Antigo conselheiro
de segurança nacional descreve casos em que o Trump tentou interromper
investigações criminais ou procurou a ajuda da China para a sua reeleição. O
antigo conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, John Bolton, revela
nas suas memórias que o Presidente dos Estados Unidos procurou a ajuda da China
para conseguir a reeleição e usou negociações comerciais e investigações
criminais para promover os seus interesses políticos.
As acusações são
feitas num livro a publicar em 23 de junho, intitulado "The Room Where It
Happened, A White House Memoir" (A Sala Onde Aconteceu, Uma Memória da
Casa Branca) que a Administração Trump pretende impedir de publicar. O antigo
conselheiro disse que, em junho de 2019, Donald Trump "desviou a conversa sobre
as próximas eleições presidenciais, aludindo à capacidade económica da China e
apelando a Xi para que a fizesse prevalecer", de acordo com excertos
publicados simultaneamente pelo Wall Street Journal, o New York Times e o
Washington Post. Durante esta reunião, à margem da Cimeira do G20, em Osaka, o
presidente americano "salientou a importância dos agricultores e o aumento
das compras chinesas de soja e trigo sobre o resultado das eleições",
escreve Bolton nas suas memórias .
"As conversas
de Trump com Xi refletem não só as inconsistências na sua política comercial,
mas também a interligação na mente de Trump entre os seus próprios interesses
políticos e o interesse nacional americano", escreve John Bolton.
O Conselheiro
Nacional de Segurança, entre de abril de 2018 e setembro de 2019, afirma que
"esta e inúmeras outras conversas semelhantes com Trump confirmaram um
comportamento fundamentalmente inaceitável que corrói a própria legitimidade da
Presidência".
John Bolton refere
o processo de destituição promovido no Congresso dos EUA pelos democratas
contra Donald Trump, no final de 2019, por causa do caso ucraniano, no qual não
tinha testemunhado. "Se os democratas que defenderam a acusação [a Trump]
não tivessem estado tão obcecados com a sua guerra-relâmpago sobre a Ucrânia em
2019, se tivessem tido tempo para investigar mais sistematicamente o
comportamento de Trump em todo o espetro da sua política externa, o resultado
da acusação poderia ter sido muito diferente".
O livro já tinha
tido impacto na vida política americana quando parte foi divulgada à imprensa
em janeiro, em pleno processo de destituição. Nestes primeiros excertos, Bolton
relatou uma conversa em agosto passado em que Donald Trump lhe teria explicado
que não queria desbloquear ajuda crucial à Ucrânia até que este país
investigasse o seu opositor democrata Joe Biden, agora a concorrer contra o
presidente americano nas eleições presidenciais de 03 de novembro.
Esta meia-noite
Trump reagiu logo no Twitter às publicações dos jornais. "O livro extremamente
fastidioso do 'wacko John Bolton' (New York Times) é composto de mentiras e
histórias falsas. Um tolo insatisfeito e chato que só queria entrar em guerra.
Nunca percebeu, foi ostracizado e felizmente despejado. Que porcaria!".
https://sicnoticias.pt/mundo/2020-01-27-Livro-de-John-Bolton-revela-pressoes-de-Trump-a-Ucrania-para-investigar-rivais-politicos
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