Residentes
do posto administrativo de Vunduzi, distrito de Gorongosa, na província central
de Sofala, pedem ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama e seus homens armados para
saírem das matas e se juntarem ao processo de desenvolvimento de Moçambique.
Um
grupo de jornalistas moçambicanos, que durante dois dias escalou a zona da
Serra de Gorongosa, testemunhou que todas oito posições militares foram
efectivamente desactivadas, restando apenas alguns vestígios da presença
deixados pelos elementos das FDS.
Por
isso, olhando para o actual clima de tranquilidade que se vive em Gorongosa e
noutras da região, os residentes de Vunduzi pedem a retirada imediata de
Dhlakama e seus homens armados das matas para que a paz efectiva seja uma
realidade.
Manuel
Bosque, 45 anos, residente em Satungira há mais de duas décadas manifestou a
sua preocupação com a presença do líder da Renamo e seus homens nas matas,
porque continuam a semear um clima de insegurança para a população. Segundo
Bosque, o líder da Renamo deveria sair do local onde se encontra refugiado,
juntamente com os seus seguidores, e juntar-se a outros moçambicanos que dia e
noite trabalham para desenvolver o país. “O governo está interessado em trazer
a paz efectiva. Vemos que depois do anúncio da trégua, muitos militares saíram
das posições e regressaram aos quartéis de origem. O mesmo devia acontecer com
a Renamo, sair das matas porque só assim é que havemos de acreditar que estamos
em paz”, disse a fonte. “Se isso não acontecer continuaremos com medo porque
não sabemos o que eles estão a pensar e o que vai acontecer”, acrescentou.
Disse
que na presente campanha agrícola a região produziu muita comida. “Conforme
estão a ver este ano produzimos cereais, feijões e mandioca. Isso mostra que
queremos trabalhar, mas o clima de insegurança é que nos preocupa bastante.
Ainda sentimos a dor da guerra, por isso não queremos voltar a viver a mesma
situação. Pedimos paz para conseguirmos tomar conta dos nossos filhos e produzir
para desenvolver nossa zona e o país em geral”.O mesmo sentimento é partilhado
por Zerinha Baptista, também residente de Satungira.Baptista defende que o
líder da Renamo deveria sair imediatamente das matas.“Dhlakama deve entregar as
armas porque nós queremos paz. Enquanto tiver armas vão continuar a ser uma
ameaça principalmente para nós que vivemos nesta zona. Os nossos filhos querem
estudar e nós queremos produzir mais comida. Isso só será possível se estivermos
em paz”, sublinhou Baptista.
Entretanto, o comandante das FDS estacionadas no
distrito de Gorongosa, Wendy Wan Bedford, disse que a retirada dos seus homens
das oito posições para outras unidades constitui um grande ganho para a
população, pois estão criadas condições para que país volte a conhecer uma paz
efectiva.
“Vocês
viram esta manhã que as posições estão todas abandonadas. No total são oito
posições encerradas. Os militares voltaram aos quartéis. Estamos a cumprir as
orientações dadas pelo Comandante-em-Chefe das FDS. O que resta é apenas ver
qual será a atitude da Renamo para o alcance da paz. Estamos a fazer nossa
parte”, afirmou. Explicou que o militares foram transferidos para o quartel de
Satungira e outras unidades de origem. “Os militares não saíram para zonas
próximas. Isso é mentira. Foram para os quartéis que não estão a ser
reivindicados pela Renamo. Estamos a falar de Satungira que não consta do rol
das reclamações de Afonso Dhlakama. A Renamo quer a retirada definitiva das
posições de instaladas durante os últimos acontecimentos militares terminados
em princípios deste anos.Refira-se
que as oito posições mencionadas por Dhlakama são Nharirosa, Lourenço,
Mapanga-panga, Nhauchegue, Nhamadjiwa, Nhantaca, Mucoza e Satungira, criadas a
partir de Maio de 2016 durante a perseguição aos homens armados da Renamo.
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