Grande parte da madeira apreendida a operadores
florestais furtivos na província de Nampula, norte de Mocambique, está a ser
usada na construção de carteiras escolares no âmbito de um programa
multissectorial destinado a promover um melhor aproveitamento daquele recurso.Pouco
mais de 400 unidades de carteiras escolares duplas (beneficiando cerca de 800
alunos de algumas escolas primárias públicas da cidade de Nampula) estão a ser
produzidas pela penitenciária industrial regional norte, ao abrigo de um memorando
rubricado entre as direcções provinciais de Justiça e da Educação.Há dias,
segundo soube o “Noticias”, foram entregues à direcção provincial de Educação,
as primeiras 225 unidades, aguardando que seja concluída para breve, a produção
das restantes 175 unidades.Segundo dados avançados pelo director provincial de
Educação, Raúl Nhamunwe, o sector que dirige necessita adquirir, em cada ano
lectivo, pouco mais de 15 mil unidades de carteiras para dar cobro ao problema
de escassez daquele mobiliário nos estabelecimentos de ensino em Nampula, com
enfoque para a capital provincial.Segundo Nhamunwe, apesar dos esforços em
curso visando a mitigação do problema, maior parte dos mais de 1 milhão de
alunos matriculados nas 2 mil escolas existentes continuam a estudar sentados
no chão.Em consequência disso, os índices de aproveitamento pedagógico têm sido
baixos, particularmente em alunos das classes iniciais que, devido à idade,
precisam de comodidade para receber aulas.A vandalização do mobiliário existente,
principalmente em períodos de férias escolares, quando as escolas ficam
praticamente abandonadas e a falta de capacidade financeira da direcção
provincial de Educação de prover, de uma única vez, carteiras em número
suficiente são apontadas como duas das principais razões que estão na origem da
crise.
0 comments:
Enviar um comentário