O Projecto de Apoio de Renda dos Agricultores (FISP), através do 'Projecto Coqueiro' orçado em 17 milhões de dólares americanos, é uma das poucas iniciativas em curso no país com o objectivo de salvar o palmar nacional.O projecto é financiado pelo Millennium Challenge Account-Mozambique, instituição criada para gerir os 550 milhões de dólares oferecidos em 2007 ao país pelos Estados Unidos da América (EUA) para apoiar iniciativas de desenvolvimento nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa (no Norte) bem como a província central da Zambézia.Este montante (17 milhões de dólares) visa financiar pesquisas destinadas a encontrar a solução para as doenças que afectam o palmar bem como realizar algumas actividades de maneio de coqueiros.Segundo Marcos Freire, do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique , que é coordenador de pesquisa realizada no âmbito deste projecto, a iniciativa prevê o abate de 600 mil palmeiras (entre doentes e mortos) até 2013 e a limpeza de uma área de oito mil hectares para a plantação de novos coqueiros. Por outro lado, espera-se plantar mais coqueiros numa área adicional de seis mil hectares, totalizando 14 mil hectares às áreas a serem abrangidas pela renovação do palmar. Além disso, o projecto vai distribuir cerca de 650 mil plântulas de coqueiros a diversos agricultores.O projecto irá abranger os distritos de Chinde, Inhassunge, Pebane, Maganja da Costa, Namacurra e Nicoadala, na Zambézia, bem como os distritos meridionais de Angoche e Moma, em Nampula, onde as plantações de coqueiros ocupam uma área total de 110 mil hectares, dos quais 50 mil são do sector privado. Este projecto apenas abrange o sector familiar, mas mesmo assim só vai cobrir 10 mil hectares dos 60 mil hectares do palmar pertencente a este grupo.Isto significa que ainda há muito trabalho a ser realizado noutras áreas afectadas por esses problemas. Freire disse ser necessário o envolvimento de todos os sectores da sociedade, incluindo o Estado e os agricultores, para salvar o palmar do país.Segundo a fonte, o Estado já está envolvido nos trabalhos em curso nesse sentido, mas o nível de intervenção ainda é insuficiente porque 'o processo acarreta elevados custos…nós vamos brevemente apresentar estratégias alternativas para enfrentar o problema'.Outro problema tem a ver com os próprios agricultores que, na sua maioria, não sabem fazer o maneio dos seus palmares de maneira adequada.'As pessoas não estão a utilizar em pleno o coqueiro, por exemplo. Não usam a madeira coqueiro que é atacado pelo escaravelho (e que mais tarde serve como viveiro de reprodução destes insectos), por isso o volume do palmar que morre é muito grande', disse ele.A fonte apontou igualmente o problema das pessoas que esperarem por um projecto qualquer destinado a abater massivamente as plantas, mesmo sabendo a importância dessa medida.Entretanto, na província de Inhambane, a situação é bem diferente. Apesar de ainda estar em curso a pesquisa sobre a existência ou não da doença de amarelecimento letal do coqueiro, é possível notar a utilização intensiva da madeira bem como a prática de diversas medidas de maneio do palmar.
0 comments:
Enviar um comentário