domingo, setembro 11, 2011

Jornalista agredido por causa de um "GT"


O correspondente do Diário de Moçambique (editado na cidade da Beira), Duamassame Rachide, baseado na cidade de Lichinga, acusa o motorista do comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) do Niassa, que o identificou pelo único nome de Issufo, de o ter recentemente agredido, causando-lhe traumatismo na região frontal da cabeça, quando ambos se encontravam em Mavago. Issufo, segundo Duamassane Rachide, aplicou-lhe três golpes na cabeça ao empurrá-lo contra uma parede e, finalmente, deu-lhe uma cabeçada, daí os ferimentos contraídos. Rachid refere não ter sido a única vítima da violência física do motorista do comandante provincial da PRM. Este, que é membro da Polícia de Protecção, agrediu o motorista da Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia, Saide Aubi.Ambos foram espancados cerca das 21 horas da quinta-feira da semana passada, quando integravam a delegação do governador David Malizane, na sua visita ao distrito de Mavago.O correspondente do “Diário de Moçambique” refere que tudo começou com um pedido de cigarro, ao que Rachide terá dito que somente tinha um maço da marca ASPIN, facto que aparentemente desagradou o motorista e simultaneamente agente da Polícia de Protecção. “Esta marca de cigarro não fumo, peço um GT” — terá afirmado o motorista e polícia Issufo, segundo Duamassane Rachide, antes de apertar o seu pescoço, dar-lhe três golpes na cabeça com auxílio de uma parede e uma cabeçada.A vítima dirigiu-se a um estabelecimento sanitário de Mavago, onde lhe foi diagnosticado “traumatismo na região frontal da cabeça”.O motorista dos Recursos Minerais apanhou pontapés justamente no momento em que pretendia evitar que o motorista e agente da PRM continuasse a agredir o correspondente do “Diário de Moçambique”.Luís Dionísio, jornalista da Rádio Moçambique no Niassa, deslocou-se na manhã do dia seguinte, sexta-feira da semana passada, ao Comando Distrital da Polícia de Mavago, para se inteirar do sucedido.Dionísio não recebeu nenhuma explicação, tanto mais que os agentes de serviço não fizeram o registo da ocorrência envolvendo o seu colega e motorista do comandante provincial, apesar de terem sido eles que passaram uma guia para que a vítima se fosse apresentar na Saúde e receber tratamentos.O caso foi posto ao governador do Niassa, David Malizane, durante a conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita ao distrito de Mavago, quando a comitiva já tinha percorrido cerca de 240 quilómetros de ida e volta à localidade de Milepa, na fronteira com a Tanzania.Foi em Milepa que o correspondente do “DM” teve a ocasião de apresentar a David Malizane o diagnóstico passado pelos serviços da Saúde. O governante encarregou o comandante provincial da Polícia do Niassa para apurar as causas.Junto do comandante, mais alguns membros do seu executivo e as delegadas do ICS e Rádio Moçambique, assim como os agredidos tentou-se pedir explicações sobre o assunto, mas houve que dissesse que não deveria ser reportado através da imprensa.Duamassane Rachide abandonou o local onde se encontrava o comandante provincial e outros jornalistas, como sinal de protesto contra esse procedimento.Ele refere que testemunhas oculares afirmaram que Issufo, o tal motorista e agente da Polícia, não só estava fardado como apresentava indícios de consumo de álcool e terá ameaçado pessoas nas proximidades com cinto.O caso já foi comunicado tanto às representações do Sindicato Nacional de Jornalistas como ao do MISA Moçambique. Está previsto um encontro entre Duamassane Rachide e o comandante provincial da PRM para se dar prosseguimento e esclarecimentos dos factos.

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