O relator da bancada parlamentar da Renamo, Saimone Macuiane, diz que a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, não vai integrar a comissão ad-hoc encarregue de rever a Constituição da República.Desta forma, Macuiane diz que o seu partido não vai indicar os quatro elementos que deveriam integrar a lista dos 17 deputados, já eleitos pelas outras duas bancadas parlamentares, dos quais 16 para a Frelimo e um para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).Em declarações ao diário “O Pais”, Saimone Macuiane, disse que “esta revisão é para distrair as pessoas”, pois muitos pontos de defesa da democracia não estão a ser respeitados. A bancada da Renamo, segundo Macuiane, entende que a Frelimo, ao não avançar os pontos que este partido da oposição pretende ver revistos na lei-mãe, mostra claramente que não está preocupada com o interesse nacional, mas sim com o do partidário.Na verdade, foi com esses mesmos argumentos que a Renamo decidiu votar “contra”, no debate do dia 22 de Dezembro, último dia II Sessão Ordinária, a constituição da comissão ad-hoc.Sobre a possibilidade de a Renamo vir a mudar de posição Macuiane foi peremptório afirmando que “a Renamo não vai ponderar nada. Nós não concordamos”. Uma fonte da Renamo avançou, última terça-feira, que apesar de a Renamo se recusar a indicar os seus membros, o trabalho da comissão ad-hoc não está condicionado à indicação dos referidos quatro deputados. Aliás, a Frelimo, por ser detentora da maioria parlamentar (192 deputados contra 51 da Renamo e 8 do MDM) pode avançar com as actividades, mesmo sem a Renamo.Entretanto, se a Renamo não integrar a referida comissão, isto significa que a futura Constituição da República terá 94 por cento de conteúdo do interesse da Frelimo e, a oposição, apenas representada por Eduardo Elias, do MDM, só terá um peso de apenas seis por cento.Melhor dizendo, a futura Constituição poderá reflectir apenas a visão e os interesses do partido no poder.
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