A moda de tirar
auto- retratos com telemóveis – mais conhecidos como selfies – e
divulgar na Internet pode levar a problemas mentais, como depressões ou paranóia,
se não se obtiver reconhecimento público, advertiu uma médica tailandesa.“Prestar
demasiada atenção às fotografias publicadas, controlando quem as vê ou a quem
agrada ou comenta, com a esperança de atingir o maior número de likes [gostos]
é um sintoma de que as selfies estão a provocar um problema”, disse a
especialista Panpimol Wipulakorn, do departamento de saúde mental
tailandês, citada pela Efe. A médica assinalou que tais comportamentos poderão
dar origem a problemas cerebrais no futuro, especialmente aqueles que estão
relacionados com falta de confiança própria.“As selfies causam um impacto na
vida de cada indivíduo. Publicar fotos para encontrar a aprovação dos colegas
está na natureza do homem. Se fazemos algo e encontramos uma pequena recompensa,
voltaremos a repetir o acto”, explicou.
No entanto, esta
recompensa que é alcançar a aceitação social tem diferentes efeitos, dependendo
da pessoa: alguns contentam-se obtendo poucos likes, outros “necessitam” de
atingir o máximo que puderem e ficam “viciados” neste reconhecimento social,
adianta Panpimol. As pessoas que não atingem a quantidade de apoios esperados
optam por publicar uma nova selfie, mas se a resposta continuar a ser negativa
isso poderá afectar a confiança ou criar pensamentos negativos sobre si mesmo.A
segurança e a auto- estima são cruciais para o desenvolvimento do indivíduo
para alcançar a felicidade e a satisfação pessoal, aponta a médica tailandesa. A
carência causa ansiedade, dúvidas e a infelicidade do indivíduo, os quais podem
derivar em problemas maiores como a paranóia, depressão, comportamentos
ciumentos e personalidade susceptível, acrescenta.
A palavra selfie,
que designa uma foto que tiramos a nós próprios e que habitualmente colocamos
nas redes sociais, foi eleita como a “palavra do ano 2013″ pelos dicionários de
Oxford de língua inglesa. Uma das selfies mais célebres do momento foi tirada
pelo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, junto aos seus homólogos do
Reino Unido, David Cameron, e Dinamarca, Hell Thorning, durante o funeral do
antigo chefe de Estado sul-africano e prémio Nobel da Paz, Nelson Mandela.A
médica tailandesa sublinha que, além dos danos pessoais, as selfies também
podem ter impacto no crescimento de países em desenvolvimento. Isto porque a
falta de confiança dos jovens pode criar uma nova geração “sem liderança”,
de pessoas “sem capacidade criativa e inovadora”.Por isso, hábitos como ser
observador, praticar desporto e ter actividades com familiares e amigos, ir ao
cinema ou viajar, são algumas das ideias defendidas pela médica para combater o
vício das selfies.
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