quinta-feira, julho 20, 2017

Sonho da LAM fica para depois

Imagem relacionadaO sonho das Linhas Aéreas de Moçambique(LAM) adquirirem três novos aviões Boeing 737 ruiu por falta de dinheiro no ano passado, entretanto o pagamento inicial de cerca de 25 milhões de dólares norte-americanos, um financiamento que a empresa contraiu no Moza Banco com carta de conforto do Governo, não é recuperável por quebra de contrato.
Em Fevereiro de 2014 as LAM anunciaram a aquisição de três aviões Boeing do modelo Next-Generation 737-700, num investimento total de 228 milhões de dólares norte-americanos, como parte da sua estratégia para aumentar destinos. Marlene Manave, a então administradora-delegada, perspectivava que a companhia de bandeira nacional iria poder voar mais destinos no nosso continente e até para fora de África.
Resultado de imagem para boeing 737 700 NGPassados pouco mais de dois anos as Linhas Aéreas de Moçambique suspenderam a compra. De acordo com o actual presidente do conselho de administração, António Pinto de Abreu, por falta de dinheiro para financiar a operação.
Entretanto sabe-se que como pré-pagamento as LAM pagaram à empresa Boeing 25 milhões de dólares norte-americanos, conseguidos através de um financiamento no Moza Banco.
De acordo com o Relatório e Contas de 2015, o empréstimo concedido em 2014, pelo prazo de 30 meses, foi conseguido graças a uma “carta de conforto emitida pela Governo de Moçambique representado pela Direcção Nacional de Tesouro, nos termos e condições aceites pelo banco, com valida até à maturidade do presente financiamento”.
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“A 31 de Dezembro de 2015 encontra-se em dívida 864.250.000 meticais”, pode-se ler do Relatório e Contas.Nas contas da LAM está no entanto registada uma dívida da Boeing no valor de 1.164.637.974 meticais, que se entende corresponderem ao valor do pré-pagamento com a devida correcção cambial. Não se conseguiu obter esclarecimentos da Administração das Linhas Aéreas de Moçambique mas esta inscrição na rubrica de activos financeiros deixa a impressão que a empresa está negociar com a contra parte norte-americana o reembolso do pré-pagamento. Entretanto fontes com conhecimento do dossier afiançaram ao que o pré-pagamento, de acordo com o contrato assinado com Boeing, será um valor não reembolsável afinal a quebra de contrato aconteceu por iniciativa da companhia moçambicana.
Resultado de imagem para boeing 737 700 NGAliás a colocação deste valor como recuperável minimiza as perdas das LAM que no fecho do exercício financeiro de 2015 acumularam um prejuízo de 2.716.740.653 meticais que contribuiu a situação de falência técnica pois o capital social próprio da empresa cifrou-se em 1.321.839.818 meticais negativos. Se o pré-pagamento à Boeing fosse adicionado os prejuízos iriam disparar para mais de 3,8 biliões de meticais. Sabe-se que em 2016 o Estado, maior accionista da empresa, alavancou as LAM, com uma injecção de capital que não foi possível apurar. Portanto os moçambicanos além de não receberem aviões perderam 25 milhões de dólares que apesar disso vão ter de pagar ao banco que financiou a operação. Ironicamente a instituição financeira financiadora foi intervencionada pelo Banco de Moçambique justamente com dinheiro do povo. (@VERDADE) 

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