As bancadas da Assembleia Municipal da Beira (AMB), insatisfeitas com vários problemas nesta cidade, chegaram a acusar ontem o edil Daviz Simango, de estar a ameaçar a actividade empresarial, com o aumento das taxas, quando se pronunciavam no início da 11ª sessão do órgão em referência,Junta-se a essa inquietação, a não reabilitação das ruas, falta de manutenção e limpeza das sarjetas e valas de drenagem, podagem de árvores e imundície no mercado de Maquinino.Todas as referidas preocupações colocaram o desempenho do Conselho Municipal da Beira (CMB), liderado por Daviz Simango, no centro das críticas feitas pela Renamo, seu antigo partido, GDB, Pimo e PDD, no arranque da 11ª sessão ordinária daquele órgão deliberativo que termina amanhã.Como que a dar o pontapé de saída, o chefe da bancada da Renamo, Noé Marimbique, afirmou que as taxas municipais continuam a preocupar munícipes, particularmente a classe empresarial, que, segundo disse, declara que não vai aguentar manter as empresas em funcionamento por mais tempo, devido à alta dos impostos a pagar à edilidade. Marimbique afirmou que ao proceder dessa forma, o CMB aparece como uma figura que ameaça a actividade empresarial, daí ter apelado a Simango a rever as taxas de actividades económicas.Criticou o CMB pelo estado das ruas da cidade, afirmando que estas se encontram numa situação lamentável como, por exemplo, na zona industrial. Por causa disso, as firmas não estão a conseguir rentabilizar a sua produção.“As últimas chuvas mostraram que o sistema de drenagem está deficiente e, de acordo com o director do projecto de saneamento da Beira, tal situação se deve à falta de manutenção e limpeza das sarjetas por parte do CMB. A nossa bancada apela à edilidade para que se reorganize e passe a limpar as sarjetas da urbe, para que a água das chuvas não provoque mais inundações na cidade” – disse Noé Marimbique, ex-correligionário do edil na Renamo. Noé Marimbique considerou, ainda, que a edilidade está a violar o plano de estrutura Beira-Dondo, ao autorizar a construção de dois empreendimentos, nomeadamente um lodge, na zona da Chota e hotel, na Praia Nova, junto ao Palácio dos Casamentos.Para além disso, Marimbique chamou atenção em relação à gestão dos mais de 14 milhões de meticais atribuídos ao município da Beira pelo Governo central, no âmbito do combate a pobreza urbana.O chefe da bancada do GDB, Baptista Raposo, levantou-se para também criticar o desempenho de Daviz Simango. Ele fez menção à falta de podagem das árvores, deficiência de iluminação nas vias públicas, para além do crónico problema de danificação das ruas apresentado pela Renamo.“Há zonas da cidade que não têm água potável, para além do aumento da criminalidade, devido à falta de iluminação nas rodovias” – disse Raposo, para quem a edilidade não está a dar conta do recado em relação à limpeza do mercado de Maquinino, que, segundo disse, encontra-se rodeado de imundice.Já o Pimo, através de Cândido Vaja, fez-se ao pódio para afirmar que o edil não está a conseguir manter as valas de drenagem limpas, para além de acusar Daviz Simango de promover amiguismo em relação à admissão de funcionários para o quadro do pessoal da autarquia.“Os funcionários do município afectos aos cemitérios trabalham em péssimas condições, ou seja, não têm botas, luvas e outros meios de protecção” – disse Cândido Vaja.Por seu turno, Chico Romão, do PDD, falou da incapacidade da edilidade em travar o fenómeno encurtamento de rotas.“A chamada ponte dos cegos clama por uma reabilitação e nada está a ser feito. De forma passiva, a edilidade assiste todos os dias à circulação de viaturas de grande porte, facto que contribui para a rápida danificação das estradas da cidade” – disse Chico Romão.A Frelimo, que ontem suavizou a sua intervenção na abertura da 11ª sessão ordinária da AMB, apelou, por meio de seu chefe de bancada, Jossefo Nguenha, para a necessidade de a edilidade fazer uma gestão transparente em relação aos fundos de combate à pobreza urbana.Entretanto, ontem estava na agenda o debate de sete petições, mas a sua discussão foi adiada por unanimidade para a próxima sessão, por um lado, pelo facto de a mesa da assembleia não ter convocado os proponentes e, por outro, por os membros não terem recebido o parecer das comissões apropriadas.
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