"Pré-votados"
Em conferência de impressa havida ontem (6), o presidente da Comissão
Nacional de Eleições (CNE), Abdul Carimo, confirmou o roubo do material de
votação. Ao todo despareceram 26 kits, dos quais 25 estavam destinados ao
distrito de Pebane e um ao distrito de Namacurra na província da Zambézia. Cada
kit contém 880. Em termos numéricos desapareceram 22.800 boletins. São até
então desconhecidos os autores do extravio do material e as causas. Segundo
Carimo, o motorista e os dois agentes não obedeceram as normas de segurança que
consistem em “estacionar e pernoitar nos comandos da polícia ou nas esquadras”.
“Tendo pernoitado numa zona sem segurança aperceberam-se, no dia seguinte, que
o camião teria sido assaltado”, explicou Carimo.Num outro desenvolvimento,
Carimo explicou que os 26 kits desaparecidos não serão usados em nenhuma outra
circunstância fora dos distritos de Pebane e Namacurra, porque “o material
produzido vem endereçado com o código da mesa da assembleia de voto, o posto de
votação e respectivo distrito.Em consequência do desaparecimento dos boletins
de voto, o presidente da CNE diz que serão produzidos novos boletins, com novas
especificações, designadamente, nova cor, diferente da dos boletins
extraviados, e novos códigos. Abdul Carimo fala da destruição dos restantes
boletins de voto para Pebane, na presença da imprensa e dos mandatários dos
partidos políticos. Sobre o kit de Namacurra serão, apenas, reproduzidos novos
boletins com as novas especificações, sem no entanto haver a necessidade de
destruição dos boletins, pois “um único kit segundo Carimo “não fará
diferença”. A reprodução do novo material não afectará a data da realização das
eleições, nem acarretará custos ao Estado visto que é responsabilidade da
entidade que produz (na África do Sul) os boletins e faze-los chegar ao
destino.
Dois agentes da Polícia da República de Moçambique e o condutor do
camião-cavalo, da empresa “Lalgy”, que transportava mais de 20 mil boletins de
votos, que foram roubados, encontram-se detidos na primeira esquadra da
PRM em Manica, acusados de terem violado as urnas e substituído os boletins de
voto já assinalados. A informação foi confirmada pelo comandante da PRM em
Manica, Timóteo Bernardo, que não revelou o nome de partido a favor do qual os
boletins já haviam sido pré-votados. O material era destinado ao distrito de
Pebane, na Zambézia. Parte do material encontra-se retido no Inchope, por
suspeita de violação do respectivo selo de segurança.A Polícia confirmou as
detenções, mas apenas divulgou o nome do motorista do camião, que se chama
Augusto João, curiosamente de nacionalidade zimbabweana, segundo as
autoridades. (J.Jeco)
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