano
lectivo, as fardas, os cadernos, os lápis e canetas. O que fazer?
O dólar que dizia-se chegar a 50 em Dezembro agora suspeita-se que ascenda
para mais de 70! Não nos pagam em dólares, não vivemos de dólares, muito
importamos e os insumos porque pagos em moeda forte, aqui transformam-se em
subidas em espiral dos artigos que consumimos.
Quem vai pagar a conta, a dívida, porquê estas somas fabulosas para
pagarmos como se criaram e nos dizem, agora, haverem aumentado em mais de 1/3
de um ano para outro?
1. Fizeram-se obras faraónicas para ministérios, presidências edifícios da
Justiça, mas as conservatórias onde estão registadas as nossas vidas não
possuem um sistema de alarme de incêndios ou sequer guardas e extintores. Eu
fiquei sem registo de nascimento! O Ministério da Agricultura por duas vezes,
maravilhosamente ardeu! Viva o saber fazer e saber como organizar-se!
2. Fizeram-se pontes em Caia e Tete, novinhas, ninguém ponderou que numa
ponte podem passar tanto viaturas como comboios, persistimos em ficar sem ligação
ferroviária entre o Centro e o Norte e todos sabendo que também havia carvão
na margem Sul do Zambeze, majestaquimente ignorou-se este detalhe
insignificante (?).
3. Destrui-se o pulmão verde na baixa de Maputo, negociou-se (como?) o
Parque dos Continuadores, o Bairro Militar, a Cadeia Central, a FACIM, para
proveito de quem? Mistério!
4. Entregaram-se as obras da Julius Nyerere a empresas mais que duvidosas,
uma delas até deixou morrer sete trabalhadores por incúria. Quem beneficiou?
5. Que histórias se contam sobre a Circular e a Ponte para a Catembe?
Beneficiam a quem? Quanto custam? Não havia alternativas menos onerosas e
igualmente eficientes, quando os valores despendidos mais que cobrariam a
ligação Tete Mutarara, Tete Zumbo, Cuamba Lichinga, Guro Chimoio, Pemba Mueda,
etc?
6. Quanto atum pesca por dia a dita EMATUM no lodo do cais onde estão
atracadas as embarcações? Quem beneficiou disto?
7. Para onde vão os dinheiros da EDM, TDM, Correios, FIPAG, LAM para nos
subirem os preços e baixarem em simultâneo a qualidade? Quem beneficiou disto?
8. À boca pequena muitos falam das comissões (comichões) recebidas por A e
B e a começar do cimo. Nos transportes públicos o nome mais carinhoso dado
diante de todos a um certo dirigente é ladrão! Popularidade abaixo de zero para
quem sempre cultivou um ego desmedido.
Diz-se que quem semeia ventos colhe tempestades.
Que greves, que manifestações estamos a procurar? Que motins estamos nós a
provocar?
Uma operação Lava Jato como a brasileira ajudaria Moçambique e sobretudo
faria o povo reganhar confiança no seu Estado e no partido que nele manda.
Os resultados das municipais, legislativas e mesmo das presidenciais não
forçam todos a reflectirem?
Contentamo-nos com afirmações idiotas de lambe botas sobre vitórias
retumbantes, quando alguém e bem o disse foram mais que tombantes?
Haverá vontade de entregar o poder a maiores gatunos, irresponsáveis, gentes
que se querem vingar da punição a traidores da pátria? Vigaristas notórios além
dos actuais e bem conhecidos?
Pobre Nyusi, pobre Maleiane gerirem cofres vazios e esvaziados pelas elites
predadoras, do topo à base, apaniguados, familiares, amigos da onça deste país?
Quando nos inícios do século XX a regra de partilha entre o país produtor
de petróleo e gás era o chamado fifty-fifty, metade para a operadora e metade
para o país, quem violentou a regra secular e para benefício de quem?
Nas cadeias não existem celas para predadores deste país e seus
apaniguados? Só há lugar para o dito pilha galinhas e vendedor de uns charros?
Que benefício se retira para o país do nosso carvão, tantalites, florestas,
ferro, pedras preciosas?
Em tempos um (a) dirigente (a) respondeu-me à mensagem que a Argélia, que
já havia a seu favor alterado a regra secular do fifty-fifty estava pronta a
custo zero a apoiar-nos nas negociações de hidrocarbonetos de um modo bem
seguro e arrogante:
Não precisamos, já temos melhor!
Ando desesperadamente à procura desse melhor! Só constato que nada
beneficiamos, que muitos nem pagam impostos porque beneficiam de isenções e
nem sequer apoiam as populações que deslocam para eles explorarem os nossos
recursos.Talvez a Gabinete contra a Corrupção e a PGR começarem a investigar os
ditos intocáveis que um antigo PGR mencionou na Assembleia da República.Sob juramento e com o risco de acusação de obstrução da justiça, e talvez
de cumplicidade, que denuncie quem goza de intocabilidade e se encontra acima
da Justiça, da Lei e da Ética.Creio que bem precisamos de uma operação tipo Lava Jato, para bem da
Pátria, do governo em exercício e dos cofres do Estado que devem reaver as
pilhagens e comichões de A e Z. Pouco interessa quem pilhou meia dúzia de
milhões de Meticais, o fundamental quem se beneficiou directa e via familiares
e subordinados de centenas de milhões de dólares e muitos e muitos biliões de
Meticais. Cadeia e trabalho duro para os gatunos e quanto mais importantes
melhor para a dignidade da Pátria e do Estado.
Abraço este sonho e quem o fizer materializar.
P.S. Não chegou o tempo de aprendermos algo do Presidente Magufuli da
Tanzânia e o corte das alcavalas? Faz sentido que um PCA até com mau desempenho
ganhe várias vezes mais do que o mais alto magistrado da Nação? Sobretudo
quando a empresa vive de subsídios do Estado? Honestidade e para tal um meu
abraço.
segunda-feira, dezembro 07, 2015
Desvalorização afecta construção
Foi o sector que mais cresceu nos últimos anos em Moçambique
contribuindo com cerca de 9% do PIB. Foi o sector que na última
revisão salarial, aprovada pelo Governo,teve um aumento 13%, o maior de todos os sectores de
actividades. Trata-se da área de construção civil, uma das áreas mais
empregadoras no país. Nos últimos anos, as grandes cidades moçambicanas, com
maior enfoque para a capital do país, Maputo, viram o seu parque imobiliário a aumentar
de forma vertiginosa com o aparecimento de uma gama de luxuosos e pujantes
edifícios para fins habitacionais, de serviços e comerciais.
A corrida
pelo lucrativo negócio imobiliário fez com que milhares de empresários ligados
ao sector da construção civil e não só investissem milhares de dólares americanos
nesta área. É que o caso não é para menos. Um apartamento num edifício
localizado na zona nobre da cidade de Maputo, como é o caso dos
bairros de Polana Cimento ou Sommerschield, podia custar de renda entre cinco a oito mil dólares
americanos. Uma moradia localizada num desses bairros podia custar entre 10 mil
a 15 mil dólares de renda mensalmente. O mesmo verifica-se nos casos da venda
de imóveis onde um simples apartamento do tipo três podia ser transaccionado
entre 300 a 500 mil dólares americanos enquanto que uma moradia podia atingir
cerca de um milhão de dólares. Não obstante os preços serem proibitivos para a
esmagadora maioria da população moçambicana, o negócio tinham sempre clientes e
muitas vezes as aquisições eram feitas na totalidade antes do respective edifício ser
concluído.
O negócio que nos anos 2012, 2013 até aos primórdios
de 2014 parecia um el dourado, tornou-se um verdadeiro pesadelo nos últimos
meses. A contínua e cada mais preocupante desvalorização da moeda nacional, o metical,
face ao dólar americano e outras moedas de referência como é o caso de Rand
sul-africano e o Euro, está a deixar o pujante mercado imobiliário e de
construção civil
de “tangas”. A corrida pelo apetitoso sector fez com
que muitos empresários recorressem a créditos bancários para investor na área. Hoje, com
a desvalorização do metical e a fragilização do poder de compra da maioria dos
moçambicanos da classe média, está a colocar o sector imobiliário em crise. A
triste realidade por que o sector imobiliário passa neste momento foi reconhecida
por Manuel Magalhães Pereira, um dos responsáveis pelo pelouro da Construção
Civil, na Confederação das Associações Económicas (CTA). Manuel Pereira, que
também é Administrador- Delegado da Construtora de Mondego, uma empresa de
capitais moçambicanos criada em 1997, disse ao SAVANA que para responder os
apelos governamentais, no sentido de criar-se condições habitacionais para a
juventude, sobretudo da classe média, empresários ligados à área de construção
civil direccionaram seus capitais para a imobiliária na esperança de reaver o
dinheiro com venda de casas.
Conta o empresário que a corrida das imobiliárias
para construção de novos parques habitacionais, de serviços e de escritórios
ganhou fôlego nos anos 2012, 2013 e 2014, uma altura em que o dólar americano
era cotado, no mercado nacional, a um preço de 20 e 30 meticais. Segundo
Pereira, foi na base da cotação de 29, 30 e 31 meticais o dólar americano que
muitos empresários planificaram e investiram seus capitais. “Foi na base dos 29
ou 30 meticaiso dólar que os empresários fizeram os seus planos e foram à banca
pedir crédito para investir no sector. Foina base dos 20 a 30 meticais o dólar que as pessoas assumiram compromissos com as
imobiliárias para aquisição de imóveis”, disse.Sublinha a fonte que, contra todas as previsões, o
paradigma altera completamente em finais de 2014 quando o metical inicia os primeiros ensaios de
depreciação. “Podemos dizer que no início a situação era encarada com alguma normalidade. Mas depois de
algum tempo atingiu contornos insustentáveis. Hoje, o dólar que era cotado a 30 meticais, o seu
valor duplicou, já nos custa 60 meticais.
É um enorme défice que o empresário é
obrigado a “cobrir”, lamentou. Continuou a sua explanação referindo que, por
causa desta nova realidade cambial, muitos empresários imobiliários estão
altamente endividados e têm poucas alternativas de honrar seus compromissos
porque o poder de compra baixou de forma significante. Pereira recorre aos
números da sua empresa para ilustrar a queda do negócio. Sublinha que, entre
2013 e 2014, tinha em média 700 pedidos de compra de imóveis proporcionadas pela sua imobiliária por
mês. Hoje, o cenário é totalmente desolador e o número de pedidos de aquisição de casas não vai
para além de seis mensalmente. Disse que, se a situação não se inverter nos
próximos meses, o sector irá à bancarrota. “Hoje, muitas obras pararam porque não
há como dar prosseguimento, os empresários que tinham casas concluídas estão a
ter dificuldades de vender e as taxas de juro vão se multiplicando dia após
dia”, queixou-se. De acordo com o Administrador Delegado da
Construtora de Mondego, a situação torna-se muito mais dramática na medida em
que, no mercado imobiliário, os custos são calculados em dólares, mas os
pagamentos são feitos em dólares e os clientes auferem seus ordenados em meticais,
sendo que com a desvalorização da moeda nacional torna-se mais complexo.
“O nosso mercado é dominado por pessoas da classe
média que auferem seus salários em meticais e, para responder aos compromissos
que têm com as imobiliárias, tem de ir ao mercado comprar dólar porque neste sector
as transacções são feitas em dólares. Veja que, se alguém recebia em 2014 o
equivalente a cinco mil dólares em meticais, hoje, o mesmo valor equivale
apenas em 2500 dólares. Essa pessoa é obrigada a fazer novas contas para a
sobrevivência e até pode ter dificuldades de honrar seus compromissos com as imobiliárias,n aliás, isso
já é comum”, disse. Já na vertente dos empreiteiros, o nosso entrevistado
também lembrou que um empresário que contraiu dívida com a banca na ordem dos 45 milhões de meticais
em 2013, na altura equivalia a 15 milhões de dólares, mas hoje já não chega oito milhões de
dólares. Trata-se de uma situação que baralha por completo as contas dos empresários
de construção civil na medida em que, nesta área, mais de 70% do material
usado, sobretudo na vertente dos acabamentos, é importado. Muitas vezes, no
grosso das obras públicas que executamos, a cotação é feita em moeda nacional,
mas o material é adquirido em dólares porque vem de fora do país. Com esta continua
desvalorização do metical os empreiteiros ficam sufocados. Manuel Pereira disse que falta protecção aos
empreiteiros nacionais por parte das entidades governamentais perante a forte e
desigual concorrência resultante da intensa procura do mercado nacional por
parte de empresas estrangeiras. De acordo com o nosso entrevistado, ao
contrário do que se verifica com as construtoras internacionais, as empresas
moçambicanas não são facilitadas o acesso ao financiamento para a execução das
suas actividades.O nosso interlocutor referiu que este tipo de constrangimentos exclui grosso dos
empreiteiros moçambicanos na medida em que se vêem
fora das grandes obras, quer públicas ou privadas.
No país, todas as empresas
nacionais que pagam impostos e salários aos seus trabalhadores estão a ser fortemente penalizadas
e corre-se o risco de futuramente não se ter empreiteiros capazes. No entender
no nosso entrevistado, cabe ao Governo promover o´crescimento da capacidade técnica e económico-financeira
das empresas nacionais, criando cada vez mais oportunidades de negócio, através
da aprovação de regulamentos que estabeleceram condições justas e equilibradas
das partes de contratos de empreitadas de obras públicas, formando parcerias
com o sector privado no controlo da actuação dos operadores do sector. Para
além de descrever o ambiente que se vive no ramo de construção civil no seu
todo, Manuel Pereira falou daquilo que tem sido o circuito de negócios da
empresa por ele dirigida. Com um volume de negócios na ordem de 80 milhões de
dólares norte-americanos, a Construtora de Mondego é uma empresa virada essencialmente
para o ramo imobiliário e de obras públicas. Mais de 90% dos seus negócios são com o Estado moçambicano, onde se destaca a
construção de escolas, hospitais, esquadras e outro tipo de infra-estruturas
públicas. Mas também executa obras de índole privada. Segundo Pereira, a empresa já garantiu uma
solidez relevante no mercado, facto que garante confiança da parte das
instituições financeiras.“Somos uma empresa sólida, confiável e com garantias
reais, o que nos permite aceder, junto aos bancos, a créditos para
financiarmos as nossas obras”, disse.Aponta o dinamismo, a seriedade e o empenho
da sua equipa como razão de sucesso.
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