“Em relação ao que viram, devo dizer que não corresponde à nossa realidade”, disse Avelino Muchine. “Não estamos embaraçados com isso. Pelo contrário. Vimos isso como uma chamada de atenção que nos traz um desafio para as próximas ocasiões”, afirmou ainda o administrador.Quanto à fraca adesao ao comício, Muchine disse que “as pessoas preferiram ir participar em casamentos ao invés do comício popular porque houve mistura de agendas”.No mesmo dia foi realizado o registo matrimonial de 41 casais de antigos combatentes no distrito de Matutuine, com patrocínio do governo. O evento decorreu em espaço diferente, ou seja, a sete quilómetros (7 Kms) da vila de Belavista. O comício foi antes desse outro acto a que o administrador se refere (Bernardo Álvaro)
domingo, setembro 18, 2011
“Viva Moçambique” gritado efusivamente
No distrito de Matutuine, durante um comício popular dirigido pelo secretário permanente (SP) do Governo da província de Maputo, Mário Omia, a população presente recusou-se a levantar as mãos e gritar “viva Guebuza”, quando tal lhe foi solicitado pelo chefe do governo local. O administrador distrital de Matutuine, Avelino Muchine, gritou “viva Guebuza” e repetiu algumas vezes, “viva Guebuza”, “viva Guebuza”. “Guebuza hoyéeee” mas a população manteve-se muda, sem dar eco aos desafios do administrador. A recusa da população em dar vivas ao presidente da República e do partido Frelimo, Armando Emílio Guebuza, embaraçou sobretudo Avelino Muchine. Para justificar o comportamento dos populares disse: “Entendo que estejam com fome e vejo que não posso teimar em prosseguir”, disse o chefe do Governo de Matutuine dando assim por terminada a sua intervenção.No prosseguimento do comício, depois do administrador ainda interveio o secretário permanente da província de Maputo. Este gritou, “viva Moçambique” antes de iniciar a sua intervenção e a população respondeu efusivamente: “viva Moçambique”.Na sua intervenção, o SP Mário Omia, a propósito da fraca presença da população no comício alusivo ao 7 de Setembro, atacou o administrador de Matutuine, acusando-o implicitamente de não estar a trabalhar. “Não posso falar mais nada, porque também as câmaras e os gravadores foram retirados”, disse Omia, para se desembaraçar da vergonha por que a população o fez passar, a ele e a todos os dirigentes governamentais presentes naquele comício alusivo ao 7 de Setembro que se assinalou a semana passada com mais um feriado nacional.Convidado a reagir pela imprensa ao posicionamento da população que se recusara a dar “viva a Guebuza”, o administrador de Matutuine, Avelino Muchine, minimizou a situação: “Não ficámos embaraçados”…
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