Segundo o mediaFAX, mais uma vez aconteceu, há poucos dias, a mistura a que estamos, cada vez mais,habituados.Eu explico. Trata-se da mistura de muito dinheiro, pessoas de origem paquistanesa, casas de câmbios, hotéis,baleamentos e polícia aflita, sem saber o que dizer.
Com a agravante de que a vítima destes dias já tinha sido, há alguns meses, o alvo de um atentado, na Avenida do Zimbabwe, com uma motorizada armadilhada. Tudo isto, como me parece claro, cheira a droga por todos os lados. E é apenas mais um exemplo da série de crimes, violentos ou não, que são a evidência da existência, entre nós, de todo um mundo paralelo, de toda uma economia paralela, baseados no asqueroso negócio da droga. E baseados também, é preciso que se diga, na impunidade total de que estes criminosos beneficiam.
Só para usar o exemplo actual, eu pergunto: Depois da notícia sobre a explosão da motorizada armadilhada, há longos meses, o caro leitor ouviu mais alguma notícia sobre esse caso? Não ouviu, pois não? Sobre todos os casos do mesmo género cai sempre, sem excepções, um manto de silêncio, total e pesando toneladas. E isto não pode estar a acontecer por acaso. Uma ou outra vez, vá que não vá. Mas todas? 100% dos casos? Há anos e anos e anos?Só a mais ingénua das criaturas é que pode acreditar que é pela dificuldade dos casos que nenhum dos criminosos, ligados ao narcotráfico, está nas nossas cadeias. Eu diria mesmo que, nesta altura do campeonato, já nem a mais ingénua das criaturas acredita nisso. Tudo tem os seus limites e, nestes casos, os limites já foram, há muitíssimo tempo, ultrapassados, cilindrados. Por tudo isso não nos podemos admirar que personalidades como os dois mais recentes Chefes de Estado sejam, internacionalmente, associados ao narcotráfico. É verdade que não há provas, claras e insofismáveis, dessa associação. Mas, no nosso país, o Presidente da República é o Comandante em Chefe de todas as forças de defesa e segurança. E se estas forças não conseguem, nunca, capturar e punir os narcotraficantes, o cidadão tem todo o direito de perguntar ao seu Comandante em Chefe por que raio é que esta situação continua. Ser responsável tem um significado muito concreto. Significa responder publicamente por uma determinada área.
Não significa luxos e privilégios. Ora a maioria dos nossos dirigentes parece entender tudo ao contrário. Parece achar que “estarem no poleiro” é uma forma de enriquecerem sem nenhum controlo, aproveitando todas as oportunidades, legais ou ilegais, justas ou injustas, que o cargo lhes dá. E responder pela sua área de responsabilidade é a mais pequena das suas preocupações. Se forem muito apertados fazem como o antigo Ministro do Interior e dizem que não podem falar para não porem em causa a segurança do Estado. E acham que isso chega para justificar tudo. Mas, para a opinião pública atenta, não chega. E, um dia, se vai ver onde isto está a conduzir.
E tenho medo que não seja a bom porto...
(Por Machado da Graça)
Com a agravante de que a vítima destes dias já tinha sido, há alguns meses, o alvo de um atentado, na Avenida do Zimbabwe, com uma motorizada armadilhada. Tudo isto, como me parece claro, cheira a droga por todos os lados. E é apenas mais um exemplo da série de crimes, violentos ou não, que são a evidência da existência, entre nós, de todo um mundo paralelo, de toda uma economia paralela, baseados no asqueroso negócio da droga. E baseados também, é preciso que se diga, na impunidade total de que estes criminosos beneficiam.
Só para usar o exemplo actual, eu pergunto: Depois da notícia sobre a explosão da motorizada armadilhada, há longos meses, o caro leitor ouviu mais alguma notícia sobre esse caso? Não ouviu, pois não? Sobre todos os casos do mesmo género cai sempre, sem excepções, um manto de silêncio, total e pesando toneladas. E isto não pode estar a acontecer por acaso. Uma ou outra vez, vá que não vá. Mas todas? 100% dos casos? Há anos e anos e anos?Só a mais ingénua das criaturas é que pode acreditar que é pela dificuldade dos casos que nenhum dos criminosos, ligados ao narcotráfico, está nas nossas cadeias. Eu diria mesmo que, nesta altura do campeonato, já nem a mais ingénua das criaturas acredita nisso. Tudo tem os seus limites e, nestes casos, os limites já foram, há muitíssimo tempo, ultrapassados, cilindrados. Por tudo isso não nos podemos admirar que personalidades como os dois mais recentes Chefes de Estado sejam, internacionalmente, associados ao narcotráfico. É verdade que não há provas, claras e insofismáveis, dessa associação. Mas, no nosso país, o Presidente da República é o Comandante em Chefe de todas as forças de defesa e segurança. E se estas forças não conseguem, nunca, capturar e punir os narcotraficantes, o cidadão tem todo o direito de perguntar ao seu Comandante em Chefe por que raio é que esta situação continua. Ser responsável tem um significado muito concreto. Significa responder publicamente por uma determinada área.
Não significa luxos e privilégios. Ora a maioria dos nossos dirigentes parece entender tudo ao contrário. Parece achar que “estarem no poleiro” é uma forma de enriquecerem sem nenhum controlo, aproveitando todas as oportunidades, legais ou ilegais, justas ou injustas, que o cargo lhes dá. E responder pela sua área de responsabilidade é a mais pequena das suas preocupações. Se forem muito apertados fazem como o antigo Ministro do Interior e dizem que não podem falar para não porem em causa a segurança do Estado. E acham que isso chega para justificar tudo. Mas, para a opinião pública atenta, não chega. E, um dia, se vai ver onde isto está a conduzir.
E tenho medo que não seja a bom porto...
(Por Machado da Graça)
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