terça-feira, junho 14, 2011

As equipes de protocolo, encarregues de organizar os comícios do chefe de Estado, durante a ‘Presidência Aberta’ à província de Manica, já possuem listas de quem deve falar nos comícios dirigidos por Armando Guebuza, o que vem comprovar que há censura prévia, isto é os intervenientes tidos como inconvenientes são excluídos e só falam os que favoráveis.Em dois comícios populares realizados pelo chefe de Estado em Chimoio, capital provincial, e Chigodole, no distrito de Manica, mais de uma dezena de cidadãos não foram autorizados a falar nos comícios dirigidos pelo PR. Foram impedidos pelo protocolo e queixaram-se de serem vítimas de censura. Alega-se que os assuntos que tinham para apresentar são polémicos.Marcos Julião, antigo professor da escola Armando Emílio Guebuza, cidadão nacional, é um dos que foi impedido de subir ao pódio para ao lado do chefe de Estado denunciar publicamente que foi expulso do trabalho por ter denunciado que o director da escola onde ele leccionava, em coordenação com alguns ´camaradas`, usava o espaço escolar para reuniões clandestinas do partido Frelimo, no poder, o partido dirigido por Armando Guebuza.Momane Issufo Momane, antigo trabalhador do Conselho Municipal de Manica, foi também inibido de falar, quando pretendia denunciar que um processo de corrupção foi ‘arbitrariamente arquivado’ pelo gabinete da governadora de Manica, há mais de 4 anos. Contou-nos, entretanto, que o presidente da edilidade de Manica expulsou Momane Issufo do serviço, por este ter constatado algumas anomalias na admissão de funcionários para integrar o quadro do conselho municipal.Ele disse também que a sua exoneração e expulsão do Conselho Municipal de Manica não foi comunicada por documento escrito, apenas aconteceu “por vontade do presidente do município local”.Estes são apenas exemplos de alguns dos cidadãos que não foram admitidos para falar na presença do chefe de Estado, e recorreram à Imprensa para denunciar a censura e através deste meio fazer saber ao chefe de Estado que nos seus comícios só falam pessoas previamente seleccionadas e com assuntos já escrutinados.A segurança presidencial, a FIR (Força de Intervenção Rápida), Polícia de Protecção, ministros e assessores do chefe de Estado já possuíam a lista dos cidadãos de Manica que podiam expor os seus problemas, atribuída pela comissão do protocolo a nível provincial. E foi de acordo com os assuntos a ser expostos que as pessoas foram deixadas falar. (José Jeco)

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