A esposa do presidente da República, Maria da Luz Guebuza, lançou no distrito da Manhiça, província de Maputo, um veemente apelo aos líderes comunitários locais, para eles controlarem os jovens e desencorajá-los a não se manifestarem contra o governo.“Pedimos aos lideres comunitários aqui presentes para promoverem acções que visem desencorajar manifestações”, disse a senhora Maria Guebuza, num encontro com os líderes comunitários, jovens filiados à Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço juvenil do partido no poder e a membros do braço feminino do mesmo partido, a OMM e a membros da Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional e do partido Frelimo.Maria da Luz Guebuza alertou para o facto das “ manifestações destroem as nossas conquistas”. Apelou para que os membros daquelas agremiações filiadas no partido Frelimo trabalhem na sensibilização dos jovens, sobretudo para os levarem a não aderirem a manifestações.De acordo com a primeira-dama, muitas manifestações tendem a destruir o que foi construído com muito sacrifício, para além de poderem degenerar numa guerra civil como a que dilacerou o país durante 16 anos, deixando numerosos mortos e deslocados. Ela disse que os líderes comunitários nas suas acções de sensibilização devem explicar e recordar as pessoas o que aconteceu durante a guerra civil que terminou em 1992 com a assinatura dos Acordos de Roma, na Itália. Num outro desenvolvimento, a esposa do presidente do Partido Frelimo e presidente da República, Armando Guebuza, disse que “os jovens não devem ser deixados totalmente livres”, porque “é essa liberdade que lhes leva muitas vezes a manipulações que resultam em situações indesejáveis”. A título de exemplo, Maria da Luz Guebuza disse que num passado recente um grupo de jovens moçambicanos foi recrutado sob alegação de serem treinados na África do Sul, como agentes de segurança privada. Contudo, ainda de acordo com Maria Guebuza, depois dos treinos foram levados para o Lesotho para conspirarem contra o governo local, tendo sido apanhados pelas autoridades e acusados de tentativa de golpe de Estado.“Os moçambicanos encontrados em Lesotho, tentando fazer golpe de Estado, serão mortos como manda a lei daquele país em casos de conspiração”, disse. Entretanto, os 167 líderes comunitários do distrito da Manhiça exigiram à mulher do presidente da República o direito de assistência médica e medicamentosa para eles e suas famílias.“Temos falta de assistência médica e medicamentosa, para nós e nossos familiares. Não temos subsídios de deslocação”, disseram numa mensagem apresentada na ocasião.Os líderes comunitários queixaram igualmente da devastação florestal por parte dos produtores do carvão e da demora na emissão de Bilhetes de Identidade.A primeira-dama visitou a maternidade do Centro de Saúde da Maragra e o orfanato de Malavela, tudo no distrito da Manhiça. (Bernardo Álvaro)
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