O Presidente da República,
Filipe Nyusi, inaugurou em Maputo, o novo serviço de cabotagem de Moçambique
que passa a ligar todo o território nacional por mar, criando a maior
auto-estrada marítima do país.Moçambique volta a ter, assim, um serviço de
cabotagem, interligando o país desde o porto de Maputo até Afungi, na província
de Cabo Delgado, com escalas nos portos da Beira, Quelimane, Nacala, Pemba e
Mocímboa da Praia, nos dois sentidos. As operações vão ser asseguradas por dois
navios da Sociedade Moçambicana de Cabotagem (SMC), empresa que passa a
garantir o transpor-te marítimo de mercadorias ao longo de toda a costa moçambicana.
O projecto, com um investimento na ordem dos 6 milhões de dólares americanos,
assume o compromisso de criar uma rede de transporte marítimo altamente credível
e segura em Moçambique.
Pedro Monjardino, gestor
de projecto na SMC, explica que “este novo serviço é o resultado de dois anos
de intenso trabalho, desenvolvido por especialistas em diversas áreas e que
envolveu o Ministério dos Transportes, Alfândegas, Autoridade Tributária e a
empresa MC Net que gere a plataforma JUE”. “O objectivo foi aumentar o controle
de receita fiscal e, ao mesmo tempo, dotar o novo regime aduaneiro de cabotagem
de processos simplificados, menos onerosos e que dessem resposta às críticas
existentes no passado e que tornaram, na altura, o serviço inviável”, referiu o
mesmo responsável. Pedro Monjardino sublinha, ainda, “a total abertura e
disponibilidade do Governo moçambicano em encontrar novas soluções que agora
serão postas em prática”.
Luís Archer de Carvalho,
director-geral da Sociedade Moçambicana de Cabotagem e re-presentante do Grupo
Peschaud em Moçambique, salienta que “este projecto revela o compro-misso do
Grupo Peschaud em contribuir para o desenvolvimento sustentável de Moçambique a
médio e longo prazos”.Com o novo serviço são implementadas várias novas
medidas, entre as quais destaca-se o facto dos processos de cabotagem passarem
a ser geridos na Plataforma da Janela Única Electrónica (JUE). Para a mercadoria
em “livre circulação” (já objecto de importação aduaneira e/ou produzida em
Moçambique) isenta-se a necessidade de intervenção de despachante aduaneiro e
custos associados. Uma novidade já que, antes, a intervenção do despachante era
sempre obrigatória. De referir ainda que também a tarifa portuária de
manuseamento de mercadoria sofre uma redução em todos os portos. Por outro
lado, o acom-panhamento fiscal deixa de ser uma regra geral e passa a ter uma
natureza excepcional para apenas cinco tipos de produtos (viaturas,
electrodomésticos, bebidas, tabacos e computadores), num universo de 10% de
cada prod-to a ser calculado pela JUE.
Recorde-se que no passado
o procedimento aplicava-se a toda a carga transportada por contentor.A operação
de cabotagem vai ser assegurada numa fase inicial por dois navios. O Navio
Greta, um multiusos com capacidade para 260 contentores e duas gruas de 60
toneladas, tem capacidade para carga de projecto, carga contentorizada e carga
geral. Já o Navio Ylang, com capacidade para 450 toneladas de mercadoria e uma
grua de 30 toneladas, está certificado para poder aportar no cais do complexo
industrial de processamento de gás natural, na baía de Afungi. Para além do
transporte de carga contentorizada e carga geral, o projecto gara-te também
serviço porta a porta.A Sociedade Moçambicana de Cabotagem, responsável pelo
projecto, é uma empresa público-privada que tem como accionistas a empresa
Peschaud Moçambique (75%) e a estatal Transmarítima (25%). Ao garantir o
transporte marítimo de mercadorias para os principais portos de Moçambique, a
SMC está não só a fortalecer a ligação do país de norte a sul como a revitalizar
e a dinamizar também o sector dos transportes, implementando uma nova dinâmica
no desenvolvimento do país.
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