Representantes de vários grupos que professam a religião islâmica na província setentrional de Nampula ameaçam desencadear uma revolta popular, a breve trecho, para tentar persuadir as autoridades governamentais moçambicanas a recuarem da sua decisão de vedar as alunas de assistirem aulas de burca.Falando numa conferência de imprensa convocada para o efeito na cidade de Nampula, os interlocutores disseram que brevemente tencionam apresentar um documento formal aos ministros da Educação e da Justiça para que se encontre uma solução para este caso sob pena de organizarem uma revolta popular.Os representantes da comunidade islâmica em Nampula, segundo escreve o diário “O Pais”, entendem que esta medida viola o princípio constitucional (artigo 24), ao abrigo do qual, todo o cidadão moçambicano tem direito à educação.As autoridades governamentais moçambicanas através dos ministros da Educação e da Justiça, consideram ilegal a assistência as aulas de burca em Moçambique, tendo em conta que o Estado moçambicano e’ laico.“Somos pelo diálogo mas, caso as nossas possibilidades se esgotarem iremos recorrer a outras formas de protesto. Os muçulmanos participaram na eleição do actual Governo razão pela qual também têm o direito de gozar dos seus direitos fundamentais”, vincaram.O véu islâmico e’ segundo eles, um símbolo religioso que tem como objectivo evitar tentações de assédio sexual das mulheres ao mostrarem suas partes do corpo sensíveis e que, mesmo as freiras cristãs usam-no porque nada está legislado contra o seu uso no país.Segundo o grupo, este posicionamento do Governo está a contribuir para a exclusão social dos praticantes do Islão relegando-os a terceira categoria na sociedade.Dados fornecidos pelos revoltosos referem que mais de 90 alunas que professam a religião islâmica perderam o ano lectivo em diversas escolas da cidade de Nampula, por terem sido vedadas pelas direcções das suas respectivas escolas o direito de assistir às aulas envergando a burca, também conhecida como véu islâmico.A mesma medida, segundo eles, já está a afectar o funcionamento de algumas instituições públicas, sobretudo do sector da educação, porque algumas professoras estão a ser interditas de dar aulas de burca.
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