Além dos dois
anos sem registo de abates de elefantes na maior área protegida do país, a
ANAC registou também um aumento das receitas das áreas de conservação
no país, que subiram dos cerca de 27 milhões de meticais (358 mil euros),
em 2012, para perto de 180 milhões (2,4 milhões de euros) em 2019. O
crescimento da receita permitiu a “melhoria das condições de vida e meios de
subsistência das comunidades locais e o financiamento de projetos comunitários
de geração de renda das famílias”, acrescenta. Apesar dos resultados, a ANAC
apontou o “reforço do combate à caça furtiva, a melhoria da capacidade de
gestão, a autossustentabilidade na gestão das áreas de conservação, a formação
dos recursos humanos” como alguns dos seus desafios.
A caça furtiva em
Moçambique tem sido uma grave ameaça à vida selvagem no país, tendo reduzido
drasticamente algumas espécies, segundo dados oficiais. De acordo com os
últimos dados da ANAC, desde 2009, o país perdeu pelo menos dez mil
elefantes e, só na Reserva do Niassa, com uma extensão de 42.400
quilómetros quadrados, o número total desta passou de 12.000 para 4.400 em três
anos (entre 2011 e 2014).
Relatórios mais recentes indicam que o país
perdeu, entre 2011 e 2016, 48% da população de elefantes, correndo o risco
de ser banido do comércio internacional de derivados da espécie, devido à falta
de clareza na gestão dos animais. No censo de
elefantes de 2018, foi calculada para Moçambique uma população total de 9.122
animais. A ANAC gere sete parques moçambicanos, igual número de reservas e
quatro áreas transfronteiriças de gestão conjunta que abrigam, na globalidade,
5.500 espécies de plantas, 220 espécies de mamíferos e 690 de aves. A Reserva
Nacional do Niassa, criada em 1960, é a maior área protegida do país, com uma
extensão de 42.400 quilómetros quadrados.
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