A saída do Dr. Eduardo Mulémbwè da casa protocolar reservada ao presidente da Assembleia da República, teve custos astronómicos para os cofres do Estado. O Parlamento teve que desembolsar um milhão e duzentos e catorze mil e novecentos e noventa e oito meticais (1.214 998,00MT), alegadamente para o ex-presidente do Parlamento comprar mobília para a sua nova casa privada. Para além deste valor ser assustador, não está previsto na lei que isso aconteça.A proposta de desembolsar este dinheiro dos cofres do Parlamento veio do Conselho Consultivo de Administração (CCA), órgão presidido por Lucas Chomera, primeiro vice-presidente da Assembleia da República e ex-ministro da Administração Estatal no primeiro mandato do Presidente Guebuza. Verónica Macamo, actual Presidente da Assembleia da República, distanciou-se da decisão, mas confirmou ter já acontecido o desembolso. Eduardo Mulémbwè, membro da Comissão Política do partido Frelimo, antigo Procurador-Geral da República e ex-presidente da Assembleia da República por três legislaturas só em Outubro de 2010 é que aceitou deixar a casa, quando o devia ter feito em Janeiro, logo quando se deu a tomada de posse da nova presidente do Parlamento. Lucas Chomera, na qualidade de presidente do Conselho Consultivo de Administração (CCA) do Parlamento confirmou ter saído dos cofres do Parlamento, o valor acima referido para aquisição de mobília para a casa do ex-presidente do parlamento. O documento do Ministério das Finanças refere que a compra de mobiliário e electrodomésticos é para o “Dirigente Superior do Estado Cessante”, no caso Eduardo Mulémbwè. A presidente da Assembleia da República, Verónica Macamo, disse que quando “recebeu a proposta de se desembolsar” este valor para o ex-presidente da AR ela optou por encaminha-la “à Comissão Permanente”. “Eu tomei a decisão de que só vou aprovar saídas de valores até 999 mil meticais. Acima disso, prefiro que seja a Comissão Permanente (12 FRELIMO, 3 RENAMO) a decidir. Não é que a lei me impede, mas faço isso para evitar me envolver em problemas”, disse a Presidente do Parlamento de Moçambique continuando: “Não há um dispositivo legal que autoriza o parlamento a adquirir mobiliário para casa particular do ex-presidente da Assembleia da República, mas a “a lei prevê que o ex-presidente da Assembleia da República deve receber uma casa do Estado, caso não tenha sua casa”. Eduardo Mulémbwè, solicitado pela imprensa a comentar as noticias que se arrastam a meses relacionadas com o caso “casa” desde o principio do ano disse: “as pessoas esquecem-se que sou um ser humano, tenho família, pessoas próximas, pessoas que me estimam e tudo isto só mancha toda a minha imagem criada com o trabalho de muitos anos”. Quanto as motivações da já também chamada campanha anti - Mulémbuè:” há muitos interesses...há interesses (risos)." O Dr.Eduardo Mulémbwè, originário da província nortenha do Niassa, nos corredores da política moçambicana é visto como um dos sérios candidatos a Presidência do Partido FRELIMO, por consequência candidato ás eleições presidenciais de 2014. Esta pretensão concrectizada terminaria um ciclo "sulista" e ligado a ala dura dos combatentes pela independência na liderança do partido governamental. O 13º Congresso da FRELIMO está marcado para Cabo Delgado (norte de Moçambique) em Setembro de 2012.
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