Numa altura em que na Europa e nos EUA se aventa a possibilidade do presidente egipcio deixar o país para um check-up prolongado numa clínica de luxo, em Baden-Baden, na Alemanha, Hosni Mubarak promete um aumento de 15 por cento dos salários dos funcionários públicos e reformados. A notícia da provável ida de Hosni Mubarak a clínica de luxo, na Alemanha é da revista alemã 'Spiegel' on-line, sublinhando que uma das hipóteses para a saída do poder do líder egípcio passa por essa via. A notícia surge depois de o New York Times já ter noticiado que estavam em curso negociações secretas para conseguir arranjar uma saída airosa para o Presidente egípcio. Em causa estará a Max-Grundig-Klinik Bühlerhöhe, onde no passado já estiveram internados líderes estrangeiros como o ucraniano Viktor Iuchtchenko e russo German Gref, adianta a revista citada pela imprensa lisboeta desta Segunda-feira.Fonte da clínica não quis comentar a notícia, mas a Spiegel adianta que as negociações já estão bastante avançadas. Há vários anos que correm rumores sobre o estado de saúde de Mubarak, de 82 anos, que sofrerá de cancro.O Presidente egípcio, no poder desde 1981, enfrenta uma revolta sem precedentes no seu país a favor de mais democracia. Nem o anúncio de que já não se recandidatará nas presidenciais de Setembro próximo conseguiu acalmar o povo na praça Tahrir no Cairo.Enquanto isso, notícias publicadas ao princípio da noite desta Segunda-feira apontam que Hosni Mubarak, tentando ganhar tempo face aos manifestantes que desde há duas semanas exigem a sua demissão, prometeu um aumento de 15 por cento dos salários dos funcionários públicos e reformados. A medida, decidida na sequência do movimento de contestação que sacode o Egito desde 25 de Janeiro, deverá entrar em vigor a 01 de Abril. 'Os aumentos das reformas custam ao Estado 6,5 mil milhões de libras egípcias (cerca de 737 milhões de euros)', precisou o ministro das Finanças Samir Radwane, citado pela agência Mena. A agência noticiosa egípcia diz que o Governo aprovou ainda a criação de um fundo de cinco mil milhões de libras (618 milhões de euros) para compensar os comerciantes, empresários ou proprietários de automóveis vítimas de roubo, pilhagens ou vandalismo no decurso das manifestações.'O Governo preocupa-se com o cidadão egípcio e pretende melhorar o seu nível de vida', declarou o primeiro-ministro, Ahmad Chafic, após a primeira reunião do Executivo desde a remodelação governamental anunciada há dez dias. Estas medidas quase coincidem com uma nova 'sessão de diálogo nacional' prevista para Terça-feira, à qual se juntou a Irmandade Muçulmana, primeira força da oposição mas considerada a principal ameaça pelo regime. A praça Tahrir (Praça da Libertação), que se tornou no símbolo da contestação no Cairo, permanecia ocupada na noite desta Segunda-feira por milhares de manifestantes, referiu a agência noticiosa francesa, AFP. Wael Ghoneim, um funcionário egípcio da gigante norte-americana da Internet Google, considerado uma figura-chave das mobilizações e preso durante as manifestações, foi libertado esta Segunda-feira e estaria 'a caminho da praça Tahrir', de acordo com um responsável dos serviços de segurança.
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