Moçambique foi o Estado que mais resistiu à crise financeira e económica mundial na África Subsariana e antecipou boas perspectivas de recuperação económica do país nos próximos anos, revela um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).O balanço das perspectivas africanas de desenvolvimento consta do relatório de 2010 do FMI sobre a economia mundial, denominado 'Perspectivas Económicas para a África Subsariana', lançado , na capital moçambicana.Segundo a avaliação do FMI, o continente africano está a registar uma recuperação económica, estimando-se, para 2010, um crescimento de 5 por cento e de 5,5 por cento no próximo ano.O representante do FMI em Moçambique, Victor Lledó, assinalou que o crescimento da economia na maioria dos países da região poderá atingir níveis mais altos que os registados em meados da década de 2000.'Esta nova elasticidade africana pode ser explicada em melhores condições iniciais, nomeadamente, níveis de crescimento económico mais elevados, níveis de preços estáveis, dívida pública sustentável, reservas internacionais confortáveis, observados na maior das regiões no período anterior à crise', afirmou.O FMI recomendou que as políticas fiscais expansionistas africanas sejam moderadas, para que as finanças públicas retomem uma trajectória sustentável e os níveis de endividamento público continuem administráveis.Na ocasião, Victor Lledó considerou 'sustentável' a dívida externa de Moçambique, que se situa actualmente em 3,3 mil milhões de dólares, depois de ter atingido 6,1 mil milhões de dólares em 1999, altura em que “o país acelerou o seu endividamento junto a credores bilaterais e multilaterais”.Lledó disse ainda que por o seu stock actual ser sustentável, “o país pode endividar-se mais no exterior para realizar com sucesso o seu programa de luta contra a pobreza, desde que o pagamento seja feito pelas entidades beneficiárias e não seja dívida assumida pelo Estado”.
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