sexta-feira, março 20, 2020

Mais medo do vírus, do que da inflação dos preços


O ECONOMISTA  moçambicano, Hipólito Hamela, que diz ser mais fácil combater o custo de vida que poderá surgir com o encerramento das fronteiras, que controlar a pandemia COVID-19 bastante mortífera caso entre em Moçambique. No entender de Hamela, o país devia encerrar rapidamente as suas fronteiras para evitar a entrada do vírus bastante perigoso. Essa atitude prudencial, na sua opinião, poderá salvar o país, que possui várias fragilidades, de uma crise maior que pode ser causada pela pandemia, caso entre na chamada “Pérola do Índico”.

Resultado de imagem para Hipólito Hamela,“Os países estão a se fechar. Se quer a minha opinião, eu acho que também devíamos nos fechar, antes de termos o Coronavírus em Moçambique. Angola fechou-se hoje, Guiné-Bissau fechou-se, São Tomé está a se fechar, Cabo Verde fechou-se, União Europeia fechou-se, EUA fecharam-se, estamos à espera de quê nós também para nos fecharmos”, questiona o economista. Na verdade é uma questão que muita gente se faz, pelo menos nas ruas de Maputo, capital do país, mas ainda sem respostas das autoridades nacionais. Hamela diz não ter dúvidas que ao fechar as fronteiras, entre elas, a terrestre de Ressano Garcia, que é a maior do país, os preços do tomate, da cebola e de outros produtos vão disparar. Por isso, já pensou na saída para minimizar isso . O economista prevê que os preços dos produtos e serviços de primeira necessidade que já começaram a subir se agravem no próximo mês e depois do próximo. Entretanto, diz estar com mais medo da entrada do vírus do que da não entrada de produtos vindos de fora do país, já que para comer e satisfazer muitas outras necessidades, o país tem recorrido à importação. Numa primeira fase, o impacto da subida de preços poderá se sentir mais nas cidades capitais que nas zonas rurais, considera Hamela. Tenho mais medo do vírus, do que da inflação do preço do tomate, do arroz, da cebola e da batata que não há-de-v ir da África do Sul”, sublinha o economista moçambicano.A posição de Hamela é sustentada com a possibilidade de uso de bens substitutos nacionais, no lugar dos habituais importados. Por exemplo, para substituir o trigo, o economista diz que pode se comer a mandioca e a batata-doce. E para substituir a carne importada, muitas vezes do Brasil, diz haver frango nacional.
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“Mas não há substituto da vida. É por isso que encarecidamente eu espero que agente tome esse assunto com muita seriedade e agente previna a entrada do vírus. A inflação é algo que se combate e a medida que vamos encontrando substitutos, então vamos dependendo menos desses produtos cujos preços vão subir”, defende o economista. No que diz respeito a suspensão de voos para Moçambique, Hipólito Hamela, antevê situações de grandes dificuldades para as empresas nacionais, como por exemplo as companhias aéreas e as estâncias turísticas que vão enfrentar problemas de pagamento de salários, assim como, para cobrir os custos fixos das suas operações, como por exemplo, a electricidade. Diz o economista que tem vindo a receber chamadas telefónicas de operadores hoteleiros da província de Inhambane que queixam-se de cancelamentos de reservas e não sabem até quando vão lidar com a situação, vivendo assim na incerteza.

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  ex-presidente Lula cobrou ações do governo federal no controle da epidemia de coronavírus. Em uma live no Facebook na noite de hoje, Lula pediu explicações sobre quais serão os investimentos de Jair Bolsonaro em meio à crise na saúde pública. Segundo ele, o governo tem que "explicar quanto vai comprar e leito, quanto vai investir nos hospitais, quanto vai contratar de médico, ou seja, como que a gente vai fazer para evitar que o coronavírus possa virar uma coisa muito grave".
Lula definiu como "patética" a entrevista coletiva que Bolsonaro deu ontem para falar sobre a contenção da covid-19 no Brasil. "O governo não estava preocupado em orientar a população, estava preocupado em se desfazer da imagem negativa que ele se permitiu criar de tanta bobagem que falaram durante essa ultima semana", afirmou. O político ainda disse que a prioridade no momento deve ser para com a vida das pessoas vulneráveis. "Depois que a gente salvar o povo, a gente discute como salvar a economia, como fazer o país voltar a crescer, como gerar emprego, como distribuir renda", destacou.
Ainda falando sobre economia, ele exigiu que o governo tenha meios de garantir que as pessoas que estão afastadas do trabalho por medo de contrair o coronavírus não sejam demitidas. Além disso, ele sugeriu que trabalhadores autônomos e de aplicativos também recebam algum tipo de seguro durante o tempo que estiverem em casa. Apesar das críticas ao governo federal, sobraram elogios para a ação da imprensa. "Todo mundo sabe que eu sou muito crítico à imprensa mas tenho que reconhecer que se tem um serviço que prestou informação 24 horas por dia ao povo brasileiro, foi a imprensa". Lula também destacou por grande parte do tempo que as pessoas precisam ficar em casa, em isolamento preventivo e com hábitos higiênicos como lavar as mãos para se precaver do contágio do coronavírus.

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