terça-feira, junho 07, 2011

“Numa cidade onde todas as taxas sobem, não sabemos como e onde podemos respirar”, lamentava o cidadão Félix Araújo, repudiando o aumento recente, em 100 por cento, das taxas de utilização do balneário público do Maquinino, na cidade da Beira. Desde 1 de Maio último, as taxas naquele mercado sofreram incremento, sendo que, para necessidades menores, passa a pagar-se dois meticais contra um metical cobrado anteriormente, enquanto que para necessidades maiores os munícipes pagam quatro meticais contra dois meticais. Para banho, a taxa subiu de quatro para oito meticais.O mercado de Maquinino é um local de comércio misto, onde permanecem muitos vendedores, para além de várias pessoas que precisam do balneário para as suas necessidades biológicas. De acordo com Félix Araújo, a subida das taxas de utilização do balneário está a encarecer cada vez mais a vida dos munícipes que frequentam aquele local para vários afazeres, incluindo lazer. “Todas as taxas estão a subir demasiadamente na cidade. Recentemente assistimos o incremento das taxas destinadas às actividades económicas. Agora aumentaram as taxas de utilização de balneários, um bem social que ajuda na manutenção do saneamento do meio ambiente”, referiu Araújo.Maria Juseane, uma das frequentadoras do mercado, onde permanece todos os dias, vendendo sua hortaliça, disse que “gasto muito dinheiro, para apenas urinar, porque vou várias vezes ao balneário, pagando dois meticais”. Precisou que a situação torna-se mais complicada para as pessoas que permanecem no local, consumindo cerveja, visto que a bebida provoca a necessidade de urinar constantemente num local onde quase todas as barracas não possuem casa de banho.Manuel Saide, por seu turno, referiu que o aumento das taxas de acesso ao balneário, vem mesmo a proibir os munícipes de frequentar aquele local que também é de lazer. “O Conselho Municipal da Beira devia travar a subida das taxas, de forma a tornar a vida dos munícipes que precisam do balneário para manter o saneamento do meio adequado, cada vez mais acessível” Já Luís Januário, membro da comissão do Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente, Administração e Poder local na Assembleia Municipal da Beira, deplora a subida das taxas, dizendo que o balneário tem carácter social e não meramente comercial.Januário estimou que por dia milhares de pessoas de diferentes estratos sociais, passam por aquele mercado, presumindo-se que a maioria deles usa o balneário para satisfazer as suas necessidades biológicas.“Neste momento estamos a lamentar a subida exorbitante das taxas para actividades económicas. Hoje de novo somos surpreendidos com o incremento das taxas de utilização do balneário no maior mercado”, referiu, questionando: “Para onde queremos chegar com estes aumentos todos”?“O Conselho Municipal devia travar a situação, porque o objectivo do balneário é garantir o saneamento do meio ambiente, visto que no mercado do Maquinino vendem-se diversos produtos alimentares, sendo que outros são de consumo imediato”, apelou.A fonte reparou que o incremento das taxas de acesso ao balneário estão a reflectir-se negativamente no saneamento do meio naquele mercado, onde as pessoas já começam a fazer as necessidades tanto menores como maiores ao relento, provocando no local o cheiro nauseabundo.Para a nossa fonte, as novas taxas de utilização do balneário, estão a tornar o local de um negócio chorudo para a comissão gestora, desviando os propósitos sociais para os quais o balneário foi instalado.

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