Estamos na
era do colonialismo
chinês. Diferentemente do
modelo português, os
chineses aliciam-nos com rios
de dinheiro, abocanham
vários concursos públicos
e financiam projectos
milionários (em forma de dívida). Hoje,
temos antigos combatentes
que lutaram contra
o colonialismo português.
No futuro, os nossos
netos e bisnetos (…)
terão o estatuto
de antigos combatentes,
depois da luta
que irão travar com
os chineses.
A China,
o gigante asiático,
está enraizado no
nosso país. De
forma alguma financia
projectos para serem executados
por empresas que
estão fora do
circuito chinês. Daí
que se justifica
o fluxo de empresas
chinesas em Moçambique,
mesmo diante da
falta de qualidade,
aliás, a matriz
chinesa baseiase na
quantidade (produção em
série). As empresas
chinesas actuam num
mercado fragilizado (com altos índices de
corrupção e falta
de rigor na fiscalização). Estima-se que
mais duas mil
empresas chinesas actuam
no continente considerado
o “Berço da Humanidade”, deste
número mais de
35 estão no
mercado moçambicano, são
empresas que fazem movimentos desregrados
e colocam em
causa vários sectores
com destaque para
construção civil. É visível
a adjudicação de
empresas chinesas, na
maior parte de
infra-estruturas públicas, em Moçambique.
É muito
difícil perceber os
ganhos mútuos da
cooperação entre China
e Moçambique, ou
melhor, é uma ficção
os resultados de
laços de parceria
entre os empresários
moçambicanos e chineses.
Se os empresários chineses
investem tanto no
nosso país, o
mesmo não se
pode afirmar da
nossa classe empresarial, no
mercado chinês. Temos
um laço histórico
de relacionamento com a China,
mas, até hoje, os
empresários moçambicanos ainda
não adquiriam nenhuma
experiência com os
chineses, limitam-se em fazer
turismo na china,
tomar chá relaxante
com os chineses
e inundar o
nosso mercado com produtos
oriundos daquele país asiático. Nos dias
que correm, temos
um processo de
industrialização com rosto
chinês. Os chineses comprometem-se, por
exemplo, em instalar
indústrias de processamento
de caju, arroz,
citrinos, madeira (toda infra-estrutura erguida
com equipamentos de
origem chinesa), cuja
maior parte da produção
abastece o mercado
externo e, os
ganhos da exportação
não se reflectem
na vida dos moçambicanos. São indústrias que servem
para poluir Moçambique,
explorar a mão-de-obra,
saquear os nossos recursos,
empobrecer as nossas
terras e enganar
moçambicanos com salários
irrisórios. Moçambique sai sempre
a perder, nunca
aprende a fazer
algo sozinho. Temos
universidades e institutos (na sua
maioria de origem
privada) que leccionam
vários cursos técnicos,
mas ainda não
conseguimos montar uma indústria de
referência, sem ajuda
dos chineses. Ainda
não temos o
espírito de saber
fazer.
Na Cimeira
China-África, realizada recentemente,
o Governo Chinês
fez muitas promessas
avaliadas em cerca de
60 milhões de
dólares, para “golpear”
a economia de
53 nações africanas,
incluindo Moçambique. Trata-se de
um volume de
investimento que, no
lugar de reforçar a diplomacia económica vai estagnar
a nossa política
de crescimento económico
e deixar o
nosso país com
um processo de industrialização que
beneficia, em larga
escala, os interesses da China (o
explorador moderno).
A Estrada
Nacional N°1 (EN1)
nunca fica pronta
em 100%, por
causa de intervenções
cirúrgicas de empreiteiros chineses
que se traduzem
num ciclo vicioso
(obras intermináveis), num
negócio mal feito. Os
chineses reabilitam de
quilómetro X-Y e,
em pouco tempo
(menos de um
ano), só com
chuva miúda, o mesmo
troço padece de
defeitos, apresenta buracos
que aumentam de
diâmetro diariamente. Neste momento, os empreiteiros chineses
estão a reabilitar
o troço Inchope-Caia, na província
de Sofala.
Moçambique tem
muita sorte. Por
enquanto, as empresas
chinesas de construção
civil só estão interessadas nos
grandes projectos governamentais. Mas,
no dia em
que os chineses
dedicarem-se à construção de
residências para singulares,
os nossos empreiteiros
(pedreiros) vão chorar.
Os chineses vão construir
casas descartáveis (casas feitas de
plástico).
Uma coisa
é certa, os
chineses não são
deuses ou únicos
detentores de conhecimento.
Eles só usam esperteza e
dinheiro. Moçambique deve
deixar de aguardar
por um milagre
chinês para acelerar
sua economia. A sustentabilidade da
nossa economia depende
de implementação de
reformas (baixo nível de
endividamento externo, aumento
das exportações e
estabilidade cambial, inflação
baixa e investimento no
capital humano).
EM VOZ
BAIXA! Consigo ver
o céu sem
as estrelas, o mar sem
as ondas, mas
não consigo ver Moçambique sem
uma dívida chinesa.
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