O desenrolar dos últimos acontecimentos convida-me a tirar proveito dos direitos plasmados na lei mãe da nação, a Constituição da República. Pois, opinar, isto é, a liberdade de expressão é o direito que desejo elucidar neste preciso momento, pedindo e advertindo a quem de direito a proporcionar uma educação mais integral. Meus senhores, sou dentre vários jovens conscientes que clamam por uma oportunidade neste país, de preferência contribuir para o desenvolvimento da área que levei anos e anos a desmistificar, isto é, o passado (ensino de história). Pois, não há margem de dúvida que o país necessita de uma política mais integracionista, inclusiva no que respeita ao combate à pobreza. A construção de uma nação promissora, tolerante e caracterizada pela estabilidade política, económica, social e cultural, onde os interesses comuns estejam acima dos privados, só será feita integrando todos no processo de desenvolvimento, em especial aqueles que se esforçam e seguem os princípios estabelecidos na lei mãe e que tenham o conhecimento do livro sagrado. A falta de oportunidade, o nepotismo, o favoritismo e a corrupção constituem um leque de aspectos que estão minar o desempenho do Ministério da Educação. Os dois últimos anos evidenciam claramente que o Governo e outros sectores da sociedade estão a marginalizar os professores formados nos institutos médios e na Universidade Pedagógica. Todavia, são consciências que pretendem dar a sua contribuição para o desenvolvimento do país. No entanto, ficamos a saber através dos órgãos de comunicação de massas que para o ano de 2011 haverá a redução do número de professores a contratar devido à insuficiência de orçamento do ano em curso. Pois, esta é a justificação, tudo bem concordamos até porque há crise, falta quase tudo neste país. Mas, sinceramente falando, é difícil compreender o que está a acontecer neste país, concretamente no Ministério da Educação. Moçambique real visualiza que não se trata apenas de dinheiro, mas de falta de planificação, de enquadramento, de redistribuição do pouco existente e, acima de tudo, de uma visão comum de integração. Pois, estamos perante uma contradição, gritamos tanto a necessidade de combater a pobreza absoluta, mas pouco se investe e reinveste-se para áreas tidas como promotoras de desenvolvimento, tais como educação, agricultura e saúde. Perante à alegada exiguidade de fundos, o Ministério pode e deve adoptar uma política que vise elevar o número do professor a contratar. Se assim acontecer, estará a imprimir a qualidade de ensino e diminuirá o stress, descontentamento e o pessimismo que já caracteriza a juventude recém-formada, vítima de calúnia e desvalorização, por partes daqueles que tiveram oportunidade. A eliminação de professores turbos e a questão de horas extras, ajudariam a melhorar a qualidade de ensino e absorver mais professores para o sistema. Mas para isso é necessário que a regulação e a fiscalização imprimam o seu papel, seja nas instituições públicas ou privadas. Não se pode continuar a tolerar que um professor do Estado seja o mesmo a ocupar lugar em três escolas privadas, que “o rico se torne cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre”, apesar do sistema vigente “capitalismo”, ser defensor dessas regras, sob pena de assistirmos o que vemos no mundo árabe. Pois, é urgente a intervenção de um Governo que também preste atenção aos anseios das massas e não só da burguesia. Se alguém julgar que falo com mais atrevimento do que a verdade, faça uma inspecção ao Ministério e chegará à conclusão de que algo de errado acontece. O concurso para a contratação de professores do presente ano, que decorre quase por todo país a conta gotas, propícia a ocorrência de práticas negativas, punidas nos termos da lei. Pois, não se sabe que critérios são preconizados pelo sector de recursos humanos para o processo de selecção, mas o que se ouve ultimamente de boca em boca é: “Você é sobrinho de quem? Tem algum?”
Portanto, as grandes questões que nos inquietam são: pode não ser desta vez mas da próxima seremos enquadrados? E os critérios serão os mesmos: dinheiro, familiaridade, raça, filiação partidária e religiosa? O que será daqueles que não reúnem, essas qualificações?
Para finalizar, dizer que o passado nos mostrou que a finalidade dos portugueses ao proporcionar em alguma instrução ao nativo, na altura indígena era para servir ao português e o nativo aprendeu, se consciencializou e lutou pela independência. Hoje, a juventude da viragem tem formação e consciência, falta-lhe oportunidade.Pois, não será oportunidade um elemento principal de estabilidade social, económica e política de um país?
À procura de oportunidade.
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