O candidato a presidência de Portugal Manuel Alegre lamentou a morte do pintor moçambicano Malangatana, afirmando que desaparece "um bom amigo" e "um grande pintor"."Um bom amigo, um grande pintor que trouxe as cores de África até nós e que com a sua maneira de ser, a sua convivência contribuiu também para aproximar culturalmente Portugal e Moçambique, as nossas culturas", disse, em declarações à agência Lusa.Manuel Alegre lembrou ainda os "vários encontros" que o juntaram a Malangatana. "Tivemos vários encontros, várias convivências. Uma das últimas vezes que o encontrei foi em Vila Verde de Ficalho, no Alentejo, onde ele gostava de ir. Era um homem que gostava de estar com os amigos, de conviver, mas acima de tudo era um grande pintor. "É um amigo que deixa saudades", afirmou. A morte do pintor moçambicano Malangatana, hoje em Matosinhos, representa "uma perda muito grande para o mundo lusófono", disse o secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle.Para o secretário de Estado, Malangatana era não só "uma figura universal na área das artes, com uma obra muito vasta", mas também um "grande homem e um resistente anti-colonial".Elísio Summavielle salientou ainda o reconhecimento mundial pela UNESCO, quando Malangatana foi considerado, em 1997, Artista pela Paz. O pintor moçambicano Malangatana ultrapassou as fronteiras de África e a sua morte é uma perda para o mundo, afirmou o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Domingos Simões Pereira."É uma grande perda. Para o mundo. Malangatana conquistou essa dimensão. Ultrapassou as fronteiras de Moçambique e de África. Esta perda é irreparável", disse Domingos Simões Pereira à Lusa.Sublinhando que o pintor era uma das pessoas "mais carismáticas" de Moçambique que "rapidamente se transformou numa verdadeira lenda viva", o secretário-executivo destacou também que era "senhor de uma grande dimensão humana"."É difícil resumir o que se sente num momento como este. Espero que a obra que ele deixa inspire outros a continuar e a manter esta dimensão", disse. Moçambique perdeu hoje "uma espécie de embaixador permanente da cultura" com a morte do pintor Malangatana, considerou o escritor moçambicano Mia Couto. "É uma notícia muito, muito triste. Moçambique teve em Malangatana uma espécie de embaixador permanente da cultura pela projeção que deu ao país. Moçambique é hoje mais e melhor conhecido em grande parte pela obra do Malangatana", afirmou Mia Couto.Para Mia Couto, Malangatana afirmou o princípio de uma cultura sem fronteiras, com dignidade e sem agressões por outras raças e culturas."Entendia que as culturas eram mulatas. É um enorme vazio a sua morte, mas deixa um grande legado", acrescentou Mia Couto.
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