quinta-feira, julho 16, 2020

Confundimos trabalho forçado com o duro


Cardinale congolese rivaluta il colonianismo? - Totus Tuus NetworkO cardeal congolês Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, presidiu a Santa Missa dos 60 anos de independência do país localizado no coração da África e declarou em sua homilia: “Foi uma independência mais sonhada do que pensada. Enquanto outros refletiam sobre o significado da independência e preparavam as pessoas para as suas consequências, nós, no Congo, sonhávamos com uma independência com emoção, paixão, irracionalidade, tanto que, quando chegou o momento, não sabíamos o que aconteceria no dia seguinte. As consequências ainda são visíveis hoje. Para o povo congolês da época, sonhar com a independência significava sonhar em ocupar lugares brancos, sentar-se em cadeiras brancas, desfrutar dos benefícios reservados aos brancos. Para muitos, significava não só o fim do trabalho forçado, mas o fim de todo trabalho duro”.
Democratic Republic Of The Congo Vector Map - Arte vetorial de ... 
E prosseguiu:
“Os congoleses de fato ocuparam os lugares brancos, mas, como não entendiam nada do que os brancos faziam quando ocupavam este ou aquele lugar, já que não entendiam o exercício da autoridade ou o exercício dos cargos, qualquer tarefa política, sócio-econômica ou administrativa era vista como a oportunidade de desfrutar de benefícios dos brancos.  As pessoas tentaram ganhar poder não para servir às pessoas sob a sua responsabilidade, mas para ter os privilégios dos brancos. Mas estes, quando estavam sentados nas suas cadeiras, não estavam só se divertindo: eles também trabalhavam. Entendiam o significado do seu trabalho. Por outro lado, nós deixamos de lado a ideia de servir aos outros e enfatizamos o prazer. 
Papa nomeia cardeal o frade capuchinho Fridolin Ambongo Besungu
Ao observar rapidamente os 60 anos que se passaram, vemos que este grande sonho do povo congolês se despedaçou progressivamente por causa de uma série de fatos e eventos. Como podemos aceitar que, 60 anos depois da independência, o povo congolês continue empobrecendo a ponto de estar entre os mais pobres da Terra hoje? Temos que reconhecer, queridos irmãos e irmãs, que, após 60 anos de independência, fracassamos vergonhosamente. Não conseguimos fazer do Congo um país mais bonito do que antes. Todos nós falhamos”.
Ao encerrar a homilia, o cardeal Besungu acrescentou:
mediacongo.net - Actualités - Mgr. F. Ambongo : « Le peuple ...“Cada um de nós terá que prestar contas diante de Deus: o que fizeste com o teu país? Esta será a pergunta que a Corte Suprema nos fará. Não é a classe política que vai ajudar o país a sair dos seus problemas. Nós temos que sair da mentalidade de que o presidente ou o governo devem fazer isto ou aquilo. Estes comportamentos são irresponsáveis. Quem tem que agir são as pessoas”.

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