As infra-estruturas bastantes degradadas do forno crematório, localizadas no bairro da Munhava, na Beira, viraram nos últimos tempos covil de assaltantes, segundo depoimentos de cidadãos que já sugerem a sua destruição, para que o local não sirva de refúgio de bandidos. “Estamos igualmente preocupados, porque este crematório virou já covil de marginais, os quais, munidos de catanas e facas grandes, assaltam às pessoas que passam por aqui, na calada da noite”, disse o cidadão Luís Magugi, entrevistado nas proximidades do crematório. Ele afirmou que gostaria de ver a infra-estrutura destruída. Luís Magugi afirmou ter sido uma das vítimas que escapou da morte por um triz ao ser atacado por assaltantes, tendo apanhado golpes de catana no ano passado, quando regressava da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique, onde trabalha. Contou que, recentemente, viu uma mulher a ser esfaqueada, tendo sido depois abandonada com a faca cravada no abdómen, o que lhe levou à morte, a caminho do Hospital Central da Beira.“O crematório deve ser destruído, se bem que o Conselho Municipal da Beira já não o precisa”, insistiu.Rosa Mialo, outra fonte , é também da opinião de que o crematório seja destruído, para o bem da população local, justificando que, actualmente, a infra-estrutura não está a servir para nada, senão tonar-se esconderijo de malfeitores, que todos os dias despojam as pessoas dos seus haveres, para além de matar e ferir, em certos casos.“Vivo na Beira há bastante tempo. Ví este crematório a funcionar, mas a uma dada altura, deixou de trabalhar e eu pensava que foi encontrada uma outra infra-estrutura para a incineração de lixo tóxico, por exemplo” - palavras de Rosa Mialo, que na altura da entrevista olhava para o crematório com uma certa estranheza, dado o facto de existirem no seu interior fezes de pessoas que a coberto da noite defecam, como se de latrinas se tratasse.Antónia Fernando, outra cidadã , afirmou que também gostaria de ver aquele crematório destruído, porque no estado em que se encontra já não dá para mais nada.Ela disse que quando chega perto do crematório fica com a sensação de que a infra-estrutura está num total abandono pelo Conselho Municipal da Beira. Acrescentou que houve relatos segundo os quais as pessoas são assaltadas por bandidos, a coberto da noite.“Então, se já não serve como crematório, que seja destruído, porque virou local onde os marginais escondem-se. A pessoa que passa por ali é surpreendida e logo assaltada e quando aparece socorro, os bandidos refugiam-se no interior, que fica muito escuro” - sugeriu a nossa interlocutora. O Conselho Municipal da Beira (CMB) reconhece que, de facto, o crematório está caduco, não sendo, por isso, usado para incinerar o lixo tóxico, pois simplesmente são queimados os papéis inúteis, obviamente.Jeremias Liando, vereador para a área de gestão urbana e meio ambiente, explicou que aquela infra-estrutura deixou de funcionar há bastante tempo. Acrescentou não haver, porém, perspectivas para a sua reabilitação.Segundo a fonte, quando foi instalado o crematório, naquela área não havia muitos habitantes, sendo que agora já não se aconselha a sua existência, pois este tipo de infra-estruturas deve estar distante da área habitada.Respondendo com certo receio a uma pergunta, Liando disse que “cedo ou tarde teremos que encontrar uma incineradora correspondente a esta época”. Apontou que, actualmente, o CMB enterra nas lixeiras os cães e gatos e outros animais atropelados nas diferentes artérias da urbe.“Embora reconheçamos que está caduco, não vamos destruir o crematório, porque ainda usamos para a queima de papéis” - disse Jeremias Liando, quando respondia a uma pergunta da nossa Reportagem, que constatou haver vestígios de fogo no interior daquela infra-estrutura.
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