quinta-feira, maio 26, 2011

Regresso dos acampamentos do passado colonial porque...

A Administração Nacional de Estradas (ANE) reconhece que a qualidade das obras de cerca de 24 mil quilómetros de estradas terraplenadas em todo o território nacional continua aquém do desejado. O Governo moçambicano investe avultadas somas de dinheiro em projectos de manutenção de estradas terraplenadas há 10 anos, isto é, desde 2001, mas o grau de eficiência do trabalho realizado por diversos empreiteiros contratados para o efeito em todo o país é baixo.Refira-se que a manutenção periódica de um quilómetro de estrada de terra batida custa ao Estado entre 500 mil a 700 mil meticais e a de rotina, num troço igual, os valores rodam entre 300 mil e 500 mil meticais. Uma das mediadas encontradas para inversão do cenário da má qualidade de estradas no país é montagem de um sistema de acampamentos ao longo dos 24 mil quilómetros das estradas consideradas regionais. Tendo em conta a extensão da rede rodoviária já referência à escala nacional, o ideal seria a construção de 160 a 120 acampamento, uma vez que um tem a capacidade de fazer assistência de 150 quilómetros a 200 quilómetros.Na província de Sofala, por exemplo, de 2005, altura que iniciou a implementação do projecto, a esta parte, foram instados seis acampamentos que cobrem 900 quilómetros. A sua implementação conta com a comparticipação dos empreiteiros seleccionados através de um concurso público. Na província da Zambézia, o Banco Alemão KFW financiou a implantação de 17 acampamentos que cobrem 2.700 quilómetros e a sua gestão, tal como Sofala, está a cargo de empreiteiros. Inhambane, aparece como uma das províncias que ainda quer aprender das outras delegações, uma vez que só tem dois acampamentos nos distritos de Inharrime e Homoíne, e ainda tem em manga a construção de mais dois, em Funhalouro e Mabote. O director provincial das Obras Públicas e Habitação de Inhambane, Albino Novela, falando na qualidade de anfitrião de um seminário a proposito,disse que o objectivo do encontro é “munir todas as delegações da ANE de ferramentas que permitam aos intervenientes no sector de estradas a adoptarem estratégias sustentáveis de manutenção de estradas recorrendo aos acampamentos.” O funcionamento de um acampamento de manutenção de estrada exige no mínimo a disponibilidade de uma niveladora, um tractor, um atrelado e um tanque de água. A mão-de-obra aplicada também é mínima, uma vez que a medida só abrange estradas recentemente reabilitadas.Experiências colhidas no Zimbabwe, país que implementa os acampamentos desde 1987, dão conta de que aquele criou 190 espaços similares e conseguiu cobrir com sucesso 25 mil quilómetros. Outro problema levantado por algumas delegações no primeiro dia do encontro, tem a ver com a escassez de operadores das máquinas como niveladores, compactadores entre outras, associado ao facto de os empreiteiros desencorajam o ingresso de pessoal qualificado na área, devido aos baixos salários por eles pagos. Algumas delegações da ANE sugerem a promoção de formação de operadores com apoio de Fundo de Estradas e ainda as instituições de formação técnico-profissional deviam incluir nos seus currículos esta componente, para evitar a contratação de mão-de-obra estrangeira.

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