Estão patentes na Mediateca do BCI, baixa da cidade de Maputo, mais de 30 obras de pintura, escultura e cerâmica, expostas por quatro artistas moçambicanos, com o objectivo de enaltecer os feitos dos heróis moçambicanos.São obras de Major Mendes, Cármen Muianga, Hilário Nhatugueja e Marcos Muthewuya, numa exposição mista intitulada “Aparição do Consolador”À nossa reportagem, os artistas expositores explicaram o sentido da sua exposição. Cármen Muianga, autora de obras como “Belo Moçambique”, “Cores da Vitória”, começou por dizer que foi um grande desafio e um longo processo de trabalho para garantir a exposição. “Trabalhar temas não vividos é um grande desafio. São acontecimentos que se passaram antes do meu nascimento. Quando chegou a independência tinha apenas um ano de vida, então trabalhei em função de toda a informação que fui tendo na escola da vida, no dia-a-dia”.Por sua vez, Marcos Muthewuya, expositor de várias obras expostas como “Arquitecto da Unidade Nacional”, “Lutar Por Moçambique”, “Herói Anónimo”, “Mesmo na Discórdia, Sempre Juntos”, explicou o porquê de nome “consolador” dado à exposição conjunta.“Estamos numa fase de crise e temos carência de muita coisa. Precisamos de um consolador, ou de alguma coisa que nos console e acredito que as figuras que estão aqui representadas nas obras e toda cultura aqui representada aparecem de certa maneira como uma consolação”, disse ao Canalmoz.O outro expositor, Major Mendes, que é membro do Estado Maior General, com obras espalhadas, entende que ”um povo bem preparado na área da cultura pode colonizar um outro povo como se colonizava anteriormente através das armas”.“Hoje já não se usa armas, usa-se a cultura para colonizar os outros por isso junto-me ao povo moçambicano de modo a organizarmo-nos com vista a defender o que é nosso”, disse o artista. Refira-se que a exposição está ainda patente até este final de semana. (Narciso Macuce)