Moçambique
vai fazer repovoamento de mangais numa área de 5 mil hectares em toda extensão
territorial até 2022. A mesma área foi devastada ao longo tempo com o abate de
mangais para várias finalidades destacando-se a expansão das Cidades. O anúncio
foi feito no âmbito das celebrações, hoje, do dia internacional da conservação
dos mangais, cujas cerimónias centrais tiveram lugar na província de Maputo,
dirigidas pelo vice-ministro do Mar, Aguas Interiores e pescas, Henriques
Bongesse.
Os
mangais são árvores que crescem nas margens dos Rios, do mar e dos estuários
dos países onde faz muito calor, o caso de Moçambique. E no nosso país os
mangais estão ameaçados com o corte indiscriminado para carvão, lenha,
construção de casas e barcos. De acordo com o Ministério do Mar, Águas
Interiores e Pescas, áreas de mangal são destruídas anualmente para a expansão
de cidades, construção de estradas e portos e outras infra-estruturas. Ainda de
acordo com a mesma fonte áreas de mangal são destruídas para fazer salinas e
praticar aquacultura.
Otília
Alfredo ergueu sua casa em 2015 numa no Bairro da Matola "D", numa
área que outrora tinha mangais. A referida zona ora ocupada e de forma
desordenada é húmida, com água a correr permanentemente, as paredes das casas
sofrem com a humidade. A jovem mulher diz que é muito difícil habitar naquele
bairro.
"A
água chega aqui, chega neste quintal do meu vizinho que fica cheio de água,
passamos mal com água. O lixo quando vem do rio até chega aqui, tem que
amanhecer varrer não temos como”. A situação relatada pela Otília é notável em
diferentes partes do pais. Quando se corta o mangal os animais que dependem do
mangal desaparecem. Com o corte indiscriminado do mangal a costa fica mais
frágil.
Nas
margens do rio Matola na Província de Maputo está instalada uma estufa com 5
mil plantas de mangal nos viveiros. E no âmbito das celebrações este domingo do
internacional da conservação dos mangais o Ministério do Mar, águas interiores
e pescas esteve nas margens do Rio Matola para fazer replantio do mangal uma
acção liderada pelo vice ministro Henriques Bongesse. O Governante entende é
preciso intensificar a sensibilização as comunidades pra não cortarem aquelas
árvores.
“Temos
preocupação em Sofala, temos preocupação na província de Sofala, temos
preocupação na província de Gaza onde algumas pessoas fazem corte de mangal.
Então com este trabalho de plantio que fazemos dia a dia que as pessoas estão a
ganhar consciência achamos que vamos chegar ate la, 2022 vamos fazer o plantio
e vamos recuperar”. Há cerca de dois meses o governo aprovou a estratégia de
gestão do mangal que tem cinco pilares de atuação, sendo gestão de áreas de
mangais, leis e fiscalização, capacitação onde o objectivo e formar técnicos e
comunidades sobre as melhores formas de gerir o mangal, educação e
sensibilização, pesquisa e conhecimento onde pretende-se envolver as
Universidades e Cientistas par o melhor conhecimento com relação ao mangal. E
no ano passado dez pessoas foram responsabilizadas por corte ilegal do mangal.
“No
ano passado a nível da Cidade da Beira foram mais de 5 pessoas que foram
responsabilizadas e ao longo de todo país são mais de dez que já foram
responsabilizadas criminalmente e é por isso que as pessoas estão a recuar no
abate do mangal”.
Os
mangais servem de abrigo para espécies marinhas como peixes, caranguejos entre
outros. Estabilizam a linha da costa e evitam a erosão. Os mangais fornecem
alimento e medicamentos às comunidades. Bem geridos os mangais fornecem lenha e
material de construção pra barcos, casas e outras finalidades. O dia
internacional da conservação dos mangais foi adoptado em 2015 pela conferência
Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) e é comemorada desde 2016 para vincar a importância e vulnerabilidade
do mangal. Para este ano o lema escolhido e “Futuro dos mangais está nas nossas
mãos”.
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