sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Samora autorizou na época do socialismo

O presidente do Conselho de Administração do Grupo Entreposto de Moçambique, Nuno de Sousa, anunciou que até 2015 serão investidos 6 milhões de dólares norte-americanos para aquisição de equipamentos e retoques nas infra-estruturas da sede da empresa em Maputo. Sousa, que falava à margem da cerimónia de entrega oficial do selo “Made in Mozambique” às empresas Entreposto Comercial de Moçambique, Toyota de Moçambique, Moçambique Florestal, Servisis Moçambique, Carpremium e Nyala Safaris, que compõem o Grupo Entreposto, disse que este investimento é feito em reconhecimento do país e como estratégia comercial. Explicou que, para além da componente das viaturas, o Grupo Entreposto opera no mercado moçambicano na área de comércio, indústria, serviços e imobiliário. Por exemplo, disse que a empresa produz madeira de eucaliptos na região norte que exporta para África do Sul, Swazilândia e Botswana. Na região centro, concretamente em Dondo, dedica-se à fabrico de travessas para a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique.“Sobrevivemos às etapas difíceis do país. A empresa participou nos bons momentos e construiu assim a sua identidade, tipicamente moçambicana. O grupo está presente em três continentes e é representado no país por diversas empresas, actuando em diferentes áreas de negócios”, disse afirmando que o grupo emprega 1.022 trabalhadores, dos quais 650 trabalham fora de Maputo.O presidente Executivo do Grupo Entreposto, Pedro Painha, lembrou que depois da independência de Moçambique, em 1975, os gestores da empresa solicitaram um encontro com o primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, em que quiseram saber como iriam continuar a fazer um negócio privado num país de economia socialista.O estadista respondeu que o Entreposto merecia confiança de continuar com as actividades comerciais e contava com esta firma para a construção do “Moçambique Novo”. Assim o grupo continuou a trabalhar até 1987, ano em que o governo entrou como sócio através da Toyota de Moçambique com 50 porcento das acções. Já na década 90 o Estado voltaria a vender as suas acções ao grupo, tendo este as adquirido na totalidade.Painha referiu que a Entreposto nasceu em Moçambique em 1926, como uma pequena empresa que trabalhava no sector da agricultura, indústria e serviços. Foi neste percurso que permitiu que o grupo se internacionalizasse a partir de 1967, para Espanha e Brasil.“Moçambique é referência na vida do grupo. Nos três continentes, onde estamos representados, sabe-se que a empresa tem origem moçambicana. Eu também nasci aqui”, recordou Painha. (Cláudio Saúte)

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