Os Serviços de Migração retiveram esta Terça-feira, em Maputo, capital moçambicana, um grupo de 63 cidadãos bengalis por porte de passaportes com vistos falsos.O grupo foi detido no Aeroporto Internacional de Maputo quando acabava de desembarcar de um voo da companhia aérea Ethiopian Airlines, transportando cerca de 200 passageiros, na sua maioria de origem asiática.“Durante o processo do despacho migratório, foi possível identificar que pelo menos estes 63 eram portadores de vistos falsos”, disse António Paulino, chefe dos Serviços de Migração no Aeroporto Internacional de Maputo, citado na edição de hoje do jornal “O País”. “Procurámos de imediato devolvê-los ao avião, mas a companhia aérea não quis colaborar e o avião acabou levantando voo. Neste momento, serão encaminhados à 18/a esquadra, até que na próxima quinta-feira sejam repatriados”, acrescentou. A maioria dos bengalis detidos afirma que vinha a Moçambique a procura de oportunidades de negócio, e que não sabia que os vistos na sua posse eram falsos.Segundo Paulino, este fenómeno de entrada de estrangeiros com posse de vistos falsos agudizou-se com o início das operações da Ethiopian Airlines no espaço aéreo moçambicano em Dezembro passado transportando, maioritariamente, passageiros de origem asiática.“Por isso, queríamos apelar a quem de direito para que faça algo junto das nossas embaixadas e consulados, no sentido de travar a emissão deste tipo de vistos. Muitos até trazem vistos verdadeiros emitidos em Macau, Dubai, Quénia e Tailândia. É preciso que a nível mais alto seja feito algo para se pôr cobro a este fenómeno”, apelou. Em reacção a esta situação, o director residente da Ethiopian Airlines em Moçambique, Hailu Woldekidan, distanciou-se de qualquer envolvimento da sua companhia no transporte ilegal de asiáticos para Moçambique.“Somos uma companhia de transporte aéreo de passageiros. Eles exibiram os passaportes com vistos de entrada na República de Moçambique, e nós não podemos ignorá-los. Eles vêm de diferentes países e passaram por diferentes países. A nossa responsabilidade é transportá-los, e fizemo-lo, porque pagaram os bilhetes e todas as despesas inerentes. Neste momento, a nossa missão é assistir aos nossos clientes”, disse Woldekidan.Nos últimos meses, Moçambique tem sido destino ou paragem preferencial de imigrantes ilegais, na sua maioria somalis e etíopes que fogem das crises vividas nos seus países de origem. As províncias de Nampula e Cabo Delgado têm sido os principais pontos de entrada.Dados das autoridades moçambicanas indicam que, nos últimos dias, mais de seis mil cidadãos somalis e etíopes fugiram do Centro de Refugiados de Maratane, província nortenha de Nampula, onde se encontravam alojados. As autoridades desconhecem o seu paradeiro. Estatísticas oficiais indicam que, no ano passado, aquele centro registou um total de 9.973 requerentes de asilo, provenientes da Somália, Etiópia e de outros países como Mali e Congo. Contudo, até ao fim do ano, apenas 3.973 pessoas continuavam naquele centro.
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