sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Cimento como produto básico

O Governo vai passar a controlar, a partir de Marco próximo, o preço de venda ao público do cimento produzido pelas três unidades industriais da 'Cimentos de Moçambique'.O preço vai ser fixado pela própria fábrica para evitar casos de especulação que ocorrem um pouco por todo o país, principalmente nos períodos de grande procura.Actualmente, à porta da fábrica o saco deste importante material de construção está fixado em 250 meticais (aproximadamente oito dólares americanos), mas no mercado chega a ser comercializado a preços que variam entre 325 e 500 meticais, dependendo da região.Steffen Kasa, Presidente da Comissão Executiva da Cimentos de Moçambique, ao revelar o facto, ultima Quinta-feira, num encontro com o Ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, disse que a fábrica está a desenhar um plano para reduzir casos de especulação.Para o efeito, segundo Steffen Kasa, citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, a fabrica passara' a fixar o preço básico do produto no mercado, distribui-lo aos armazenistas, entre outras acções, incluindo a definição da margem de lucro para os revendedores.A fonte explicou que a indústria não está a ganhar nada com a especulação que se verifica actualmente, antes pelo contrário, só sai a perder, tendo defendido que a Cimentos de Moçambique tem como política agravar os preços uma ou duas vezes por ano, consoante a situação do mercado interno e externo, mas não ao ponto de atingir níveis alarmantes, como acontece desde o ano passado.Segundo ele, uma das principais fragilidades tem a ver com o facto de a fábrica não controlar o preço do produto, ficando a definição deste ao critério do retalhista, o que se torna ainda mais grave quando se sabe que muitos dos comerciantes são do sector informal.“O preço do produto sobe na distribuição ou no vendedor final e é muito difícil controlar isso, por ser um sistema de mercado informal, onde a procura e a oferta é que definem o preço”, clarificou Steffen. Neste momento, segundo a fonte, está em curso o processo de contratação de uma empresa de transporte, para passar a distribuir o produto e adoptar um esquema de definição do preço e uma margem de lucro nos contratos com os retalhistas, para que a mercadoria seja colocada no mercado sem prejudicar o consumidor.Steffen garantiu que até Março próximo o esquema poderá começar a ser implementado.No encontro, a fonte revelou que entre Maio e Junho poderá entrar em funcionamento um novo moinho na fábrica da Matola, o que vai aumentar para o dobro a capacidade de produção de cimento, passando das actuais 500 mil toneladas ao ano para 1.150 mil. Por seu turno, o Ministro Armando Inroga referiu ser importante que a fábrica leve avante o projecto de fixação do preço de cimento e do sistema de distribuição eficiente, porque isso vai permitir que o Governo passe a controlar melhor o produto no mercado.Além disso, vai permitir que o consumidor passe a adquirir o cimento ao preço real, o que vai elevar o nível de construção de habitações e infra-estruturas sócio-económicas, contribuindo assim para o desenvolvimento do país.“Ainda este ano, o Governo vai eleger o cimento como um dos produtos básicos, razão pela qual é necessário que o seu preço esteja acessível ao consumidor”, referiu.A Cimentos de Moçambique tem três fábricas, nomeadamente na Matola (Sul do país), Dondo (Centro) e Nacala (Norte). As três indústrias produziram durante o ano passado cerca de 960 mil toneladas de cimento, para uma capacidade de consumo estimada em cerca de 1.100 mil toneladas/ano.

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